Coluna de Antonino Pio
Coluna de Antonino Pio | |
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Majestosa gravura da base do obelisco feita por Piranesi em 1748. | |
Informações gerais | |
Tipo | Templo romano |
Construção | 161-162 |
Promotor | Marco Aurélio e Lúcio Vero |
Geografia | |
País | Itália |
Cidade | Roma |
Localização | Campo de Marte |
Coordenadas | 41° 54′ 06″ N, 12° 28′ 34″ L |
Coluna de Antonino Pio |
Coluna de Antonino Pio (em italiano: Colonna di Antonino Pio) era uma coluna triunfal romana antiga localizada em Roma, Itália, dedicada em 161 pelo imperador Antonino Pio, no Campo de Marte, na beira da colina conhecida como monte Citorio, e erguida por seus sucessores, os co-imperadores Marco Aurélio e Lúcio Vero.
História
[editar | editar código-fonte]Construção
[editar | editar código-fonte]A coluna tinha 14,75 metros de altura, 1,9 metros de diâmetro e foi construída em granito vermelho, sem nenhum relevo decorativo como nas colunas similares de Trajano e Marco Aurélio. Ela foi escavada e esculpida em 106, como atesta uma inscrição dos mestres pedreiros em sua base[1]. Arquiteturalmente, era parte do "Ustrino dos Antoninos", que ficava a 25 metros para o norte no mesmo eixo, com a cena principal da apoteose na base virada para lá. Era encimada por uma estátua de Antonino, como revelam algumas moedas cunhadas depois de sua morte.
Redescoberta
[editar | editar código-fonte]Antes do século XVIII, a base estava completamente sob a terra, mas a parte inferior da plataforma estava a cerca de 6 metros acima do nível do solo. Em 1703, quando alguns edifícios foram demolidos na área de Montecitorio, o resto da coluna e a base foram descobertos e escavados. A coluna foi completamente exposta pelo filho de Carlo Fontana, Francesco (1668–1708), mas nada ficou decidido sobre o que fazer com ela. Por isso, a coluna ficou deitada, protegida por algumas tendas, e acabou sendo danificada num incêndio em 1759. Tentativas fracassadas foram feitas para tentar consertá-la em 1764 e pedaços dela foram retirados em 1789 para ajudar a restaurar o Obelisco de Augusto, que está hoje na piazza di Monte Citorio.
Enquanto isso, a base, de mármore branco italiano, foi restaurada em 1706-8 e instalada no centro da piazza di Monte Citorio por Ferdinando Fuga em 1741, onde ficou até 1787, quando foi levada para os Museus Vaticanos. Lá, foi instalada num nicho construído por Michelangelo no Cortile della Pigna entre 1885 até sua mudança final para sua localização atual, no pátio em frente da entrada da Pinacoteca Vaticana.
Iconografia da base
[editar | editar código-fonte]Um dos lados da base traz uma inscrição dedicatória (CIL VI, 1004), dois outros relatam o decursio funerário (uma cerimônia realizada pela cavalaria romana) e o último mostra a apoteose, a ascensão aos céus, do imperador e sua esposa Faustina.
Apoteose
[editar | editar código-fonte]Um gênio alado carrega Antonino e Faustina para o céu. O imperador segura um cetro coroado com uma águia enquanto outras águas voam para o alto com o casal.
A figura masculina à esquerda, segurando um obelisco, é uma personificação do Campo de Marte. Augusto havia colocado seu obelisco ali como relógio de sol e ali era o local das cerimônias de deificação imperial. A figura feminina à direita, de armadura e saudando o casal imperial, é uma personificação de Roma e seu escudo está decorado com os lendários fundadores de Roma, Rômulo e Remo, sendo amamentados por uma loba.
Faces do decursio
[editar | editar código-fonte]Nestes dois lados quase idênticos, membros da cavalaria romana circundam algumas figuras em pé, duas carregando estandartes militares e o resto armados para o combate. Sem um senso de espaço e perspectiva, estas cenas são geralmente criticadas pela falta de sofisticação estilística. Ao invés de uma visão naturalista, tanto uma vista do alto da manobra circular quanto uma do nível do solo de cada figura se misturam. A repetição das cenas podem ser explicadas de forma mais adequada pelo fato de que Antonino Pio foi sucedido por dois co-imperadores, Marco Aurélio e Lúcio Vero, que reinaram juntos até a morte deste. As cenas do decursio, além da linguagem utilizada na inscrição, revelam uma transição estável e justificada aos dois co-imperadores.
Galeria
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Maquete de Roma mostrando a região do Campo de Marte. O "Ustrino dos Antoninos" é a estrutura no canto inferior direito, com um templo e a coluna de Antonino Pio logo à frente. No local hoje está a piazza di Montecitorio.
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Nesta vista da piazza di Montecitorio, a base da coluna está à direita, encostada num outro edifício. No fundo, o Palazzo Montecitorio. A coluna visível mais atrás é a Coluna de Marco Aurélio.
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Gravura de uma de moeda[2] de Antonino mostrando a coluna com a estátua do imperador no alto. Abaixo, a cena da apoteose na base.
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Vista da base perto da entrada da Pinacoteca Vaticana.
Localização
[editar | editar código-fonte]Planimetria do Campo de Marte central |
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Referências
- ↑ IG xiv.2421.1
- ↑ Que pode ser vista aqui.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Amelung, Kat. Vat (em alemão). i. [S.l.: s.n.] p. 883‑893
- Vogel, L. (1973). The Column of Antoninus Pius (em inglês). [S.l.]: Harvard University Press
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Colonna di Antonino Pio» (em inglês). Rome Art Lover
- «Colonna di Antonino Pio Scomparsa (Roma)» (em italiano). Anna Zelli
- «Piazza di Montecitorio» (em italiano). Roma Segreta
- «Colonna di Antonino Pio» (em italiano). Roma Sparita (Gravura das escavações por Francesco Fontana)
- «Columna Antonini Pii» (em inglês). Thayer's
- «History of its restoration» (PDF) (em inglês). ICCROM. Consultado em 30 de setembro de 2015. Arquivado do original (PDF) em 4 de fevereiro de 2012
- Interactive Nolli Map Website