Aula Pontes

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GRANDES

ESTRUTURAS
Pontes
1. Introdução

Ponte é uma construção destinada a estabelecer a


continuidade de uma via de qualquer natureza. Nos
casos mais comuns, e que serão tratados neste texto,
a via é uma rodovia, uma ferrovia, ou uma passagem
para pedestres.
O obstáculo a ser transposto pode ser de natureza
diversa, e em função dessa natureza são associadas
as seguintes denominações:
1.1 Definições
Ponte (propriamente dita) - quando o obstáculo é constituído de
curso de água ou outra superfície líquida como por exemplo um
lago ou braço de mar

Ponte del Diavolo - Itália


1.1 Definições
Viaduto - quando o obstáculo é um vale ou uma via.

Viaduc de Millau - França


1.1 Definições
Viaduto de acesso - viaduto que serve para dar acesso a uma
ponte.

Ponte rodoferroviária sobre o Rio Paraná - Santa Fé do Sul


1.1 Definições
Viaduto de meia encosta - viaduto empregado em encostas
com o objetivo de minimizar a movimentação de solo em
encostas íngremes, ou como alternativa ao emprego de muro de
arrimo ou similar

Rodovia Régis Bittencourt - Brasil


1.2 Características particulares

Ações - devido ao caráter da carga de utilização das


pontes, torna-se necessário considerar alguns
aspectos que normalmente não são considerados nos
edifícios. Nas pontes, em geral, deve-se considerar o
efeito dinâmico das cargas, e devido ao fato das
cargas serem móveis, torna-se necessário determinar
a envoltória dos esforços solicitantes e a
verificação da possibilidade de fadiga dos
materiais.
1.2 Características particulares

Processos construtivos - em razão da adversidade


do local de implantação, que é comum na construção
das pontes, existem processos de construção que, em
geral, são específicos para a construção de pontes, ou
que assumem importância fundamental no projeto.
Composição estrutural - a composição estrutural
utilizada nas pontes difere da empregada em edifícios,
em razão da carga de utilização, dos vãos a serem
vencidos, e do processo de construção.
1.2 Características particulares

Nas construções, de uma maneira geral deve-se


atender os seguintes quesitos: segurança, economia,
funcionalidade e estética. No caso das pontes, dois
destes quesitos merecem ser destacados: a estética e
a funcionalidade.
1.3 Nomenclatura

Tendo em vista os aspectos estruturais, as pontes


podem ser subdivididas nos seguintes elementos:
SUPERESTRUTURA
 Estrutura secundária (tabuleiro)
 Estrutura principal

APARELHO DE APOIO
INFRAESTRUTURA
 Suporte (encontro e pilar)
 Fundação
1.3 Nomenclatura
1.3 Nomenclatura

Com relação à seção transversal, podem aparecer os


seguintes elementos:
 Pista de rolamento
 Acostamento
 Defensa
 Passeio
 Guarda-roda
 Guarda corpo
1.3 Nomenclatura
1.3 Nomenclatura

 Comprimento da ponte (também denominado de vão


total) - distância, medida horizontalmente segundo o
eixo longitudinal, entre as seções extremas da ponte;
 Vão (também denominado de vão teórico e de tramo) -
distância, medida horizontalmente, entre os eixos de
dois suportes consecutivos;
 Vão livre - distância entre as faces de dois suportes
consecutivos;
 Altura de construção - distância entre o ponto mais
baixo e o mais alto da superestrutura;
 Altura livre - distância entre o ponto mais baixo da
superestrutura e o ponto mais alto do obstáculo.
1.3 Nomenclatura
1.4 Classificação

As pontes podem ser classificadas segundo vários


critérios:
 material da superestrutura;
 comprimento;
 natureza do tráfego;
 desenvolvimento planimétrico;
 desenvolvimento altimétrico;
 sistema estrutural da superestrutura;
 seção transversal;
 posição do tabuleiro;
 processo de execução.
1.4.1 Material da superestrutura

As pontes se classificam segundo o material da


superestrutura em:
 Pontes de madeira;
 Pontes de alvenaria
 Pontes de concreto simples;
 Pontes de concreto armado;
 Pontes de concreto protendido;
 Pontes de aço;
 Pontes mistas (concreto e aço).
1.4.1 Material da superestrutura

Sneek - Holanda
1.4.1 Material da superestrutura

Ponte Infante Dom Henrique - Portugal


1.4.1 Material da superestrutura

Ponte Hercílio Luz - Florianópolis


1.4.1 Material da superestrutura

Ponte Hercílio Luz - Florianópolis


1.4.1 Material da superestrutura

Na infraestrutura das pontes emprega-se


normalmente o concreto armado, portanto não será
feita a classificação segundo o material da
infraestrutura.
1.4.2 Comprimento

Segundo o seu comprimento, as pontes podem ser


classificadas em:
 Galerias (bueiros) - de 2 a 3 metros;
 Pontilhões - de 3 a l0 metros;
 Pontes – acima de l0 metros.

