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6 - Solidificação

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Processos Metalúrgicos de Fabricação

Aspectos Científicos-Tecnológicos da
Fusão-Solidificação dos Metais

Prof. Silvana Verona


UTFPR – DAMEC-PB

Nucleação Homogênea: Raio Crítico


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

 Abaixo da dimensão de r* os núcleos são


denominados embriões e não são estáveis.
 Apenas a temperaturas abaixo da temperatura de
solidificação é que existem condições, para se ter
núcleos com raio maior que r*. (metais puros).
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Nucleação Homogênea: Cálculo do Raio Crítico


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

3 Askeland e Wright (2014)


UTFPR – DAMEC-PB

Nucleação: Heterogênea
Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

 Observe que a água deveria solidificar a -40 ºC,


sob condições de nucleação homogênea, isto
ocorre na realidade?
 A existência de impurezas no líquido, paredes do
recipiente, constituem superfícies onde o sólido se
forma. Nestas condições surge um raio de
curvatura maior que r* com pequeno acréscimo de
área superficial.
 A nucleação heterogênea é aquela que ocorre
sobre superfícies preexistentes e o super-
resfriamento necessário é muito pequeno.
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Aplicações da Nucleação Controlada


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

· Aumento da resistência mecânica de metais ou ligas


pela diminuição do tamanho de grão com o uso de
refinadores de grãos ou inoculantes.

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Aplicação Tecnológica

Nucleação: Efeito Refinador de Grão


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Lingote liga alumínio 6063 com 6” diâmetro.


(a) sem refinador de grão. (b) Com refinador.
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Solidificação: Curvas de Resfriamento


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

 A solidificação de metais puros ocorre em


uma temperatura definida.
 A solidificação de ligas ocorre em uma faixa
de temperaturas. Tem consequências
importantes sobre a solidificação.

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Solidificação: Curvas de Resfriamento


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Metal Puro Liga

8 Kalpakjian e Schmid (2009)


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Solidificação: Curvas de Resfriamento


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Askeland e Wright (2014)


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Solidificação: Curvas de Resfriamento


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Faixa de Solidificação = TL- TS


(Freezing Range)

10 Kalpakjian e Schmid (2009)


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Solidificação: Curvas de Resfriamento


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Faixa de Solidificação = Temperatura de Liquidus - Temperatura de Solidus


(Freezing Range)
Beeley (2001)
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Crescimento Dendrítico de Metais Puros

 O crescimento dendrítico, como descrito, ocorre


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

na solidificação de metais puros quando a


interface se move em líquidos suficientemente
super-resfriados.
 Super-resfriamentos muito elevados (da ordem de
100°C) são necessários em metais puros para
uma completa solidificação dendrítica. (Não
ocorre).
 Não é normalmente possível solidificar-se
dendriticamente mais do que 10% de um dado
volume de metal Reed-Hill (1982)
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Solidificaçáo: Conceitos Básicos

Escala da Solidificação
Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

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Crescimento Dendrítico de Ligas


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

 Em grandes fundidos comerciais, a camada super-


resfriada (distância x) é grande e a solidificação
dendrítica é importante.

 Com camada super-resfriada (distância x) é


pequena a solidificação dendrítica é substituida por
um crescimento celular.

Reed-Hill (1982)

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Crescimento Dendrítico de Ligas


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Super-Resfriamento Constitucional

Reed-Hill (1982)
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Tipos de Solidificação Dendrítica


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Colunar

Tridimensional
Beeley (2001)

Equiaxial
16 Liu et al.(2015)
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Tipos de Solidificação Dendrítica


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Microscopia ótica das dendrítas de uma liga de latão

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UTFPR – DAMEC-PB

Tipos de Solidificação Dendrítica


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

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UTFPR – DAMEC-PB

Tipos de Solidificação Dendrítica


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

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UTFPR – DAMEC-PB

Espaçamento de Braço Dendrítico


Secundário (EBDS)
Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Askeland e Wright (2014)

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UTFPR – DAMEC-PB Aplicação Tecnológica

Espaçamento de Braço Dendrítico


Secundário (EBDS)
Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

21 Askeland e Wright (2014)


UTFPR – DAMEC-PB Aplicação Tecnológica

Solidificação
Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

• Após a solidificação, formação de grãos unidos com


orientação cristalográfica independente
• Dendrítas grandes, grãos grosseiros, maior quantidade de
impurezas nos contornos de grãos, propriedades
mecânicas inferiores
• Liga Cu-Al-Ag com diferentes tamanho de grão
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Tempo de Solidificação
Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Regra de Chvorinov
 B = Constante que depende (a) do material do
molde; (b) das propriedades do metal; (c) da
temperatura.
 n = Parâmetro que tem valor entre 1,5 e 2,
normalmente se utiliza 2.
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Tempo de Solidificação

