Aula 5 Unidade II Prática da Usucapião
Aula 5 Unidade II Prática da Usucapião
Aula 5 Unidade II Prática da Usucapião
Conceito:
A usucapião é um modo de aquisição de propriedade e de outros
direitos reais pela posse prolongada da coisa com a observância dos
requisitos legais. Visa garantir a estabilidade e a segurança da
propriedade.
Requisitos:
Posse pacífica e ininterrupta com animus domini;
Prazo de quinze anos.
Redução para dez anos se o imóvel for moradia habitual ou se o
possuidor tiver realizado obras e serviços de caráter produtivo.
Requisitos:
Posse pacífica e ininterrupta com animus domini;
Justo título e boa fé;
Prazo de dez anos
Requisitos:
Posse pacífica e ininterrupta com animus domini;
Prazo de cinco anos;
Área urbana de até 250m²;
Utilização para residência própria ou familiar;
Status negativo de domínio (não ter outro imóvel urbano ou rural).
Se o imóvel possuir mais de 250m² e for ocupado por coletividade de
baixa renda sem divisão dos terrenos ocorre a usucapião coletiva (Lei nº
10.257/01).
Aquisição da propriedade imóvel pela usucapião
Requisitos:
Posse pacífica, direta, exclusiva e ininterrupta de propriedade em condomínio com
ex-cônjuge ou companheiro que abandonou o lar;
Prazo de dois anos;
Área urbana de até 250m²;
Utilização para residência própria ou familiar;
Status negativo de domínio (não ter outro imóvel urbano ou rural).
Aquisição da propriedade imóvel pela usucapião
No CPC/15:
Não há rito especial – segue o procedimento comum
Procedimento da Ação de Usucapião
Competência
Justiça Comum Estadual como regra
Justiça Federal:
- Bens confinante com bem da União;
- Bens pertencente a indígenas;
- Bens confiscados de particulares no tempo do regime militar;
- Bens em ilha marítima;
- Bens pertencentes a empresa pública ou autarquia federal
Foro:
Art. 47, CPC
Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa.
USUCAPIÃO ADMINISTRATIVO
(Lei 6.015/73– Redação da Lei 13.465/17)
Art. 216-A. Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento extrajudicial de
usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do registro de imóveis da comarca em
que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por advogado,
instruído com:
I - ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do requerente e de seus
antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias, aplicando-se o disposto no art. 384 da Lei no
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil);(Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017)
II - planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de anotação
de responsabilidade técnica no respectivo conselho de fiscalização profissional, e pelos titulares de
direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo ou na matrícula dos imóveis
confinantes; Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017)
III - certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do imóvel e do domicílio do
requerente;
IV - justo título ou quaisquer outros documentos que demonstrem a origem, a continuidade, a natureza
e o tempo da posse, tais como o pagamento dos impostos e das taxas que incidirem sobre o imóvel.
§ 1º O pedido será autuado pelo registrador, prorrogando-se o prazo da prenotação até o
acolhimento ou a rejeição do pedido.
§ 7º Em qualquer caso, é lícito ao interessado suscitar o procedimento de dúvida, nos termos desta Lei.
§ 8º Ao final das diligências, se a documentação não estiver em ordem, o oficial de registro de imóveis
rejeitará o pedido.
§ 9º A rejeição do pedido extrajudicial não impede o ajuizamento de ação de usucapião. § 10. Em caso
de impugnação do pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, apresentada por qualquer um
dos titulares de direito reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel
usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, por algum dos entes públicos ou por algum
terceiro interessado, o oficial de registro de imóveis remeterá os autos ao juízo competente da comarca
da situação do imóvel, cabendo ao requerente emendar a petição inicial para adequá-la ao
procedimento comum.
§ 11. No caso de o imóvel usucapiendo ser unidade autônoma de condomínio edilício, fica dispensado
consentimento dos titulares de direitos reais e outros direitos registrados ou averbados na matrícula
dos imóveis confinantes e bastará a notificação do síndico para se manifestar na forma do § 2o deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017).
§ 12. Se o imóvel confinante contiver um condomínio edilício, bastará a notificação do síndico
para o efeito do § 2o deste artigo, dispensada a notificação de todos os condôminos. (Incluído
pela Lei nº 13.465, de 2017).
§ 13. Para efeito do § 2o deste artigo, caso não seja encontrado o notificando ou caso ele esteja
em lugar incerto ou não sabido, tal fato será certificado pelo registrador, que deverá promover a
sua notificação por edital mediante publicação, por duas vezes, em jornal local de grande
circulação, pelo prazo de quinze dias cada um, interpretado o silêncio do notificando como
concordância. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017).
