2 - Criação

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2.

Conceito de plano de acção e de negócio


2.1.Principais factores de êxito e de risco
nos negócios
Criação de um Negócio

Iniciar um negócio inclui não só um conjunto de


oportunidades como também alguns riscos. Neste
sentido apresentamos em primeiro lugar alguns
motivos que levam as empresas a fracassar.
Motivos de fracasso de negócios de dimensões
reduzidas:

• Muita concorrência no mercado;


• Inexistência de clientes;
• Ausência de conhecimentos específicos para o
negócio;
• Falta de capital;
• Flutuações económicas nos mercados, nas taxas de
juro, etc…
• Inexistência de um plano de negócios.
Depois de analisar alguns dos motivos que levam
as empresas a fracassar, torna-se necessário
identificar as razões principais que fazem com
que os negócios progridam e cresçam.
Lista de factores de sucesso do negócio:

1. A sua empresa deverá vender o que os clientes gostam e não o que


você gosta;
2. Os preços competitivos podem ser ingredientes-chave para atrair
clientes;
3. A alta qualidade é testemunhada de boca em boca pelos clientes;
4. O empresário com características empreendedoras que impulsiona o
negócio;
5. Uma equipa motivada e qualificada.
Como desenvolvê-los:
1. Deverá saber o que faz voltar o seu cliente e
fortalecer essas situações.
2. Deverá analisar sempre as formas de reduzir os
custos.
3. Deverá implementar um programa de
desenvolvimento contínuo de qualidade
4. Aperfeiçoar/treinar as suas características de
empreendedor VENCEDOR de acordo com as suas
necessidades;

5. Deverá procurar sempre formas novas de motivar a


sua equipa assim como ministrar os melhores planos de
formação.
2.2.Análise de experiências de negócio

Depois de estarmos alerta para os motivos que levam


as empresas a fracassar e de sabermos os fatores de
sucessos que fazem com que elas progridam,
estamos aptos para encontrar as oportunidades de
negócio.
Em primeiro lugar:
 Localizar a área de mercado que quer servir e analise as
necessidades desse mercado;
 Preparar uma lista com os produtos e serviços que têm
sentido no mercado e podem ajustar-se às suas capacidades;
 Identificar problemas ou factores de sucesso, e não julgue
o mérito relativo à alternativa ou problema que possa ter
identificado. Pode ter várias alternativas de problemas que se
tornaram oportunidades.
Segundo, criar uma lista com as oportunidades tendo em
conta:

• As opções de negócio de acordo com a importância do


negócio;

• As vendas e os clientes;

• A viabilidade;

• A rentabilidade.
Terceiro - avaliar as opções iniciais, listando as
oportunidades viáveis, tendo por base os seguintes
elementos:

• As opções de negócio de acordo com a sua


importância;
• As competências básicas para assegurar o sucesso de
cada oportunidade;
• O nível de competências básicas que possui para
assegurar o sucesso de cada oportunidade. Deverá
comparar com o item anterior;
• Indique o nível de importância de cada competência
em relação às opções de negócio que escolheu.
2.3.Análise SWOT do negócio

2.3.1.Pontos fortes e fracos

A análise SWOT

• O termo SWOT resulta da conjugação das iniciais das palavras


anglo-saxónicas Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas),
Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças).
A importância da identificação das forças e das
fraquezas é particularmente importante para
os aspectos mais directamente relacionados
com os factores críticos de sucesso da
organização em causa.
É também importante referir que a consideração de
uma determinada característica da empresa, como
força ou fraqueza é sempre relativa e potencialmente
alterável, designadamente na medida em que se
podem verificar ao longo do tempo alterações
importantes ao nível da concorrência e do seu
comportamento.
2.3.2.Oportunidades e ameaças ou riscos

Análise Externa
No que respeita à análise externa no âmbito da análise
SWOT, que tem como objectivoa identificação das
principais oportunidades (Opportunities) e ameaças
(Threats) que num determinado momento se colocam
perante a organização.
Pode dizer-se que a sua importância está associada à
necessidade de, dentro do possível, os gestores e
outros responsáveis preverem eventuais
desenvolvimentos futuros que possam ter maior ou
menor impacto futuro nessa mesma organização.
• Assim, a análise SWOT corresponde à
identificação por parte de uma organização e
de forma integrada dos principais aspetos que
caracterizam a sua posição estratégica num
determinado momento, tanto a nível interno
como externo.
2.4.Segmentação do mercado

2.4.1.Abordagem e estudo do mercado

A segmentação consiste em classificar o mercado total de

um produto ou serviço em subconjuntos homogéneos

de clientes, em que cada subconjunto constitui um

segmento.
A segmentação é crucial na avaliação que o empresário
faz do mercado, e das estratégias que define para
nele actuar. Ao dividirmos o mercado é mais fácil
quantificá-lo e orientar de forma eficaz as estratégias
de marketing mix. Assim, um segmento de mercado
deve ser “trabalhável”, quantificado e permitir
caracterizar eficazmente o publico alvo.
A caracterização dos segmentos identificados deve ser
efectuada de acordo com os factores relevantes para o
mercado em causa, sendo os mais usuais apontados
de seguida:
Características do público-alvo: idade, sexo, raça,
religião, dimensão do agregado familiar, localização,
grau de concentração e verticalização, estrato social,
nível de rendimento, estilo de vida, nacionalidade
Características da compra ou utilização:
Dimensão da compra, lealdade à marca, custos de
mudança, finalidade de uso, comportamento de
compra, grau de implicação da compra no poder
aquisitivo, critérios de escolha, disponibilidade de
fornecedores alternativos, entre outros.
Necessidades e preferências:

- desejos
- referências sociais
- percepções e preferências de preços
- marcas, qualidade, entre outras.
As estratégias de mercado serão direccionadas ao
segmento em que actuamos. Assim, estes devem ser
caracterizados qualitativa e quantitativamente. Se não
tiver ideia da dimensão e potencial de crescimento
do(s) segmento(s) alvo(s), então as vendas
apresentadas não têm uma base sólida.
Identifique, nesta fase, quais dos segmentos atrás identificados
constituem o seu marcado -alvo. Relativamente a estes,
enriqueça a caracterização dos mesmos com:

• A sua quantificação;

• A previsão da taxa de crescimento;

• A previsão de alterações esperadas no que respeita à sua


estrutura;