Constante (B) de
Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Chvorinov

 Tm = temperatura de fusão ou solidificação do líquido (em


Kelvin)
To = temperatura inicial do molde (em Kelvin)
ΔTs = Tvazamento − Tm = superaquecimento (em Kelvin)
L = calor latente de fusão (em [J.Kg−1])
k = condutividade térmica do molde (em [W.m−1.K−1)])
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Tempo de Solidificação

Constante (B) de
Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Chvorinov

 ρ = densidade do molde (em [Kg.m−3])


c = calor espefícifico do molde (em [J.Kg−1.K−1])
ρm = densidade do metal (em [Kg.m−3])
cm = calor específico do metal (em [J.Kg−1.K−1])

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Solidificação Direcional
Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Solidificação Direcional é a progressão da


solidificação do menor para o maior módulo
de Chvorinov (V/A).

Aumento de Módulo

Menor Módulo Maior Módulo


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Solidificação Direcional
Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Importância da Solidificação Direcional


 Fundamental no projeto (concepção de forma)
de componentes para o processo de
Fundição
 Utilizada para evitar defeitos internos nos
componentes fundidos por meio do correto
dimensionamento e localização de
massalotes.
 E o conceito fundamental no desenvolvimento
da simulação de solidificação.
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UTFPR – DAMEC-PB

Solidificação Direcional

Pontos Quentes
Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

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Solidificação: Estrutura Bruta de Fusão


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

 Zona coquilhada (contato com molde).


 Zona colunar (sentido da extração calor latente).
 Zona equiaxial (centro lingote).

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Solidificação: Estrutura Bruta de Fusão


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Metal Puro Liga

30 Kalpakjian e Schmid (2009)


UTFPR – DAMEC-PB

Solidificação: Estrutura Bruta de Fusão


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

(a) Metal puro.


(b) Liga metálica.
(c) Metal puro ou liga
metálica bem
inoculada ou
solidificada sob
vibração associada a
uma temperatura de
vazamento baixa.

31 Kalpakjian e Schmid (2009)


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Solidificação: Estrutura Bruta de Fusão


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Zona Coquilhada

• Bom contato entre metal e molde


• Baixo superaquecimento
• Baixa difusividade térmica no líquido
• Alta difusividade térmica no molde
• Uso de moldes refrigerados
• Alta eficiência de nucleação na superfície do molde

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Solidificação: Estrutura Bruta de Fusão


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Zona Colunar

• Alto superaquecimento
• Baixa concentração de soluto na liga
• Baixa difusividade térmica no molde
• Uso de moldes pré-aquecidos

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Solidificação: Estrutura Bruta de Fusão

Zona Equiaxial
Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Origem
- Cristais da zona coquilhada
- Ruptura das ramificações dendríticas via efeitos
mecânicos

Favorecida por
• Baixo superaquecimento
• Formação de dendrítas longas
• Intensa convecção no estado líquido
• Vibração mecânica
34 • Uso de inoculantes
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Solidificação: Estrutura Bruta de Fusão


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

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Solidificação: Estrutura Bruta de Fusão


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Macroestrutura de lingote (fundição contínua) de Cobre (99,95%)

Seções longitudinais mostrando as diferentes macroestruturas


obtidas com diferentes velocidades de resfriamento

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Solidificação: Estrutura Bruta de Fusão


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

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UTFPR – DAMEC-PB

Solidificação: Estrutura Bruta de Fusão


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Askeland e Wright (2014)

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UTFPR – DAMEC-PB

Solidificação: Estrutura Bruta de Fusão


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Beeley (2001)
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UTFPR – DAMEC-PB

Solidificação: Defeitos de Solidificação


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

 Considera-se apenas os defeitos associados a etapa


de solidificação. Não confundir com defeitos
originados no processo de fundição.
 As Porosidades são os principais tipos de defeitos
associados a solidificação.
 As Porosidades ocorrem devido a Contração de
Solidificação e a Absorção de Gases.

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UTFPR – DAMEC-PB

Solidificação: Defeitos de Solidificação

Contração de Solidificação - Macro


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Contração de solidificação
ocorre nos pontos quentes
que são as regiões de
maior módulo de
Chvorinov da seção.

a) rechupe
b) cavidades secundárias
c) microporidade
d) afundamento
e) perfuração

41 Beeley (2001)
UTFPR – DAMEC-PB

Solidificação: Defeitos de Solidificação

Contração de Solidificação - Macro


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Porosidade interna
e afundamento
de contração.

42 Porosidade de linha de centro.


Beeley (2001)
UTFPR – DAMEC-PB

Solidificação: Defeitos de Solidificação

Contração de Solidificação - Micro


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Askeland e Wright (2014)

Microporosidade – Ligas
de longo intervalo de
43 solidificação.
Beeley (2001)
UTFPR – DAMEC-PB

Solidificação: Defeitos de Solidificação

Efeito da faixa de solificação no defeito de


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

contração

44 CIMM (2021)
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Solidificação: Defeitos de Solidificação


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Soluções para evitar a Contração de Solidificação

 Utilização de massalotes nos pontos quentes da peça.


