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Arquidiocese de Teerã-Isfahan

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Arquidiocese de Teerã-Isfahan
Archidiœcesis Teheranensis-Hispahanensis Latinorum
Arquidiocese de Teerã-Isfahan
Localização
País Irã
Arquidiocese metropolitana Imediatamente sujeita à Santa Sé
Estatísticas
População 62 000 católicos
Área 1 648 195 km²
Paróquias 5
Informação
Rito romano
Criação da diocese 12 de outubro de 1629
Elevação a arquidiocese 11 de setembro de 1910
Catedral Catedral da Consolata de Teerã
Governo da arquidiocese
Arcebispo Dominique Joseph Mathieu, O.F.M.Conv.
Arcebispo emérito Ignazio Bedini, S.D.B.
Jurisdição Arquidiocese
dados em catholic-hierarchy.org

A Arquidiocese de Teerã-Isfahan (Archidiœcesis Teheranensis-Hispahanensis Latinorum) é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica situada em Teerã, no Irã. Seu atual arcebispo é Dominique Joseph Mathieu, O.F.M.Conv. Sua é a Catedral da Consolata de Teerã.

Possui 5 paróquias que assistem a cerca de 62 mil católicos em todo o Irã.[1]

A primeira missão latina na Pérsia foi obra de missionários dominicanos e franciscanos, que, enviados pelo Papa Inocêncio IV em 1246 em missão à Mongólia, pararam no norte da Pérsia: em 1318 foi erigida a sé metropolitana de Soltânia, com seis dioceses sufragâneas. O primeiro arcebispo foi o dominicano Francisco de Perugia. A invasão de Tamerlão em 1380 pôs fim a esta primeira tentativa dos missionários latinos. Uma nova missão foi estabelecida quando o rei Dom Filipe II de Portugal enviou uma delegação ao xá persa Abas I, que se mostrou tolerante com a religião cristã. Em 1602, seguindo o legado espanhol, os primeiros missionários chegaram à Pérsia. Em 1608, o Papa Clemente VIII enviou à região os Carmelitas Descalços que abriram uma igreja em Isfahan. Em 1628 chegaram os Capuchinhos e os Teatinos chegaram à Geórgia (então submetida ao reino Safávida).[2]

Após estes inícios auspiciosos, a Santa Sé estabeleceu a diocese de Isfahan, erigida em 12 de outubro de 1629.[3] Isfahan era a capital do Império Safávida. Os acordos comerciais entre o rei Luís XIV da França e as autoridades safávidas (1708 e 1715), que implicavam a liberdade de exercício da religião na Pérsia, melhoraram muito as condições dos católicos no país: isto levou a um aumento do seu número, principalmente devido ao chegada de mercadores europeus e construção de igrejas e escolas. A maioria dos convertidos ao cristianismo eram armênios, que foram deportados para a Pérsia durante o período safávida. Na segunda metade do século XVII chegaram ao país os Jesuítas (1652) e os Dominicanos (1695).[2]

O fim da dinastia Safávida em meados do século XVIII levou a um colapso gradual do Cristianismo na Pérsia. O trabalho dos missionários e bispos tornou-se cada vez mais difícil, pois foram privados da catedral e da residência em Isfahan e, portanto, forçados a residir no convento carmelita de Nor Jowla. O último administrador apostólico, João de Aruthiun, um armênio de rito latino, fugiu para Bagdá com os fiéis sobreviventes em 1789. Os despachos da época comunicaram a Roma que "a missão da Pérsia para a opressão daquele governo tirânico está reduzida ao número de apenas sete católicos, enquanto os outros fugiram ou morreram...".[4] Todas as missões católicas dos Jesuítas, Dominicanos e Carmelitas foram destruídas.

No início do século XIX a diocese foi confiada, como administradores apostólicos, aos bispos da Diocese de Bagdá: nesta época os católicos latinos no país estavam reduzidos a um pequeno número, cerca de 200 fiéis com apenas um sacerdote.[5] Quando a delegação apostólica da Pérsia foi erigida (1874), a diocese de Isfahan foi separada da de Bagdá, e por um curto período os delegados apostólicos, que residiam em Urmia, também assumiram o título de administradores apostólicos da diocese. Em 1 de julho de 1910 foi elevada à categoria de arquidiocese e confiada ao lazarista Jacques-Émile Sontag, que transferiu a sede para Urmia.[6] Em 27 de julho de 1918, Sontag foi baleado pelas tropas otomanas, que no início da grande guerra invadiram a Pérsia e mataram milhares de cristãos. Antes da chegada dos turcos, a arquidiocese tinha 74 padres, 62 igrejas, 62 escolas e 2 seminários.[7]

Após a morte de Sontag, a sé deixou de ter bispos residentes e foi confiada primeiro aos missionários locais e depois, a partir de 1934, aos delegados apostólicos da Pérsia (internúncios após a Segunda Guerra Mundial). Em 1974, um novo arcebispo, Kevin William Barden, foi nomeado e transferiu a sé de Urmia para Teerã. Posteriormente, devido à Revolução Islâmica, a cadeira de arcebispo permaneceu vaga durante alguns anos, e somente em 1989 um novo arcebispo pode ser nomeado.