• A identificação das variáveis preponderantes para a decisão de


compra.
2.4.2.Mercado concorrencial

Compreender os clientes já não é suficiente. A


globalização, tem sido responsável pela intensificação
da concorrência, tanto a nível nacional como
internacional. A concorrência duma empresa é
constituída pelo conjunto de actores, que satisfazem
os mesmos clientes e as mesmas necessidades
através de ofertas semelhantes.
A recolha e tratamento de informações sobre os
concorrentes tem três objectivos:

• Estabelecer, no curto prazo, uma comparação sistemática


dos principais indicadores comuns de desempenho
económico, como as vendas, os custos e os resultados;
• Aumentar, a médio prazo, o grau de fiabilidade das
previsões sobre o comportamento futuro dos
concorrentes;

• Antecipar futuros movimentos e reacções do tecido


concorrencial afim de re-adequar o posicionamento
estratégico, aproveitando as limitações e/ou evitando
os pontos fortes da concorrência.
• O estudo da concorrência é completado com a análise
dos produtos substitutos e das barreiras à entrada.
• Para apurar o impacto do poder negocial dos
concorrentes na rentabilidade estrutural da actividade
esta secção deverá dividir-se em dois grandes pontos:
1. CARACTERIZAÇÃO DA CONCORRÊNCIA

A caracterização da concorrência deve contemplar os


seguintes pontos:

Descrição geral da estrutura do tecido concorrencial -


Consiste na caracterização global do sector no que
concerne ao número de concorrentes existentes, à
estrutura existente (é fragmentada, dominada por poucos
participantes) e tipo de segmentos em que operam.
Identificação e caracterização dos principais
concorrentes:
Identifique os principais concorrentes; procure
caracterizá-los de acordo com os seguintes factores:
a dimensão e o desempenho histórico (análise dos
indicadores), a posição e o ímpeto estratégico, os
objectivos e mercados - alvo, os pontos fortes e
fracos e os modelos de reacção da concorrência.
2. ANÁLISE DA RIVALIDADE CONCORRENCIAL

Para analisar a rivalidade concorrencial não é suficiente


a monitorização do comportamento dos actuais
concorrentes. É importante tentar prever a
concorrência potencial. Quando se sabe de antemão
quando e como novas empresas tencionam entrar no
sector, torna-se mais fácil erigir barreiras à sua
entrada.
A rivalidade entre os concorrentes é mais intensa quando:

•Existe um elevado número de concorrentes ou todos têm


dimensões semelhantes;
•O crescimento de mercado é reduzido;
•Os custos fixos são elevados;
•Os produtos/serviços são internos;
•diferenciados e os custos de mudança são reduzidos;
•Existe tendência para a concentração do sector.
2.4.3.Estratégias de penetração no mercado

Quanto ao conceito de Posicionamento Estratégico, Porter


apresenta a seguinte proposta:
As empresas devem decidir a sua estratégia de abordagem
ao mercado (liderança pelo custo, diferenciação ou
segmentação) com base no seu conhecimento da
estrutura da indústria.
1. Liderança pelo custo

Características:
Exige forte investimento de capital – criação de
infra-estrutura que permita produzir grandes
volumes de forma mais eficiente (economias
de escala, curva de experiência)
Pode obrigar a preços agressivos e prejuízos iniciais
para conseguir posicionar-se no mercado e ganhar a
quota necessária

Exige forte controlo de custos

Permite maior flexibilidade para enfrentar guerras de


preços ou subida do custo das matérias-primas

Foco na engenharia do processo


2. Diferenciação

• Características:
• • Proporciona vantagem competitiva na
medida em que o cliente é mais leal e menos
sensível ao preço
• • Permite níveis de rentabilidade mais elevados
por via dos preços mais altos
• • A percepção de exclusividade é geralmente
incompatível com uma elevada quota de
mercado
• Maior esforço financeiro em I&D, inovação, qualidade das
matérias-primas, estrutura de apoio ao cliente, publicidade;
• Risco de imitação com preços mais baixos, ou de
transferência para substitutos mais baratos em fases de
recessão económica;
• Foco na engenharia do produto.
3. Especialização / Segmentação
Características:

• Concentração dos recursos num determinado segmento, conseguindo


assim níveis de serviço mais elevados

• Empresa pode conseguir produzir com custos inferiores ao orientar-se


para um nicho de mercado em particular, o que a torna mais eficiente
nesse segmento

• Nichos de mercado em regra não atraem concorrentes de grandes


dimensões, desencorajados pelos baixos volumes e exigências
particulares desses segmentos
2.4.4.Perspetivas futuras de mercado

O contexto económico do Séc. XXI criou novos desafios


às empresas, que obrigam a repensar o papel do
pensamento estratégico tal como apresentado pela
escola da “Organização Industrial”. ( dar copias )
3.Plano de acção

• 3.1.Elaboração do plano individual de acção


3.1.1.Actividades necessárias à
operacionalização do plano de negócio

• A definição do negócio exige a clarificação de “o


que vamos fazer”: as propostas a apresentar
aos clientes, as alternativas tecnológicas a
empregar, os nichos de mercado a abordar.
Trata-se, em definitivo, de fazer um plano que
nos permita conhecer e fixar o campo de
batalha onde vamos exercer a actividade
empresarial.
• Assim, a definição do negócio e o seu correcto
posicionamento são condições básicas para o
sucesso. Como fazê-lo?
O ponto de partida:

Determinar os critérios de análise do negócio. Para


determinar o âmbito de actuação da nossa empresa, o
negócio deve ser inicialmente entendido em sentido
amplo, como algo que transcende o produto ou serviço,
para posteriormente analisar segmentos mais específicos.
Um método de segmentação passa por analisar e
integrar os três grandes eixos do negócio - Produto,
Mercado e Tecnologia:
• Produto (O Quê? Qual a necessidade a satisfazer?) - É
necessário avaliar os distintos “quês” que desenvolvem
as empresas que pertencem ao tipo de negócio que
pretendemos instalar. As necessidades a satisfazer
reflectem-se em produtos concretos, com exigências e
níveis de equipamento muito distintos.
• Mercado (Onde? Qual o mercado, o canal, o cliente-
alvo?)- Os critérios de classificação do “onde” podem
também ser múltiplos. Teremos de escolher aquele
que resulte mais enriquecedor para a concretização
dos vários âmbitos de actuação possíveis da nossa
empresa. Pode ser o mercado geográfico, o canal de
distribuição ou o cliente-alvo.
• Tecnologia (Como produzir? Quais as alternativas
tecnológicas?) - Existem alternativas tecnológicas
que apresentam graus muito diferentes de aceitação
e representam vantagens/inconvenientes muito
variados. Há que perceber que opções existem (uma
prospecção da tecnologia utilizada pela concorrência
é de extrema utilidade).
A escolha do terreno:
os âmbitos de actuação onde vamos concorrer