 Utilização de resfriadores nos pontos quentes da peça.
 Utilização de simulação de solidificação para garantir a
Solidificação Direcional, com a otimização do projeto de
componentes fundidos.

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UTFPR – DAMEC-PB

Soluções para evitar a Contração de Solidificação


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Solidificação Direcional

Soluções para minimizar defeitos: Beeley (2001)


1) Massalotes. (solução clássica).
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Soluções para evitar a Contração de Solidificação


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Soluções para minimizar defeitos:


2) Resfriadores. (solução clássica). Kalpakjian e Schmid (2009)
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Soluções para evitar a Contração de Solidificação


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Soluções para minimizar defeitos:


3) Simulação de solidificação. (solução moderna).

Kalpakjian e Schmid (2009)

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Solidificação: Defeitos de Solidificação

Defeitos Causados por Retenção de Gases


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Metais no estado liquido dissolvem


grande quantidade de gás. O
alumínio, dissolve o hidrogênio.

Na solidificação a solubilidade do
gás cai drasticamente (Figura).

Ocorre aprisionamento de gás no


metal sólido, produzindo porosidade
devido a gases.

O volume de gás que consegue ser


dissolvido em um metal fundido é
dado pela lei de Sievert
49 Askeland e Wright (2014) Percentual de gás = K.p1/2
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Soluções para evitar a Absorção de Gases

 A porosidade em metais fundidos é minimizada mantendo


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

a temperatura do liquido a menor possível, isto é, evitando


grande superaquecimento
 Agentes desgaseificantes (fluxos), substâncias
adicionadas ao líquido para combinar com o gás e formar
uma escória
 Manter a pressão parcial do gás baixa (fusão à vácuo).
 A desgaseificação com borbulhamento um outro gás,
inerte (argônio) ou reativo (cloro), no seio do metal liquido.

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Solidificação: Defeitos de Solidificação

Defeitos Causados por Segregação


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Também denominado hetereogeneidade química


(microssegregação)

O que é: é a distribuição heterogênea de elementos de liga e


impurezas dentro da estrutura do material

Causa: é provocada pela solidificação fora das condições


previstas pelo diagrama de equilíbrio

O resultado final é que os grãos formados possuem


um gradiente de composição química, isto é, a
composição varia do centro para a periferia do núcleo.
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UTFPR – DAMEC-PB

Solidificação: Defeitos de Solidificação

Defeitos Causados por Segregação


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

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Solidificação: Defeitos de Solidificação

Defeitos Causados por Segregação


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Macrossegregação:
Tem a mesma origem da microsegregação. A diferença é que ocorre ao longo
da peça e não apenas dentro do grão.
Há casos onde o líquido (rico em impurezas) chega a sair pelas paredes da
peça (a peça “transpira”), sendo tal fenômeno denominado exsudação.

Segregação gravimétrica:
Durante a solidificação formam-se fases sólidas com densidades muito
diferentes.
Exemplo em ferros fundidos nodulares, forma-se primeiro a grafita (baixa
densidade) no metal líquido (maior densidade). A grafita tende a boiar
(fenômeno denominado de flotação).

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Solidificação: Defeitos de Solidificação

Defeitos Causados por Segregação


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

• Nos aços baixo carbono as bolhas não são prejudiciais, já que nas
temperaturas de conformação mecânica, as bolhas podem ser
eliminadas por deformação

• Em aços alto carbono, adiciona-se desoxidantes (Al, Si, Mn) que


formam óxidos com o O2, impedindo que este reaja com o C.

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Referências

ASKELAND, D. R.; WRIGHT, W. J.. Ciência e Engenharia dos materiais.


Processos Metalúrgicos – 1º/ 2022

Tradução da 3ª edição norte-americana. Cengage Learning Brasil, 2014.


[Minha Biblioteca]. p. 267-281.

BLACK, J. T.; KOHSER, R. A. DeGarmo’s Materials and Processes in


Manufacturing. 13. ed. Hoboken: Wiley, 2019. p. 221-236.

BEELEY, P. Foundry Technology. Oxford: Butterworth-Heinemann, 2001.

CIMM, Defeitos de solidificação. (2021). Disponível em:


<https://www.cimm.com.br/portal/noticia/exibir_noticia/6751-defeitos-de-
solidificacao>

KALPAKJIAN, S.; SCHMID, S. R. Manufacturing Engineering and


Technology. 6. ed. New York: Prentice Hall, 2009.

PLUTSHACK, L. & SUSCHIL, A. L. Riser Design. In: ASM. Metals Handbook,


55 v. 15 - Casting. Metals Park: ASM International, 1988. p. 1246-1280.

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