Apresentação - Ud Iii

Fazer download em ppt, pdf ou txt
Fazer download em ppt, pdf ou txt
Você está na página 1de 42

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

Responsabilidade Civil do Estado

•Conceito de responsabilidade civil;


•Responsabilidade subjetiva e objetiva;
•Elementos da responsabilidade;
•Exclusão da responsabilidade;
•Causas da exclusão da responsabilidade;
•Ação regressiva.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Responsabilidade do Agente Público

 ADMINISTRATIVA
 CIVIL
 CRIMINAL
 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Dever de responsabilização é
obrigação legal, traduzindo-se em
crime funcional quando relegado
pelo superior hierárquico.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Responsabilidade do Agente Público

 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

 Resulta da violação de normas internas da Administração pelo Agente


Público sujeito ao estatuto e disposições complementares estabelecidas
em leis, decretos ou qualquer outro provimento regulamentar da função
pública;

 A falta disciplinar gera o ilícito administrativo e dá ensejo à aplicação de


pena disciplinar pelo superior hierárquico via devido processo legal.

 A punição adm / disciplinar não depende de processo civil ou criminal a


que se sujeito também o agente público pela mesma falta, nem obriga a
Administração a aguardar o desfecho dos demais processos, nem mesmo
em face da presunção constitucional de não culpabilidade.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Responsabilidade do Agente Público

Corregedoria-Geral do CBMMT. Solução de PADM. BR 555, de 21/06/2022


CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Responsabilidade do Agente Público

 RESPONSABILIDADE CIVIL

 É a obrigação que se impõe ao Agente Público de reparar o dano causado à


Administração por culpa ou dolo no desempenho de suas funções;

 Não há, para o Agente Público, responsabilidade objetiva ou sem culpa; nasce com o
ato culposo e lesivo e se exaure com a indenização;

 A responsabilidade objetiva é da Administração em face da vítima;

 É independente das demais (adm / criminal) e se apura na forma do Direito Privado,


perante a Justiça Comum;

 A Adm não pode isentar o Agente de tal responsabilidade porque não possui
disponibilidade sobre o patrimônio público;
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Responsabilidade do Agente Público

 RESPONSABILIDADE CRIMINAL

 É aquela que resulta do cometimento de crimes funcionais; sujeita o Agente Público a


responder a processo crime e a suportar os efeitos legais da condenação;

 A maioria dos crimes contra a Adm Pública está definida no Titulo XI, caps I (arts 312 a
326) e II (arts 359-A a 359-H) do Código Penal e Título VII – Dos crimes contra a
Administração Militar – (arts 298 a 334) do Código Penal Militar;

 Há ainda os crimes de responsabilidade dos Agentes Políticos, capitulados na Lei


1.079/1950, que regula o impeachment a ser aplicado como penalidade político-
administrativa, sem prejuízo da ação penal, e no Decreto-lei 201/1967 para os
Prefeitos;
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Responsabilidade do Agente Público

 RESPONSABILIDADE POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


(LEI 8.429/1992, alterada pela Lei 14.230/2021)

 Sanções aplicáveis em virtude da prática de atos de improbidade administrativa, de que


trata o § 4º do art. 37 da Constituição Federal;

 Decorre de responsabilidade distinta das responsabilidades penal, civil e administrativa (Art.


12);

Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito

 Constitui ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento ilícito auferir,


mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em
razão do exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de atividade nas
entidades referidas no art. 1º da LIA. (art 9º, LIA);
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Responsabilidade do Agente Público

 RESPONSABILIDADE POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


(LEI 8.429/1992, alterada pela Lei 14.230/2021)

Atos de Improbidade Administrativa que causam prejuízo ao erário

 Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio,
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas
no art. 1º da LIA. (art 10º, LIA);

Atos de Improbidade Administrativa que atentam contra os princípios da ADM Pública


“Encaminhar cópia dos autos ao Juízo da 11º Vara Criminal Especializada da Justiça Militar
 Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
do Estado sugerindo o encaminhamento do processo à Promotoria competente para
administração
apuração pública atos
de possíveis a ação ou omissãoadministrativa
de improbidade dolosa que viole os deveres
realizados de honestidade,
pelo (...)”.
de imparcialidade do
Corregedoria-Geral e de legalidade,
CBMMT. BR nºcaracterizada por uma das seguintes condutas: (art. 11)
555, de 21/06/2022
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Conceito

