Recursos Criminais: Rese Carta Testemunhável

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RECURSOS CRIMINAIS

RESE
CARTA TESTEMUNHÁVEL
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - RESE
ART. 581 592 CPP
 O Recurso em Sentido Estrito tem como característica principal o fato de ser um recurso
incidental, tendo em vista que ele é cabível contra decisões proferidas durante o decorrer do
procedimento.

 Prazo: 5 dias para ser interposto e 2 dias para arrazoar. 


Para os que entendem que subsiste ocabimento de RESE contra lista geral dos jurados o prazo é de 20 dias.

 No recurso em sentido estrito o juiz pode se retratar em 2 dias (juízo de retratabilidade)

 Modalidade de recurso que se dirige contra decisão de juiz singular.

 A competência para o julgamento do RESE é das Câmaras dos TJs e Turmas dos TRFs (art. 582
CPP)

 O RESE é um recurso de rol taxativo (art. 581) – STF, Capez, Pacelli, Tourinho Filho).

 Em síntese, o RESE é um recurso inominado que possibilita o reexame de uma decisão


interlocutória (desde que abarcadas nas hipóteses de cabimento deste recurso) tanto pelo juízo
que a proferiu como pelo juízo ao qual se recorre.
 Interposto o RESE (5 dias), abre-se o prazo para apresentações das razões (2
dias).

 Art. 588.  Dentro de dois dias, contados da interposição do recurso, ou do dia em que o


escrivão, extraído o traslado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecerá as razões e,
em seguida, será aberta vista ao recorrido por igual prazo.

 A contagem deste prazo, entretanto, gera certa divergência. O entendimento


doutrinário apresentado por Capez e defendido por Távora e Alencar é de que
o prazo só se inicia com a intimação, tanto para arrazoar como para contra-
arrazoar, do recorrente e do recorrido. Segundo Renato Brasileiro de Lima
(2017) apesar do artigo 588 sugerir que o prazo de 2 dias para apresentação
das razões corra de maneira automática prevalece o entendimento que a
fluência só terá início após a notificação do recorrente para essa finalidade.

 Pacelli e Tourinho Filho, por sua vez, entendem que o prazo para arrazoar é
iniciado a partir da interposição do recurso ou a partir da data em que se
concede vista sobre o instrumento formado ao recorrente, sendo que o prazo
para contra-arrazoar é contado a partir da intimação.
 Apresentados ou não esses arrazoados, retornará o
recurso para o juiz para o juízo de retratação. Não se
retratando, deverá o juiz encaminhar o recurso ao juízo
ad quem para julgamento.

Art. 589.  Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o


recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois dias, reformará ou
sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os
traslados que Ihe parecerem necessários. Parágrafo único.  Se o
juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por
simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber
recurso, não sendo mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso,
independentemente de novos arrazoados, subirá o recurso nos
próprios autos ou em traslado.
 Se a decisão é anterior a sentença definitiva de condenação ou
absolvição e estiver no rol do artigo 581 CPP caberá RESE;

 Se a decisão está inserida na sentença condenatória ou absolutória é


caso de APELAÇÃO (mesmo que estejam no rol do artigo 581
CPP);

Art. 594. § 4o  Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso
em sentido estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra.          

 Se a decisão é posterior ao trânsito em julgado da sentença


condenatória ou absolutória: Agravo em Execução (art. 197 LEP)

Renato Brasileiro de Lima em seu Manual de Processo Penal (2017)


 O artigo 581 do CPP enumera diversas hipóteses de cabimento do
RESE, mas há também previsão de cabimento de RESE na legislação
especial:

 O artigo 294 parágrafo único do CTB (lei 9503/97) dispõe que cabe
recurso em sentido estrito da decisão que decretar a suspensão da
permissão para dirigir veículo automotor ou que indeferir o
requerimento do MP.

 O artigo 6 parágrafo único da Lei 1508/51, também prevê o RESE


nas hipóteses de arquivamento da representação de contravenções do
jogo do bicho.

 Também o artigo 2, III do Decreto-lei 201/67 que trata da


responsabilidade dos prefeitos e vereadores também traz a hipótese
de RESE contra decisão concessiva ou denegatória de prisão
preventiva ou afastamento do cargo do acusado.
HIPÓTESES DE CABIMENTO:

 I. Se o juiz rejeitar a denúncia ou queixa;


Interpretação Extensiva na hipótese de rejeição do aditamento da denúncia ou queixa.
Se receber poderá caber HC.

No JECRIIM cabe apelação.


STF. Súmula 707. Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contra-razões ao
recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.
STF . Súmula 709. Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso
contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.

 II. Quando se concluir pela incompetência do juiz;


Caso o juiz decline de ofício de sua competência ou mesmo quando decidir por sua incompetência
mediante provocação , cabe interpor recurso em sentido estrito.
Também cabe RESE contra decisão que desclassifica a infração penal na primeira fase do júri (art 419
CPP), por exemplo de uma tentativa de homicídio para lesão corporal.
 III. Julgadas procedentes as exceções, salvo a de
suspeição;
As exceções estão no artigo 95 do CPP . Litispendência, coisa julgada, incompetência,
ilegitimidade. Se improcedentes caberá HC (art. 648, VI do CPP).
Assim, se o juiz julga procedente a exceção de incompetência caberá RESE com fundamento no
artigo 581, III do CPP, mas se o juiz negar a exceção de incompetência não cabe RESE ,
podendo a questão ser ventilada em HC ou preliminar de apelação.