Uma vez estabelecidas as variáveis que nos permitirão


escolher um “campo de batalha”, devemos começar a
concretizar as distintas alternativas que cada variável
nos apresenta, e a perceber as suas inter-relações:
• A necessidade a satisfazer, e consequentemente
o produto/serviço que a satisfaz - queremos
apontar à necessidade básica, concentrando-nos
assim num segmento de qualidade mais baixa,
ou a necessidades mais complexas e sofisticadas,
que exigem produtos/serviços de maior valor
acrescentado?
• O Mercado (onde/a quem) – que alternativas
existem? Quais as diferenças entre vender ao público
ou a retalhistas? A lojas especializadas ou grandes
superfícies? A segmentos mais altos ou mais baixos?
A alternativa tecnológica - que diferentes
tecnologias podemos empregar? Quais as
vantagens e inconvenientes de cada uma?
Que condicionantes nos são impostos pela
concretização do “quê” e do “onde/a quem”?
3.1.2.Processo de angariação de clientes e
negociação contratual

Procurar os motivadores de compra / factores de êxito

Já escolhemos algumas variáveis que nos permitem segmentar o negócio

potencial.

É chegado o momento de estabelecer os requisitos que deve cumprir uma

empresa que queira conquistar cada um dos nichos de mercado identificados.

Para tal, é fundamental colocar-nos no lugar do cliente e do mercado, para

identificar os componentes da qualidade percebida em cada segmento.


Assim, perceberemos quais os critérios básicos a
cumprir para ter êxito nesse terreno em particular.
Escolher o segmento errado e competir num âmbito
que não é o nosso é frequentemente causa de
fracasso.
Uma pequena empresa artesanal poderá responder às
exigências de volume e preço de uma grande
superfície? Ou poderá uma empresa de grandes
volumes, comercializar com êxito em pequenas lojas
especializadas, que consomem baixas quantidades e
exigem embalagem cuidada e qualidade superior?
Uma pequena empresa artesanal poderá responder às
exigências de volume e preço de uma grande
superfície? Ou poderá uma empresa de grandes
volumes comercializar com êxito em pequenas lojas
especializadas, que consomem baixas quantidades e
exigem embalagem cuidada e qualidade superior?
Identificar os competidores e localizá-los em cada
segmento
• Este passo requer um grande esforço de recolha de
informação e conhecimentos sobre os competidores a
enfrentar, já instalados no mercado ou que,
previsivelmente, se venham a instalar no curto prazo.
Se o fizermos bem, saberemos quem está onde, e
quem vai melhor ou pior no sector.
Identificar os competidores e localizá-los em cada segmento

Este passo requer um grande esforço de recolha de


informação e conhecimentos sobre os competidores a
enfrentar, já instalados no mercado ou que,
previsivelmente, se venham a instalar no curto prazo. Se
o fizermos bem, saberemos quem está onde, e quem
vai melhor ou pior no sector.
Escolher o âmbito de actuação em função da sua
atractividade e das capacidades do empreendedor

• Neste último passo o empreendedor determina o seu


negócio. Já avaliou os aspectos mais gerais e
aprofundou os detalhes de cada segmento. É o
momento de escolher o campo de operações, avaliar
onde é mais aconselhável desenvolver a sua actividade.
Para isso há que ser o mais objectivo possível e,
partindo do auto-conhecimento, perceber se é
possível responder com eficácia às exigências de
cada segmento.
As nossas próprias capacidades são o ponto de partida
para a definição do âmbito, ou âmbitos em que uma
nova empresa, terá vantagens que lhe permitam
sobreviver e triunfar. O empreendedor tem de estar
consciente de que criar uma empresa requer em
simultâneo analisar metodicamente as características
do sector, e ter um conhecimento profundo de si
mesmo.
4.Estratégia empresarial

4.1.Análise, formulação e posicionamento estratégico

• A Análise estratégica é o primeiro estudo que um


empreendedor deve realizar. É com base nesta metodologia
que se passa da ideia à concretização ou não do projecto,
garantindo-lhe o enquadramento, a fundamentação e a
sustentabilidade desejada a um projecto de sucesso.
Ao longo desta análise denominada TOFA
(trunfos, oportunidades, fraquezas e ameaças),
ou, na linguagem anglo-saxónica, SWOT
analysis (strengths, weaknesses, opportunities,
threats), deve estar sempre presente, que as
influências que decorrem das condicionantes
externas são classificadas como
Oportunidades se o seu impacto é favorável,
ao projecto e como Ameaças se o seu impacto
é desfavorável ao projecto.
• As influências que decorrem das condicionantes
internas, são classificadas como trunfos se o seu
impacto é favorável ao projecto e como fraquezas se
o seu impacto é desfavorável ao projecto.
• A análise das inter-relações obtém-se cruzando as
Oportunidades identificadas com os Trunfos e
Fraquezas identificadas, e cruzando as Ameaças
identificadas com os Trunfos e Fraquezas identificadas.
Avalia-se, deste modo, as eventuais relações que
podem potenciar ou não o desenvolvimento do
negócio.
Como efectuar uma analise interna

• Para efectuar a análise interna, deve solicitar o


apoio de todos os recursos humanos da
empresa, e se possível a cooperação de uma
entidade externa, no sentido de garantir uma
opinião isenta de influências internas.
A análise interna irá identificar os trunfos para construir
e aplicar um plano estratégico com sucesso, e as
fraquezas, para conseguir avaliar a sua força e activar
um plano de emergência para atingir os objectivos da
empresa.
Como efectuar uma analise externa

• A análise externa irá identificar as oportunidades


externas, para conseguir estar preparado e explorar
essas oportunidades, no momento certo e no caso de
existirem ameaças, estar atento ao seu aparecimento
e poder reagir com algum plano de contingência a
essas ameaças.
4.2.Formulação estratégica