NOÇÕES GERAIS
Para o direito, responsabilidade é
uma obrigação derivada – um
dever jurídico sucessivo (obrigação
é dever jurídico originário) – de
assumir as consequências
jurídicas de um fato,
consequências essas que podem
variar (reparação dos danos e/ou
punição pessoal do agente
lesionante) de acordo com os
interesses lesados
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Elementos da responsabilidade civil

CC - Art. 186. Aquele


que, por ação ou
omissão voluntária,  Conduta humana
negligência ou  Dano ou prejuízo
imprudência, violar direito  Nexo de causalidade
e causar dano a outrem,
ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Responsabilidade subjetiva e objetiva

 Responsabilidade subjetiva: quando o dever de indenizar surgir em razão do


comportamento do sujeito que causa danos a terceiros, por dolo ou culpa.

 Responsabilidade objetiva: basta que haja o dano e o nexo de causalidade para


surgir o dever de indenizar, sendo irrelevante a conduta culposa ou não do agente
causador.

Responsabilidade subjetiva: Responsabilidade objetiva


ação ou omissão;
dano;
nexo de causalidade entre a ação ou
ação ou omissão,
omissão e o dano;
o dano
dolo ou culpa do causador do dano. o nexo de causalidade
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Elementos da Responsabilidade Civil

É possível a responsabilidade civil mesmo sendo o ato lícito?


Elementos da Responsabilidade Civil
• Art. 1.313. O proprietário ou ocupante do imóvel é obrigado a tolerar que o vizinho entre no prédio,
mediante Ato ilícito
prévio (conduta
aviso, para: antijurídica e culpável) + dano + relação de causalidade
I - dele temporariamente usar, quando indispensável à reparação, construção, reconstrução ou limpeza de
sua casa ou do muro divisório;
 A conduta
II - apoderar-se do suas,
de coisas agente:
inclusive(fato
animaislesivo)
que aí sepode ser casualmente.
encontrem positiva (ação) ou negativa
§ 1 O disposto neste artigo aplica-se aos casos de limpeza ou reparação de esgotos, goteiras, aparelhos
o
(omissão), sendo que na negativa será necessária a prova da obrigatoriedade da
higiênicos, poços e nascentes e ao aparo de cerca viva.
§ 2 conduta
o positiva
Na hipótese que,
do inciso caso
II, uma vez tivesse
entreguessido praticada
as coisas pelo
buscadas peloagente, o dano
vizinho, poderá ser teria sidoa
impedida
sua entradaOu
evitado. no imóvel.
seja, é a exteriorização da vontade humana, que reflete a liberdade
§ 3 Se do exercício do direito assegurado neste artigo provier dano, terá o prejudicado direito a
o

de escolha do agente imputável, com discernimento necessário para ter


ressarcimento.
consciência de sua atitude.
• Indenização devida por expropriação

CC/2002: Art. 186.


• Ato praticado Aquele
em estado deque, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
necessidade
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Depende sempre de norma legal que a preveja
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Elementos da Responsabilidade Civil

Elementos da Responsabilidade Civil


Ato ilícito (conduta antijurídica e culpável) + dano + relação de causalidade

 DANO: é a “subtração ou diminuição de um bem jurídico, qualquer que seja a sua natureza,
quer se trate de um bem patrimonial, quer se trate de um bem integrante da própria
personalidade da vítima, como a honra, a imagem, a liberdade etc.”.

 Os danos indenizáveis dividem-se:

 danos morais, decorrentes do abalo psíquico de uma pessoa; serão fixados pelo Juiz visando
atenuar a dor sofrida pela vítima, devendo levar em conta a extensão do dano, as condições
econômicas dos envolvidos e o grau de culpa do agente, se for o caso;

 patrimoniais, que comportam o dano emergente (efetiva diminuição do patrimônio do lesado) e o


lucro cessante (o que este deixou de ganhar). Os danos patrimoniais e morais decorrentes do
mesmo fato ensejarão pedidos de indenizações cumuláveis
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Elementos da Responsabilidade Civil

Elementos da Responsabilidade Civil


Ato ilícito (conduta antijurídica e culpável) + dano + relação de causalidade
 Requisitos do dano indenizável
 Violação de um interesse jurídico patrimonial ou extrapatrimonial de uma pessoa física ou
jurídica.

