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Chaves - Um Tributo Musical

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Chaves - Um Tributo Musical
Autoria Fernanda Maia
Elenco
Direção Zé Henrique de Paula
Produtor(a) Adriana del Claro
Gênero Musical
Atos 2
País Brasil

Chaves - Um Tributo Musical é uma peça do teatro musical brasileiro que estreou em 23 de agosto de 2019, no Teatro Opus, em São Paulo. Foi a primeira adaptação oficial dos personagens do seriado Chaves para o teatro, autorizada pelo Grupo Chespirito, que detém os direitos intelectuais e de licenciamento dos personagens de Roberto Gómez Bolaños.

O espetáculo, escrito pela roteirista Fernanda Maia, apresenta uma história inédita inspirada no universo de Chespirito, como Bolaños era conhecido. A peça apresenta o "palhacéu", ou o "Céu dos Palhaços". Roberto Gómez Bolaños está na fila da imigração, mas a equipe comandada pelo palhaço Benjamin não acredita que ele seja um palhaço. Para provar, Bolaños consegue voltar à Terra e apresenta a vila do Chaves e seus personagens.

A peça teve grande sucesso de público e crítica, sendo assistida por mais de 35 mil espectadores na primeira temporada, entre agosto e novembro de 2019. Em janeiro de 2020, o musical retornou ao Teatro Opus, para uma segunda temporada[1]. Em 2021, o espetáculo conquistou cinco troféus no Prêmio Bibi Ferreira, incluindo melhor musical brasileiro[2].

No "Palhacéu", ou "Céu dos Palhaços", um grupo de palhaços composto por Benjamin, Tufo, Paçoquinha e Wladimir von Clown comandam a fila da imigração, fazendo testes para saber se os candidatos a ingressar no céu são mesmo palhaços. Após os exitosos testes com os palhaços Tatuzinho e Patinete, Roberto Gómez Bolaños chega ao local, para espanto da trupe.

Sem roupa ou nariz de palhaço, eles não acreditam que Chespirito era mesmo um palhaço. Buscando a todo custo provar seu ponto, Bolaños consegue autorização para voltar à Terra, com o auxílio dos palhaços Dr. Zambeta e seu assistente Formiga, onde ele apresenta a vila do Chaves e seus personagens.

Chespirito, Zambeta e Formiga, então, observam um dia na vila e a interação entre Chaves, Quico, Chiquinha, Seu Madruga e outros personagens daquele universo.

Personagem Ator/Atriz Interpretado na série original por
1ª temporada 2ª temporada
Chaves Mateus Ribeiro Roberto Gómez Bolaños
Chiquinha Carol Costa Larissa Landim Maria Antonieta de las Nieves
Quico Diego Velloso Gustavo Wabner Carlos Villagrán
Seu Madruga André Pottes Ramón Valdés
Dona Clotilde Andrezza Massei Erika Altimeyer Angelines Fernández
Dona Florinda Maria Clara Manesco Florinda Meza
Pópis
Professor Girafales Patrick Amstalden Daniel Guisard Rubén Aguirre
Senhor Barriga Ettore Verissimo Guilherme Gila Edgar Vivar
Nhonho
Roberto Bolaños Fabiano Augusto Pinto
Benjamim Milton Filho Dennis Pinheiro
Godinez Lucas Drummond Davi Tápias Horácio Gómez
Palhaço Tatuzinho
Palhaça Patinete Larissa Landim Laura Sciulli
Palhaça Paçoquinha Nay Fernandes Bel Barros
Palhaço Dr. Zambeta Dante Paccola
Palhaço Tufo Davi Novaes Gabriel Ebling
Palhaço Formiga Marcelo Vasquez Marco Azevedo
Palhaço Wladimir Thiago Carreira

Ficha técnica

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  • Produção geral: Adriana del Claro
  • Direção geral: Zé Henrique de Paula
  • Texto, direção musical e canções originais: Fernanda Maia
  • Preparação de elenco: Inês Aranha
  • Assistência de direção musical, regência e preparação vocal: Rafa Miranda
  • Coreografia: Gabriel Malo, com assistência de Bia Freitas
  • Figurino e visagismo: Fábio Namatame, com assistência de Dhiego Durso
  • Design de luz: Fran Barros
  • Cenografia: Eron Reigota e Bruno Anselmo, com assistência de João Paulo Oliveira
  • Cenografia do foyer: Cesar Costa
  • Músicos: Cesar Roversi (flauta, clarinete e saxofone), Ivan de Andrade (clarinete e saxofone), Leo Versolato (baixo), Lucas Brogiolo (Bateria e percussão), Renato Oliveira (violão e guitarra) e Rafa Miranda (piano e regência)

Até 2019, a única experiência de Chaves no teatro foi o Show do Chaves Animado, espetáculo mexicano que fez apresentações em São Paulo em 2011 e 2012[3]. Nessa peça, os atores apareciam como os personagens animados e com dublagem, contando uma história baseada na série animada.

A produtora Adriana del Claro começou a conceber a ideia de um musical do Chaves logo após o espetáculo baseado na novela Carrossel. "Há alguns anos estrou atrás do 'Chaves'. Fiz 'Carrossel' com o SBT e me abriu portas, e 'Natasha, Pierre e o Grande Cometa de 1812' selou. Viram que era uma produção muito bacana", disse[4].

"A ideia é trazer coisas de Bolaños e do universo 'Chaves' que nunca ninguém viu. Vamos fazer um tributo. Quero homenagear 'Chaves' como o Chaplin latino", explicou a produtora ao portal UOL.[5]

Desenvolvimento

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Para conceber a história, Adriana repetiu a parceria de "Grande Cometa" com o diretor Zé Henrique de Paula e a roteirista Fernanda Maia. Ao todo, a equipe do musical reuniu 50 profissionais diretos e 120 indiretos na produção, envolvendo figurino, maquiagem, criativo, produção técnica, som e luz.

Além de prestar uma homenagem a Roberto Gómez Bolaños, o musical também apresenta um episódio inédito do Chaves, escrito pela roteirista. "Estudei muito as relações [entre os personagens], assisti, anotei, fiz mapas para pensar no episódio. Ele [Bolaños] trabalha muito com comédia de engano e não pode ter furo no roteiro. Musical é extremamente técnico, mas nesse caso vai ter que parecer muito espontâneo", disse.[6]

O texto passou pelo crivo do Grupo Chespirito, detentor dos direitos da série, produzida entre 1973 e 1980 pela Televisa, no México. O diretor mexicano Heriberto Lopez de Anda, assistente de Roberto Gómez Bolaños no Programa Chespirito, assistiu a um ensaio do musical e disse que a história parecia ter sido criada por Bolaños[7].

O musical teve ainda a consultoria do Fórum Chaves[8], principal comunidade de fãs da série no país, que contribuiu com informações históricas, pesquisas e sugestões para o roteiro, figurino e cenários. "Focamos no fã e na fidelidade a essa arte, porque é uma riqueza todo esse trabalho que o Bolaños fez como criador", ressaltou Adriana[6].

Participação da Chiquinha

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Um dos diferenciais da obra foi a participação inédita da Chiquinha em um produto oficial do Grupo Chespirito. Desde os anos 2000, a personagem é de propriedade da atriz Maria Antonieta de las Nieves, após uma longa disputa judicial com Roberto Gómez Bolaños, o que deixou a Chiquinha de fora do Chaves Animado e de produtos licenciados.

Em acordo com o Grupo Chespirito e com Maria Antonieta, a produção do musical teve o aval para incluir a personagem na peça. "Criamos uma defesa muito bem feita com a nossa parte criativa para mostrar que uma personagem tão icônica como a Chiquinha tinha que ter. Como a gente iria explicar para os fãs, para a imprensa, cadê a Chiquinha? Defendemos com muito carinho e muito respeito a todas as diferenças que sabemos que eles têm. Entenderam e toparam. Conversamos com ela, explicamos todos os detalhes e fechamos contrato", explica Adriana del Claro.[6]

Homenagem a Benjamin de Oliveira

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Para trazer uma brasilidade ao musical, a roteirista Fernanda Maia prestou uma homenagem ao palhaço Benjamin de Oliveira, o primeiro palhaço negro do Brasil[9]. Compositor, ator e cantor, o mineiro também idealizou o primeiro circo-teatro.

"Vivemos em um Brasil em que 54% da população é negra. Fernanda Maia, incrivelmente e inteligentemente, quis fazer essa homenagem, até para ter essa representatividade e essa brasilidade. Ela fala: 'Você é um pouco de Brasil dentro desse espetáculo'", disse o ator Milton Filho, intérprete de Benjamin[6].

O espetáculo traz algumas músicas bem conhecidas dos fãs, como "Aí vem o Chaves", da abertura exibida até hoje pelo SBT, e "Jovem Ainda", do episódio Uma aula de canto, de 1977. Há ainda seis músicas originais e uma versão musicada do poema "Florinda Meza García", escrito por Roberto Gómez Bolaños em homenagem a Florinda Meza.

Além do musical, o espetáculo contou com uma exposição sobre Roberto Gómez Bolaños[10] no foyer do Teatro Opus. O espaço apresentou fotos inéditas do acervo do Grupo Chespirito e uma reprodução do escritório do comediante, com mesa, cadeira, máquina de escrever e cópias de roteiros originais da série.

Durante a primeira temporada, o musical teve 55 sessões e um público superior a 35 mil espectadores[11]. Uma sessão especial para convidados, no dia 28 de agosto, teve a presença de Roberto Gómez Fernández, diretor do Grupo Chespirito e filho de Roberto Gómez Bolaños.

Após a apresentação, o produtor disse, emocionado, que aquele foi "um dos dias mais felizes da minha vida[12]". Antes da estreia, em entrevista ao UOL, Fernández comentou que "sem dúvida, esta será a maior homenagem que já foi feita no Brasil. Meu pai estaria feliz. Nunca pôde se apresentar ao vivo no Brasil, e o musical será uma pequena prova do que poderia ter acontecido. Os fãs brasileiros são os mais efusivos de toda a América Latina[6]".

O espetáculo teve recepção positiva dos críticos. Paulo Pacheco, no blog de Miguel Arcanjo Prado, deu quatro estrelas ao musical, disse que "assistir a Chaves - Um Tributo Musical vale pelo riso e pelas lágrimas. O espetáculo une as máscaras da tragédia e da comédia, clássicas do teatro grego e imortalizada no cinema por comediantes como Charlie Chaplin, um dos ídolos de Bolaños[13]".

Tatiana Cavalcanti, escrevendo para o F5, comentou que o musical "emociona os fãs mais sensíveis e até mesmo quem não acha tanta graça assim em bordões como 'isso, isso, isso' e 'foi sem querer querendo'"[14]. Na Veja SP, Dirceu Alves avalia que "mesmo que [Mateus] Ribeiro e [Fabiano] Augusto sejam destaques naturais, o elenco homogêneo fortalece o bem-sucedido resultado, que, é óbvio, arranca risadas, mas, principalmente, se destaca pelo caráter comovente[15]".

Turnê Cancelada

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Em 2020, era esperado que o musical viajasse pelo Brasil. A turnê iria começar em março de 2020, pelo Nordeste do país, com apresentações em Fortaleza (nos dias 14 e 15 de março) e em Recife (nos dias 28 e 29 de março).[16] Mas, no mesmo mês, a pandemia de COVID-19 começou, fazendo com que essas apresentações fossem adiadas e posteriormente canceladas. Assim, por causa da pandemia, a turnê do musical não foi realizada.[17][18]

Chaves - Um Tributo Musical recebeu mais de 50 indicações a prêmios. Conquistou três categorias no Prêmio Destaque Imprensa Digital: roteiro original (Fernanda Maia), ator coadjuvante (Diego Velloso) e atriz coadjuvante (Carol Costa)[19].

No prêmio BroadwayWorld Brazil Awards 2019, foram 15 conquistas[20], incluindo melhor musical brasileiro, ator (Mateus Ribeiro), atriz (Carol Costa), elenco, direção (Zé Henrique de Paula) e coreografia (Gabriel Malo). A montagem recebeu ainda o prêmio de melhor espetáculo e de melhor direção no Prêmio do Humor 2020[21], idealizado por Fábio Porchat.