• Depois de efectuada a análise interna e externa ao


projecto da empresa que se deseja criar, passamos
agora a desenvolver a estratégia. Começamos por
definir a cultura organizacional, a visão, a missão da
empresa e os objectivos a alcançar.
Cultura da empresa

• A cultura organizacional estabelece os valores e as


crenças a seguir pela empresa. Ou seja, é um código
que estabelece a relação entre os colaboradores da
empresa, os accionistas, clientes, fornecedores,
governo e público em geral (Por exemplo: Servir o
cliente de forma a satisfaze-lo na sua plenitude).
Visão da empresa

• A visão da empresa descreve um ideal forte, ou seja,


onde pretende chegar (Por exemplo: ser a empresa
líder na oferta da melhor qualidade de bebida a
qualquer pessoa e em qualquer lugar.).
Missão da empresa

A missão de uma empresa, é mais especifico do que a


visão. A missão descreve os produtos, serviços, o
perfil dos clientes, as actividades de negócio
presentes e futuras e a direcção que a empresa
pretende tomar (Por exemplo: ser a empresa líder na
comunicação, da Península Ibérica, em seis meses).
• Portanto, a declaração de missão inclui as
perspectivas dos seus promotores quanto ao tipo de
produtos, definidos em termos funcionais,
demográficos e geográficos.

• Devem ser referidas as competências distintivas,


valores e políticas de actuação que dão razão de ser à
sua aceitação nos mercados e as perspectivas quanto
ao seu desenvolvimento.
• A declaração de missão descreve a finalidade da
empresa, a sua razão de ser, bem como o grau e tipo
de aptidões necessários para que se atinja e
mantenha uma posição competitiva sustentável. É tão
importante pelo que inclui como pelo que exclui.
Os objectivos são determinados para especificar os
resultados que se desejam alcançar ao definir a missão
da empresa. Estes são acções concretas que se
desenvolvem num determinado período de tempo.
• A visão, os valores, a missão, e os objectivos da
empresa são os conceitos básicos para a definição de
uma empresa.
4.3.Planeamento, implementação e controlo de
estratégias

• A aplicação de um plano estratégico deve envolver


todas as pessoas da empresa, tanto os que têm maior
poder de decisão como os que respondem a ordens
superiores. Ou seja, devem estar todos bem
informados acerca da missão da empresa.
Neste sentido para aplicar a estratégia escolhida deve
existir uma boa comunicação, e um compromisso claro
de desenvolver as diferentes competências e forças
para atingir a missão definida. Além disso deve existir
uma estrutura organizacional apropriada para levar a
cabo a aplicação da estratégia.
• Portanto deverá existir uma boa relação, entre os
gestores e os seus empregados, pois o êxito depende
da boa gestão da empresa. Um compromisso sólido
com a ajuda de pessoas competentes permitirá a
aplicação do plano estratégico com êxito.
4.4.Negócios de base tecnológica | Start-up

• Os candidatos a empreendedores com capacidade e


domínio dos factores essenciais à elaboração de um
Plano de Negócios que lhes permita abrir a “porta”
do sucesso constituem a excepção e não a regra.
• As suas start-ups normalmente não possuem os critérios
que os potenciais investidores - Sociedades de Capital de
Risco, Business Angels ou outros investidores - utilizam
para identificar grandes vencedores, nomeadamente os
que assentam na dimensão, nas vantagens competitivas
sustentáveis, em planos operacionais bem suportados que
permitam atingir mercados bem definidos e promotores
com provas dadas no mercado empresarial
Todavia, é possível agregar-lhes competências de gestão
empresarial e criação de uma rede de contactos que
permitam suportar um processo de crescimento das
suas empresas.
A importância das incubadoras
A utilização das Incubadoras, como um lugar seguro
par empreender, permite ao empreendedor a
obtenção das citadas competências com resultados,
extremamente interessantes, como sejam o
aumento do ciclo de vida das suas empresas,
ampliação.
As Incubadoras e os Parques tecnológicos, geralmente
localizados em áreas próximas às Universidades ou de
Instituições geradoras de conhecimento, são assim
organizações que desempenham papéis sucessivos ao
longo do ciclo de vida de uma empresa e que os
empreendedores devem ter presente nas suas opções
iniciais.
Com efeito, enquanto as incubadoras fornecem a
estrutura necessária para o desenvolvimento inicial
da ideia ou do protótipo, nos Parques instalam-se
empresas já maduras, ou que pelo menos já
desenvolveram tecnologias críticas e as
transformaram em produtos comercializáveis,
realizaram uma carteira mínima de clientes,
estruturaram suas funções internas, etc.
A importância das Incubadoras, está intimamente
relacionada com o desenvolvimento sustentável que
delas resulta devido à sua capacidade de transformar
os resultados da ciência em novas tecnologias
inovadoras, especialmente quando se combinam
competências académicas e empresariais.
É com base nesta filosofia que as Incubadoras de empresas e
os Parques Tecnológicos se terão de desenvolver - como
focos geradores de tecnologias e de empresas em
parceria com investidores e centros de investigação -
permitindo que os produtos idealizados pelos
empreendedores sejam realidades industriais e comerciais
e cheguem ao consumidor com a qualidade desejável.
4.5.Políticas de gestão de parcerias | Alianças e
joint-ventures

A compatibilidade estratégica ocorre, em primeiro lugar,


entre empresas do mesmo sector, onde as posições
competitivas relativas dos parceiros exercem grande
influência tanto sobre o interesse estratégico como
sobre as lógicas de criação de valor que as entidades
envolvidas perseguem individualmente.
Cooperar não é uma operação de somar, de subtrair, de
dividir ou mesmo de multiplicar. Cooperar é uma
operação que visa criar sinergias. Sinergias que, por
sua vez, se alimentam de vontades, objectivos,
competências e capacidades. Sinergias que têm como
denominador comum uma compatibilidade
estratégia.
O objectivo da formação de alianças é juntar forças com
os parceiros com vista a agarrar oportunidades de
mercado que de outra forma seriam inalcançáveis.
Acrescentam, ainda, baseados na teoria das trocas
sociais, que as empresas estão mais propensas a
formar alianças em sectores com elevado grau de
incerteza ambiental e caracterizados por mudanças
rápidas e desenvolvimento tecnológico.
• As joitventures constituem um caso particular de aliança.
Verifica-se quando duas ou mais empresas constituem uma
nova entidade. As joint ventures são alianças estratégicas do
domínio financeiro porque, tratando-se da constituição de
uma nova entidade, envolvem, entre outros recursos, a
afectação de capital para a sua estrutura accionista. Contudo, o
desenvolvimento deste tipo de aliança é bastante comum para
prosseguir objectivos comerciais ou de produção/técnicos.
Identificaram-se as seguintes bases de confiança
nas alianças:

•Contratual – honrar as regras de troca, aceites ou


legais, mas também pode indiciar a ausência de
outras formas de confiança;

•Boa vontade – expectativas mútuas de empenhamento


para além dos requisitos contratuais;
• Institucional – confiança baseada nas estruturas
formais;

• Rede – devido aos elos de ligação de natureza pessoal,


familiar ou étnicos/religiosos;

• Competência – confiança baseada na reputação,


capacidade e knowhow;

• Empenhamento – interesse mútuo, empenhamento


nos mesmos objectivos.
4.6.Estratégias de internacionalização

Uma vez definidas as estratégias para o país de origem, a


empresa deve avaliar a possibilidade de transpor as
suas operações para outros mercados geográficos.

O processo de internacionalização da empresa deverá ser


enquadrado com as competências centrais e vantagens
competitivas desenvolvidas no mercado doméstico.
A empresa deve primeiro identificar todas as
modalidades de entrada nos mercados externos e
procurar restringir o seu leque de opções de
internacionalização em função da análise de factores:
• Enquadramento legal;
• Acesso ao mercado;
• Experiência;
• Competição;
• Risco;
• Controlo;
• Retorno;
• Natureza dos activos;
• Custos;
• Recursos;
• Produtos.
A internacionalização deverá contribuir sempre, para o
aumento da competitividade da empresa a longo prazo.
A análise dos mercados estratégicos a penetrar deve
considerar factores comerciais, operacionais e de risco.
Factores comerciais:
 dimensão do mercado, taxa de crescimento, rede de

distribuição, nível de preços, hábitos de consumo.


Factores operacionais:
 Regulamentação legal, possibilidade de
repatriação de fundos, burocracia, custos e
disponibilidades dos recursos locais.
 A exportação, enquanto forma mais tradicional de
internacionalização, representa ainda um importante
papel para as empresas, mas durante as últimas
décadas a internacionalização tornou-se uma
actividade muito diferenciada e de importância crucial
na busca da competitividade.
 Parcerias de vários tipos, Investimento Directo
Estrangeiro, entre outros, representam formas viáveis
de facilitar a troca de conhecimento e tecnologia e de
reforçar as estratégias de negócio internacional das
empresas.
4.7.Qualidade e inovação na empresa

• A gestão da qualidade consiste numa das maiores


preocupações das empresas, sejam elas voltadas para a
qualidade de produtos ou de serviços. A consciencialização
para a qualidade e o reconhecimento de sua importância
trouxe a necessidade da certificação dos sistemas de gestão
da qualidade, o que é indispensável para todas as
organizações.
• A certificação da qualidade, além de aumentar a
satisfação e a confiança dos clientes, deve contribuir
para reduzir custos internos, aumentar a
produtividade, melhorar a imagem e os processos
continuamente. Possibilita ainda o acesso a novos
mercados.
• As pessoas e as empresas que buscam qualidade
devem criar uma mentalidade positiva de mudança.
Qualquer melhoria, pequena ou grande, deve ser
bem-vinda. Toda a inovação deve ser conhecida,
testada e, se possível, aplicada.
• Uma organização que se propõe a implementar uma
política de gestão voltada para a qualidade tem de ter a
consciência de que a sua trajectória deve ser reavaliada. As
mesmas precisam pôr em prática actividades que visam
estabelecer e manter um ambiente onde as pessoas
trabalham em equipa e consigam um desempenho eficaz
na busca das metas e missões da organização.
• Tipicamente, a inovação é associada à busca de vantagens de

custos, ao estabelecimento de uma posição de monopólio, à defesa

de uma posição competitiva, ou à obtenção de vantagens

comparativas.

• Mais recentemente, generalizou-se a ideia de que a diferenciação

através da inovação contínua é uma questão de sobrevivência, para

melhorar produtos, processos, serviços, redes e reputação, e

desenvolver competências nucleares e melhorias de performance

críticas para o sucesso.


• Tipicamente, a inovação é associada à busca de vantagens de custos, ao
estabelecimento de uma posição de monopólio, à defesa de uma
posição competitiva, ou à obtenção de vantagens comparativas.

• Mais recentemente, generalizou-se a ideia de que a

diferenciação através da inovação contínua é uma questão de


sobrevivência, para melhorar produtos, processos, serviços,
redes e reputação, e desenvolver competências nucleares e
melhorias de performance críticas para o sucesso.
• A inovação é entendida hoje em dia como um
conceito multi-dimensional, de natureza estratégica,
que vai para além da inovação tecnológica.

• Uma empresa pode desenvolver vários tipos de


iniciativas de inovação, e existem diversas formas de
trazer a novidade, essencial para a inovação, para o
interior da empresa.
• O domínio e boa gestão do processo de
Desenvolvimento de Novos Produtos assumem um
papel determinante para as empresas empenhadas
na inovação de produto, e conhecer os factores
críticos de êxito/insucesso deste processo é
determinante para potenciar as competências
internas e antecipar os problemas mais comuns.
5.Plano de negócio

5.1.Principais características de um plano de


negócio
• 5.1.1.Objetivos

Um plano de negócio é uma narrativa escrita que descreve o que o novo

negócio pretende atingir. Na maioria das situações o plano de

negócio tem dois usos – dentro da empresa e fora da empresa:

dentro da empresa, o plano ajuda a desenvolver um “roadmap” a

seguir na execução das estratégias e planos, fora da empresa,

apresenta aos investidores potenciais e outros stakeholders qual é a

oportunidade de negócio que a empresa persegue e como o pensa

fazer.
Estrutura base do plano de negócios
A estrutura base do plano de negócios é bastante
padronizada porque há um conjunto de elementos que
são, necessariamente, sempre importantes. Por exemplo,
é importante perceber o seu modelo de negócios. É
importante saber qual é o mercado alvo que deseja
conquistar. É importante conhecer quem são os seus
concorrentes. Mas, é também importante conhecer os
montantes do investimento e as fontes de financiamento.
• Deve ser o empreendedor a escrever o Plano de Negócios e
não os especialistas, embora o empreendedor possa, e
deva, socorrer-se do apoio de especialistas para a sua
elaboração. A ajuda de um especialista ou de um consultor
é importante mas é também importante que você participe
activamente na sua elaboração.