 Certeza do dano: somente o dano certo, efetivo é indenizado. Não pode ser abstrato ou
hipotético. Algumas situações:

 Dano patrimonial – lucro cessante: há cessação da atividade por conta do dano;

 Dano moral: não é a dor que deve ser provada, mas a violação a um direito da personalidade;

 Dano “in re ipsa”: demonstrado pela força dos próprios fatos; presumido
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Elementos da Responsabilidade Civil

Elementos da Responsabilidade Civil


Ato ilícito (conduta antijurídica e culpável) + dano + relação de causalidade
 Dano reflexo ou em ricochete
 Consiste no prejuízo que atinge reflexamente pessoa próxima, ligada à vítima direta da atuação
ilícita;

 não se confunde com o dano indireto (ocorre quando uma mesma vítima sofre um dano direto e
também a causa de seu desdobramento, que nada mais é que outro dano, denominado indireto)
 Exemplos: artigo 948 do Código Civil, que dispõe sobre hipótese de
homicídio. Esse artigo prevê que havendo um homicídio,
é realizada a compra e venda de um animal, em o autor do crime deve ressarcir a família do falecido com
que o comprador verifica a existência de uma as despesas com eventual tratamento da vítima, seu
doença letal (dano direto) no animal após a funeral e o luto da família e, além disso, deve dar, quando
compra, sendo que a doença é transmitida para possível, a prestação de alimentos às pessoas a quem o
todo o rebanho que ele já possuía (dano morto os devia, levando-se em conta a duração provável
indireto). da vida da vítima.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Elementos da Responsabilidade Civil
INTERESSES Difusos coletivos Individuais
Elementos da Responsabilidade Civil homogêneos

BASE LEGAL Art. antijurídica


Ato ilícito (conduta 81, § único,e culpável)
I, Art. 81, § único,
+ dano II, Art.
+ relação de 81, § único, III,
causalidade
CDC CDC CDC
 Danos coletivos, difusos e a interesses individuais homogêneos
DESTINATÁRIOS indeterminados Determináveis Determinados
 Art. 6º, VI, CDC: “a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos”.
NATUREZA
Uma Indivisível
fábrica vaza produto químico que polui um lado em Indivisível
sua proximidade. Divisível
A conduta gera danos difusos (toda a sociedade detentora do direito constitucional a um meio ambiente
ecologicamente equilibrado;
ELEMENTO DE Situação de fato Relação jurídica de Situação de fato
Gera danos coletivos (dos empregados da empresa, para
LIGAÇÃO baseexigir o cumprimento das normas de segurança e
medicina do trabalho, ou, da comunidade ribeirinha, que mantém relações jurídicas de vizinhança com a
indústria, para exigir a observância
INSTRUMENTO Ação das regras
civil e legais
açãopertinentes;
Ação civil pública e Ação civil coletiva
DEFESA popular mandado de
Há também um interesse individual homogêneo dos pescadores da região, em função das perdas e danos
gerados pela conduta poluidora. segurança coletivo
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Elementos da Responsabilidade Civil

Elementos da Responsabilidade Civil


Ato ilícito (conduta antijurídica e culpável) + dano + relação de causalidade

A Relação de causalidade ou nexo de causalidade:


é o liame existente entre a conduta humana e o dano, sendo imprescindível à
configuração da responsabilidade civil.
Não é suficiente que o indivíduo tenha agido contrariamente ao direito, mas que o
dano provocado seja uma consequência lógica de seus atos.
Na hipótese de existir um dano que, apesar de ocorrido, não mantém qualquer
relação com a conduta do agente, este não será passível de indenização, por não
estar configurado o nexo de causalidade.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Elementos da Responsabilidade Civil

Elementos da Responsabilidade Civil


Ato ilícito (conduta antijurídica e culpável) + dano + relação de causalidade

A Relação de causalidade ou nexo de causalidade:


Teoria da causalidade direta ou imediata: causa seria apenas o antecedente
fático que, ligado por um vínculo de necessariedade ao resultado danoso,
determinasse este último como uma consequência sua, direta e imediata.
Caio é ferido por Tício (lesão corporal) em uma discussão após o final do campeonato de futebol. Caio é
socorrido por seu amigo Pedro, que dirige velozmente para o hospital da cidade. No trajeto, o veículo capota
e Caio falece.