§ 14. Regulamento do órgão jurisdicional competente para a correição das serventias poderá
autorizar a publicação do edital em meio eletrônico, caso em que ficará dispensada a publicação
em jornais de grande circulação. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 15. No caso de ausência ou insuficiência dos documentos de que trata o inciso IV do caput
deste artigo, a posse e os demais dados necessários poderão ser comprovados em procedimento
de justificação administrativa perante a serventia extrajudicial, que obedecerá, no que couber,
ao disposto no § 5o do art. 381 e ao rito previsto nos arts. 382 e 383 da Lei no 13.105, de 16
março de 2015 (Código de Processo Civil).(Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
Para treinar: VIII EXAME DE ORDEM
UNIFICADO (2012.2)
Norberto da Silva, pessoa desprovida de qualquer bem material, adquiriu de terceiro, há nove anos e meio, posse de terreno medindo 240m²
em área urbana, onde construiu moradia simples para sua família. O terreno está situado na Rua Cardoso Soares nº 42, no bairro de Lírios, na
cidade de Condonópolis, no estado de Tocantins. São seus vizinhos do lado direito Carlos, do esquerdo Ezequiel e, dos fundos, Edgar. A posse é
exercida ininterruptamente, de forma mansa e pacífica, sem qualquer oposição.
No último ano o bairro passou por um acelerado processo de valorização devido à construção de suntuosos projetos imobiliários. Em razão
disso, Norberto tem sido constantemente sondado a se retirar do local, recebendo ofertas de valor insignificante, já que as construtoras alegam
que o terreno sequer pertence a ele, pois está registrado em nome de Cândido Gonçalves.
Norberto não tem qualquer interesse em aceitar tais ofertas; ao contrário, com setenta e dois anos de idade, viúvo e acostumado com a vida na
localidade, demonstra desejo de lá permanecer com seus filhos.
Por não ter qualquer documentação oficial que lhe resguarde o direito de propriedade do imóvel, Norberto procura um advogado a fim de que
seja intentada medida judicial.
Elabore a peça processual cabível in caso, indicando os seus requisitos e fundamentos nos termos da legislação vigente
Gabarito FGV (CPC/73)
A medida judicial é AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL URBANO, regido pela Lei n. 10.257/01 c/c art. 1.240 do
CC e artigos 941 a 945 do CPC, pelo rito sumário (art. 14 da Lei n. 10.257/01).
O examinando deverá dirigir a petição inicial ao juízo cível competente para conhecer e julgar a medida,
que é o da comarca de Condonópolis, à luz da competência territorial absoluta em razão do disposto no
art. 95 do CPC.
No bojo da petição inicial deverá indicar corretamente os polos passivo (Cândido Gonçalves) e ativo
(Norberto da Silva), qualificando as partes, e o nome correto da ação, observando que o procedimento a
ser adotado é o sumário (art. 14 da Lei n. 10.257/01 c/c art. 275, II, h, do CPC), e por isso deve indicar,
desde logo, o rol de testemunhas.
O endereço profissional para onde deverão ser encaminhadas as intimações também deve ser
apresentado em atenção ao que dispõe o art. 39, I, do CPC.
Por se tratar o autor de pessoa idosa e desprovida de recursos materiais, deve ser apresentada
fundamentação para a concessão da prioridade na tramitação do feito (art. 71 da Lei n. 10.74/01 –
Estatuto do Idoso – OU art. 1.211-A do CPC) e que justifique a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita
(Lei n. 1.060/50), inclusive no âmbito do cartório do registro de imóveis (§ 2o do art. 12 da Lei n.
Gabarito FGV (continuação)
Além da narrativa dos fatos com clareza, devem ser apresentados os fundamentos jurídicos
compreendendo, em razão da natureza da causa, a exposição do exercício prolongado da posse,
sem oposição, de maneira ininterrupta e para fins de moradia, além do aponte da inexistência
de outro bem de propriedade do autor, bem como a demonstração de que o imóvel é inferior
250m² nos termos da planta do imóvel anexada (art. 942 do CPC), tudo nos moldes do art. 183
da CRFB/88 OU 1.240 e seguintes do CC OU 9º da Lei n. 10.257/01.
No pedido, deverá ser requerida a concessão dos benefícios da gratuidade de justiça e da
prioridade na tramitação; a citação do réu, dos confinantes pessoalmente (Súmula 391 do STF)
e dos interessados, por edital; intimação das Fazendas Públicas (art. 943 do CPC) e do Ministério
Público (art. 944 do CPC) e a produção de provas. Ao final, a procedência do pedido para
declarar a propriedade do imóvel e a condenação em honorários e custas processuais. Por fim,
deverá indicar o valor da causa e apontar o rol de testemunhas (art. 14 da Lei n. 10.257/01 c/c
art. 276 do CPC).