Desastres em Massa.

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DESASTRES EM MASSA

Disciplina: Odontologia Legal


Professora: Claudia Maria Oliveira Andrade
Grupo 2: Andressa Lara, Gabriela Andrade e Kelly Alves.
6˚ período noturno
INTRODUÇÃO

 A identificação humana é uma das principais atividades


desenvolvidas pela Odontologia Legal.
 Os desastres em massa são os acidentes, naturais ou
produzidos diretamente pela ação ou pela influência
humana, que geralmente resultam em um elevado número
de vítimas fatais.
1. Causas decorrentes da ação de forças
ditas naturais:

 a) terremotos e maremotos;
 b) erupções vulcânicas;
 c) inundações e enchentes;
 d) ciclones (tufões, tornados e vendavais);
 e) avalanches e desabamentos;
 f) temporais;
 g) seca;
 h) fulguração e fulminação.
2. Causas decorrentes do emprego humano
de forças naturais ou da inventiva humana:
 a) incêndios e explosões;
 b) intoxicações coletivas;
 c) desabamentos (prédios, viadutos, elevadores, galerias de minas, etc.);
 d) acidentes aeroviários;
 e) acidentes rodoviários;
 f) acidentes ferroviários;
 g) acidentes marítimos;
 h) eletrocussão (correntes de alta voltagem);
 i) acidentes de irradiação ionizante (usina de energia atômica e outras
radioativas).
A ATENÇÃO E A PREVENÇÃO ÀS
CATÁSTROFES
Entre tantas medidas que podem ser elencadas, destacam-se:
 A identificação de riscos potenciais;
 A adoção de medidas preventivas de segurança e de proteção frente
às catástrofes;
 A criação de um sistema de alarme ante a proximidade dos sinistros;
 A elaboração de um plano de assistência imediata e transporte dos
feridos e a adoção de medidas sanitárias que possam ser deflagradas
em cada situação.
FORMAÇÃO DAS EQUIPES

 As organizações de defesa civil não podem deixar de contar com


suas equipes treinadas, entre elas as equipes de socorro médico e
as equipes médico-legais.
 As equipes de socorro médico devem ser orientadas no sentido de
resgatar e evacuar mais rapidamente os feridos, de transportar
alimentos e remédios (quando for o caso), e de organizar seu
pessoal de resgate.
FORMAÇÃO DAS EQUIPES

Quando existe morte coletiva e catastrófica, uma das coisas a ser feita pela
perícia médico-legal é a criação, o mais rápido possível, de duas equipes,
cada uma delas com o seu coordenador:
 a) uma, para tratar das necropsias dos corpos e dos despojos;
 b) e, outra, encarregada exclusivamente de cuidar da identificação das
vítimas no local do evento, nas suas proximidades e nas repartições
especializadas, por meio de uma metodologia rigorosamente seguida.
TRIAGEM E VALORIZAÇÃO DAS
VÍTIMAS
Num acidente de grande proporção, com um número considerável de vítimas, é
imprescindível uma avaliação inicial dos feridos.

Nos casos de muitos feridos, Lorenzo e Rodelgo os classificam em:

 Grupo I- Graves recuperáveis (prioridade 1);


 Grupo II- Graves relativamente estáveis (prioridade 2);
 Grupo III - Feridos que podem andar;
 Grupo IV - Feridos sem poder de locomoção;
 Grupo V - Mortos no local.
TRIAGEM E VALORIZAÇÃO DAS
VÍTIMAS
Todas essas classificações têm um único interesse: o de
orientar a sequência das atividades que se devem priorizar
diante de um determinado tipo de acidente, o efeito que ele
causou sobre as pessoas e sobre o meio ambiente, o tempo de
ocorrência do sinistro e o lugar onde ele se verificou.
IDENTIFICAÇÃO DOS MORTOS

Uma importante medida a ser tomada, logo após o


conhecimento do acidente de massa, é a solicitação imediata
das fichas dactiloscópicas e odontológicas das pessoas
presumivelmente envolvidas na tragédia. Os corpos, muitas
vezes, encontram-se carbonizados, fragmentados, destruídos
ou em processo de decomposição avançada, o que dificulta a
identificação das vítimas.
IDENTIFICAÇÃO DOS MORTOS

Os métodos odontológicos são comumente usados nesses


casos, pois os dentes possuem alta resistência e, muitas
vezes, são a única fonte que determina a identidade de um
indivíduo. Também muito contribui o estudo comparativo
por meio de radiografias antigas, principalmente dos dentes,
do crânio, da face e dos ossos longos com consolidação de
fraturas.
IDENTIFICAÇÃO DOS MORTOS
Os problemas mais importantes para uma Central de Identificação, em casos
de desastres em massa, são:
 1. grande número de restos humanos;
 2. restos fragmentados, dispersos e queimados;
 3. dificuldade para determinar quem podia estar envolvido no desastre;
 4. obtenção de registros médicos e odontológicos significativos e
radiografias;
 5. assuntos de índole legal, jurisdicional, organizacional e política;
 6. documentação interna e externa e problemas de comunicação.
IDENTIFICAÇÃO DOS MORTOS
Levando-se em conta os níveis de dificuldade na identificação, os corpos ou
partes deles eram classificados em quatro grupos bem distintos:
 1-1- os facilmente identificáveis, não desfigurados e sem documentação;
 2-2- os relativamente identificáveis, não desfigurados e sem
documentação;
 3-3- os dificilmente identificáveis, reduzidos a despojos e dependentes de
técnicas especiais de identificação;
 4-4- os de identificação impossível, face às precárias condições físicas, à
falta dos recursos necessários e ao fracasso dos métodos utilizados.
PROTOCOLO PARA IDENTIFICAÇÃO

Uma das maiores virtudes do método de identificação pela análise dos arcos
dentais é a sua eficiência, pois os dentes são estruturas altamente
mineralizadas, que possuem grande durabilidade, longevidade e alta
resistência a condições extremas de degradação, como alterações de pressão,
temperatura e umidade.
 O método odontológico também apresenta menor tempo de trabalho
quando comparado ao exame de DNA, além de excelente confiabilidade,
desde que realizado com critério e minúcia, sendo, em determinadas
condições, o único passível de aplicação.
PROTOCOLO DE TRABALHO DO
ODONTOLEGISTA
 • Examinar os ossos e o conjunto que o acompanha da forma como foram encaminhados;
 • Fotografar todo o conjunto, se atendo em todos os detalhes e registrando-os;
 • Dissecação que permita a visualização da cavidade oral e a obtenção de radiografias
(absolutamente necessário em cadáveres carbonizados);
 • Após a limpeza do crânio examinar e fotografar novamente;
 • Colar e reconstituir ossos fraturados de interesse na perícia;
 • Usar de metodologias morfológicas ou qualitativas, e métricas ou quantitativas, para
investigação diagnóstica dos dados biotipológicos;
 • No crânio devem ser buscados dados, lesões ósseas ou sinais , que possam ajudar no
estabelecimento da causa da morte;
 • Obter junto das famílias das vítimas e de seus cirurgiões-dentistas, prontuários
odontológicos, radiografias, modelos de gesso, fotografias...
PROTOCOLO DE TRABALHO DO
ODONTOLEGISTA
 • Exame radiográfico incluindo: radiografia simples do crânio em norma fronto-lateral,
radiografia panorâmica, radiografias periapicais;
 • Exame clínico dos arcos dentais superior e inferior;
 • Registrar os achados no exame clínico postmortem tanto por fotografia de aproximação,
como através de um odontograma que deve ser realizado por três profissionais sucessivos;
 • Exame especial de tratamentos odontológicos que tenham sido realizados como
restaurações diretas e indiretas, próteses fixas ou móveis, implantes, etc.
 • Quando se dispuser de microcomputador, arquivar todos os dados post-mortem, para
facilitar comparações com os dados ante-mortem;
 • Realizar moldagens do arco superior e inferior e montagem em articulador;
 • Todo material ósseo e dentário deverá ser armazenado, para caso haja a necessidade de
se realizar um exame de DNA;
PROTOCOLO DE TRABALHO DO
ODONTOLEGISTA
 • Efetuar a comparação dos dados obtidos post-mortem com os elementos
histórico antemortem, buscando compatibilizar ou incompatibilizar cada
elemento;
 • Definição do método de comparação a ser utilizado;
 • Aplicação de sua metodologia;
 • Descrição dos métodos utilizados;
 • Elaboração de laudo com suas conclusões baseado nos resultados obtidos
(realizado por um perito odontolegista).
PROTOCOLO DE TRABALHO DO
ODONTOLEGISTA
No exame detalhado da boca, deve ser investigada a presença de:
 Fraturas dentais;
 Restaurações;
 Aparelhos e bandas ortodônticas;
 Implantes;
 Tratamentos endodônticos;
 Próteses fixas e removíveis, bem como qualquer outra
característica capaz de individualizar a vítima.
O ATESTADO DE ÓBITO

