Aula 1 - LPF

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DETERMINAÇÃO DE ANTÍGENO DO

VÍRUS DA HEPATITE B
E
IDENTIFICAÇÃO DE CÉLULAS DE
DEFESA AGRANULARES NA
INFECÇÃO VIRAL

Professoras: Dra. Claudriana Locatelli e Ma.Vilmair Zancanaro


Curso de Medicina
Mecanismos de Agressão e Defesa

Mecanismos de Agressão e Defesa visa integrar o conhecimento nas áreas de


virologia, microbiologia, micologia, parasitologia e imunologia.

Agentes agressores: agentes químicos, agentes físicos e agentes microbiológicos.


Mecanismos de Agressão e Defesa
Classificação da Resposta Imunológica:

1) Imunidade Primária
2) Imunidade Secundária
3) Imunidade Ativa:
a) Natural
b) Artificial
4) Imunidade Passiva:
a) Natural
b) Artificial
5) Imunidade Inata (natural ou inespecífica)
6) Imunidade Adquirida (adaptativa ou específica):
a) Humoral
b) Celular
Mecanismos de Agressão e Defesa

Mecanismos de defesa:

- Imunidade Inata: pele, mucosas, acidez gástrica, espirros,


tosse, lágrimas, febre e as células fagocitárias.

- Imunidade Adquirida: com a ação direcionada dos


linfócitos e a sua produção de anticorpos específicos.
Componentes da imunidade Inata e Adaptativa

DEFESA VIRAL
Infecção Viral

A hepatite é a inflamação do fígado.

Pode ser causada por:


◦ Vírus;
◦ Medicamentos;
◦ Álcool e outras drogas;
◦ Doenças autoimunes, metabólicas
e genéticas.
Hepatites Virais

A
B • Tamanho DNA: B

C  • Material genético
RNA: A, C, D, E
D • Via de transmissão
E • Evolução clínica
Hepatite B
Denominação: HBV
◦ Família: Hepadnaviridae;
◦ Gênero: Orthohepadnavirus;
◦ Material Genético: DNA fita
dupla.

Vírus envelopado:

◦ Envelope onde existe a proteína de


membrana HBs;

◦ O capsídeo interno protege o


genoma e algumas cópias de
enzima transcriptase reversa,
expressa a proteína HBc.
Transmissão da Hepatite B

Contato Sexual;
Transmissão vertical;
Transfusão de sangue;
Ocupacional;
Compartilhamento de seringas e objetos perfuro cortantes.

O período de transmissão varia de duas a três semanas antes dos


primeiros sintomas e mantém-se durante a evolução clínica da
doença.
O portador crônico pode transmitir por vários anos.
Faixa etária predominante: de 20 a 39 anos.
Sintomas

• Náuseas e vômitos;
• Mal-estar;
• Febre;
• Fadiga e perda de apetite;
• Dores abdominais;
• Urina escura;
• Fezes claras;
• Icterícia (cor amarelada na pele e conjuntivas).
Principais Marcadores Sorológicos da Infecção pelo
HBV:

MARCADORES SIGNIFICADO
HBsAg Antígeno da superfície do vírus da hepatite B.
Anti-HBs Anticorpo contra o antígeno de superfície do vírus da
hepatite B.
HBcAg Antígeno do núcleo do vírus da hepatite B.
Anti-HBc IgG e Anticorpos contra o antígeno do núcleo do vírus da
IgM hepatite B.
HBeAg Antígeno “e” do vírus da hepatite B. É uma proteína
do nucleocapsídeo viral do HBV (Ag solúvel).

Anti-HBe Anticorpo contra antígeno “e” do vírus da hepatite B.


Antígenos:

HBsAg: Antígeno Austrália. É o primeiro a aparecer no soro mesmo antes


do início das alterações da ALT, AST e do aparecimento dos sintomas.
Demonstra a presença do vírus no organismo.

HBcAg (do núcleo do vírus): Este Ag desaparece após a destruição do


capsídeo viral. Pode ser identificado no núcleo dos hepatócitos de pessoas
infectadas com VHB, MAS NÃO NO SORO (fica preso no hepatócito).

HBeAg: indica replicação ativa do vírus e portanto infectividade.


Identificado na infecção aguda.
Anticorpos:

Anti-HBc IgM: marcador de infecção aguda. Significa infecção recente e desaparece


4 a 6 meses. Surge ao mesmo tempo que as alterações da ALT.
Anti-HBc IgG: infecção passada. Começam a ser detectados no início da infecção e
persistem por toda vida. Não confere Imunidade.
Anti-HBe: surge na recuperação da infecção aguda. Indica fim da replicação viral.
Anti-HBs:
- Representa a recuperação e/ou imunidade para HBV (último a aparecer);
- Aparece 1 a 10 semanas após o desaparecimento do HBsAg;
- Único Ac presente após vacinação;
- Níveis de anticorpos anti-HBs > 10 UI/ml confere imunidade protetora;
- Importante quantificar para avaliar necessidade de nova vacinação.
Em Resumo:

Marcadores de infecção aguda: HBsAg e Anti-HBc IgM.