• Mas antes de passarmos à análise de cada um dos


elementos da estrutura do plano de negócios: Escrever o
plano de forma simples e concisa mas coerente e completa.
• Isto é, evite palavreado complexo, frases longas,
erros ortográficos, frases de compreensão difícil,
parágrafos demasiado longos. Antes, foque os
aspectos essenciais, inclua figuras e tabelas que
facilitem a compreensão dos dados e
informações, escreva de forma objectiva e inclua
dados e previsões realistas e que consiga suportar
e explicar.

No fundo, a questão importante é:


• Qual ou quais as mensagens que quer transmitir
no plano de negócios?
Há um conjunto de mensagens importantes:
• Quem é o empreendedor ou equipa promotora e qual a sua
competência para este negócio?

• Em que consiste o produto ou serviço?

• O mercado alvo é realista? Atractivo? Atingível?

• O negócio tem viabilidade económica… viabilidade estratégica…


viabilidade organizacional?

• As previsões financeiras têm sentido? Estão elaboradas com base em


dados realistas?

• Qual a ideia que o promotor tem para a nova empresa?


Alguns exemplos de imperfeições:
• Os objectivos definidos não são realistas demonstrando fraca capacidade

de análise dos empreendedores.

• O empreendedor não se compromete suficientemente com o negócio.

• O empreendedor não fez uma análise da concorrência.

• A análise do mercado alvo não está bem fundamentada em necessidades

identificadas ou a sua dimensão não é realista face à capacidade da nova

empresa.

• O empreendedor não transmite confiança.

• Apresentação deficiente do plano.


• 8.1.2.Mercado, interno e externo, e política comercial

A análise do mercado é essencial e consiste em sabermos quem são os nossos

clientes e concorrentes.

Clientes

Questões:
• Afinal, quem são os seus clientes?

• Como define o mercado alvo?

• Que necessidade é que a nova empresa vai procurar satisfazer?

• Os clientes potenciais estão dispostos a pagar por esse produto ou serviço?


• Estas são algumas das perguntas que vai responder
nesta secção. Portanto, vai identificar o mercado
alvo e qual o critério de segmentação que lhe
permite definir quem são, onde estão, quando
compram, porque compram, para que compram e
qual o uso que dão ao que compram.
• A análise do mercado exige, portanto, que façamos
uma análise da procura existente (claro, é sempre
importante prever se esperamos novas entradas no
mercado e quais os modelos de negócio que estas
empresas poderão vir a seguir – lembre-se que
indústrias rentáveis atraem o interesse de outras
empresas e de empreendedores).
• Mas, o essencial é que a análise dos clientes
potenciais permite-lhe pensar melhor sobre a sua
oferta. Ou seja, permite ajustar as características
físicas do produto, a embalagem, o preço, os canais
de distribuição, as tácticas promocionais (ex.:
publicidade).
Concorrentes

Questões:
• O que é que eles estão a fazer?
• Como competem?
• Que vantagens têm?
Um processo semelhante deve ser seguido para a análise da
concorrência, observando quem são, onde estão, quais os
atributos do seu produto, quais os canais de distribuição que
utilizam, quais as condições de preço que oferecem, etc.
Análise da concorrência
A análise dos concorrentes – isto é, de outras empresas
já a operar no mercado que satisfazem a mesma
necessidade ou uma necessidade semelhante – é,
também fundamental. Em particular é importante
percebermos como é que a nossa nova empresa se
posiciona face aos concorrentes? Será pelo modelo de
negócio?
Ou seja, vamos expor porque é que o produto ou serviço
tem condições de sucesso num dado mercado alvo,
face às necessidades verificadas, e como a nova
empresa se diferencia dos concorrentes.
• Recorde, novamente, que esta diferenciação pode ser
conseguida oferecendo maior qualidade, menor
preço, melhor serviço de assistência e serviço pós-
venda, maior.
• Eficiência (por exemplo: menor consumo de energia),
menor impacto ambiental, horário de abertura mais
alargado, ambiente do estabelecimento mais
animado ou acolhedor, entre muitos outros.
5.1.3.Modelo de negócio e/ou constituição
legal da empresa

• O sumário executivo é uma parte importante do plano de


negócios, visto que é a primeira parte a ser lida pelos
potenciais investidores. Desta forma, se não for claro e
interessante e não demonstrar os méritos do negócio… é
provável que desencoraje os analistas de uma leitura
integral do plano.
A importância do Plano de negócios

O sumário executivo deve ser curto e dar uma


“radiografia” do negócio.
Significa que deve fazer uma apresentação breve da
empresa, do modelo de negócio, da oportunidade no
mercado e a razão da oportunidade (por exemplo, face a
uma alteração da legislação), da necessidade a satisfazer
(exemplo: qual o valor que o produto ou serviço irá
acrescentar ao cliente), do investimento, da inovação
tecnológica inerente e de possíveis vantagens
competitivas.
A apresentação da nova empresa é essencial. Neste ponto, não há
grande novidade, devendo ser breve mas incluindo alguns
aspectos relevantes como sejam:

• Nome/denominação social;

• Logótipo;

• Direcção da Empresa (promotores);

• Contactos e página Web (se existir);

• CAE – código de actividade económica;

• Forma jurídica,

• Participações sociais e repartição pelos sócios.


Promotores do negócio
• Os promotores são, tipicamente, um dos aspectos que os
investidores analisam atentamente. Portanto é fundamental
que, além das informações básicas - como sejam os dados
pessoais (nome, naturalidade, residência, etc.), a formação
académica e outra formação complementar, a actividade
profissional actual e a experiência profissional - incluamos
quaisquer outros elementos que permitam demonstrar as
competências individuais.
5.1.4.Etapas e actividades

• Para os processos legais de constituição de empresas e alterações


aos pactos sociais tem ao seu dispor os Centros de Formalidades
das Empresas (CFE).

• Estes são serviços de atendimento e de prestação de informações


aos utentes que têm por finalidade facilitar os processos de
constituição, alteração ou extinção de empresas e actos afins.
• Consistem na instalação física, num único local, de
delegações ou extensões dos Serviços ou Organismos
da Administração Pública que mais directamente
intervêm nos processos atrás referidos.
• Os CFE têm competência para constituir os
seguintes tipos de sociedades comerciais:

• Sociedades por quotas;


• Sociedades unipessoais por quotas;
• Sociedades Anónimas,
• Sociedades em comandita;
• Sociedades em nome colectivo.
Acesso à actividade
• O princípio geral é o da liberdade de acesso, sem
prejuízo do cumprimento da regulamentação vigente
sobre higiene, segurança e salubridade, de outra
regulamentação técnica e específica e do
cumprimento de normas de qualidade obrigatórias,
bem como de disposições legais sobre protecção do
ambiente.
Estão vedados à iniciativa privada alguns sectores, dos
quais se destacam:
• Indústria do armamento;
• Indústria de refinação do petróleo;
• Indústria da petroquímica de base;
• Indústria siderúrgica,
• Indústria cimenteira;
• (Estas informações podem ser confirmadas no IAPMEI)

Calendário
• Os empresários são geralmente optimistas quanto ao
tempo necessário para criar uma empresa.
• Além de auxiliar o planeamento e mostrar as datas
críticas para o sucesso da empresa, este programa pode
ser uma ferramenta de vendas muito eficaz na procura
de investimentos junto de potenciais investidores.

• Deve ser preparado um calendário semanal para o


primeiro ano, que descrimine o tempo de início e fim
de cada actividade. Podem incluir-se actividades como:
1. Registo do nome e escritura da sociedade;
2. Finalização dos protótipos, modelos, entre outros,

3. Selecção das instalações e das adições de novos equipamentos e/ou


instalações;

4. Contactos com investidores, banca e com fornecedores;

5. Recrutamento do pessoal,

6. Início das entrevistas de vendas e recepção das primeiras encomendas;

7. Realização/Entrega dos primeiros produtos/serviços,

8. Pagamento das primeiras despesas e recebimento das primeiras


vendas.
5.1.5.Recursos humanos

• As empresas necessitam de recursos humanos e de uma


estrutura organizacional para funcionarem eficazmente.
Isto significa que é necessário planear as necessidades de
recursos humanos, as competências que estes devem
possuir e as suas tarefas.
• Portanto, é importante que inclua uma descrição breve da
estrutura organizativa e da planificação dos recursos
humanos, incluindo aqui aspectos como:
•Uma apresentação da equipa de trabalho, número de
trabalhadores, funções e estrutura,
•Um organograma,
•As capacidades necessárias e perfil desejado,
•Um programa de formação dos colaboradores.
5.1.6.Recursos financeiros (entidades financiadoras, linhas de crédito e capitais
próprios)

É no plano económico-financeiro que o empreendedor


demonstra as capacidades da sua nova empresa
quanto à viabilidade financeira da empresa e
probabilidade de sucesso.
É aqui que incluímos os aspectos relativos ao plano de
investimento, e aspectos os relativos ao plano de financiamento.

Assim, o plano económico-financeiro vai incluir as demonstrações


financeiras (balanço, demonstração de resultados, mapas de
aplicações e origem de fundos) para análise histórica, e para a
projecção da evolução do negócio nos próximos anos (em regra,
três a cinco anos).
Este plano deve, também, incluir um orçamento de
tesouraria (previsão de recebimentos e pagamentos a
realizar num determinado período) pelo menos para
o primeiro ano de actividade e, eventualmente, uma
análise do ponto crítico das vendas - volume de
vendas em valor e em quantidade para o qual a

empresa obtém “lucro zero”.


o empreendedor pode recorrer quer ás suas próprias
poupanças, empréstimos de familiares ou amigos,
quer a financiamentos externos, como sejam os
capitais de risco, os empréstimos bancários e os
financiamentos ou subsídios de programas de
incentivo ao investimento, ao desenvolvimento
tecnológico e à criação de empresas.
5.2.Formas de análise do próprio negócio de médio e
longo prazo
5.2.1.Elaboração do plano de acção

Esta secção deve descrever duma forma curta mas


completa o estádio de desenvolvimento do projecto,
sobretudo dos principais objectivos já atingidos.
• A ênfase deverá ser dada ao produto/serviço, incluindo temas
como patentes e/ou licenças, bem como a uma descrição
exacta do processo produtivo.

• Todas as actividades necessárias ao lançamento do produto


devem estar descritas e, por cada actividade, todas as acções
necessárias. Este último item é de crucial importância, uma
vez que esta é uma das áreas onde os intervenientes tendem a
ser demasiado optimistas, levando a que se subestimem os
custos envolvidos e/ou o tempo de desenvolvimento.

• É essencial ser realista e ter em conta todas as possíveis


dificuldades, para que estes factos possam ser traduzidos nas
projecções financeiras.
• Como exercício de reflexão, e apesar de poder não ser
explícito no plano de negócios, será aconselhável para
cada actividade ou acção estabelecer os intervenientes
de quem estes dependem (no caso de recursos
externos), definir os possíveis constrangimentos, e
como deverá cada um agir nesse contexto.

• Por outro lado, deve ser considerado o tempo alocado


a cada actividade, com e sem constrangimentos, e
considerado como tempo efectivo a soma dos dois.
5.2.2.Elaboração do plano de marketing

• O processo de planeamento estratégico de


marketing tem por objectivo exprimir, de um
modo claro e sistemático, as alternativas
escolhidas pela empresa, tendo em vista a
assegurar seu crescimento no médio e longo
prazo. Este processo visa a identificação de
oportunidades atractivas e desenvolvimento de
estratégias de rentáveis, convergindo para a visão
do sistema de marketing.
• Associado ao conceito de marketing, existem
diversas actividades que este deve incluir,
nomeadamente a definição de mercados ou
grupos de clientes que se enquadrem no
âmbito das actividades da empresa,
nomeadamente:
Conhecer aquilo que o mercado está disposto a comprar;
Agrupar clientes com diferentes desejos e necessidades
em grupos homogéneos;
Seleccionar os grupos de clientes cujas necessidades
possam ser melhor satisfeitas pela organização quando
comparadas com os concorrentes;
• Desenvolver e escolher de uma oferta adequada (produto,
preço, promoção e distribuição) ao grupo de clientes alvo.

