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Androdon aequatorialis

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Androdon aequatorialis
A. aequatorialis no oeste da Colômbia
Classificação científica
Reino:
Filo:
Classe:
Ordem:
Família:
Subfamília:
Gênero:
Gould, 1863
Espécies:
A. aequatorialis
Nome binomial
Androdon aequatorialis
Gould, 1863
Sinónimos[2]

Gryphus aequatorialis Mulsant & E. Verreaux

O beija-flor-de-bico-dentado[3] ou colibri-de-bico-denteado[4] (nome científico: Androdon aequatorialis) é uma espécie de ave apodiforme pertencente à família dos troquilídeos, que inclui os beija-flores. É a única representante do gênero Androdon, sendo sua espécie-tipo. Pode ser encontrada em altitudes entre 750 e 1550 metros, desde o leste do Panamá ao sudeste do Equador.[5]

Detalhe do bico de um macho, exibindo as serrilhas no bico

Os representantes desta espécie possuem entre 13,2 a 14,2 centímetros de comprimento, incluindo o bico com cerca de 4 centímetros, de comprimento longo, quando comparado com outros beija-flores. O nome comum referencia as estruturas pontudas presentes no interior da parte distal do bico, que se assemelha a dentes de serra. Possui a plumagem da cabeça verde-brilhante, com a parte superior de coloração cobreada, enquanto a região inferior do corpo é cinzenta, com partes esbranquiçadas. Nos machos, o bico tem um pequeno gancho na ponta e pontas semelhantes a dentes mais proeminentes; sua cor de plumagem é, em média, mais brilhante do que as fêmeas. Os pés são pequenos com longas garras pretas, e quase não há penas no tarso.[6] Embora as partes superiores desta espécie serem verdes e iridescentes, sua plumagem é mais opaca do que a da maioria dos beija-flores. Dentro de seu alcance, é essencialmente distinguível pela combinação do bico longo e quase reto e as partes inferiores esbranquiçadas com listras escuras. Embora quase não apresente dimorfismo sexual, como outras espécies de beija-flor, as fêmeas quase não apresentam serrilhas no bico.

Distribuição geográfica e habitat

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Este beija-flor habita restritamente as florestas primárias húmidas e florestas secundárias próximas. Pode ser encontrado em altitudes entre 750 e 1550 metros acima do nível do mar.[1] No Equador, é mais frequentemente avistado em altitudes entre 400 e 800 metros, enquanto no Panamá, ocorre principalmente em altitudes entre 600 e 1560 metros e, na Colômbia, em altitudes superiores a 1050 metros. Geograficamente, esta espécie se distribui-se no centro da região de Darién, localizada na fronteira entre Panamá e Colômbia, na província de Darién e na comarca de Emberâ-Wounaan, no Panamá; enquanto na Colômbia, distribui-se por toda a Região Pacífica da Colômbia, e no oeste das regiões Andina e Caribe. Por sua vez, no Equador, se distribui no norte da província de Esmeraldas.[5]

Esta espécie foi descrita pela primeira vez em 1863, por John Gould, também responsável pela descrição do gênero, no Equador.[7] John Gould, naturalista autor de uma parte significativa das descrições de espécies de beija-flores, mostrou-se impressionado com esta espécie, com a descrição original destacando a peculiaridade das estruturas presentes nos espécimes analisados. O nome do gênero deriva dos termos gregos antigos ἀνδρός, andros, significando "humano", "homem";[8] e ὀδούς, odoús, literalmente "dente".[9] O descritor específico desta espécie, aequatorialis, faz referência a um dos países por qual seus espécimes se distribuem, sendo a forma em latim de "equatorial".

Atualmente, sua classificação é controversa, com alguns ornitólogos argumentando que esta espécie deve ser colocada na subfamília Phaerthornithinae, enquanto outros defendem a criação de uma nova subfamília Doryferinae, junto com os bicos-de-lança.[10][11] Ainda, grande parte dos ornitólogos classificam esta espécie como pertencente à tribo Trochilini, dentro da subfamília Trochilinae.[12] Outros, ainda, classificam a espécie como parte da subfamília Polytminae.[13]

Referências

  1. a b BirdLife International (2016). «Androdon aequatorialis». The IUCN Red List of Threatened Species. 2016. doi:10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22687019A93135916.enAcessível livremente. e.T22687019A93135916. Consultado em 25 de agosto de 2022 
  2. Mulsant, Martial Étienne; Bevalet, L.; Sclater, Philip Lutley; Verreaux, Edouard. (1874). Histoire naturelle des oiseaux-mouches, ou, Colibris constituant la famille des trochilidés. 1. Lyon: Au Bureau de la Société Linnéenne. p. 12. doi:10.5962/bhl.title.60502 
  3. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 112. ISSN 1830-7809. Consultado em 25 de agosto de 2022 
  4. «Tooth-billed hummingbird (Androdon aequatorialis. Avibase. Consultado em 25 de agosto de 2022 
  5. a b Gill, Frank; Donsker, David; Rasmussen, Pamela, eds. (2020). «Hummingbirds». International Ornithologists' Union. IOC World Bird List Version 10.2. Consultado em 7 de janeiro de 2022 
  6. Gould, John (setembro de 1863). «On a new genus of Humming-Birds». Annals and Magazine of Natural History (69): 246–247. ISSN 0374-5481. doi:10.1080/00222936308681513. Consultado em 27 de agosto de 2022 
  7. Gould, John; Sharpe, Richard Bowdler; Hart, William Matthew; Walter, T.; Phipps, John H. H.; Salomons, David; Taylor, Salomons (1880). A monograph of the Trochilidae, or family of humming-birds. Smithsonian Libraries. London: Henry Sothern & Co. p. 19 
  8. Liddell, Henry George; Scott, Robert; Jones, Henry Stuart, eds. (1940). «ἀνήρ». A Greek–English Lexicon. Oxford: Claredon Press 
  9. Beekes, Robert S. P. (2010). «ὀδούς». Etymological Dictionary of Greek. Lucien van Beek. Leiden: Brill. ISBN 9789004174207. OCLC 435918287 
  10. Schuchmann, Karl-L. (31 de julho de 1995). «Taxonomy and Biology of the Tooth-billed Hummingbird (Androdon aequatorialis. Berlim. Mitteilungen aus dem Museum für Naturkunde in Berlin. Zoologisches Museum und Institut für Spezielle Zoologie (em alemão) (S19): 109–113. doi:10.1002/mmnz.4830710306. Consultado em 27 de agosto de 2022 
  11. McGuire, Jimmy A.; Witt, Christopher C.; Remsen, J. V.; Dudley, R.; Altshuler, Douglas L. (1 de janeiro de 2009). «A higher-level taxonomy for hummingbirds». Journal of Ornithology (em inglês) (1): 155–165. ISSN 2193-7206. doi:10.1007/s10336-008-0330-x. Consultado em 27 de agosto de 2022 
  12. Schuchmann, Karl-L. (janeiro de 1999). «Family Trochilidae (Hummingbirds)». Lynx Edicions. Handbook of the Birds of the World. 5: 468-680. Consultado em 27 de agosto de 2022 
  13. Remsen, J. V. Jr.; Stiles, F. Gary; Mcguire, Jimmy A. (13 de maio de 2015). «Classification of the Polytminae (Aves: Trochilidae)». Zootaxa (1). 143 páginas. ISSN 1175-5334. doi:10.11646/zootaxa.3957.1.13. Consultado em 27 de agosto de 2022 

Ligações externas

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