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ABORDAGENS SOCIOLÓGICAS
SOBRE O TRABALHO O TRABALHO HUMANO SIGNIFICADOS E CONCEPÇÕES Na linguagem cotidiana – muitos significados;
Nas línguas da cultura européia – trabalhar tem mais de um
sentido;
Em Português – labor e trabalho – ambas as
significações: ● realizar uma obra que dê reconhecimento social e permaneça através dos tempos; ● esforço rotineiro e repetitivo sem liberdade, de resultado efêmero.
● A palavra trabalho se origina do latim – tripalium (instrumento
de tortura) SIGNIFICADOS EM DETERMINADOS CONTEXTOS E NA ÓTICA DE PENSADORES CLÁSSICOS
Na tradição judaica – o trabalho é concebido
como uma labuta penosa, à qual o homem está condenado pelo pecado;
Com a Reforma Protestante – o trabalho é
reavaliado dentro do cristianismo: Lutero – o trabalho como a base e a chave da vida: ▪ é o caminho religioso para a salvação; ▪ é visto como obrigação ou compulsão.
Calvino – o trabalho como virtude se associa à
ideia de predestinação. SIGNIFICADOS EM DETERMINADOS CONTEXTOS E NA ÓTICA DE AUTORES CLÁSSICOS.
Na interpretação de Max Weber – o trabalho no
no sentido de ascese, operou uma ruptura com a tradição cristã, que separava a vida espiritual do mercado;
É nesta avaliação religiosa do labor no mundo –
como instrumento de purificação e meio de salvação – que reside a poderosa força que ele chama de espírito do capitalismo. SIGNIFICADOS EM DETERMINADOS CONTEXTOS NA ÓTICA DOS CLÁSSICOS No Iluminismo - os filósofos franceses louvam a técnica, as artes mecânicas, a indústria; exaltam o domínio do homem sobre a natureza, graças ao trabalho e à técnica;
Os economistas clássicos – A. Smith e David R.
consideram o trabalho humano a fonte de toda a riqueza social e de todo valor.
Hegel enriquece e aprofunda o conceito – é graças ao
trabalho, enquanto processo de criação, que o homem se produz a si mesmo. SIGNIFICADOS DO TRABALHO NA ÓTICA DE AUTORES CLÁSSICOS Dukheim – Divisão do trabalho social (sec.XIX) Analisa as relações de trabalho na sociedade capitalista: A crescente segmentação do trabalho, na produção industrial trazia uma forma superior de solidariedade, e não o conflito.
● Dois tipos de solidariedade – mecânica e orgânica
A mecânica predominava nas soc.pré-capitalistas; A orgânica é típica das soc. capitalistas – baseada na divisão do trabalho. ● Toda a ebulição no final séc. XIX não passava de uma questão moral – faltavam instituições e normas integradoras. SIGNIFICADOS DO TRABALHO NA ÓTICA DE AUTORES CLÁSSICOS
Marx - o trabalho para o desenvolvimento do homem e
suas distorções na sociedade capitalista: ▪ O trabalho é a condição objetiva da existência humana; ▪ Unidade dialética – é o trabalho e a produção; ▪ Conceitos – alienação; desigualdades sociais p/ relações de produção capitalistas; divisão classes sociais; valor e lucro; mais-valia; a luta de classes como motor da história. O TRABALHO NA ÓTICA DE UMA AUTORA CONTEMPORÂNEA – HANNAH ARENDT Repensa a distinção grega entre labor, praxis e poiesis em face das novas realidades do mundo contemporâneo: Labor é aquele trabalho do corpo do homem pela sobrevivência – há uma dose de passividade: ▪submissão aos ritmos da natureza, às estações; ▪às forças incontroláveis biológicas, a musculatura autônoma.
● O modelo é o camponês sobre o arado no
trabalho da terra. Ou a mulher no parto. O TRABALHO NA ÓTICA DE UMA AUTORA CONTEMPORÂNEA – HANNAH ARENDT
Poiesis – traduz o trabalho propriamente dito: o
fazer, a fabricação, criação de um produto de arte;
● O modelo é o escultor, o artista que molda sua
estátua sobre o gesso ou a pedra. O TRABALHO NA ÓTICA DE UMA AUTORA CONTEMPORÂNEA – HANNAH ARENDT
Praxis – é o domínio da vida ativa que tem o
discurso, a sua própria palavra como instrumento usado pelo homem livre. É o âmbito da vida política – onde se discutem os
interesses, as paixões, as questões concretas
referentes ao convívio entre concidadãos. Esta distinção entre níveis do trabalho humano se dava num contexto social /cultural em que doméstico e público eram separados radicalmente – domus / polis O TRABALHO NA ERA MODERNA Principal característica: A aplicação do conhecimento científico à produção: ● o aumento da produção material; ● a expansão capitalista ● o controle social (classe trabalhadora) via divisão do trabalho na produção Gerou o que se chamou a Revolução Industrial:
1º - Invenção da máquina a vapor – séc. XVIII;
2º - Desenvolvimento tecnologia (eletricidade) – séc. XIX; 3º - Automação – o computador – séc. XX. TRABALHO E CAPITAL: UMA RELAÇÃO CONFLITUOSA Na transição p/ o capitalismo: Principal obstáculo à disciplina na fábrica – a cultura tradicional baseada em costumes pré-cap. ● Primeiros movimentos de resistência dos trab. eclodiram em fins do séc. XVIII e ao longo do XIX; ● O capitalismo destruiu um modo estabelecido de vida; ● A base da luta política – manutenção das tradições culturais rompidas: a visão comunitária da vida rural; a indisciplina p/ o trab. coletivo; a necessidade de lazer e autonomia de decisão. TRABALHO E CAPITAL: UMA RELAÇÃO CONFLITUOSA Estratégias organizacionais p/ disc. o trabalho: ► Sistema de controle paternalista – de subcontratação que mantinha as relações familiares entre os trabalhadores recrutados por um intermediário; ► Outros métodos não paternalistas: ▪ várias punições: castigo físico dos jovens; demissão ou ameaça; multas por atraso, ausência ou insubordinação; ▪ incentivos: pagamento por resultados; ▪ a lógica motivacional: satisfação dos interes. Pessoais se realizaria na busca do lucro eco. DIVISÃO TÉCNICA E A DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO
A divisão social do trabalho – é uma
característica de todas as sociedades complexas – divididas em diferentes ocupações, podendo estar ligadas à produção ou à prestação de serviços.
A divisão técnica do trabalho é o parcelamento
do conjunto de operações parciais, especializadas, simplificadas, cada uma delas executada por um trabalhador DIVISÃO TÉCNICA E A DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO
Marx e a crítica à divisão técnica do trabalho:
▪ incrementa a produtividade a favor do capital; ▪ fragmenta o trabalhador – impedindo o desenv. Integral de suas potencialidades; ▪deixa-o incapaz de acompanhar o processo completo de produção; ▪intensifica o ritmo de trabalho; ▪ rebaixa o valor da força de trabalho e ▪reduz a possibilidade de negociação com o empresário. REFERÊNCIAS DIAS, Reinaldo. Sociologia & Administração. Campinas-SP. Editora Alínea, 2001. ALBORNZ, Suzana. O que é trabalho. São Paulo: Brasiliense, 2000. (Coleção primeiros passos; 171) BRAVERMAN, Harry. Trabalho e capital monopolista: a degradação do trabalho no Século XX. Rio de Janeiro- RJ: LTC – Editora S.A. 1987. CATTANI, Antônio David.(Org.) Trabalho e Tecnologia: Dicionário crítico. 3ªed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.