Dos Crimes Contra a Vida- Direito Penal II (1) (1)
Dos Crimes Contra a Vida- Direito Penal II (1) (1)
Dos Crimes Contra a Vida- Direito Penal II (1) (1)
DOS CRIMES
CONTRA A VIDA
Professora: Yasmin Ximenes Pontes
DOS CRIMES CONTRA A VIDA:
• HOMICÍDIO - ART. 121
CAPÍTULO I • INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO,
AUTOMUTILAÇÃO OU
DOS CRIMES AUXÍLIO AO SUICÍDIO - 122
CONTRA A PESSOA • INFANTICÍDIO- 123
• ABORTO - 124 AO 128
ART. 121- HOMICÍDIO
"É a mais chocante violação do senso moral médio da humanidade civilizada”
AT O H U M A N O C O N S I S T E N T E N A S U P R E S S ÃO DA V I DA H U M A N A E XT RA U T E R I N A A L H E I A.
Tipo Objetivo: Pode ser cometido de diferentes formas pois é um crime de forma
livre. É fundamental que exista nexo de causalidade entre o comportamento
praticado e o resultado produzido.
Tipo Subjetivo: DOLO, traduz-se no intuito de suprimir a vida humana alheia, ou
ainda, em animus necandi ou animus occidenti. Admite a modalidade culposa.
• DOLO EVENTUAL: Quando o agente não quer o resultado morte, mas assume o
risco de produzi-lo. Por exemplo: O racha entre veículos automotores praticado
em vias públicas.
• Embriaguez ao volante: Pode ser dolo eventual ou culpa consciente, depende
do caso concreto.
ART. 121- HOMICÍDIO
Consumação: Trata-se de crime material, ou seja, somente se consuma com a
produção do resultado, isto é, com a morte da vítima. A cessação da atividade
encefálica.
Tentativa: Admite (crime plurissubsistente). É o caso do agente que dá início à
execução do homicídio, mas a morte não se consuma por circunstâncias
alheias à sua vontade. Nesse caso, a pena será a mesma do consumado sendo
reduzida de um a dois terços.
Homicídio Simples:
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Valor moral: É os interesses pessoais do agente e possui apoio da moralidade média das
pessoas. Por exemplo, o pai que mata o homem que estuprou sua filha.
Valor social: Está relacionado ao motivo nobre ligado a questões de interesse coletivo. Por
exemplo, alguém que mata um perigo estuprador que aterroriza uma cidade pacata.
Domínio de violenta emoção: É preciso que o agente seja completamente tomado pela
emoção, comprometendo seu juízo crítico, reduzindo seu autocontrole.
É necessário também que ela seja oriunda de um ato injusto da vítima, dirigido contra o
próprio agente ou contra terceiro (pai, filho etc.). A reação deve ser imediata.
• a) estado de violenta emoção;
• b) que a violenta emoção domine o agente;
• c) que haja uma injusta provocação da vítima;
• d) que a reação do homicida seja imediata, isto é, praticada logo em seguida à
provocação recebida.
ART. 121- HOMICÍDIO
• Eutanásia ou Homicídio piedoso : é o modo comissivo de abreviar a vida de pessoa
portadora de doença grave, em estado terminal e sem previsão de cura ou
recuperação pela ciência médica.
• Ortotanásia: : é a eutanásia por omissão, ou eutanásia terapêutica. O médico deixa
de adotar as providências necessárias para prolongar a vida de doente terminal,
portador de moléstia incurável e irreversível.
• Distanásia: é a morte vagarosa e sofrida de um ser humano, prolongada pelos
recursos oferecidos pela medicina. Não é crime, pois arrasta a existência da vida
humana, mesmo que de forma sofrida.
Meio insidioso é o que consiste no uso de uma fraude para cometer um crime sem que a
vítima o perceba. Exemplo: retirar o óleo de direção do automóvel para provocar um
acidente fatal contra seu proprietário.
Meio cruel é o que proporciona à vítima um intenso e desnecessário sofrimento físico ou
mental, quando a morte poderia ser provocada de forma menos dolorosa. Exemplo: matar
alguém lentamente com inúmeros golpes de faca.
