Babau Tupinambá
Babau Tupinambá | |
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Cacique Babau Tupinambá em 2014 | |
Nome completo | Rosivaldo Ferreira da Silva |
Ocupação | Líder dos Tupinambás de Olivença |
Babau Tupinambá, também conhecido como Rosivaldo Ferreira da Silva, é um líder indígena brasileiro. Ele representa e atua na defesa dos Tupinambás de Olivença em um violento conflito fundiário que atinge na atualidade o sul do estado brasileiro da Bahia, na região entre os municípios de Buerarema, Ilhéus e Una.[1][2]
Por causa do conflito, Babau foi preso diversas vezes.[3] Em 2010, ele ficou preso por 5 meses, acusado de supostos crimes cometidos em 2008.[4][5][6]
Os movimentos de direitos humanos pelos índios brasileiros protestaram contra sua prisão, argumentando que o processo se trata de uma intimidação por parte dos fazendeiros locais contra as justas reivindicações de terras por parte da Aldeia da Serra do Padeiro, da qual Babau é líder.[7]
Em janeiro de 2019, o cacique foi informado sobre um plano de assassinato contra ele e mais quatro de seus parentes. Por isso, relatores de direitos humanos da ONU cobraram do governo brasileiro medidas efetivas de proteção ao líder indígena.[8]
Honrarias
[editar | editar código-fonte]Babau recebeu da Assembleia Legislativa da Bahia, por unanimidade, a Comenda 2 de Julho em novembro de 2018, em reconhecimento pela sua luta na defesa dos direitos dos povos indígenas.[9]
Em julho de 2019 o Conselho Universitário da Universidade do Estado da Bahia também reconheceu a luta de Babau concedendo-lhe o título de Doutor Honoris Causa.[10]
Referências
- ↑ Sanches, Mariana (2009). «O Lampião tupinambá». Revista Época. Cópia arquivada em 8 de junho de 2019
- ↑ Faggiano, Daniel Lopes (2017). «Autodeterminação indígena o sentido do movimento histórico e a riqueza das múltiplas possibilidades futuras». In: Novais, Henrique Tahan; Dal Ri, Neusa Maria. Movimentos sociais e crises contemporâneas. Volume II (PDF). Uberlândia: Navegando Publicações. pp. 341–352. ISBN 978-85-92592-75-2.
Nós Tupinambá nunca conseguimos lidar com o Estado brasileiro. Como você viu, a primeira lei do país foi criada para matar Tupinambá. Os portugueses disseram: “olha, Tupinambá é inimigo da coroa.Mate”. Depois, mandaram: “todos os colonos que estiverem no país têm que, por lei, matar os Tupinambá”. E nós sobreviveu. Então, os colonos em muitos anos nunca tiveram capacidade de guerrear com os Tupinambá, então eles mandaram o exército, a polícia, e continua até hoje, você vê que a gente está lutando, mas fazendeiro nenhum nunca foi na terra Tupinambá, é a polícia que eles mandam. Então, o governo sempre foi o entrave para os Tupinambá.
- ↑ Pita, Cristina Santos (2014). «Produtores baianos comemoram a prisão de cacique tupinambá». Portal A TARDE. Cópia arquivada em 8 de junho de 2019
- ↑ «Cacique Babau é solto em Salvador após cinco meses de prisão». A Tarde. 2010. Cópia arquivada em 8 de junho de 2019
- ↑ Tito, Luiz (2010). «Cacique Babau é transferido para sede da PF em Salvador». A Tarde. Consultado em 4 de novembro de 2016. Arquivado do original em 13 de março de 2010
- ↑ «Justiça revoga prisão de índios Tupinambás da Serra do Padeiro». Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo do Estado da Bahia. 2010. Consultado em 4 de novembro de 2016
- ↑ «Liberdade para o cacique Babau». Centro de Mídia Independente. 2010. Arquivado do original em 18 de setembro de 2017
- ↑ Chade, Jamil (2019). «Em carta sigilosa, relatores da ONU cobram de Bolsonaro proteção a cacique». jamilchade.blogosfera.uol.com.br. Cópia arquivada em 8 de junho de 2019.
Os relatores acusam autoridades locais e fazendeiros de perpetuar um processo de criminalização do povo tupinambá. O próprio cacique foi preso em 2016 e 2017 e torturado.
- ↑ «POLÊMICA NA ASSEMBLEIA com entrega de comenda ao Cacique Babau». Bahia Já. 29 de novembro de 2018. Cópia arquivada em 23 de julho de 2019
- ↑ «Sessão especial do Consu aprova concessão de título de doutor honoris causa ao cacique Babau, líder da luta indígena». Universidade do Estado da Bahia. 18 de julho de 2019. Cópia arquivada em 23 de julho de 2019
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Batista, Daiane Nogueira; Silva, Lucas Wilame Almeida da; Simas, Hellen Cristina Picanço (2015). «O outro lado do índio: representações sociais na mídia». Revista Eletrônica Mutações. 6 (11): 141–151. ISSN 2178-7018
- Costa, Suzane Lima (2016). «Brazil's Indigenous Peoples and Their Autobiographical Narratives». Journal of Literature and Art Studies. 6 (9). ISSN 2159-5836. doi:10.17265/2159-5836/2016.09.002
- Freire, Ricardo Sallum (2016). Articulações políticas indígenas no sul da Bahia (Mestrado em Geografia). Salvador: UFBA
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional - Audiência Pública Tema: Avaliar os balanços dos Programas de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH) implementados no Brasil, Colômbia e México.». Câmara dos Deputados do Brasil. 29 de setembro de 2015. Cópia arquivada em 8 de junho de 2019 – via Arquivo sonoro
- Na Bahia fazendeiros tentam de novo tomar terras tupinambás. "Vamos à guerra", adverte Cacique Babau no YouTube, Bob Fernandes 2020