• É no plano de marketing que descrevemos qual vai ser a


estratégia global de marketing nas suas dimensões de
Produto, Preço, Distribuição e Comunicação (também
designadas por marketing-mix).
Devemos esclarecer quais os objectivos de vendas e os
pressupostos em que assentam essas projecções da
capacidade de vender, mas fundamental agora é
como aplicamos o marketing-mix para ao mercado
em termos de:
• Política de Produto/Serviço – temos de definir o
produto/serviço que comercializa, incluindo aspectos
como a embalagem, design, marca, quantidade, etc;
• Política de Preço – definir o preço e as condições de venda, incluindo

condições de pagamento e comparando o preço face ao cobrado

pelos concorrentes e ao rendimento disponível do mercado alvo.

• É fundamental decidir de imediato se vai procurar uma estratégia de

preços de penetração (preço baixo para encorajar a experimentação)

ou de desnatação (preço elevado que vai baixando à medida que os

progressos permitem reduzir custos e se pretende atrair novas

clientelas);
Política de Comunicação – utilizando os vários
instrumentos de comunicação, publicidade,
promoções, relações públicas, utilizados para promover
o negócio junto do seu público-alvo.
Política de Distribuição – estabelecer qual o melhor
canal de distribuição para chegar ao cliente (ex.:
retalhistas, grossistas, venda directa, venda por
catálogo, etc.).
5.2.3.Desvios ao plano

• Um dos papéis essenciais do Plano de Negócios é


também demonstrar aos potenciais financiadores
que o negócio será devidamente controlado a
partir do momento que seja iniciado.

• Será necessário produzir relatórios regulares, que


são úteis tanto para a gestão da empresa como
para entidades terceiras como auditores,
inspecção fiscal e bancos.
• Existe a tendência para as pequenas empresas
considerarem que uma documentação adequada e
mesmo a contabilidade são uma perda de tempo
que tem de ser feita apenas para obedecer a
requisitos legais.

• Ao contrário, hoje é reconhecido em todos os


mercados avançados que um adequado sistema de
governo e controlo - ajustado à dimensão de cada
empresa - é uma componente essencial do valor da
referida empresa e/ou projecto.
• Os gestores da nova empresa precisam de saber/poder
determinar quais são os indicadores do sucesso da
actuação em cada um dos sectores da empresa.

• Os departamentos devem ser instruídos a recolher
com a periodicidade adequada a informação relevante
e a apresentar as conclusões de forma simples mas
relevante para a compreensão do que se passa a cada
momento.

• A informação, clara e facilmente utilizável, deve permitir
que se possam tomar acções em tempo útil no sentido
de corrigir situações que o exijam.

• Actualmente, existem soluções de software que
asseguram uma adequada gestão de todo este ciclo
(CRM) a custos muito acessíveis e recomenda-se a sua
avaliação e instalação, pelo menos, para projectos muito
dependentes de forças de vendas numerosas ou com
razoável dispersão geográfica.

• A informação, clara e facilmente utilizável, deve permitir
que se possam tomar acções em tempo útil no sentido
de corrigir situações que o exijam.

• Actualmente, existem soluções de software que
asseguram uma adequada gestão de todo este ciclo
(CRM) a custos muito acessíveis e recomenda-se a sua
avaliação e instalação, pelo menos, para projectos muito
dependentes de forças de vendas numerosas ou com
razoável dispersão geográfica.

• Recomendamos que nesta parte, se possível,
recorra ao apoio de alguém com formação
nesta área. De qualquer maneira,
descrevemos os conceitos e fundamentos
base, de forma a permitir a elaboração
adequada também desta componente do
plano.

• Os conceitos fundamentais são os seguintes:
Projecções de Vendas (Sales Forecast)
• As projecções de vendas são a base fundamental
da componente quantitativa do seu plano de
negócios, não devem ser uma série de números
caídos do céu como resultado de “boas
intenções”.

• Esta é uma área que recebe sempre atenção


especial dos potenciais financiadores durante a
apreciação da candidatura e que será alvo de
inúmeras análises e questões.
Será também essencial acrescentar uma projecção
consistente das actividades comerciais correntes da
empresa necessárias para suportar as projecções de
vendas, como o volume de ordens de compra, níveis
de venda para com os clientes chave, histórico do
crescimento do mercado dentro daquele sector de
actividade, etc., especialmente para os casos de
projectos de expansão ou viabilização.
• Projecções de Cash Flow (Cash Flow Forecast)
• Uma vez preparadas as projecções de vendas,
é possível calcular as projecções de cash-flow
para o horizonte temporal do seu Plano de
Negócios. Estas serão, essencialmente uma
estimativa da posição líquida de Tesouraria da
Empresa numa base mensal.
• A projecção de cash-flow vai possibilitar o cruzamento
entre entradas de fundos vindas das Vendas (Receitas) e
as Despesas previsíveis: custos fixos como as rendas,
salários, juros de empréstimos, etc., ou custos variáveis
como o custo de matérias-primas.

• Alguns destes pagamentos ocorrerão numa base mensal,


enquanto outros terão intervalos mais irregulares, como
as compras de materiais ou investimentos de capital nos
edifícios e em equipamento, criando desfasamentos
entre as entradas e saídas de fundos.
• Normalmente, haverá ainda um desfasamento
temporal típico entre a compra das matérias-primas, a
produção, a venda e o recebimento dos clientes.
Grande parte dos clientes espera poder pagar, por
exemplo, a 30, 60 ou 90 dias após a entrega da
mercadoria, consoante o sector de actividade.

• A empresa precisa de ser capaz de financiar o custo da


compra dos materiais necessários ao processo
produtivo e eventuais tempos de armazenagem,
apesar das condições de pagamento dos seus clientes.
É, por isso, frequente acontecer que muitas
empresas tenham cash-flow fortemente
negativo apesar de ter um nível positivo de
valor de vendas e mesmo de resultados. Isto
acontece sobretudo no caso de empresas
jovens, quando o investimento de capital e os
custos associados ao início de actividade,
podem pesar significativamente em valores de
Vendas, ainda não muito elevados.

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