Marcadores para acompanhar a evolução (avaliar a infectividade e


prognóstico): HBsAg, HBeAg e Anti-Hbe.

Marcadores para controle de cura: HBsAg e Anti-HBs.

Marcador nas imunizações: Anti-HBs.


Diagnóstico
O diagnóstico pode ser laboratorial compreendendo os exames
inespecíficos que incluem as dosagens:

◦ AST/ALT: O nível de ALT pode estar três vezes maior que o


normal;

◦Bilirrubinas são elevadas;

Os exames específicos são feitos através de métodos sorológicos para


identificação de:

- Ag através do método de Imunocromatografia (teste


rápido);
- Ac pelos métodos de ELISA.
Método Imunocromatografia - Teste rápido
ELISA INDIRETO 1) Inicialmente, o Ag é adicionado à
placa e se adere à superfície dos
poços;

2) Em seguida, são realizadas


lavagens para a retirada do Ag livre
nos poços;

3) A amostra (soro) é adicionada.


Caso contenha Acs específicos
Y Y Y contra os Ags presentes na placa,
Y

Y Y estes se ligarão aos Ags;


4) Uma nova série de lavagens é
Y

Y
Y

Y
Y Y realizada para retirar os Acs que não
Y Y Y se ligaram aos Ags;
Y 5) É então adicionado o conjugado,
que se liga aos Acs;
6) Uma nova lavagem retira o
conjugado livre;

7) O cromógeno e o substrato são


Antígeno
Y Conjugado adicionados, e se o cromógeno for
oxidado pela ação da reação

Y Anticorpo Cromógeno
enzimática, haverá desenvolvimento
de cor;
Interpretação dos Principais Perfis Sorológicos:

Antígenos Anticorpos
HBsAg HBeAg Anti- Anti-HBc Anti-HBc Anti-HBs Interpretação
HBe IgM IgG
- - - - - - Sem Infecção
(Susceptível)
- - - - - + Vacinação prévia

+ +/- - - - - Aguda
- - + - + + Resolução
+ + - - + - Crônica (ativa)
+ - + - + - Crônica
(portador)
- - +/- - + +/- Resolvida
IDENTIFICAÇÃO DE CÉLULAS DE
DEFESA AGRANULARES NA
INFECÇÃO VIRAL
A análise da série branca no hemograma tem como principal
objetivo fornecer os valores globais e diferenciais de leucócitos,
bem como suas alterações qualitativas e quantitativas.
Linhagem Mielóide e Linhagem Linfóide
M
E
D
U
L
A

Ó
S
S
E
A

Sangue
Periférico
Leucócitos – Valores de Referência em Adultos

Valores Valores absolutos


Relativos (%) (mm3)
Nº total de leucócitos 4.000 a 11.000/mm3

Neutrófilos bastonetes 0 - 11 0 – 1.200

Neutrófilos segmentados 38 - 73 1.500 – 8.000

Eosinófilos 0-5 0 - 550


Basófilos 0-2 0 - 200
Linfócitos 10 – 44 600 – 3.400
Monócitos 4 - 13 300 – 1.400
Sequência de Maturação dos Linfócitos:

Linfoblasto
Precursores
Linfóides

Pro-linfócito

Linfócito grande Linfócito pequeno


Linfócitos

Morfologia: pequenos, médios ou grandes.

Núcleo: redondo ou ovalado, algumas vezes


excêntrico; cromatina condensada.

Citoplasma: pouco citoplasma de coloração


azulada.

Função: defesa imunológica.


AULA PRÁTICA
1ª PARTE:

DETERMINAÇÃO DE ANTÍGENO DO
VÍRUS DA HEPATITE B
2ª PARTE:

IDENTIFICAÇÃO DE CÉLULAS DE DEFESA


AGRANULARES NA INFECÇÃO VIRAL
Neutrófilo Bastonete Neutrófilo Segmentado Eosinófilo

Basófilo Linfócitos Monócito


CASO - Grupo 1
1) Os marcadores imunológicos da infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) mais utilizados
são: HBsAg e HBeAg e anticorpos anti HBc IgG e IgM e Anti-HBe. O exame laboratorial de
um indivíduo mostrou o seguinte perfil sorológico: HBsAg (+); HBeAg (−); Anti-HBc IgM
(−); Anti-HBc IgG (+); Anti-HBs (+). O perfil encontrado é característico de um indivíduo
que:

A) Foi vacinado contra o HBV.


B) Está em fase de recuperação.
C) Está na fase prodrômica.
D) Está na fase aguda de uma infecção pelo HBV.
E) Está com alta taxa de replicação viral.

2) Nos casos de infecção viral, a opção que representa melhor os aspectos hematológicos
observados no hemograma é:
A) Neutrofilia e leucocitose.
B) Linfocitopenia e leucopenia.
C) Eosinofilia.
D) Neutrofilia e leucopenia.
E) Linfocitose e leucocitose.
CASO - Grupo 2
1) No gráfico abaixo está representada a evolução de uma infecção com o vírus da hepatite B,
assim como a resposta imune (anti-HBc, IgM e IgG) a essa infecção.

Considerando um indivíduo doador de sangue, potencialmente será seu sangue fonte inadvertida
de contaminação. Pode-se afirmar corretamente que:
A) Na etapa A há risco para transmissão do vírus, e este pode ser detectado com métodos que
identificam antígenos virais.
B) Na etapa B observa-se a geração de anticorpos de memória, IgM, que não podem ser
identificados em ensaios imunológicos.
C) Ensaios imunológicos podem detectar facilmente a presença de partículas de vírus na etapa C,
sendo estes considerados de referência.
D) Os anticorpos gerados tardiamente após a infecção (IgG, etapa C) penetram no hepatócitos,
destruindo completamente os vírus.
E) A chamada janela imunológica corresponde a uma etapa tardia após a infecção, na qual não se
podem detectar anticorpos contra o vírus da hepatite B.
2) O Ministério da Saúde recomenda que a primeira dose da vacina contra hepatite
B seja administrada na:

A) Maternidade, nas primeiras 6 horas de vida do recém-nascido.


B) Maternidade, nas primeiras 12 horas de vida do recém-nascido.
C) Maternidade, nas primeiras 24 horas de vida do recém-nascido.
D) Na unidade básica de saúde, com sete dias de vida do recém-nascido.
E) Na unidade básica de saúde, com um mês de vida do bebê.
CASO - Grupo 3
1) Anticorpos específicos contra o HBV, bem como a pesquisa por antígenos e ácidos nucleicos
virais, são importantes indicadores de estágios específicos da doença. A figura a seguir mostra a
evolução dos marcadores do vírus da hepatite B (HBV) nas infecções agudas e crônicas.

Com base nas informações apresentadas, assinale a opção correta.


A) HBsAg, anti-HBc total e anti-HBs não reagentes indicam contato prévio com o HBV.
B) HBsAg reagente, anti-HBc total reagente e anti-HBs não reagente indicam infecção pelo
HBV.
C) HBsAg, anti-HBc total e anti-HBs reagentes indicam imunização após vacinação contra o
HBV.
D) HBsAg, anti-HBc total e anti-HBs não reagentes indicam imunização após infecção pelo
2) P.S.F, feminino, com 7 dias de nascimento, realizou um hemograma e
apresentou os seguintes resultados:

Leucócitos Neutrófilos Bastonetes % Eosinófilos% Basófilos Linfócitos Monócitos%


Total segmentados % %
%
15.000/mm3 25 5 4 1 55 10

Questões para discussão do caso:


a) Existe alterações significativa no leucograma?
b) Qual a hipótese diagnóstica para esse caso?
c) Diante da Hipótese diagnóstica e dos resultados, avaliar a necessidade de outros
exames laboratoriais e discutir cada um deles.
CASO - Grupo 4
1) Um homem de 40 anos, assintomático, procura o ambulatório médico para controle de
hepatite B. Afirma que há 6 meses procurou a UBS de sua cidade com náusea e vômitos. Na
ocasião, o médico solicitou exames, confirmou o diagnóstico de hepatite B e encaminhou-o
para seguimento ambulatorial. Como mudou de cidade, só agora está procurando seguimento
médico. Quer saber se pode retomar o uso de bebidas alcoólicas e deixar de usar preservativo
nas relações sexuais com sua esposa. Não trouxe os exames iniciais.
O exame físico é normal e os exames laboratoriais mostram: ALT = 90 U/L, AST = 70 U/L,
bilirrubinas normais, HBsAg: (+), anti-HBc: (+), anti-HBs: (−), HBeAg: (−), anti-HBe: (+),
anti-HCV: (−) e anti-HAV IgG: (+). A orientação correta é:

A) Explicar que o uso de preservativo não previne a transmissão de hepatite B e a restrição ao


álcool deve ser mantida até a normalização das transaminases; solicitar sorologia de vírus B
para a esposa e os filhos.
B) Manter o uso de preservativo, não liberar álcool e solicitar sorologia de vírus B para a
esposa e para os contactantes domiciliares.
C) Manter a restrição alcoólica; o uso de preservativo segue a mesma orientação da população
em geral; a esposa e os filhos não devem receber imunização para hepatite A e B.
D) Manter o uso de preservativo e liberar o álcool até a normalização das transaminases;
indicar imunização ativa para a esposa e contactantes domiciliares.
2) No último exame de pré-natal que D. Januária realizou, foi identificado um HbsAg positivo.
Como ela entrou em trabalho de parto antes do previsto, não teve oportunidade de conversar
com seu obstetra. No berçário, ao examinar a criança, de posse dos resultados dos exames
maternos, o pediatra deve fazer a seguinte orientação para a criança:

A) Ficar em observação rigorosa nas primeiras 48 horas de vida para identificar surgimento de
icterícia e realizar as provas sorológicas para evidenciar a infecção pelo vírus B da hepatite.
B) Suspender amamentação até receber o resultado da sorologia do recém-nascido.
C) Administrar a vacina contra hepatite B e a imunoglobulina específica para hepatite B no
recém-nascido nas primeiras 6 horas de vida e manter a amamentação.
D) Administrar no recém-nascido a imunoglobulina específica para hepatite B nas primeiras
12 horas de vida e a vacina contra hepatite B até o final do primeiro mês de vida.
E) Prescrever aciclovir para o recém-nascido ainda no berçário e suspender a amamentação.
CASO - Grupo 5
1) A hepatite é uma doença inflamatória do fígado que pode ser desencadeada por vírus,
uso de medicamentos, doenças autoimunes, entre outros, constituindo um grave problema
de saúde pública. Na fase aguda, os pacientes podem apresentar manifestações clínicas
como icterícia, colúria e acolia fecal. As mais comuns são as dos tipos A, B e C. O
diagnóstico laboratorial é realizado por meio de pesquisas de marcadores virais e
marcadores bioquímicos hepáticos. O quadro a seguir, demonstra alterações nos
marcadores virais e bioquímicos no plasma sanguíneo de três indivíduos:
INDIVÍDUOS
MARCADORES 1 2 3
HBsAg Reagente Reagente Não Reagente
HBc IgM Reagente Não Reagente Não Reagente
HBc IgG Não Reagente Reagente Reagente
Anti HBs Não Reagente Não Reagente Reagente
HAV IgM Não Reagente Não Reagente Não Reagente
HAV IgG Reagente Reagente Reagente
HCV Não Reagente Não Reagente Não Reagente
Bilirrubina Direta Aumentado Normal Normal
Bilirrubina Indireta Aumentado Normal Normal

Considerando o contexto e os resultados apresentados, conclui-se que:


a) O indivíduo 1 apresenta hepatite dos tipos B e A na fase aguda.
b) O indivíduo 3 apresenta hepatite do tipo A na fase aguda.
c) O indivíduo 2 apresenta hepatite B aguda e hepatite A pregressa.
d) O indivíduo 1 apresenta hepatite B aguda e hepatite A pregressa.
e) O indivíduo 3 apresenta hepatite A aguda e é portador da hepatite B.
2) Paciente do sexo masculino, 73 anos de idade, aposentado, com hipertensão arterial
sistêmica de longa data, é dislipidêmico e etilista crônico. Está em uso diário de alisquireno
300 mg/dia e sinvastatina 40 mg/dia. Procurou atendimento médico, queixando-se de mialgia
crônica e artralgia. Foi prescrito paracetamol 750 mg de 8/8 horas se necessário. Começou a
fazer uso dele com frequência superior à recomendada. Há 4 dias, iniciou quadro de náuseas,
vômitos e dor abdominal de moderada intensidade, evoluindo há 1 dia com icterícia e queda
de seu estado geral. Com esses sintomas, procurou pronto atendimento. Foi, então,
submetido a exames laboratoriais, que apresentaram os seguintes resultados:

AST (TGO)= 4. 800 U/L (VR 10 a 37), ALT (TGP) = 4. 250 U/L (VR de 19 a 44),
bilirrubinas totais 3,8 mg/dL (VR de 0,4 a 1,2), glicemia 75 mg/dL (VR 70 a 99).
Hemograma sem alterações. O diagnóstico, a conduta e o prognóstico no caso clínico
descrito são, respectivamente, de:

A) Hepatite aguda medicamentosa, medidas de suporte à vida + N-acetil-cisteína e mau


prognóstico.
B) Hepatite crônica secundária ao etilismo, transplante hepático e mau prognóstico.
C) Hepatite crônica secundária ao etilismo, cessação do etilismo e bom prognóstico.
D) Hepatite aguda viral, medidas de suporte à vida e bom prognóstico.
E) Hepatite alcóolica aguda, transplante hepático e bom prognóstico.

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