Tício responde pela morte da vítima? Ou Pedro será responsável?

A interrupção do nexo causal por uma causa superveniente, ainda que relativamente independente da
cadeia dos acontecimentos (capotagem do veiculo) impede o elo entre o resultado morte e o primeiro agente
(Tício), que não poderá ser responsabilizado
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Exclusão da Responsabilidade

Código Civil
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito
reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de
remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os
limites do indispensável para a remoção do perigo.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Exclusão da Responsabilidade
LEGÍTIMA DEFESA:
A legítima defesa exclui a responsabilidade pelo prejuízo causado se, com uso moderado de
meios necessários, alguém repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu o de
outrem.
Na legítima defesa o indivíduo se encontra em situação atual ou iminente, de injusta
agressão, dirigida a si ou a terceiro, que não é obrigado a suportar.
Pressupõe a reação proporcional a uma injusta agressão, atual ou iminente, utilizando-se
moderadamente dos meios de defesa postos à disposição do ofendido.

ATENÇÃO:
se o agente, no exercício da legítima defesa, atinge terceiro inocente, terá que indenizá-lo,
cabendo ação regressiva contra o verdadeiro agressor.
A legítima defesa putativa não isenta seu autor da obrigação de indenizar
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Exclusão da Responsabilidade

EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO E ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL


Se alguém, no uso normal de um direito, lesar outrem, não terá qualquer responsabilidade pelo
dano, por não ser um procedimento ilícito. Só haverá ilicitude se houver abuso do direito ou seu
exercício irregular ou anormal.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
costumes;
Enunciado 37 sobre o art. 187: “a responsabilidade civil decorrente do abuso do direito independe
de culpa e fundamenta-se no critério objetivo-finalístico”.
Julgado: “policial que sem condições de descanso ou revezamento cumpria ordem de
patrulhamento determinado por superior hierárquico – excludente de responsabilidade” . No caso, o
PM causou acidente trânsito, apesar de estar obedecendo a velocidade permitida para a via.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Exclusão da Responsabilidade

ESTADO DE NECESSIDADE:
Consiste na ofensa do direito alheio para remover perigo iminente, quando as circunstâncias
o tornarem absolutamente necessário e quando não exceder os limites do indispensável
para a remoção do perigo.
Exemplos: Se uma placa de propaganda num prédio em local de grande movimento, ou uma
árvore que está prestes a cair. Se caírem causarão grande dano a um bem de outra pessoa ou
à própria vida. O bombeiro poderá retirá-las.
O sujeito que desvia seu carro de uma criança, para não a atropelar e acaba por atingir o
muro de uma casa, causando danos materiais.

ATENÇÃO: se o terceiro atingido não for o causador da situação de perigo, poderá exigir
indenização do agente que atuou em estado de necessidade, cabendo ação regressiva contra
o verdadeiro culpado.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Exclusão da Responsabilidade

CASO FORTUITO OU DE FORÇA MAIOR


Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se
expressamente não se houver por eles responsabilizado.

Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não
eram possíveis evitar ou impedir.

• força maior: característica básica a sua inevitabilidade, mesmo sendo a sua causa conhecida
e, até, previsível. Ex: terremoto, chuvas de janeiro nas grandes cidades. Há quem associe o
conceito de força maior a um evento protagonizado pela natureza, ausente, portanto, o
elemento volitivo, isto é a vontade humana.

• caso fortuito: intrinsecamente ligado à imprevisibilidade do ato e, alguns autores associam a


sua produção a uma conduta humana. Ex: greve que impede entrega do produto;
atropelamento ou roubo que impede cumprimento de obrigação, etc.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Outras excludentes da Responsabilidade

CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA.


A exclusiva atuação culposa da vítima tem o condão de romper o nexo de causalidade, eximindo
o agente da responsabilidade civil.
Exemplos:

pessoa que se lança na frente de um automóvel em movimento para prática de suicídio. Somente
se houver atuação exclusiva da vítima haverá a referida excludente de responsabilidade. Havendo
culpas concorrentes, a indenização deve ser mitigada, na proporção da atuação de cada sujeito.
Veículo militar estacionado e sobre ele precipita um automóvel particular, sofrendo avarias
somente nesse último. O veículo do Estado não produziu o dano. Inexiste relação causal que
responsabilize o Estado.

ATENÇÃO: havendo concorrência de culpas (ou causas) a indenização deverá, via de regra,
mitigada na proporção de cada sujeito.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Outras excludentes da Responsabilidade

FATO DE TERCEIRO
A princípio, desde que haja a atuação causal de um terceiro, sem que se possa imputar
participação causal do autor do dano, o elo de causalidade resta rompido, excluindo-se,
portanto, o dever de indenizar.

Ex: automóvel fusca ultrapassando pelo lado esquerdo da pista, um caminhão, e o motorista
deste, imprudentemente o arremessa para fora da pista, vindo o fusca a atropelar um pedestre.
O dever de indenizar, no exemplo, incumbe ao motorista do caminhão, ou seu dono. Perceba-
se que, no caso, o veículo foi utilizado, apenas como mero instrumento na cadeia causal dos
acontecimentos.

ATENÇÃO: Sumula 187/STF: “a responsabilidade contratual do transportador, pelo


acidente com passageiro, não é ilidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação
regressiva.”
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Outras excludentes da Responsabilidade

CLÁUSULA DE NÃO INDENIZAR


Tem cabimento apenas na responsabilidade civil contratual.

Trata-se de convenção, pela qual, as partes excluem o dever de indenizar, no caso de


inadimplemento de obrigação. Apesar de não ser vedada pelo Código Civil, a sua aplicabilidade está
limitada e condicionada a alguns parâmetros como igualdade entre estipulantes e não-infringência de
superiores preceitos de ordem pública.

ATENÇÃO: Art. 25, CDC: veda cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a
responsabilidade civil do fornecedor. Princípio da hipossuficiência do consumidor em face do
fornecedor.

Exemplo: estipulação contratual costumeira imposta por empresas guardadoras de veículos


(estacionamentos pagos) no sentido de não se responsabilizarem por furto de objetos ocorridos no
interior dos automóveis.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

 A moderna teoria do órgão público: as condutas Art. 37, §6º, CF/88


praticadas por agentes públicos, no exercício de suas
atribuições, devem ser imputadas ao Estado. As pessoas jurídicas de direito
público e as de direito privado
 Quando o agente público atua, considera-se que o prestadoras de serviços públicos
Estado atuou. responderão pelos danos que
seus agentes, nessa qualidade,
 Essa noção de imputação é reforçada também pelo causarem a terceiros,
princípio impessoalidade, que assevera ser a função assegurado o direito de regresso
administrativa exercida por agentes públicos “sem contra o responsável nos casos
rosto”, por conta da direta atribuição à Administração de dolo ou culpa
Pública das condutas por eles praticadas

o Estado responde pelos prejuízos patrimoniais causados pelos agentes


públicos a particulares, em decorrência do exercício da função
administrativa
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

EVOLUÇÃO DAS TEORIAS EXPLICATIVAS SOBRE A RESPONSABILIDADE


CIVIL DO ESTADO
TEORIA DA IRRESPONSABILIDADE

“The king can do no wrong” (O Rei nada faz de errado);

Máxima de longo período histórico – recusa da responsabilidade do Estado – reflexo da teoria


divina e sobrenatural do Poder;

Surgimento do Estado moderno – imperava a ideia de total irresponsabilidade do poder público.


Estado absolutista não admitia a possibilidade de reparação de danos causados pela Administração;

Decadência do absolutismo e influência das ideias liberais, o Estado vai perdendo a sua imunidade
de outrora.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

EVOLUÇÃO DAS TEORIAS EXPLICATIVAS SOBRE A RESPONSABILIDADE


CIVIL DO ESTADO
TEORIAS SUBJETIVISTAS

Evolução da teoria anterior; o fundamento da responsabilidade se refere à culpa do funcionário para a


atribuição da responsabilidade ao Estado; cinco teorias surgiram para explicar o fenômeno:

Teoria da culpa civilística: agente público é um preposto do Estado; responsabilidade indireta;

Teoria da culpa administrativa: agente público é parte da estrutura do Estado; necessitava identificação
do responsável e demonstração da culpa;

Teoria da culpa anônima: demonstração que a lesão foi decorrente da atividade pública;

Teoria da culpa presumida: presunção da culpa do Estado - critério de inversão do ônus da prova;

Teoria da falta administrativa: a falta do serviço estatal caracteriza a culpa da Administração.


CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

EVOLUÇÃO DAS TEORIAS EXPLICATIVAS SOBRE A RESPONSABILIDADE


CIVIL DO ESTADO
TEORIAS OBJETIVISTAS

Teoria do risco administrativo:

obrigação de indenizar o dano como decorrência tão só do ato lesivo e injusto causado à
vítima pela Administração. Não se exige falta do serviço, nem culpa dos agentes.

Na culpa administrativa exige-se a falta do serviço, enquanto no risco administrativo é


suficiente o mero fato do serviço.

A demonstração da culpa da vítima exclui a responsabilidade civil da Administração;

A culpa concorrente, do agente e do particular, autoriza uma indenização mitigada ou


proporcional ao grau de culpa;
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

EVOLUÇÃO DAS TEORIAS EXPLICATIVAS SOBRE A RESPONSABILIDADE


CIVIL DO ESTADO
TEORIAS OBJETIVISTAS

Teoria do risco integral:

Reconhecimento da responsabilidade do Estado em qualquer situação, desde que presentes


os três elementos essenciais;

Desprezo de quaisquer excludentes de responsabilidade, assumindo a Administração


Pública todo o risco de dano proveniente da sua atuação;
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

EVOLUÇÃO DAS TEORIAS EXPLICATIVAS SOBRE A RESPONSABILIDADE


CIVIL DO ESTADO
TEORIAS OBJETIVISTAS

Teoria do risco social:

Se o Estado tem o dever de cuidar da harmonia e da estabilidade sociais, e o dano provém
justamente da quebra desta harmonia e estabilidade, seria dever do Estado repará-lo;

O que releva não é mais individuar para reprimir e compensar, mas socializar para garantir e
compensar;

Prescinde-se da conduta humana atribuível ao Estado, através de seus agentes, para lhe
responsabilizar;
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Ação regressiva
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Ação regressiva

Pode a vítima lesado pela atuação ilícita do Agente Público ajuizar indenização
diretamente ao servidor público ou ao Estado e o Servidor como solidário?

 O STF, ao interpretar o art. 37, §6º, CF, concluiu pela impossibilidade de a


vítima acionar diretamente o Agente Público; entendimento consolidado;
 Dispositivo consagra dupla garantia: uma, em favor do particular, com a ação
indenizatória contra a pessoa jurídica de direito público; outra, em prol do
servidor estatal, que responde somente administrativa e civilmente perante a
pessoa jurídica a cujo quadro funcional se vincular.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Ação regressiva

AÇÃO REGRESSIVA

Para o êxito desta ação exigem-se dois requisitos:


•primeiro, que a Administração já tenha sido condenada a indenizar a vítima do dano sofrido;

•segundo, que se comprove a culpa do funcionário no evento danoso.

•Como ação civil, que é destinada à reparação patrimonial, a ação regressiva transmite-se aos
herdeiros e sucessores do servidor culpado, podendo ser instaurada mesmo após a cessação
do exercício no cargo ou não função, por disponibilidade, aposentadoria, exoneração ou
demissão. O agente causador do dano deve ressarcir os cofres públicos porque, se agiu com
dolo ou culpa, é o seu patrimônio, e não o patrimônio público, que deve, no final das contas, ser
atingido. Presentes o dolo ou culpa, a resposta perante a Administração Pública dar-se-á na
exata medida da condenação sofrida pelo erário em sede da ação de indenização ou
ressarcimento.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Jurisprudência

Direito Administrativo. Responsabilidade Civil do Estado. Bombeiro militar. Homicídio e tentativa de homicídio
cometidos fora do período de serviço. Ausência de nexo de causalidade. Omissão. Culpa não comprovada.
Apelação provida.
1. Não pode o Estado responder por dano causado por seu agente quando não esteja no desempenho
das atribuições do cargo, emprego ou função pública, no momento do ato que deu causa ao dano. 2. O
art. 37, 6º. CF é peremptório no sentido de que as pessoas jurídicas de direito público responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. 3. Destarte, é imprescindível que o agente
esteja no desempenho do cargo, emprego ou função pública. 4. No caso dos autos, a despeito de o
agressor ser servidor público militar do Estado, não agiu nessa qualidade. Não desempenhava suas funções
no momento em que efetuou os disparos contra a apelada e a mãe dessa. 5. Tampouco há prova de que a
arma utilizada no evento pertencesse ao Estado. 6. A prova é no sentido de que o evento se deu no período
de folga do militar, na casa da irmã da apelada, em âmbito privado. 7. Ausência de nexo de causalidade entre
os danos sofridos e a atuação estatal. 8. Por outro lado, quanto à alegação de omissão estatal, em havendo
omissão genérica, a responsabilidade do agente estatal é subjetiva. 9. No caso vertente a apelada não
comprovou a culpa do Estado no evento. 10. Ausência de previsibilidade da conduta. 11. Apelação a que se
dá provimento.
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro TJ-RJ - APELAÇÃO: APL 0153851-
13.2007.8.19.0001
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Jurisprudência

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. DIREITO CONSTITUCIONAL E


ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR OMISSÃO. ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
FISCALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE FOGOS DE ARTIFÍCIO. TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA. NECESSIDADE DE VIOLAÇÃO DO DEVER JURÍDICO ESPECÍFICO DE AGIR. 1. A Constituição Federal, no art.
37, § 6º, consagra a responsabilidade civil objetiva das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas de direito privado
prestadoras de serviços públicos. Aplicação da teoria do risco administrativo. Precedentes da CORTE. 2. Para a caracterização
da responsabilidade civil estatal, há a necessidade da observância de requisitos mínimos para aplicação da responsabilidade
objetiva, quais sejam: a) existência de um dano; b) ação ou omissão administrativa; c) ocorrência de nexo causal entre o dano e
a ação ou omissão administrativa; e d) ausência de causa excludente da responsabilidade estatal. 3. Na hipótese, o Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo concluiu, pautado na doutrina da teoria do risco administrativo e com base na legislação local,
que não poderia ser atribuída ao Município de São Paulo a responsabilidade civil pela explosão ocorrida em loja de fogos de
artifício. Entendeu-se que não houve omissão estatal na fiscalização da atividade, uma vez que os proprietários do comércio
desenvolviam a atividade de forma clandestina, pois ausente a autorização estatal para comercialização de fogos de artifício . 4.
Fixada a seguinte tese de Repercussão Geral: “Para que fique caracterizada a responsabilidade civil do Estado por danos
decorrentes do comércio de fogos de artifício, é necessário que exista a violação de um dever jurídico específico de agir, que
ocorrerá quando for concedida a licença para funcionamento sem as cautelas legais ou quando for de conhecimento do poder
público eventuais irregularidades praticadas pelo particular”. 5. Recurso extraordinário desprovido.
(STF - RE: 136861 SP, Relator: EDSON FACHIN, Data de Julgamento: 11/03/2020, Tribunal Pleno, Data de Publicação:
13/08/2020)
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Jurisprudência

ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR OMISSÃO.


MORTE EM DECORRÊNCIA DE DISPARO DE ARMA DE FOGO NO INTERIOR DE HOSPITAL PÚBLICO.
AUSÊNCIA DE VIGILÂNCIA. FALHA ESPECÍFICA NO DEVER DE AGIR. EXCLUDENTE DE ILICITUDE.
NÃO OCORRÊNCIA. 1. A responsabilidade civil estatal é, em regra, objetiva, uma vez que decorre do
risco administrativo, em que não se exige perquirir sobre existência de culpa, conf orme disciplinado
pelos arts. 14 do Código de Defesa do Consumidor; 186, 192 e 927 do Código Civil; e 37, § 6º, da
Constituição Federal. 2. O Superior Tribunal de Justiça, alinhando-se ao entendimento do Excelso
Pretório, firmou compreensão de que o Poder Público, inclusive por atos omissivos, responde de forma
objetiva quando constatada a precariedade/vício no serviço decorrente da falha no dever legal e
específico de agir. 3. A atividade exercida pelos hospitais, por sua natureza, inclui, além do serviço
técnico-médico, o serviço auxiliar de estadia e, por tal razão, está o ente público obrigado a
disponibilizar equipe/pessoal e equipamentos necessários e eficazes para o alcance dessa finalidade. 4. A
análise da responsabilidade civil, no contexto desafiador dos tempos modernos, em que se colocam a
julgamento as consequências impactantes das omissões estatais, impõe ao julgador o ônus
preponderante de examinar os dispositivos civis referidos, sob o olhar dos direitos e garantias
fundamentais do cidadão. 5. Logo, é de se concluir que a conduta do hospital que deixa de fornecer o
mínimo serviço de segurança e, por conseguinte, despreza o dever de zelar pela incolumidade física dos
pacientes, contribuiu de forma determinante e específica para o homicídio praticado em suas
dependências, afastando-se a alegação da excludente de ilicitude, qual seja, fato de terceiro. 6 . Recurso
especial provido para restabelecer a indenização, pelos danos morais e materiais, fixada na sentença.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Jurisprudência

