Filosofia: Lógica
Filosofia: Lógica
Filosofia: Lógica
Lógica
O que é um argumento? O que é uma conclusão?
■ A conclusão é aquela afirmação no
■ Um conjunto de afirmações conectadas argumento que apresenta ou expõe uma
das quais pelo menos uma (a premissa) ideia ou opinião que se quer defender.
pretende oferecer razões para mostrar ■ Um argumento possui sempre uma
que a outra (a conclusão) é verdadeira. conclusão e uma ou mais premissas. Em
■ Para termos um argumento precisamos de princípio, quanto maior o número de
premissas e conclusões. premissas mais convincente será o
argumento.
• se … • então …
• dado que… • logo …
• pela razão de que … • daqui se infere …
• porque … • portanto …
• pois … • assim …
• pelo fato de … • por isso …
• como … • verifica-se …
Análise de exemplos de argumentos
Exemplo 1
“Um novo relatório da ONG britânica Oxfam a respeito da desigualdade social no Brasil
mostra que os seis brasileiros mais ricos concentram a mesma riqueza que os 100 milhões
de brasileiros mais pobres.”
Exemplo 2
“Ontem fui ao mercado. Comprei dois litros de leite, um pouco de carne e pão. Tudo muito
caro. Fico imaginando como as pessoas que estão desempregadas no Brasil conseguem
sobreviver. Volto triste para casa com esses pensamentos.”
Para termos um argumento, do ponto de vista lógico, é importante
termos premissas e conclusão e estar claro que a pessoa que fez a
afirmação fez uma inferência, ou seja, quis justificar a conclusão
usando as premissas. A afirmação acima possui apenas um relato, uma
descrição e portanto não há argumento.
Exemplo 3
“Os ratos são mamíferos e possuem um sistema nervoso que inclui um cérebro
desenvolvido. Os humanos, assim como os ratos, também são mamíferos que possuem um
sistema nervoso que inclui um cérebro desenvolvido. Quando exposto ao Agente Nervoso
274, 90% dos ratos morreram. Portanto, se expostos ao Agente Nervoso 274, 90% dos
humanos morrerão.”
■ Para um argumento ser bom, ou seja, para que seja capaz de provar o que
pretende provar, são necessárias duas condições: que tenha premissas
verdadeiras e que seja válido.
■ Inicialmente, podemos dizer que verdadeiro ou falso são valores que
reservamos para qualificar as premissas ou a conclusão de um argumento.
■ Ou seja, são usados para se referir às partes do argumento. Válida ou inválida,
por outro lado, é a inferência feita no argumento, ou seja, a passagem das
premissas para a conclusão.
Primeiro exemplo
■ Uma rápida análise desse argumento nos permite dizer que é bom, porque satisfaz as
duas condições que apresentamos acima.
■ As premissas do argumento (“todo homem é mortal” e “Pelé é homem”) são
verdadeiras.
■ Além disso, oferecem razões suficientes para chegarmos à conclusão de que ele é
mortal, por isso podemos dizer que o argumento é válido. Sendo assim, a conclusão é
verdadeira.
Segundo exemplo
■ Suponha que a premissa é verdadeira. Nesse caso, umas das condições para termos um bom
argumento foi satisfeita.
■ No entanto, essa premissa oferece garantia suficiente para dizer que a conclusão também é
verdadeira? A resposta é não, pois, mesmo ela sendo verdadeira, é possível que a conclusão
seja falsa.
■ Geralmente nossos amigos tendem a possuir características parecidas com as nossas, sendo
assim o fato de meus amigos votarem no candidato X não pode significar apenas que
minha preferência política tem influenciado bastante minhas escolhas de amizade.
Terceiro exemplo
■ Esse argumento também não é muito bom, pois certamente você não ficou convencido
de que poderia encontrar por aí a Gertrudes voando naturalmente. Ele não foi capaz de
provar sua conclusão, mas por uma razão diferente do argumento anterior. Nesse caso, a
culpa é das premissas, que são falsas. Isso compromete toda a argumentação.
■ É importante notar que o fato de as premissas serem falsas não torna o argumento
automaticamente inválido, pois verdade e validade são coisas diferentes. Para observar
isso, suponha por um instante que as premissas são verdadeiras, ou seja, que gatos de
fato voam e que existe uma gata chamada Gertrudes. Nesse caso, poderíamos concluir
com segurança que nossa Gertrudes voa. Isso mostra que as premissas oferecem razões
suficientes para mostrar que a conclusão é verdadeira.
■ Para concluir a análise desses três argumentos podemos dizer o seguinte:
1. Para um argumento ser bom, deve ter premissas verdadeiras e que seja válido.
2. Um argumento pode ser ruim tendo premissas falsas e sendo válido;
3. Ou tendo premissas verdadeiras e sendo inválido.
■ Ao observar a maneira como os conceitos de “verdadeiro” e “válido” foram usados na
análise do argumento acima, é possível notar uma diferença fundamental.
■ “Verdadeiro” e “falso” são valores usados na análise de argumentos para qualificar
proposições. E nesse sentido têm um significado comum. Uma proposição é verdadeira
quando se refere a um fato real e falsa quando não.
