POIMÊNICA

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POIMÊNICA

EMENTA: Estudo sobre o trabalho pastoral.


TEORIAS DA PERSONALIDADE: FISIOLOGIA E PSICOPATOLOGIAS
EMENTA: Estudo e avaliação crítica das diferentes teorias da estrutura e desenvolvimento da personalidade humana.
Inclui descrição e análise das principais teorias filosóficas, teológicas e psicológicas sobre o ser humano. Breve
introdução à antropologia cultural. Formulação de uma visão cristã da personalidade. Personalidade: estrutura e dinâmica.
Teorias psicanalíticas, existencialistas, humanistas e comportamentistas. Tendências contemporâneas.
Relação entre fisiologia do sistema nervoso com psicologia. Estudo dos aspectos fisiológicos do ser humano e sua
relação com a patologia psicológica e psiquiátrica. O funcionamento do cérebro humano e do sistema nervoso.
Identificação e diferenciação entre distúrbios mentais, psíquicos, nervosos, fisiológicos e espirituais. Inter-relações da
Fisiologia com a Psicologia com ênfase em suas expressões clínicas psicossomáticas.
Breve Histórico do estudo da Psicopatologia. Identificação e reconhecimento dos diferentes sintomas nas funções mentais
e nos transtornos psicopatológicos: Esquizofrenia e outros Transtornos Psicóticos; Delirium, Demência e Transtorno
Aminéstico; Transtorno Factício; Transtornos Relacionados a Substâncias; Transtornos de Humor; Transtornos de
Adaptação; Transtornos Globais do Desenvolvimento. Transtorno de Déficit de Atenção e de Comportamento Diruptivo;
Transtornos da Alimentação e Transtorno da Identidade de Gênero
POIMÊNICA

 Horário de aula: 9h:00min as 12h:00min e das 13h:00min as 15h:00min


 Avaliação: 15h00min até as 16h00min
 Avaliação: Resumo da matéria.
 Avaliação para alunos faltantes: Apresentar um resumo da teoria analítica de Jung. Página
85-94 Livro: HALL, Calvin S.; LINDZEY, Gardner. Teoria da personalidade. Tradução e
revisão técnica Maria Cristina Machado Kupfer. 1. Ed. São Paulo, EPU, 1984.

POIMÊNICA

1. Poimênica é a tarefa, ou estudos referentes a tarefa do Poimén.


2. ποιμήν - PoiménI - Um pastor , seja de ovelhas ou bois, Od.10.82 - 5 , al .; opp. senhor ou
proprietário (ἄναξ), 4.87 .
3. II. metáfora., Pastor do povo, regularmente de Agamenon, AGAMEMNON p. Povos
4. Il.2.243 , al.: Geralmente, capitão , chefe , ib. 85 , al., S. Aj. 360 codd. (letra); ναῶν
ποιμένες A. Supp. 767 ; empresas E. Ph. 1140 ; Idχων Id. Supp. 674 ; Mestre , senhor ,
πλοῦτος ὁ λαχὼν ποιμένα Id. O. 10 (11) .88; para A. Ag. 657 , v. AVC .III –
5. em LXX e NT , pastor , professor , Je . 2.8, Ep.Eph. 4,11 , etc.[16:53,
6. Em teologia e Eclesiologia é utilizado para se referir ao trabalho do pastor e seus detalhes...
mas lembrando que Poimen apesar de significar "pastor" aparece bem pouco no NT. Para a
igreja primitiva o pastor da igreja local é o presbítero πρεσβύτερος (ancião, pessoa madura)
POIMÊNICA