 IV. Se houver pronúncia;


Na sentença de impronúncia (414 CPP) ou de absolvição sumária (415 CPP) o recurso correto é
apelação
 V. Se conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea
a fiança; Se indeferir requerimento de prisão preventiva
ou revogá-la; Se conceder liberdade provisória ou
relaxar prisão em flagrante;

 VII. Se julgada quebrada a fiança ou perdido o seu


valor; (art. 328 e 341 CPP)

 VIII. Se decretar a prescrição ou julgar de outro modo


extinta a punibilidade; (Art. 107 CP)

 IX. Indeferimento do pedido de prescrição ou de outra


causa extintiva de punibilidade;
  X. Se conceder ou negar habeas corpus;
Cabe também o recurso de ofício de decisão concessiva com base no art. 574, I, do CPP.

 XIII. Quando anular a instrução criminal, no todo ou em


parte;
Se não anular pode ser habeas corpus com base no art. 648, VI, do CPP (coação
ilegal por ser o processo nulo) ou correição parcial.

 XIV. Quando incluir ou excluir jurado na lista


Tourinho Filho entende que o RESE continua cabível contra ato judicial que
inclui ou exclui jurado da lista geral, inclusive defendendo sua interposição no
prazo de 20 dias (Art. 586, parágrafo único/CPP).
Távora e Alencar por sua vez, entendem que o dispositivo foi revogado
tacitamente graças à inclusão do § 1º no Art. 426/CPP pela Lei 11.689/08.
Silenciando a jurisprudência quanto a esta.
 XV. Quando denegar a apelação ou a julgar deserta;

 XVI. Quando suspender o processo em virtude de questão prejudicial;

 XVIII. Quando julgar procedente ou improcedente o incidente de falsidade;

 A doutrina analisada é consente em entender que os incisos XI, XII, XVII, XIX,
XX, XXI, XXII e XXIII estão tacitamente revogados pela Lei 7.210/84, visto que,
por serem institutos aplicados na execução penal, não mais ensejam hipótese de
cabimento de RESE, mas sim possibilidade de interposição de agravo em
execução (Art. 197).

 XXIV. Quando converter a multa em detenção ou prisão simples. Este inciso


foi revogado pela Lei 9.268/96, que deu nova redação ao art. 51 do CP, aplicando-
se as normas da legislação relativa à dívidas da Fazenda Pública.

 XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução


penal, previsto no art. 28-A desta Lei.       (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
 STJ. Não cabe mandado de segurança para conferir efeito
suspensivo ativo a recurso em sentido estrito interposto contra
decisão que concede liberdade provisória ao acusado. (art. 584
CPP)

  STJ. A ausência de contrarrazões ao recurso em sentido estrito


interposto contra decisão que rejeita a denúncia enseja nulidade
absoluta do processo desde o julgamento pelo Tribunal de origem.

 STJ. A decisão do juiz singular que encaminha recurso em sentido


estrito sem antes proceder ao juízo de retratação é mera
irregularidade e não enseja nulidade absoluta.

  STJ. O acórdão que julga recurso em sentido estrito deve ser


atacado por meio de recurso especial, configurando erro grosseiro
a interposição de recurso ordinário em habeas corpus.
CARTA TESTEMUNHÁVEL
ART. 639 A 646 CPP
 Pode ser interposta contra decisão que denegar o recurso e, da decisão que embora admitir o recurso, obstar a
sua expedição e seguimento para o juízo ad quem.

 Tem caráter subsidiário, somente será cabível quando a lei não prever expressamente outra modalidade
recursal, exemplo: é cabível contra decisões que negar o seguimento do RESE ou Agravo em Execução .
Já contra a denegação de apelação cabe RESE (art. 581, XV) / Contra a decisão que não admite RE e Resp
cabe agravo (art. 1042 CPC).

 Prazo: 48 (quarenta e oito) horas pós-despacho que denegou Recurso. para isso indispensável que conste no
mandado a hora exata da intimação, do contrário será contado em dias. A jurisprudência tem admitido, em
nome da ampla defesa do contraditório, que o prazo é de 02 dias e não em horas como o código estipula.

 A carta testemunhável é interposta e dirigida ao escrivão (Justiça Estadual) , ou ao diretor de secretaria


(Justiça Federal) e será processado em autos apartados, onde será remetido ao juízo ad quem. Uma vez
julgada a carta testemunhável, o tribunal determinará o seguimento do recurso em sentido estrito.

Art. 640.  A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário do tribunal, conforme o caso, nas quarenta e
oito horas seguintes ao despacho que denegar o recurso, indicando o requerente as peças do processo que deverão ser
trasladadas.

 Depois de requerida a Carta, deverá ser extraído o translado das peças indicadas com a devida autuação,
seguindo-se o rito do recurso denegado ou que não teve andamento (art. 645 CPP)

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