Existe ainda uma divisão, para as pontes de concreto,


também de contornos não muito definidos, que é:
 Pontes de pequenos vãos – até 30 metros
 Pontes de médios vãos – de 30 a 60 metros
 Pontes de grandes vãos – acima de 60 a 80 metros
1.4.3 Natureza do tráfego

Segundo a natureza do tráfego, as pontes


podem ser classificadas em:
 Pontes rodoviárias;

 Pontes ferroviárias;

 Passarelas (pontes para pedestres);

 Pontes aeroviárias;

 Ponte-Aquetudos;

 Pontes mistas.
1.4.3 Natureza do tráfego

Ponte de Beipanjiang - China


1.4.3 Natureza do tráfego

Schkeuditz - Alemanha
1.4.3 Natureza do tráfego

Ponte Água Magdeburg - Alemanha


1.4.4 Desenvolvimento planimétrico

Segundo o desenvolvimento em planta do


traçado, as pontes podem ser classificadas,
em:
 Pontes retas:

– esconsas
– ortogonais
 Pontes Curvas
1.4.4 Desenvolvimento planimétrico
1.4.5 Desenvolvimento altimétrico

As pontes se classificam segundo o seu


desenvolvimento altimétrico, em:
 Retas:

– em rampa
– horizontal
 Curvas:

– Tabuleiro côncavo
– Tabuleiro convexo
1.4.5 Desenvolvimento altimétrico
1.4.6. Sistema estrutural da
superestrutura

As pontes podem ser classificadas, quanto ao


sistema estrutural da superestrutura em:
 Ponte em viga;

 Ponte em pórtico;

 Ponte em arco;

 Ponte pênsil;

 Ponte estaiada.
1.4.6. Sistema estrutural da
superestrutura
1.4.7. Seção transversal

Quanto à seção transversal às pontes de


concreto se classificam em:
 Ponte de laje

– vazada
– maciça
 Ponte de viga

– seção celular
– seção T
1.4.7. Seção transversal
1.4.8. Posição do tabuleiro

Quanto à posição do tabuleiro as pontes se


classificam, em:
 Ponte com tabuleiro superior;

 Ponte com tabuleiro intermediário;

 Ponte com tabuleiro inferior.


1.4.8. Posição do tabuleiro
1.4.9. Processo de execução

Os processos de execução a serem


apresentados referem-se às pontes de
concreto. O assunto é aqui tratado de forma
bastante sucinta, com um caráter introdutório
e será desenvolvido, de forma mais completa,
oportunamente. Assim, tendo em vista o
processo de execução, as pontes são aqui
classificadas em:
1.4.9. Processo de execução

 construção com concreto moldado no local,


com cimbramento fixo;
1.4.9. Processo de execução

 construção com elementos pré-moldados;


1.4.9. Processo de execução

 construção com balanços sucessivos;


1.4.9. Processo de execução

 construção com deslocamentos


progressivos.
1.5. Considerações Preliminares
para o Projeto

Para o desenvolvimento do projeto das pontes


são, em geral necessários os seguintes dados:
 Informações sobre a geometria:
características do projeto geométrico da via
que a ponte vai fazer parte, características
geométricas da ponte, tais como largura de
faixas, acostamento, gabaritos de transportes,
sob a ponte, a serem obedecidos ; etc.
1.5. Considerações Preliminares
para o Projeto

Informações topográficas: situação em planta


indicando construções existentes e o obstáculo
a ser transposto, levantamento topográfico em
escalas apropriadas), etc.
Informações hidráulicas/hidrológicas: no caso
de pontes sobre rio, informações sobre o fluxo
de água, seção de vazão, níveis máximo da
água, altura de lâmina de água, etc.
1.5. Considerações Preliminares
para o Projeto

Informações geotécnicas: sondagens e


eventualmente, relatórios geológicos, etc.
Informações das condições locais: condições de
acesso, disponibilidade de materiais e serviços,
impacto ambiental, agressividade do ambiente,
limitações de qualquer natureza, etc.
Nas pontes, como em qualquer tipo de construção,
deve-se procurar minimizar o custo, que é a soma dos
custos da infraestrutura, dos aparelhos de apoio e da
superestrutura.
1.5. Considerações Preliminares
para o Projeto
Para uma ponte de determinado comprimento,
um dos fatores mais importantes que
influenciam no custo são os vãos. Quanto
maior é o vão, maior é o custo da
superestrutura e menor a soma dos custos da
infraestrutura e dos aparelhos de apoio, e
vice-versa, quanto menor é o vão, menor é o
custo da superestrutura e maior a soma dos
custos da infraestrutura e dos aparelhos de
apoio, conforme mostra o diagrama para uma
situação genérica.
1.5. Considerações Preliminares
para o Projeto
2. Ações Nas Pontes

NBR 8681:2003 "Ações e segurança nas


estruturas", que classifica as ações da
seguinte forma:
 Ações permanentes
– indiretas
– diretas
 Ações variáveis
– especiais
– normais
 Ações excepcionais
2. Ações Nas Pontes