■ “Válido” e “inválido” são valores usados para qualificar o processo de inferência. Quando
uma conclusão é tirada de uma ou mais premissas, ela pode ser considerada válida ou
inválida. Nesse sentido, validade se refere à capacidade que as premissas têm de
justificarem ou não a conclusão, independente de serem verdadeiras ou falsas.
Resumo
Argumento válido
■ Considere o seguinte exemplo:
■ Cada uma das proposições do argumento acima é falsa. Porém, o argumento como um
todo é válido. Isso porque um argumento válido é aquele que a conclusão se segue
necessariamente das premissas. Ou seja, se as premissas forem verdadeiras, a conclusão
também será verdadeira.
■ Suponha que a primeira e a segunda proposição são verdadeiras. Se você aceita que
ambas são verdadeiras, então terá que aceitar que a conclusão também é verdadeira,
porque não existe nenhuma possibilidade de a conclusão ser falsa nesse caso.
■ Considere um segundo exemplo:
■ Um argumento válido pode ter uma conclusão falsa. Portanto, a validade de um argumento não é
garantia de que esse argumento é bom.
■ Em lógica, há outro termo usado para se referir a um argumento que além de ser válido, possui
premissas verdadeiras e, portanto, a conclusão verdadeira: sólido ou correto.
■ Um argumento sólido ou correto é aquele que, além de ser válido, possui premissas verdadeiras.
Premissas verdadeiras ou aceitáveis
Significado de “deduzir”
■ A lógica proposicional é a forma mais simples de lógica. Nela os fatos do mundo real
são representados por sentenças sem argumentos, chamadas de proposições.
■ Uma proposição é uma sentença, de qualquer natureza, que pode ser qualificada de
verdadeiro ou falso.
■ Ex:
1 + 1 = 2 é uma proposição verdadeira da aritmética.
0 > 1 é uma proposição falsa da aritmética.
■ Então (P → (Q ∧ (¬P))) é uma fórmula que podemos ler como P implica na conjunção de Q e
não P, as fórmulas da Lógica Proposicional costumam também serem chamadas de fórmulas
bem formuladas.
■ Para evitarmos o uso excessivo de parênteses vamos estabelecer algumas regras:
1. Omitimos os parênteses extremos de uma fórmula, exemplo: (P → (Q ∧ (¬P))) pode ser
escrito simplesmente como P → (Q ∧ (¬P))
2. Omitimos parênteses em fórmulas da forma (¬P) ficando simplesmente ¬P, exemplos:
(¬(P ∨ Q)) ficando ¬(P ∨ Q)
3. Como veremos mais a frente também podemos emitir os parênteses entre conjunções
consecutivas e disjunções consecutivas, exemplo: (R ∧ (P ∧ Q)) pode ser escrito como
(R ∧ P ∧ Q) da mesma forma (R ∨ (P ∨ Q)) pode ser escrito como (R ∨ P ∨ Q)
A Semântica
■ A semântica da significado a linguagem e no nosso caso esse significado e valor cada
uma das expressões em uma fórmulas bem formuladas da lógica proposicional.
■ Vamos considerar que todo o valor verdade quando Verdadeiro irá valer 1 e quando
Falso vale 0.
■ Muitos autores usam os valores V para Verdadeiro ou F para Falso, mas, aqui resolvi
utilizar os valores 1 e 0 pois muitas linguagens de programação costumam usar o zero
(0) para falso e qualquer valor diferente de zero (0) como verdadeiro.
■ Então cada proposição P só pode ter um dos dois valores 0 ou 1.
■ Agora vamos ver os valores quando cada conectivo é aplicados as proposições ou
fórmulas atômicas:
Tabelas Verdade
■ Como "π é um número racional" é uma proposição falsa, então, de acordo com a tabela
verdade acima, o valor lógico de ~p será verdadeiro.
Construção de tabelas verdade
■ Na tabela verdade são colocados os valores lógicos possíveis (verdadeiro ou falso) para
cada uma das proposições simples que formam a proposição composta e a combinação
destes.
■ O número de linhas da tabela dependerá da quantidade de sentenças que compõem a
proposição. A tabela verdade de uma proposição formada por n proposições simples terá
2n linhas.
■ Por exemplo, a tabela verdade da proposição "x é um número real e maior que 5 e menor
que 10" terá 8 linhas, pois a sentença é formada por 3 proposições (n = 3).
■ Com o objetivo de colocarmos todas as possibilidades possíveis de valores lógicos na
tabela, devemos preencher cada coluna com 2n-k valores verdadeiros seguidos de 2n-
k
valores falsos, com k variando de 1 até n.
■ Depois de preencher a tabela com os valores lógicos das proposições, devemos
adicionar colunas relativas as proposições com os conectivos.
Exemplo
■ Construa a tabela verdade da proposição
– P(p,q,r) = p^q^r.
Solução
■ Neste exemplo, a proposição é formada por 3 sentenças (p, q e r). Para construir a tabela
verdade, utilizaremos o seguinte esquema: