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MEDICAMENTOS NA
ODONTOLOGIA
DOR
• A dor talvez seja o problema • Em muitos procedimentos
que mais motiva o paciente odontológicos, a ocorrência de
a procurar o cirurgião- inflamação/dor é um evento esperado.
dentista. De forma geral, ela Por exemplo, no pós-operatório de uma
tem caráter inflamatório e exodontia, é comum o desenvolvimento
está acompanhada, na de uma reação inflamatória, que poderá
maioria das vezes, de outras se apresentar mais ou menos intensa a
reações, como edema e depender do grau de trauma durante o
procedimento. Nesses casos,
alteração da função.
normalmente são prescritos anti-
inflamatórios e analgésicos.
ANALGÉSICOS
• Os analgésicos mais utilizados para dor leve são a dipirona e o
paracetamol. Para dores mais importantes, de moderada a grave, a
escolha é a associação do paracetamol com a codeína ou o tramadol
(os dois últimos, analgésicos opioides).
• A melhor opção quanto a potência analgésica e segurança é o ibuprofeno
(400-800 mg), que também pode ser utilizado em crianças. Outras
alternativas são o diclofenaco (50-100 mg)
• A dipirona (500-1000 mg) também é uma boa alternativa devido à sua
grande potência analgésica. No entanto, apresenta pouco efeito anti-
inflamatório. Em alguns pacientes, os AINE (anti-inflamatórios não
esteroidais) e a dipirona estão contraindicados, sendo a alternativa o
paracetamol 1000 mg com codeína 60 mg.
Recomendações para a utilização de analgésicos
em odontologia de forma segura e eficaz
• Administrar doses mínimas adequadas a cada caso.
• Consumir antes que a dor apareça: este modo de administração é mais potente, evitando o
aparecimento de picos de dor e prevenindo a extensão de desconfortos em regiões periféricas.
• Administrar regularmente, não só quando necessário: o descanso noturno deve ser respeitado.
Posologias a cada 6-8 horas são as mais indicadas, pois melhoram o efeito placebo do
medicamento contra a dor e permitem modificar a dose, aumentando ou reduzindo esta de
acordo com a sua eficácia. Já posologias em intervalos muito curtos, a cada 2-4 horas, são
pouco práticas, e aquelas a cada 24 horas se mostram eficientes nas dores crônicas, mas não
no caso das odontológicas.
• Usar de preferência a via oral: dado que é a mais habitual e fácil, por ser a menos invasiva.
• Finalmente, cabe ressaltar que a administração de AINEs em intervalos de 5-10 dias, como é
frequente em tratamentos odontológicos, é extremamente segura e bem tolerada, como
demonstrado por estudos clínicos, sendo o paracetamol o mais bem adequado nestas
condições.
ANTIINFLAMATÓRIOS
• Em relação aos anti-inflamatórios existe uma grande diversidade de
medicamentos. Essa classe de fármacos pode ser dividida em anti-
inflamatórios não-esteroidais (AINES) e anti-inflamatórios esteroidais (ou
corticosteroides) e atuam em enzimas diferentes: as cicloxigenases e as
lipoxigenases A2, respectivamente.
• Os esteroides inibem as proteínas e prostaglandinas responsáveis pelos
processos inflamatórios.
• Os não esteroides diminuem a inflamação, edemas e dores.
• Há provas convincentes de que as combinações de paracetamol e outros AINE,
tais como ibuprofeno e diclofenaco, são superiores a um agente único em eficácia
e segurança no combate à dor, ainda que, se tais combinações forem utilizadas,
devem se restringir a curtos espaços de tempo.
São os principais anti-inflamatório para o
dente. • Etodolaco;
• Parametasona; • Etoricoxibe;
• Prednisolona; • Fenilbutazona;
• Betametasona; • Fenoprofeno;
• Piroxicam;
• Dexametason;
• Sulindaco;
• Ibuprofeno; • Tenoxicam;
• Lombalgina; • Hidrocortisona;
• Buprovil. • Nimesulida.
• Metilpredinisolona; • Piroxicam.
ANTIBIÓTICOS
O uso de antibióticos apresenta duas indicações principais:
• 1. auxiliar o organismo no combate de uma infecção de origem
bacteriana (terapia antibiótica)
• 2. prevenir a ocorrência de uma infecção (profilaxia antibiótica).
Terapia antibiótica
• Está indicada em casos que apresentam sinais locais de
disseminação do processo infeccioso (ex: linfadenite, celulite,
trismo) ou sinais e sintomas de ordem sistêmica (febre, taquicardia,
falta de apetite, mal-estar geral, etc). Nesses casos é essencial que,
além de um diagnóstico correto e instituição do uso de antibióticos,
o cirurgião-dentista atue ativamente também na remoção da causa.
• No mercado brasileiro, existe uma grande variedade de antibióticos.
Eles diferem principalmente em relação ao espectro de ação. Na
prática clínica, os mais utilizados são penicilina, amoxicilina,
clindamicina, azitromicina, metronidazol, moxifloxacino.
Profilaxia antibiótica
• Nesse caso o paciente não apresenta, de fato, uma infecção; no
entanto, o uso de antibióticos se justifica para prevenir uma
infecção à distância (por exemplo, a endocardite bacteriana) ou para
prevenir a infecção de um sítio cirúrgico.
• Nessas situações, a indicação da antibioticoprofilaxia irá depender
das condições sistêmicas do paciente e do tipo de procedimento a
ser realizado. Os antibióticos mais utilizados nesses casos são
amoxicilina, ampicilina, clindamicina e azitromicina.
•
ANESTÉSICOS LOCAIS - O mecanismo de ação dos anestésicos
- Os anestésicos locais são utilizados
quando há necessidade de realização de locais está relacionado à supressão da
procedimentos que causam dor, por condução do estímulo nervoso de forma
exemplo, as exodontias. Os principais reversível, promovendo a ausência de
representantes desse grupo são a
sensibilidade dolorosa em uma determinada
lidocaína, mepivacaína, articaína e
bupivacapina. região do corpo.
- Para obter uma anestesia local segura e
- Nos tubetes odontológicos, normalmente
com profundidade e duração adequadas, existe uma associação de anestésico local
o cirurgião-dentista deve conhecer a com vasoconstritor. Este tem a função de
farmacologia e a toxicidade dos causar vasoconstrição local, o que resulta
anestésicos locais e dos vasoconstritores, em maior duração de ação do anestésico
para assim poder selecionar a solução
local, menor risco de toxicidade e menor
mais apropriada ao tipo de procedimento
e condições de saúde do paciente. sangramento local. Os vasoconstritores mais
comuns são a epinefrina, noraepinefrina e
felipressina.
Efeitos adversos mais comuns
• Gastrointestinais: irritação gástrica, feridas, úlceras pépticas, hemorragia ou perfuração,
diarreia, náuseas e vômitos. São os mais frequentes.
• Renais: retenção de sódio e água e insuficiência renal crônica.
• Hepáticos: elevação das transaminases e insuficiência hepática. São mais raros.
• Sistema nervoso central: dor de cabeça, confusão mental, alterações do comportamento
ou convulsões.
• Hematológicos: hemorragia, trombocitopenia ou anemia são os mais comuns.
• Outros: exacerbação da asma, polipose nasal, erupções cutâneas, prurido…
Estas reações adversas podem ser classificados em dois grupos:
- tipo A (75-80% do total), derivadas dos efeitos farmacológicos do medicamento e, por
consequência, previsíveis e dependentes da dose;
- e tipo B (20-25%), independentes do efeito do medicamento, imprevisíveis e não
dependentes da dose.