APELAÇÃO CÍVEL. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO


ESTADO. BOMBEIRO MILITAR. DANOS MORAIS. ACIDENTE DE SERVIÇO. INCAPACITAÇÃO
PERMANENTE PARA O EXERCÍCIO DE ATIVIDADES FÍSICAS E DA ATIVIDADE MILITAR.
CONFIGURAÇÃO. QUANTUM INDENIZATÓRIO. CRITÉRIOS. 1. Conforme preceitua o art. 37, § 6º,
da Constituição Federal, o Estado responde objetivamente pelos danos causados por seus agentes.
2. Se, da conduta ilícita praticada pelos examinadores de curso de formação de soldados do Corpo
de Bombeiros Militares do Distrito Federal, resultou a incapacitação permanente do autor para o
exercício de atividades que envolvam esforço físico, deve ser indenizado pelos danos morais sofridos
por força do ilícito, que decorrem do forte sofrimento ocasionado pelo abalo à sua saúde . 3. A
indenização por danos morais deve ser fixada considerando a intensidade do dano, bem como as
condições da vítima e do responsável, de modo a atingir sua dupla função: reparatória e penalizante.
De igual modo, não pode ser fonte de enriquecimento ilícito. Mantido o valor arbitrado pela sentença.
4. Apelação improvida.
(TJ-DF 20000110109449 DF 0000558-03.2000.8.07.0001, Relator: ARNOLDO CAMANHO DE
ASSIS, Data de Julgamento: 01/08/2012, 4ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE :
27/08/2012 . Pág.: 127)
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura

O Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (SNPCT) foi instituído


pela Lei n° 12.847/2013 que também criou o Comitê Nacional de Prevenção e
Combate à Tortura (CNPCT) e o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate
à Tortura (MNPCT).
 COORDENAÇÃO EXECUTIVA DO SNPCT: Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania,
através da Secretaria de Proteção Global.

 INTEGRANTES PERMANENTES:

 Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (CNPCT);


 Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT): 11 (onze) peritos;
 Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP);
 Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça (DEPEN/MJ).
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura

Composição e funcionamento do Comitê Nacional de Prevenção e Combate


à Tortura

O CNPCT é composto por 23 (vinte e três) membros, escolhidos e designados


pelo Presidente da República, sendo 11 (onze) representantes de órgãos do
Poder Executivo federal e 12 (doze) de conselhos de classes profissionais e
de organizações da sociedade civil, tais como entidades representativas de
trabalhadores, estudantes, empresários, instituições de ensino e pesquisa,
movimentos de direitos humanos e outras cuja atuação esteja relacionada com a
temática de que trata a Lei. 17
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR UD-III – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura

Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura-MNPCT

O MNPCT será composto por 11 (onze) peritos, escolhidos pelo CNPCT


entre pessoas com notório conhecimento e formação de nível superior, atuação
e experiência na área de prevenção e combate à tortura e a outros
tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes, e nomeados pelo
Presidente da República, para mandato fixo de 3 (três) anos, permitida uma
recondução.

Os membros do MNPCT terão independência na sua atuação e garantia


do seu mandato, do qual não serão destituídos senão pelo Presidente da
República nos casos de condenação penal transitada em julgado, ou de
processo disciplinar, em conformidade com as Leis nºs 8.112, de 11 de
dezembro de 1990, e 8.429, de 2 de junho de 1992.

Você também pode gostar