1. A palavra poimênica tem sua origem no grego, como vimos, e seu significado é pastor. No sentido lato significa o
trabalho e agir do pastor. Tem suas raízes na história da igreja, quando se procurava definir o trabalho pastoral na
comunidade. Sendo que Jesus é o pastor por excelência que deve ser o modelo de todo pastor.
2. No entanto quando se olha de modo mais estrito para a palavra em questão perceberemos que ela designa o
trabalho do pastor frente ao SOFRIMENTO. Tanto nas questão de fé, emoções, espiritualidade, família, vida
diária.
3. Além disso, é possível observar que poimênica aponta para o pastor como aquele que “CURA AS ALMAS”.
Basta olharmos para as palavras inglesas e alemãs, Soul Care (Inglês) e Seelsorger (alemão) que
perceberemos que o pastor é um cuidador de almas. Esse conceito tem sua origem no latim, cura animarum. Esta
indica o pastor no serviço do ministério pastoral e, no culto e ensino designam o trabalho do pastor.
4. Percebemos que a palavra em questão designa a ampla tarefa do pastor, no entanto na presente matéria nos
voltaremos principalmente para o aconselhamento pastoral
5. As definições acima tem sua origem no site: Quem Somos – Instituto Poimênica (institutopoimenica.com Acesso
dia 11/05/2021 as 10h46min).
POIMÊNICA

1. Ao nos voltarmos para o Aconselhamento Pastoral é muito importante destacar que


iremos trabalhar com a parte imaterial do ser, ou seja a alma. Podemos nos valer da
seguinte definição:
“É por meio do corpo que o homem entra em contato com o mundo material. Daí podemos
qualificar o corpo como a parte que nos faz conscientes do mundo. A alma é formada pelo
intelecto, que nos ajuda no presente estado de existência, e as emoções, que procedem dos
sentidos. Posto que a alma pertence ao próprio eu do homem e revela sua personalidade, é
chamada a parte que tem auto consciência de si mesmo. O espírito é a parte mediante a qual
nos comunicamos com Deus, e só por ela podemos perceber e adorar a Deus. Como nos fala
de nossa relação com Deus, o espírito é chamado o elemento que tem consciência de Deus.
Deus vive no espírito, o eu vive na alma, enquanto que os sentidos vivem no corpo.”
(Watchman Nee,...p 20)
PERSONALIDADE, CARÁTER E
TEMPERAMENTO
 Personalidade: pode-se dizer que está relacionado a “habilidades sócias [..]eficiência em
produzir reações positivas em diversas pessoas e em diferentes situações. [ e] impressão
que o indivíduo causa em outras pessoas [...] personalidade agressiva, personalidade
passiva” (HALL, 1984, p.06)
 Caráter: “o termo caráter (Do gr: charaktér, uma letra) é definido frequentemente como
tipo, cunho, marca ou sinal convencional. Também diz respeito a índole, ao temperamento,
e ao feitio moral. É ainda um conjunto dos traços psicológicos, o modo de ser, de sentir e
de agir de um individuo ou de um grupo; nesta vertente, sua definição se confunde com a
personalidade. (BERNARDES, 2005, p. 17)
 Temperamento: A palavra temperamento tem sua origem do latim (temperamentum =
medida). Representa a peculiaridade e intensidade individual dos afetos psíquicos e da
estrutura dominante de humor e motivação. (VOLPI, 2004, p. 2)
As várias teorias da Personalidade

 Pode-se dizer que os seres humanos criaram várias teorias (hipóteses e especulação sobre a
realidade) e as testaram. Elaboraram regras, descobriram fatos e aperfeiçoaram as teorias
até elas se tornaram uma espécie de sistema que explica algo. Assim existem várias teorias
sobre a personalidade. As implicações das teorias podem ser verdearias ou falsas.
 Averiguaremos a teoria de psicanalítica de Freud e a teoria analítica de Jung na presente
matéria.
PERSONALIDADE

 Definição de termos: PERSONALIDADE: “Essa palavra portuguesa vem do latim,


persona, que corresponde ao vocábulo grego prosópon, rosto. A referência original era à
mascara usada pelos atores no palco. Jung, em sua palavra, persona, reteve esse sentido
primitivo, referindo-se àquilo que um indivíduo representa ser, uma máscara que se usa em
público, parte da atuação teatral em que está envolvida. A pessoa real é outra questão. O
termo grego veio a significar fisionomia. Finalmente, porém, esse termo adquiriu o sentido
de ser humano individual. Esse é o uso comum na linguagem moderna que essa palavra
retém.” (CHAMPLIN, 2002, v.5, p. 264-265)
PERSONALIDADE

 Originalmente a palavra persona significava mascara, mas foi empregada para descrever
essa parte imaterial do ser humano. O correspondente grego, prósopon, fala de rosto. Mas
ao mesmo tempo pró sopom, também da origem ao nome de uma figura de linguagem:
prosopopeia. É quando damos vida a coisas inanimadas. Assim pode-se dizer que
personalidade é uma mascara que se usa para representar diante dos outros, damos vida ao
nosso ser perante os outros
PERSONALIDADE

 Para Freud “a personalidade é composta de três grandes sistemas: o id o ego e o superego.