Em 8 de janeiro de 2021, o Papa Francisco altera o nome da Arquidiocese para o atual nome, ao mesmo tempo em que nomeia como arcebispo a Dominique Joseph Mathieu, O.F.M.Conv..[8]

  • João Tadeu de Santo Eliseu, O.C.D. † (1632 - 1633)[9]
  • Timoteo Pérez Vargas, O.C.D. † (1633 - 1639)[10]
  • Elias Mutton (Elias de Santo Alberto), O.C.D. † (1693 - 1708)[11]
    • Sede vacante (1708-1716)
  • Giovanni Battista Fedele (Barnaba da Milano), O.P. † (1716 - 1731)[12]
  • Camillo Apollonio Malachisi (Filippo Maria di Sant'Agostino), O.C.D. † (1732 - 1749)
  • Marco Antonio Piacentini (Sebastiano di Santa Margherita), O.C.D. † (1751 - 1755)
    • Sede vacante (1755-1758)
  • Giuseppe Reina (Cornelio di San Giuseppe), O.C.D. † (1758 - 1797)
    • Giovanni Battista de Bernardis † (1772 - circa 1775) (Administrador apostólico)
    • João de Aruthiun † (1776 - 1789) (Administrador apostólico)
    • Sé unida a Baghdad (1789-1874)
    • Augustin-Pierre Cluzel, C.M. † (1874 - 1882) (Administrador apostólico)
    • Jacques-Hector Thomas, C.M. † (1883 - 1890) (Administrador apostólico)
    • Hilarion-Joseph Montéty, C.M. † (1891 - 1896) (Administrador apostólico)
    • François Lesné, C.M. † (1896 - 1910) (Administrador apostólico)
  • Jacques-Émile Sontag, C.M. † (1910 - 1918)
    • Agostino Dolci † (1918 - ?) (Administrador apostólico)
    • Giuseppe Ludovico di Gesù, O.C.D. † (1922 - 1934 ?) (Administrador apostólico)
    • Sé administrada por delegados apostólicos e por internúncios apostólicos (1934-1974)
  • Kevin William Barden, O.P. † (1974 - 1982)
    • Sede vacante (1982-1989)
  • Ignazio Bedini, S.D.B. (1989 - 2015)
    • Sede vacante (2015-2021)
  • Dominique Joseph Mathieu, O.F.M.Conv. (desde 2021)

Referências

  1. Dados de 2022
  2. a b «Ispahan» (em inglês). Vailhé, S. (1910). In The Catholic Encyclopedia. New York: Robert Appleton Company 
  3. Assim no Anuário Pontifício. Lemmens (op. cit., p. 269) relata, nesta mesma data, o documento de ereção da diocese: « Sanctissimus approbavit decretum S. Congregationis de episcopo latino in Persia constituendo ».
  4. Lemmens, op. cit., p. 274.
  5. Annales de la Propagation de la Foi, Tomo III, 1828, p. 149.
  6. Segundo Lemmens (op. cit., p. 267) da sua instituição em 1629 até 1910, apenas seis bispos, incluindo Sontag, residiram em Isfahan.
  7. Dados reportados em Dictionnaire du monde religieux dans la France contemporaine, vol. II, pag. 410.
  8. «Mutazione del nome della circoscrizione di Ispahan dei Latini in Teheran-Ispahan dei Latini (Iran) e nomina dell'Arcivescovo» (em italiano). Sala de Imprensa da Santa Sé, Rinunce e nomine, 08.01.2021 
  9. Morreu durante a viagem para a Pérsia.
  10. Hierarchia Catholica Medii Aevi, vol. IV, p. 97, nota 3
  11. Segundo Hierarchia Catholica Medii Aevi (vol. V, p. 101, nota 1) em 1714 em Isfahan havia três igrejas e três mosteiros religiosos.
  12. Administrador apostólico da diocese de 15 de setembro de 1710 (ou desde 5 de novembro de 1711 segundo Lemmens), com o título de vigário apostólico.
  • Roger Aubert, v. Ispahan - Le diocèse latin (em francês), «Dictionnaire d'histoire et de géographie ecclésiastiques», vol. XXVI, Paris, 1997, coll. 296-300
  • Konrad Eubel, Hierarchia Catholica Medii Aevi (em latim), vol. 1, p. 457; vol. 4, p. 97; vol. 5, p. 101; vol. 6, p. 102; vol. 7, p. 91; vol. 8, p. 126
  • Rika Giselen (organização), Chrétiens en terre d'Iran: implantation et acculturation (em francês), Paris, 2006
  • Leonardus Lemmens, Hierarchia latina Orientis, mediante S. Congregatione de propaganda fide instituita (1622-1922) (em latim), in Orientalia Christiana, vol. IV, n° 10 (1924), pp. 265–274

Ligações externas

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