Agátocles do Egito
Agátocles foi um filho de uma cafetina que se tornou ministro do faraó Ptolemeu IV Filopátor e guardião, após a morte deste, do seu filho Ptolemeu V Epifânio, sendo morto por seus amigos para que a turba enfurecida não desse a ele uma morte mais cruel.
Família
[editar | editar código-fonte]Agátocles é mencionado nos textos antigos como filho de Enante.[1][Nota 1] Enante era uma cafetina,[2] e sua filha Agatocleia tornou-se amante do rei Ptolemeu IV Filopátor.[3]
Ministro de Ptolemeu IV Filopátor
[editar | editar código-fonte]Após a guerra pela Celessíria, Ptolemeu largou inteiramente o caminho da virtude, adotando uma vida dissoluta.[4] Ptolomeu se tornou corrompido pelo vinho e pelas mulheres, e, nos momentos em que estava sóbrio, exercia as funções sacerdotais, deixando o governo a cargo de Agatocleia.[2]
Regente de Ptolemeu V Epifânio
[editar | editar código-fonte]Quando Ptolemeu IV faleceu, seus ministros Agátocles e Sosíbio falsificaram um testamento, pelo qual eles seriam os guardiães de Ptolemeu V Epifânio,[5] filho de Ptolemeu IV e Arsínoe III.[6] Eles então trouxeram duas urnas, com os ossos do rei Ptolomeu IV e da rainha Arsínoe III,[7] só que na urna da rainha havia especiarias.[8] Ptolemeu ficou aos cuidados de Enante e Agatocleia.[9]
Após o funeral, o povo começou a comentar o que havia acontecido com Arsínoe III,[10] levando à revolta,[11] segundo alguns, mais por ódio de Agátocles do que por amor a Arsínoe.[12]
Segundo Políbio, Sosíbio foi quem mandou assassinarem Arsínoe,[13] mas Agátocles premiou o assassino, Filamão, com o governo da Cirenaica.[9]
Além de Filamão, Agátocles assumiu uma política de afastar do Egito todos os homens com alguma distinção:[14] Pélope, filho de Pélope, foi enviado à Ásia, ao rei Antíoco, para reforçar o tratado de paz que havia sido celebrado por Ptolemeu IV Filopátor;[15] Ptolemeu, filho de Sosíbio, foi enviado a Filipe, para preparar uma aliança caso Antíoco rompesse o tratado;[15] Ptolemeu, filho de Agesarchus, foi enviado como embaixador a Roma[16] e Escopas, o etólio, foi enviado à Grécia para contratar mercenários.[17]
Queda de Agátocles
[editar | editar código-fonte]Agátocles acabaria por se envolver em conflitos com Tlepólemo,[18] o governador da cidade de Pelúsio,[19] que mobilizou a população de Alexandria contra Agátocles.[20] Este foi morto por seus amigos para não cair nas mãos do povo[21] e Tlepómeno tornou-se o novo regente.[22]
Notas e referências
Notas
- ↑ Os nomes dos gregos são, sempre, mencionados como Fulano, filho de Beltrano, fazendo referência ao nome do pai. Agátocles, porém, é chamado de Agátocles, filho de Enante, que é a sua mãe.
Referências
- ↑ Políbio, Histórias, Livro XIV, 11.1
- ↑ a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Cleômenes, 33.2
- ↑ Políbio, Histórias, Livro XIV, 11.5. No texto, Ptolemeu é descrito como escravo da cortesã Agatocleia
- ↑ Políbio, Histórias, Livro XIV, 12.3
- ↑ Políbio, Histórias, Livro XV, 25.4
- ↑ Pedra de Roseta, 3
- ↑ Políbio, Histórias, Livro XV, 25.6
- ↑ Políbio, Histórias, Livro XV, 25.7
- ↑ a b Políbio, Histórias, Livro XV, 25.12
- ↑ Políbio, Histórias, Livro XV, 25.8
- ↑ Políbio, Histórias, Livro XV, 25.9
- ↑ Políbio, Histórias, Livro XV, 25.10
- ↑ Políbio, Histórias, Livro XV, 25.2
- ↑ Políbio, Histórias, Livro XV, 25.15
- ↑ a b Políbio, Histórias, Livro XV, 25.13
- ↑ Políbio, Histórias, Livro XV, 25.14
- ↑ Políbio, Histórias, Livro XV, 25.16
- ↑ Políbio, Histórias, Livro XV, 25.34
- ↑ Políbio, Histórias, Livro XV, 25.26
- ↑ Políbio, Histórias, Livro XV, 25.36
- ↑ Políbio, Histórias, Livro XV, 33.6
- ↑ Políbio, Histórias, Livro XVI, 21.1