Estando o cadáver ou parte dele identificado num desastre de massa,


não há porque negar o devido atestado de óbito, com a causa mortis
determinada e sua efetiva identidade, facilitando assim o sepultamento
mais rápido e de forma individualizada. No entanto, as repartições
médico-legais não podem nem devem fornecer atestados de pessoas
não identificadas, simplesmente baseadas em meras informações ou
conjeturas.
A QUESTÃO FUNDAMENTAL: A ÉTICA
NOS DESASTRES DE MASSA
Todo indivíduo tem direito à proteção de sua saúde, como valor consequente
à sua própria existência. E, por isso, não é justo que se ponha essa vida em
perigo, nem tampouco que sejam tratadas com descaso as pessoas indefesas
ou vítimas de determinadas ocorrências.
Mesmo sabendo-se que as disponibilidades do atendimento podem ser
precárias e desordenadas nas primeiras horas após o desastre seja pela
amplitude do sinistro, seja pela falta de organização ou estruturação dos
planos emergenciais, é fundamento ético inalienável que todos sejam
atendidos sem discriminação, no mais breve espaço de tempo e na proporção
dos meios disponíveis.
A QUESTÃO FUNDAMENTAL: A ÉTICA
NOS DESASTRES DE MASSA
Se, nas primeiras horas, apenas estão disponíveis alguns meios para os cuidados mais
imediatos, deve-se dar prioridade àqueles que estão em perigo de vida. Não é lícito
outro tipo de critério, como o da idade ou do sexo, mas, tão só, o das circunstâncias
que levam à iminência da morte.
CONCLUSÃO
Podemos concluir que, a odontologia legal adquire um papel relevante no processo
de identificação de vítimas de desastres em massa, sendo incontestável a fundamental
importância do odontolegista nestas situações, visto que a identificação trata-se de
um processo que necessita ser incorporado no contexto da perícia médico-legal e
odontológica, fornecendo esclarecimentos à justiça de maneira eficaz para uma
positiva identificação.
 Nunca é demais, deixar claro a importância de um prontuário odontológico
completo e preciso, evitando o uso de códigos que outros cirurgiões dentistas possam
não compreender, contendo inclusive os exames complementares realizados, como as
radiografias sempre anexados e arquivados, assim como os modelos de gesso dos
arcos superior e inferior, para que numa eventualidade, possam ser utilizados como
auxiliares num processo de identificação.
REFERÊNCIAS
 ARAUJO,L.G de, BIANCALANA, R.C, TERADA, A.S.S.D, PARANHOS, L.R, MACHADO,C.E.P. SILVA,
R.H.A. da. RFO, A identificação humana de vítimas de desastres em massa: a importância e o papel da
Odontologia Legal. RF, Passo Fundo, maio/ago. 2013.
 FRANÇA, G.V. de. Desastre de massa- Sugestões para um itinerário correto de auxílios. João PessooaPB
 FRARI, P.; IWASHITA, A. R.; F.G. CALDAS, J. C.; SCANAVIN, M. A.; DARUGE JUNIOR, E. A importância do
odontolegista no processo de identificação humana de vítima de desastre em massa. Sugestão de protocolo de
exame técnico-pericial. Metodista,Revista Odonto, São Bernardo do Campo, SP, 2008.

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