NBR 8681:2003 "Ações e segurança nas estruturas",


que classifica as ações da seguinte forma:
 Ações permanentes

- cargas provenientes do peso próprio;


concreto simples: 24 kN/m3
concreto armado ou protendido: 25 kN/m3
- cargas provenientes do peso da pavimentação, dos
trilhos, etc.;
pavimentação : no mínimo o valor de 24 kN/m3.
recapeamento: carga adicional de 2 kN/m2
2. Ações Nas Pontes

- empuxos de terra e de líquidos;


solo úmido, no mínimo igual a 18 kN/m3 e o ângulo
de atrito interno, no máximo igual a 30.
empuxo de água e a subpressão devem ser
considerados nas situações mais desfavoráveis,
- forças de protensão;
- deformações impostas, isto é, aquelas provocadas
por fluência e retração
2. Ações Nas Pontes

 Ações variáveis
– as cargas móveis (ação gravitacional, força
centrífuga choque lateral; efeitos de frenagem e
aceleração)
2. Ações Nas Pontes
2. Ações Nas Pontes

A norma NBR 7187 determina que as forças


horizontais de frenagem e aceleração sejam
calculadas como uma fração das cargas móveis
verticais, da seguinte forma:
a) Nas pontes rodoviárias, o maior dos seguintes
valores:
- 5% do valor do carregamento na pista de rolamento
com as cargas distribuídas, excluídos os passeios
- 30% do peso do veículo-tipo
b) Nas pontes ferroviárias, o maior dos seguintes:
- 15% da carga móvel para a frenagem
- 25% do peso dos eixos motores para a aceleração
2. Ações Nas Pontes

 Ações variáveis
– as carga de construção;
– a ação do vento;
 ponte descarregada (menor superfície
exposta), admite-se que a pressão do vento
seja de 1,5 kN/m2.
 ponte carregada, admite-se que ao se
oferecer essa maior superfície de incidência,
o vento atue com menor intensidade: 1,0
kN/m2 para pontes ferroviárias ou
rodoviárias, e 0,7 kN/m2 em pontes para
pedestres
2. Ações Nas Pontes

– o empuxo de terra provocado por cargas


móveis;
– a pressão da água em movimento;
– o efeito dinâmico do movimento das águas;
– as variações de temperatura.
 Ações excepcionais
– choques de veículos;
– outras ações excepcionais.
3. Sistemas Estruturais

Os sistemas estruturais normalmente


empregados nas pontes de concreto são:
 Pontes em viga
3. Sistemas Estruturais

 Pontes em pórtico

Ponte de São João - Portugal


3. Sistemas Estruturais

 Pontes em arco

Ponte Juscelino Kubitschek - Brasília


3. Sistemas Estruturais

 Pontes estaiadas

Ponte Octávio Frias de Oliveira – São Paulo


5. Tipologia dos apoios das pontes

Os aparelhos de apoio vinculam determinadas


partes da superestrutura, permitindo ao
mesmo tempo, os movimentos previstos no
projeto, provocados pelos esforços, protensão,
variação de temperatura, retração do
concreto, etc., que modificam as dimensões
dos elementos.
5.1. Aparelhos de apoio metálicos

No caso das articulações fixas as chapas


possuem cavidades usinadas e lubrificadas
onde se encaixa o rolete. Podem ser obtidas
também combinando-se duas chapas
metálicas, uma com a superfície plana e a
outra com a superfície curva e convexa.
5.1. Aparelhos de apoio metálicos
5.1. Aparelhos de apoio metálicos

No caso das articulações móveis um ou mais


roletes ficam confinados entre chapas
planas. Podem ser obtidas também com
pêndulos, que nada mais são que os roletes
sem as partes que não são necessárias.
5.1. Aparelhos de apoio metálicos
5.2. Aparelhos de apoio de
concreto

Os aparelhos de apoio de concreto são


construídos junto com a própria estrutura,
utilizando os mesmo materiais.
Os principais tipos são:
- articulação de contato de superfícies;
- articulação Mesnager;
- articulação Freyssinet;
- pêndulo de concreto.
5.2. Aparelhos de apoio de
concreto
5.2. Aparelhos de apoio de
concreto
5.3. Aparelhos de apoio de
neoprene
5.3. Infraestrutura

Os encontros são elementos de transição


entre a estrutura da ponte e o terrapleno, e
têm a dupla função de suporte da ponte e de
proteção do aterro contra a erosão.
Devem ser, portanto dimensionados para
resistir às reações verticais e horizontais da
superestrutura, bem como ao empuxo do
aterro.
5.3. Infraestrutura
5.3. Infraestrutura

Os pilares das pontes podem ser classificados


em três tipos:
- maciços.
- de estrutura reticulada – pórtico;
- de estrutura formada por lâminas – pilar-
parede;
5.3. Infraestrutura

Estruturalmente, as fundações das pontes


podem ser divididas em quatro tipos:
- fundação direta;
- estacas;
- tubulões;
- especiais.
O tipo de solo, a presença ou não de água, a
forma dos pilares, e as cargas a serem
resistidas,são os principais fatores envolvidos
na escolha do tipo de fundação.
Obrigado!

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