Trabalho, Sociedade e Valor
Trabalho, Sociedade e Valor
Trabalho, Sociedade e Valor
NETTO, José Paulo; BRAZ, Marcelo. Trabalho, sociedade e valor. In: ______. Economia
política: uma introdução crítica. 8 ed. São Paulo: Cortez, 2012, p. 41-65.
Questões norteadora do debate!
O trabalho é mais que uma categoria da economia política, ele faz referência ao
próprio modo de ser dos homens e da sociedade.
2) Para denotar que o ser social é mais que trabalho, para assinalar que ele cria
objetivações que transcendem o universo do trabalho, existe uma categoria
teórica mais abrangente: a categoria práxis. A práxis envolve o trabalho, que,
na verdade, é o seu modelo - mas inclui muito mais que ele: inclui todas as
objetivações humanas. Por isso mesmo, no trato dessas objetivações, dois
pontos devem ser salientados:
Quais as determinações da práxis?
A) Deve-se distinguir entre formas de práxis voltadas para o controle e exploração
da natureza e formas voltadas para influir no comportamento e na ação dos
homens. No primeiro caso, que é o do trabalho, o homem é o sujeito e a natureza
é o objeto; no segundo caso, trata-se de relações de sujeito a sujeito, daquelas
formas de práxis em que o homem atua sobre si mesmo (como na práxis
educativa e na práxis política). Exemplo: o poder político exercido pelo Estado, as
relações de poder institucional e profissional.
B) O produtos da práxis: trabalho concreto (material) ou as objetivações dos valores
éticos. Exemplo: materialização, por meio de orientação social a respeito do
nome social (identificação material) e o valor ético de respeito à orientação
sexual.
A contradição ou inversão da práxis é a alienação
Mas da práxis não resultam somente produtos, obras e valores que permitem aos
homens se reconhecerem como autoprodutores e criativos. COnforme as condições
histórico-sociais em que se realiza (vale dizer: conforme as estruturas sociais em que se
insere a atividade dos homens), a práxis põe produzir objetivações que se apresentam
aos homens não como obras suas, como sua criação, mas, ao contrário, como algo em
que eles não se reconhecem, como algo que lhes é estranho e opressivo.