Atividades de Prestação de Serviço

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ATIVIDADES DE

PRESTAÇÃO DE
SERVIÇO
LC 116/2003
ATIVIDADES DE PRESTAÇÃO
DE SERVIÇO
• A prestação de serviço se define como qualquer
atividade econômica que supre as demandas do
mercado sem abranger uma mercadoria. 
• O próprio termo serviço significa servir uma
demanda humana através de atividade em
específico.
• O serviço também pode ser entendido como um
bem produzido e consumido simultaneamente,
sem que o cliente tenha posse do mesmo. 
• Ao invés de pagar pelo poder de propriedade, o
consumidor de serviços paga pelo trabalho,
experiência ou disponibilização de vantagens
ofertadas pelo prestador.
QUAIS AS CARACTERÍSTICAS
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO?
• A prestação de serviços envolve a diferença • Inseparabilidade: a produção e consumo
de cinco conceitos, próprios do serviço. do serviço acontecem parcialmente ou
São eles: totalmente ao mesmo tempo;
• Intangibilidade: o serviço não possui teor • Perecibilidade: um serviço é um elemento
físico, não tem aparência, é abstrato (não que não pode ser guardado/armazenado;
pode ser tocado), sentido ou cheirado; • Ausência de propriedade: os compradores
• Heterogeneidade: dois serviços parecidos de um serviço, quando o compram, têm o
nunca são do mesmo jeito ou idênticos; direito à prestação e uso, ao acesso ou
arrendamento do bem adquirido, porém não
podem ter acesso à propriedade/posse.
QUAIS AS DIFERENÇAS DE VENDA
DE UM PRODUTO E A PRESTAÇÃO DE
SERVIÇO?
• A prestação de serviços e a venda de • Já a venda de produtos trabalha com bens
produtos são duas coisas diferentes. tangíveis, uma vez que os produtos são
Enquanto a prestação de serviços é peças materiais, produzidas para
algo intangível, o produto é um transmissão da posse ao comprador.
bem tangível.  • Assim, temos como exemplo um ônibus e
• Funciona assim: o serviço é um bem um carro, que são bens tangíveis, ao
intangível porque ele não tem o formato de mesmo tempo que a passagem do ônibus e
uma mercadoria física, e ao mesmo tempo a corrida do táxi ou do motorista de
que é produzido, também é consumido. aplicativo são serviços.
QUAL O CENÁRIO DA PRESTAÇÃO DE
SERVIÇO NO BRASIL?
• Provavelmente você já ouviu dizer que o • Além disso, segundo dados de maio de 2020
setor de serviços é um dos grandes do Data Sebrae, divulgados pelo 
componentes da economia, sendo também Painel de Empresas, 8,64 milhões de CNPJs
um enorme gerador de empregos no Brasil. ativos no país eram do setor de serviços.
• Pois bem, a prestação de serviços • Sendo assim, o segmento de serviços
representa uma fatia de 70% dos representa um total de 44,9% de todos os
empreendimentos do país.  negócios ativos do Brasil, estando na
liderança no número de empresas quando
• Além disso, contribui com cerca de 30% do comparado aos outros setores da economia.
PIB (Produto Interno Bruto), conforme 
dados do IBGE, divulgados pela Agência • Portanto, podemos entender que as pequenas
Brasil em 2020. empresas prestadoras de serviços estão na
linha de frente do setor econômico do país.
VOCÊ SABIA?
• Empresa de serviços x Prestador de • Já o prestador de serviços autônomo é o
Serviços Autônomo: profissional que trabalha por conta própria
• Embora trabalhem com a mesma sem possuir um vínculo empregatício com
finalidade, os dois possuem diferenças.  seus contratantes. 
• A empresa de serviços é toda pessoa • Esse trabalhador não tem horário
jurídica especialista na oferta de determinado para o exercício de sua
determinados modelos de serviços.  função, não recebe salário e sua
remuneração está prevista em contrato, em
• Essa organização contrata, paga salários e relação a prestação de seu serviço.
faz a gestão do trabalho de seus
funcionários, ou então terceiriza esses
colaboradores.
LEI COMPLEMENTAR Nº 116,
DE 31 DE JULHO DE 2003
• Qual a relevância da LC 116 para o setor
tributário?
• A LC 116 é a norma federal atualmente em
vigor que institui diretrizes gerais para
aplicação e cobrança do Imposto sobre Serviços
de Qualquer Natureza (ISS) pelos municípios e
pelo Distrito Federal.
• Publicada no Diário Oficial da União em 1º de
agosto de 2003, a Lei Complementar 116
modificou e substituiu várias das disposições
até então contidas no Decreto-Lei n.º 406/1968,
que era a principal norma geral instituída pela
União para uniformizar a matéria.
LEI COMPLEMENTAR Nº 116,
DE 31 DE JULHO DE 2003
• Embora se trate de um imposto de
competência municipal, a Constituição de
1988 definiu desde sua promulgação, no
artigo 156, que deveria ser editada uma Lei
Complementar para que fossem
estabelecidas diretrizes gerais quanto
• a alíquotas máximas aplicáveis ao ISS;
• às hipóteses de não incidência para os casos
envolvendo exportações de serviços para o
exterior.
LEI COMPLEMENTAR Nº 116,
DE 31 DE JULHO DE 2003

• Com a Emenda Constitucional de Revisão


n.º 3, em 1993, adicionou-se a esse rol de
requisitos a regulação quanto à forma e às
condições pelas quais isenções, incentivos e
benefícios fiscais poderiam ser concedidos
e revogados.
LEI COMPLEMENTAR Nº 116,
DE 31 DE JULHO DE 2003

• Qual o objetivo da LC 116?


• Apesar de aprovada somente em julho de
2003, a LC 116 teve suas origens no PLP
161/1989, de autoria do então senador
Fernando Henrique Cardoso. Na Câmara
dos Deputados, tramitou como PLP 1/1991.
LEI COMPLEMENTAR Nº 116,
DE 31 DE JULHO DE 2003
• A exigência de uma lei complementar • Portanto, assim ficaria uma forma
nacional para regulamentar a forma de equilibradas de, sem que houvesse conflitos
instituição, aplicação e cobrança do ISS de competência ou sobreposição de tributos
também se baseava na necessidade de eventualmente aplicáveis por outros entes
diretrizes gerais e uniformes que federados – sobretudo os estados, com
definissem, de modo abrangente, a competência para imposição do Imposto
competência para aplicação do tributo, a sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
definição de estabelecimento prestador de (ICMS).
serviços, além da própria definição do que
poderiam ser os serviços tributáveis pela
municipalidade.
LEI COMPLEMENTAR Nº 116,
DE 31 DE JULHO DE 2003
• Pelo que se pode verificar do dossiê de • Isso já levou à primeira “polêmica” quanto à forma
tramitação dos projetos de lei que de interpretação da LC 116 – a natureza da lista de
culminaram na aprovação e publicação da LC serviços anexa à norma deveria ser meramente
116, considerava-se haver duas principais exemplificativa ou o rol de serviços seria taxativo?
formas para conceituar “serviços tributáveis”: • A resposta definitiva veio somente em 2020,
quando o Supremo Tribunal Federal (STF),
• por meio de um conceito mais abrangente julgando o Recurso Extraordinário 784.439 (Tema
quanto ao que seriam, para fins jurídico- 296 da Repercussão Geral), fixou a seguinte tese:
tributários, “serviços”; “É taxativa a lista de serviços sujeitos ao ISS a
que se refere o art. 156, III, da Constituição
• ou a partir de uma lista de serviços Federal, admitindo-se, contudo, a incidência do
tributáveis; a escolha do legislador foi por tributo sobre as atividades inerentes aos serviços
este caminho, a exemplo do que já ocorria elencados em lei em razão da interpretação
desde o Decreto-Lei n.º 406. extensiva”.
LEI COMPLEMENTAR Nº 116,
DE 31 DE JULHO DE 2003
• De certa forma, não deixa de ser uma visão • Nesse aspecto, não se pode deixar de
semelhante àquela que balizou os projetos pontuar que, ao apresentar uma lista de
de lei que levaram à LC 116. Segundo serviços passíveis de tributação pelos
consta da justificativa ao Projeto de Lei municípios, andou bem o legislador. Ao
Complementar, após revisões e debates no  contrário do que poderia ocorrer, caso a
Congresso Nacional, a intenção do opção fosse pelo conceito jurídico do que
legislador seria estabelecer “uma lista poderiam ser os “serviços” tributáveis,
taxativa, embora, em grande número de nesse modelo, a LC 116 se pautou pela
itens, através da descrição de gêneros de previsibilidade e por maior segurança
serviços e de menção a espécies jurídica aos contribuintes.
congêneres, permita aos municípios a
edição de listagem com especificações mais
analíticas”.
LEI COMPLEMENTAR Nº 116,
DE 31 DE JULHO DE 2003
• Um segundo elemento bastante controverso • o local de estabelecimento do prestador, ou,
que a tributação municipal poderia causar na falta deste, de seu domicílio;
e, de certo modo, acabou sendo mais bem • o local da obra, no caso de construção civil;
endereçada na LC 116, em oposição ao
então vigente Decreto-Lei n.º 406, diz • ou no caso de exploração de rodovias sob
respeito ao local de prestação de serviços. concessão/permissão, os municípios em
relação aos quais houvesse parcela da
• Na antiga regulamentação, limitava-se o estrada explorada (esta última hipótese foi
legislador a pontuar, de forma bastante incluída em 1999).
breve e sucinta, que o imposto seria devido
no local de prestação das atividades, sendo
este considerado:
LEI COMPLEMENTAR Nº 116,
DE 31 DE JULHO DE 2003
• Na regulamentação editada em 2003, por
sua vez, a regra geral foi mantida, isto é, o
serviço seria considerado prestado e o
tributo considerado devido no local do • Mas foram previstos 25 casos em que o ISS
estabelecimento prestador ou, na falta do passaria a ser devido para o município onde
estabelecimento, no local do domicílio do a prestação tenha ocorrido,
prestador. independentemente da localização do
estabelecimento prestador.
LEI COMPLEMENTAR Nº 116,
DE 31 DE JULHO DE 2003
• Ainda assim, essa questão continua
sendo uma das principais causas de
controvérsias administrativas e
judiciais envolvendo a sistemática de
aplicação do ISS, independentemente
das disposições contidas na Lei
Complementar. 
• Veremos a seguir os aspectos
polêmicos envolvendo essa temática.
LEI COMPLEMENTAR Nº 116,
DE 31 DE JULHO DE 2003
• Tanto o STF quanto o Superior Tribunal de • A LC 116 é, sem sombra de dúvidas, uma
Justiça (STJ) se debruçaram diversas vezes diretriz geral capaz de conferir certa
sobre a matéria. Deste último, aliás, destaca-se previsibilidade, estabilidade e segurança na
o julgamento do Recurso Especial relação fisco-contribuinte no que diz
1.060.210/SC, em 28 de novembro de 2012, respeito à forma de aplicação e cobrança do
quando a Corte determinou, sob a sistemática ISS. Mas, como qualquer norma jurídica,
de “recursos repetitivos”, que o
estabelecimento prestador de serviços, para
também deve ser periodicamente revista e
fins de apuração e recolhimento do ISS, seria a atualizada para acompanhar a evolução das
unidade econômica ou profissional capaz de relações socioeconômicas e a dinamicidade
realizar o fato gerador do tributo, das relações comerciais.
independentemente de sua nomenclatura ou de
onde estivesse localizado o beneficiário do
serviço.
LEI COMPLEMENTAR Nº 116,
DE 31 DE JULHO DE 2003
• Outro ponto polêmico foram as alterações
promovidas ao texto original de 2016.
• Vejamos as duas alterações significativas
Apesar de terem sido extremamente
dessa Lei.
significativas, foram alvo de estudo e
controvérsias, mas como toda Lei que visa
mudanças sempre haverá necessidade de
atualização quando identificada a partir das
diversas, as necessidades em tese e estudo,
mediante o Congresso Nacional.
LEI COMPLEMENTAR Nº 116,
DE 31 DE JULHO DE 2003
• Primeiro, a publicação da LC 157, em 26 • Segundo, a LC 175, de 23 de setembro de
de dezembro de 2016, pela qual se 2020, que visou a esclarecer o conceito de
pretendeu descentralizar o pagamento do “tomador dos serviços” em cada um dos
imposto incidente sobre alguns tipos de itens sujeitos ao deslocamento de
serviços, favorecendo os municípios onde competência tributária, também dispondo
estivessem localizados os tomadores, além sobre um Comitê Gestor das Obrigações
da inclusão de novas atividades tributáveis Acessórias do ISS, para viabilizar o
pelo ISS e um balizamento mínimo quanto recolhimento do tributo no destino da
a alíquotas e incentivos fiscais visando prestação do serviço.
reduzir a competitividade fiscal entre
municípios.
EXISTEM PROJETOS QUE ALTEREM OU
REVOGUEM ESSA LEI EM TRAMITAÇÃO NO
CONGRESSO?
• A necessidade de atualização pode ser • Câmara dos Deputados o PLP 1/2022,
claramente identificada a partir das diversas o PLP 213/2021, o PLP 100/2021, o 
proposições ainda pendentes de apreciação PLP 191/2015, o PLP 163/2020, o 
perante o Congresso Nacional. PLP 111/2019, o PLP 266/2019, o 
• Apenas nos últimos anos podem ser PLP 185/2019, o PLP 138/2019 e o 
mencionados as seguintes PL´s: PLP 154/2019.

• Senado Federal, alguns dos exemplos


são o PLP 186/2019, o PLP 202/2019,
o PLP 261/2020, o PLP 185/2020, o 
PLP 142/2019 e o PLP 155/2019.
AS RECENTES ALTERAÇÕES NA LC 116/03
E A SEGURANÇA JURÍDICA DO
CONTRIBUINTE
• A Lei Complementar 116/03, recentemente
alterada pela LC 157/16 ajustou a
legislação do ISS à prática tributária e à
jurisprudência dos tribunais superiores,
com a introdução de medidas para evitar a
guerra fiscal entre municípios e inclusão de
novos serviços no campo de incidência do
ISS. Dentre os pontos em questão, destaca-
se a alteração do local de recolhimento do
tributo para os contribuintes que tem como
atividade operação com cartões de crédito e
débito, leasing e planos de saúde.
AS RECENTES ALTERAÇÕES NA LC 116/03
E A SEGURANÇA JURÍDICA DO
CONTRIBUINTE
• A alteração legislativa, em outras palavras, • O tema foi recebido com protestos pelas
transferiu a cobrança do ISS, atualmente empresas afetadas que, de acordo com a
realizada no município do estabelecimento nova redação da lei, devem recolher o ISS
prestador para o município do tomador de em cada um dos municípios em que
serviço. Após a aprovação pelo Congresso prestam serviços, gerando evidente custo
Nacional, o trecho foi vetado sob a operacional adicional decorrente da
alegação de que esta mudança "traria uma eventual prática de alíquota superior na
potencial perda na eficiência e de localidade de destino, necessidade de
arrecadação tributária, além de redundar em preenchimento de obrigações acessórias,
aumento de custos para empresas do setor, estudo das legislações municipais entre
que seriam repassados ao custo final". Ato outros
contínuo, o Congresso Nacional rejeitou o
veto mantendo a redação anterior da norma
AS RECENTES ALTERAÇÕES NA LC 116/03
E A SEGURANÇA JURÍDICA DO
CONTRIBUINTE
• Conforme mencionado, a guerra fiscal é um • A propósito esse foi o motivo pelo qual o
dos motivos que ensejou a alteração do legislador inseriu no texto da LC 116 o art. 8-
local de incidência do ISS, na medida em A, que determina a alíquota mínima do ISS em
que a prática empresarial evidencia que a 2%. Ora, se o município respeita a lei e pratica
escolha do domicílio dos contribuintes tem a alíquota mínima, não há qualquer
forte influência na alíquota por ele impedimento na opção do contribuinte pela
localidade de tributação mais favorável. Trata-
praticada, ou seja, via de regra - o que é se planejamento tributário. A modificação do
absolutamente natural - as empresas optam local de arrecadação de determinados
por fixar sua sede no local onde a contribuintes com objetivo de "dissipar" a
tributação é reduzida, diminuindo seu custo arrecadação concentrada revela-se medida
operacional. Tal prática decorre do poder de incoerente com o próprio texto da nova lei, que
escolha do contribuinte, e não encontra já estabeleceu a medida para evitar este
qualquer óbice na legislação tributária. cenário.
AS RECENTES ALTERAÇÕES NA LC 116/03
E A SEGURANÇA JURÍDICA DO
CONTRIBUINTE
• O tema foi objeto de diversas reportagens publicadas • Importante frisar - a mudança do local do recolhimento
recentemente na grande mídia, alertando que decorreu da vontade do legislador, que conhece o
empresas de planos de saúde, por exemplo, poderiam complexo sistema tributário adotado no Brasil, cuja
deixar de atender em 70 % dos municípios brasileiros competência para instituição e recolhimento do ISS se
com as recentes alterações promovidas na legislação concentra nas municipalidades, que podem instituir tais
do ISS. Pela nova regra, sendo o recolhimento tributos com características, alíquotas, e obrigações
realizado no município em que está localizado o acessórias específicas para a jurisdição por ele
tomador, passou a ser irrelevante para as atividades controlada. As alterações apontadas causam verdadeira
afronta a segurança jurídica do contribuinte, que
elencadas no art. 3o, XXIV e XXV da LC 116/03 a
constantemente é forçado a se submeter a imposições
alíquota do local do estabelecimento. O reflexo legais que dificultam e oneram a manutenção de sua
direto de tal alteração, portanto, será a obrigação, atividade. Ao contrário do que se espera, tais medidas
decorrente da lei, de se submeterem as empresas às acabam inviabilizando negócios e impactando no preço
legislações, regimes e alíquotas de diversos dos serviços consumidos pelo cidadão comum, gerando
impactos econômicos consideráveis
AS RECENTES ALTERAÇÕES NA LC 116/03
E A SEGURANÇA JURÍDICA DO
CONTRIBUINTE
• Diante deste cenário, cumpre analisar se as alterações • A situação se torna ainda mais grave quando se
promovidas na legislação serão imediatamente analisa o caso de empresas que atuam em âmbito
adotadas ou devem respeitar os princípios nacional, tendo em conta a necessidade de
constitucionais garantidores da segurança jurídica em observância da legislação de centenas de municípios,
matéria tributária. Importante frisar que independente tarefa que exigirá enorme esforço dos departamentos
da conclusão que se chegue nesta questão, o fiscais e custos que podem levar meses para serem
problema não estará afastado. De toda sorte, caso se levantados, implicando, inclusive, na eventual
conclua pela observância dos princípios, as inviabilidade da atividade. Nesse cenário, nem
prestadoras de serviço poderão ao menos se planejar mesmo o contribuinte sabe quão afetada será sua
para o cumprimento das novas regras, cujas operação, gerando evidente insegurança jurídica e
consequências, até o momento, são incalculáveis. financeira aos sócios e eventuais acionistas.
AS RECENTES ALTERAÇÕES NA LC 116/03
E A SEGURANÇA JURÍDICA DO
CONTRIBUINTE
• Em última análise, ainda que a eventual aplicação • Para maiores detalhes do impacto das recentes
dos princípios limitadores do poder de tributar não alterações na LC 116/03 consulte a lei:
solucione de forma definitiva o cenário apresentado, • PLANALTO. LC 116/03 "Art. 3o (...)XXIII - do
não restam dúvidas de que aqueles devem ser domicílio do tomador dos serviços dos subitens 4.22,
observados diante das recentes alterações 4.23 e 5.09;" (...) 4.22
promovidas na LC nº 116/03, em nome da segurança
jurídica do contribuinte e do dever de aplicação dos
princípios constitucionais, que constituem um valor a
ser perseguido, independente de sua literalidade.
ENQUADRAMENTO DE ATIVIDADES
• Sabemos que, através do CNAE, a empresa se • Isso porque, há muitos sistemas de nota eletrônica
enquadra, de acordo com sua atividade de prestação diferentes sendo utilizados pelos municípios
de serviço, na lista embasada pela LC 116, com isso, brasileiros e muitos impõem uma trava salutar: só
o código CNAE da empresa prestadora do serviço permitem que o prestador emita a nota fiscal de um
pode impedir de enquadrar o objeto contratual no determinado subitem da lista anexa à LC 116/2003 se
subitem adequado da lista anexa à LC 116/03? o código CNAE da empresa estiver relacionado
àquela atividade na lista da Lei Complementar
• Ora, essa é uma pergunta muito interessante, uma
116/2003.
vez que, em tese, a empresa prestadora não pode
executar um serviço que não consta do seu cartão de
CNPJ. Entretanto, as polêmicas sobre o assunto são
grandes, inclusive em razão do sistema de emissão
de nota fiscal eletrônica. 
ENQUADRAMENTO DE ATIVIDADES
• Utilizando a empresa X Treinamentos como • Então, na hipótese de surgir uma demanda para
exemplo, podemos afirmar que há diversos a X Treinamentos para realizar o serviço de
códigos CNAE da empresa no seu contrato limpeza predial e a empresa opte por prestar a
social e no seu CNPJ, mas nenhum deles atividade, se a X Treinamentos não alterar o
relacionado à limpeza predial, atividade contrato social e nem cadastro junto à Sefaz do
enquadrada no subitem 7.10 da LC 116/03, que município, a empresa fica impedida de emitir
dispõe sobre os serviços de “Limpeza, uma nota com o código CNAE da empresa
manutenção e conservação de vias e correspondente a limpeza.
logradouros públicos, imóveis, chaminés,
piscinas, parques, jardins e congêneres”.
ENQUADRAMENTO DE ATIVIDADES

• Essa “trava” se revelou bastante • No entanto, algumas empresas ainda


interessante porque obrigou são displicentes e, a depender do
município onde elas estão atuando, o
diversas empresas, que viviam na prestador do serviço emite o documento
informalidade por falta de fiscal eletrônico com qualquer código
inclusão das atividade CNAE, independentemente do subitem
efetivamente executadas em seus da LC 116/2003 destacado. Contudo,
objetos no contrato social, a esse procedimento varia de município
alterar seu status social e incluir para município, dependendo da situação
tais atividades. no caso concreto.
ENQUADRAMENTO DE ATIVIDADES
• Por fim, é importante ressaltar que muitos • Por esta razão, questionamos até que ponto não
municípios não adotam esse sistema de seria prejudicial que determinado código CNAE
parametrização por existirem algumas dúvidas esteja vinculado a apenas um subitem da lei
quanto ao enquadramento do código CNAE complementar supracitada. Essa é uma situação
com algum subitem da LC 116/2003 específico. que ainda não foi adaptada de forma uniforme
Às vezes, o mesmo código CNAE possui para todos os sistemas de emissão de nota fiscal
diversas atividades vinculadas a ele e algumas eletrônica, mas, sem sombra de dúvida, gera
dessas atividades com enquadramentos distintos uma grande insegurança jurídica.
na lista anexa à LC 116/2003.
CONCLUSÃO:

• A lista de serviços que podem


ser objeto de ISS (atualmente
prevista na LC 116/2003) é uma
lista taxativa, mas que
comporta interpretação
extensiva, para abarcar outros
serviços correlatos (similares)
àqueles ali expressamente
previstos.
CONCLUSÃO:

• A lista anexa é taxativa, e


portanto, não tem lugar a
analogia para a inclusão de
serviços que não constam de
seu rol.

• Exemplo:
BIBLIOGRAFIA

• LC 116 • https://www.jota.info/tributos-e-empresas/
tributario/lc-116-saiba-o-que-e-e-entenda-
• https://www.planalto.gov.br sua-relevancia-para-o-sistema-tributario-
/ccivil_03/leis/lcp/lcp116.ht 25052022
m

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