Em 2021, o musical conquistou cinco troféus no Prêmio Bibi Ferreira: melhor musical brasileiro, ator em musicais (Mateus Ribeiro), roteiro original (Fernanda Maia), atriz coadjuvante (Carol Costa) e ator coadjuvante (Diego Velloso) em musicais.

Referências

  1. ABCdoABC, Portal do. «'Chaves - Um Tributo Musical' reestreia no Teatro Opus». www.abcdoabc.com.br. Consultado em 16 de setembro de 2021 
  2. «Prêmio Bibi Ferreira: Claudia Raia se emociona com homenagem a Tarcísio Meira». Revista Quem. 20 de outubro de 2021. Consultado em 21 de outubro de 2021 
  3. «Show do Chaves estreia em São Paulo - Jovem - R7». entretenimento.r7.com. Consultado em 7 de junho de 2020 
  4. Cavalheiro, Rodrigo (29 de novembro de 2018). «"Chaves" virará musical nas mãos de Zé Henrique de Paula e Fernanda Maia». Mundo dos Musicais. Consultado em 7 de junho de 2020 
  5. «"Chaves" vai virar musical no Brasil: "É o Chaplin latino", diz produtora». entretenimento.uol.com.br. Consultado em 7 de junho de 2020 
  6. a b c d e «Aí vem o Chaves... no teatro: Há 35 anos no Brasil, série mexicana ganha sua maior homenagem em formato inédito: um musical na vila». tvefamosos.uol.com.br. Consultado em 7 de junho de 2020 
  7. «Musical de Chaves terá episódio inédito escrito por brasileira». tvefamosos.uol.com.br. Consultado em 7 de junho de 2020 
  8. «Musical em tributo a criador de Chaves também homenageia dublagem do SBT». tvefamosos.uol.com.br. Consultado em 7 de junho de 2020 
  9. Previdelli, Fabio. «Aventuras na História · Benjamin de Oliveira: o primeiro palhaço negro do Brasil que será representado na Sapucaí hoje à noite». Aventuras na História. Consultado em 7 de junho de 2020 
  10. «5 motivos para ver (e amar) 'Chaves - Um Tributo Musical'». HuffPost Brasil. 25 de outubro de 2019. Consultado em 7 de junho de 2020 
  11. «Ator deixa musical de Chaves para estrear em novela: "Sonho da minha mãe"». tvefamosos.uol.com.br. Consultado em 7 de junho de 2020 
  12. «Filho de Chaves chora em musical sobre seu pai: "Um dos dias mais felizes"». www.bol.uol.com.br. Consultado em 7 de junho de 2020 
  13. Prado, Miguel Arcanjo (1 de outubro de 2019). «Crítica: Melancólico, musical de Chaves acaba com clichê de série boba». Blog do Arcanjo. Consultado em 7 de junho de 2020 
  14. «Musical 'Chaves' resgata a vila e os personagens da série em uma espécie de episódio ao vivo». F5. 22 de setembro de 2019. Consultado em 7 de junho de 2020 
  15. «Chaves – Um Tributo Musical». VEJA SÃO PAULO (em inglês). Consultado em 7 de junho de 2020 
  16. «Chaves – Um Tributo Musical sai em turnê pelo Brasil». Site dos Geeks. Consultado em 12 de setembro de 2023 
  17. «Chaves - Um Tributo Musical é adiado devido ao Coronavírus». Herdeiro Nerd. Consultado em 12 de setembro de 2023 
  18. «Premiado musical de Chaves retorna com elenco reformulado e protagonistas mantidos; veja lista». Observatório da TV. Consultado em 12 de setembro de 2023 
  19. Netto, Mario (13 de dezembro de 2019). «Conheça os destaques da 3º edição do prêmio DID». Balde de Pipoca. Consultado em 16 de setembro de 2021 
  20. Desk, BWW News. «Winners Announced For 2019 BroadwayWorld Brazil Awards». BroadwayWorld.com (em inglês). Consultado em 7 de junho de 2020 
  21. Arcanjo, Blog do (1 de julho de 2020). «Prêmio do Humor: saiba quem venceu». Blog do Arcanjo. Consultado em 16 de setembro de 2021