Cerco de Badajoz (1658)
Cerco de Badajoz (1658) | |||
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Guerra da Restauração | |||
Mapa do Cerco a Badajoz de João Nunes Tinoco | |||
Data | Julho a Outubro de 1658 | ||
Local | Badajoz, Espanha | ||
Desfecho |
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Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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O quarto cerco de Badajoz ocorreu entre julho e outubro de 1658 durante a Guerra da Restauração Portuguesa. Foi uma tentativa das forças portuguesas, comandadas pelo governador do Alentejo, Joanne Mendes de Vasconcelos, de capturarem a cidade espanhola de Badajoz, onde estava instalado o quartel-general do Exército Expanhol da Extremadura. As fortificações da cidade eram de construção medieval e consideradas, pelos portugueses, como vulneráveis; durante o período da Guerra da Restauração, já tinham sido atacadas por três vezes.[4]
Em 1658, Mendes de Vasconcelos juntou um exército em Elvas e avançou para Badajoz. A cidade estava fracamente defendida e as tropas espanholas, lideradas por Francisco de Tuttavilla, duque de San Germán, estavam principalmente preocupadas com a sua sobrevivência até que que uma força expedicionária espanhola os viesse substituir. As tropas portuguesas lançaram um ataque directo à cidade esperando capturar, logo desde o início, um ponto-chave – o Forte de San Cristóbal – mas, após 22 dias de ataques mal-sucedidos, os portugueses abandonaram o seu plano de construir uma circunvalação em redor de Badajoz por forma a isolar a cidade. Os planos voltaram a ser reequacionados depois da tomada de uma grande instalação defensiva espanhola, fora da cidade, o Forte de San Miguel, mas foram incapazes de usar esta conquista como meio de chegar até Badajoz.
O cerco manteve-se durante quatro meses, período em que cerca de um terço das tropas portuguesas morreu (principalmente de peste) ou desertou.[3] A chegada de um exército de reforço, comandado pelo favorito do rei Filipe IV de Espanha, D. Luis de Haro, em Outubro, levantou o cerco. A Mendes de Vasconcelos, o comandante português, foi-lhe retirado o seu posto e preso pelo seu fracasso.
Aproveitando a vantagem deste fracasso, D. Luis de Haro, invadiu Portugal e cercou o Castelo de Elvas, o principal sistema defensivo de Portugal - onde o exército português que tinha cercado Badajoz se tinha refugiado e estava a ser vítima de uma nova onda de peste. Um pequeno exército de reforço português foi organizado e infligiu uma pesada derrota ao exécito espanhol na Batalha das Linhas de Elvas (14 de Janeiro de 1659).[5] Deste modo, a independência portuguesa pode ser garantida enquanto os espanhóis conseguiam ganhar vantagem militar numa frente secundária: Minho e Galiza.
Referências
- ↑ Ericeira, p. 97
- ↑ a b Madoz, p. 259
- ↑ a b O conde da Ericeira - cronista contemporâneo e militar de topo que participou no cerco - escreveu que o exército português no cerco a Badajoz era constituído por 17 000 homens (História de Portugal Restaurado, 1657-1662, p. 97-98 na edição de 1751, ou p. 90 na edição de 1698) e acrescenta que, depois do cerco, o exército que regressou tinha 9000 homens de infantaria mais 1800 cavaleiros (p. 135 na edição de 1751, ou p. 133 na edição de 1946). A diferença é de 6200 desaparecidos (mortos por peste, mortos em combate e desertores). A maioria dos mortos não pereceu em combate mas por doenças (peste): “…o exército derrotado pela força das doenças…”, em Ericeira, História de Portugal Restaurado, (1657-1662), p. 133 na edição de 1751 ou p. 124 na edição de 1698. Habitualmente, os homens doentes não são considerados como "baixas" pois é impossível determinar quantos sobreviveram e quantos morreram.
- ↑ White, p. 68
- ↑ Face à chegada iminente de um exército liderado por D. Luis de Haro, as tropas portuguesas optaram por retirar para Elvas e aguardar pelos espanhóis. O confronto teve lugar em Janeiro de 1659 e representeou uma pesada derrota para D. Luis…este contratempo militar que, juntamente à situação desatrosa dos Países Baixos, forçou Madrid a propôr a paz com a França. em Valladares, Rafael- La Rebelión de Portugal 1640-1680, Junta de Castilla Y León, Consejería de Educación y Cultura, 1998, p. 163
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Aldama, Dionisio S.; García González, Manuel (1863). Historia general de España desde los tiempos primitivos hasta fines del año 1860: inclusa la gloriosa guerra de Africa (em espanhol). 10. [S.l.]: M. Tello
- Ericeira (conde da), Luis de Menezes (1751). Historia de Portugal restaurado ...: 1657-1662. Lisbon, Portugal: Domingos Rodrigues
- Gebhardt, Victor; Librería Española (Madrid), Plus Ultra (Barcelona) (1864). Historia general de España y de sus Indias: desde los tiempos más remotos hasta nuestros días (em espanhol). 5. [S.l.]: Libreria española
- González López, Emilio (1973). El águila caída: Galicia en los reinados de Felipe IV y Carlos II (em espanhol). [S.l.]: Editorial Galaxia. ISBN 84-7154-166-1
- Halliday, Andres (1812). The present state of Portugal, and of the Portuguese army: with an epitome of the ancient history of that kingdom. Edinburgh: G. R. Clarke
- Madoz, Pascual (1845). Diccionario geográfico-estadístico-histórico de España y sus posesiones de ultramar (em espanhol). 2. Madrid, Spain: Est. tip. de P. Madoz y L. Sagasti
- Ribeiro de Macedo, Duarte (1767). Obras. Lisbon, Portugal: A. Rodrigues Galhardo
- Sánchez Marcos, Fernando (1983). Cataluña y el Gobierno central tras la Guerra de los Segadores, 1652-1679: el papel de don Juan de Austria en las relaciones entre Cataluña y el Gobierno central, 1652-1679 (em espanhol). [S.l.]: Edicions Universitat Barcelona. ISBN 84-7528-069-2
- Villalon, Cruz, María (1988). Las murallas de Badajoz en el Siglo XVII, in Norba - arte, Nº 8 (em espanhol). [S.l.: s.n.] ISSN 0213-2214
- Valladares, Rafael (1998). La Rebelión de Portugal (1640-1680) (em espanhol). Spain: Junta de Castilla y León, Consejería de Educación y Cultura
- White, Lorraine (2003). Strategic geography and the Hispanic Monarchy's failure to reconquer Portugal, 1640-1668, in Studia historica. Historia moderna, Nº 25 (em espanhol). [S.l.: s.n.] ISSN: 0213-2079
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Cerco de Badajoz. In Infopédia [Em linha». www.infopedia.pt. Porto: Porto Editora, 2003-2013. [Consult. 2013-03-22].]