Meio de que possa resultar perigo comum é aquele que expõe não somente a vítima, mas
também um número indeterminado de pessoas a uma situação de probabilidade de dano.
Por exemplo: diversos tiros certeiros contra uma vítima em via pública.
• Veneno é a substância de origem química ou biológica capaz de provocar a morte
quando introduzida no organismo humano.
Algumas substâncias podem ser consideradas venenos, dependendo do corpo de cada ser
humano. Ex: Injetar glicose no diabético
ART. 121- HOMICÍDIO
Homicídio Qualificado
• Fogo : é o resultado da combustão de produtos inflamáveis, da qual decorrem calor e
luz. Trata-se, em geral, de meio cruel. Exemplo: queimar a vítima até a morte.
• Explosivo é o produto com capacidade de destruir objetos em geral, mediante
detonação e estrondo.Exemplo: explodir o automóvel da vítima que trafegava em
movimentada via pública
• Asfixia é a supressão da função respiratória, com origem mecânica (estrangulamento,
esganadura, enforcamento, sufocação, afogamento,etc) ou tóxica (uso de gás
asfixiante ou inalação, confinamento).
• A tortura, que pode ser física ou mental, constitui-se nitidamente em meio cruel.
Homicídio qualificado pela tortura ( CP, Tortura com resultado morte (Lei
art. 121, § 2.º, inc. III) 9.455/1997, art. 1.º, § 3.º).
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, nos termos
dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código:Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos
§2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos
§ 3º A pena é duplicada: I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;II - se a vítima é menor ou em
diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é
realizada por meio da rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real.
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e é cometido contra
menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o
agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código
.§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra
quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode
ART. 122-Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
ou a automutilação.
Conceito:
• Suicídio: é a destruição deliberada da própria vida
• Automutilação: Qualquer tipo de comportamento voluntário envolvendo agressão
direta ao próprio corpo, sem a intenção de suicídio. Exemplo: A pessoa pratica
autolesão como cortes na própria pele.
Princípio da Alteridade
Objetividade Jurídica: na participação em suicídio- tutela a vida humana; na
participação em automutilação- tutela a incolumidade física em sentido amplo.
Objeto Material: É o ser humano que suporta a conduta criminosa.
Núcleos do Tipo:
• Induzir: Fazer nascer a ideia na mente alheia, uma questão até então inexistente.
• Instigar: Reforçar uma ideia preexistente.
• Auxiliar: Concorrer materialmente para a prática do suicídio ou da automutilação
Obs. o auxílio deve ser eficaz e acessório.
ART. 122-Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
ou a automutilação.
É possivel auxilio por omissão. Por exemplo: psiquiatra que esta consiente de
que seu paciente vai se matar e nada faz para evitar o resultado. (divergências
doutrinárias)
ROLETA RUSSA: A arma de fogo é municiada com um único projétil, e deve ser
acionado o gatilho pelos participantes cada um em sua vez, rolando o tambor que
estava vazio
Participação em Participação em
suicídio Suicídio
Tentativa de Homicídio e
Se ambos se auxiliarem
Participação em Suicídio
Se o sobrevivente somente auxilou o
outro a suicidar-se. Ex: Entregou o mutuamente e ambos Se um deles praticou atos de
veneno. sobreviveram execução da morte de ambos, mas
ambos sobreviveram aquele que
praticou responde por tentativa de
homicídio e o outro por participação
em suicídio.
Homicídio e Aborto
O agente, tendo conhecimento do estado gravídico de uma mulher, vibra-lhe golpes de faca
no ventre ou efetua disparos de arma de fogo, provocando a morte dela e, via de
consequência, do feto, comete dois crimes. - concurso formal impróprio (CP, art. 70, caput,
segunda parte), o aborto e o homicídio
Aborto e Lesão Corporal
O sujeito atua com dolo eventual, isto é, tendo conhecimento do estado gravídico, desfere
golpes violentos na gestante, provocando a morte do nascituro (“Quem desfere violento
pontapé no ventre de mulher visivelmente grávida, acarretando-lhe a expulsão e a morte do
feto, comete o delito de aborto provocado e não o de lesão corporal de natureza gravíssima,
ART. 124 ao 127- Aborto
"È a interruptação dolosa da gravidez, da qual resulta a morte do produto da concepção."