Embora cada um desses sistemas tenha suas próprias funções, propriedades, componentes,
princípios operantes, dinamismos e mecanismos, atuam um sobre o outro tão estreitamente
que é difícil, senão impossível, destacar seus efeitos e determinar a contribuição de cada
um para o comportamento humano. O comportamento é quase sempre o resultado da
interação desses três sistemas; raramente um sistema funciona isoladamente.” (HALL,
1984, p.25)
PERSONALIDADE: ID

 Para um melhor entendimento desses três grandes sistemas iremos descrever cada um de
forma isolada. O Id “é o sistema original da personalidade; é a matriz, a partir da qual o
ego e o superego se diferenciam. O id é formado pelos aspectos psicológicos herdados e
presentes no nascimento, inclusive instintos. É o reservatório de energia física que põe em
funcionamento os outros sistemas. Está em relação estreita com os processos corporais,
dos quais retira sua própria energia. Freud chamava o id de “a verdadeira realidade
psíquica ” (HALL, 1984, p.26)
 Id: Em alemão “Es”, o termo comum para “it” (‘It’, inglês, e “Es’, alemão, ~são um
mesmo pronome neutro, que se traduz por ele, ela, isto. Id é a forma latina do mesmo
pronome. (FREUD, Sigmund. Edição Standar brasileira das obras psicológicas completas d
Sigmund Freud, Imago Editora LTDA, Rio de Jnaeiro.1969)
PERSONALIDADE: ID

 O id pode ter sua tensão aumentado na medida que sofre estímulos internos ou externos.
Quando isso acontece ele, o id, busca maneiras de baixar essa tensão e “esse princípio de
redução da tensão, pelo qual o id opera, é denominado de princípio do prazer” (HALL,
1984, p.26)
 O id sempre vai buscar o prazer e evitar a dor para isso ele trabalha com, de acordo com
Hall (1984) a “ação reflexa e o processo primário” As ações reflexas são o piscar o respirar
denominadas de automáticas ou inatas. Por outro lado, o processo primário busca
descarregar as tensões formulando uma imagem que irá remover essa tensão.
PERSONALIDADE: ID

 A pessoa está com fome e então forma a imagem de um alimento. Assim existe uma
realização de desejo. Isso pode acontecer com o sonho, pois ele forma imagem mentais e
assim revela desejos profundos que são de certa forma satisfeitos em sonho. O mesmo
pode acontecer com as alucinações e as visões que os psicóticos tem. No entanto é
importante lembrar que o processo primário, por si só, não é capaz de reduzir a tensão. Por
isso é que se desenvolve um “processo secundário e, quando isso acontece, a estrutura do
segundo sistema da personalidade – o ego­– começa a formar-se” (HALL, 1984, p.27)
PERSONALIDADE: EGO

 No entanto “o ego existe porque as necessidades do organismo requerem transações


apropriadas com o mundo objetivo da realidade. A pessoa faminta tem que procurar
encontrar e consumir alimento para que a tensão da fome seja eliminada [...] A diferença
básica entre o id e o ego reside em que o primeiro conhece somente a realidade subjetiva
da mente, enquanto que o segundo faz a distinção entre as coisas da mente e as do mundo
exterior.” (HALL, 1984, p.27)
PERSONALIDADE: EGO

 É importante destacar que o “ego obedece ao principio da realidade e opera por meio do
processo secundário.” (HALL, 1984, p.27). O principio da realidade vai agir para que haja
descarga da tensão formada no interior do indivíduo. Assim sendo ele temporariamente
suspende o princípio do prazer (id), pois o prazer será satisfeito tão logo se encontre o
objeto almejado e a tensão será reduzida. O princípio da realidade vai ser o agente
verificador da realidade ou falsidade de uma experiência. Ao passo que o princípio do
prazer busca apenas saber se uma experiência é agradável ou desagradável.
PERSONALIDADE: EGO

 Além disso, não podemos nos esquecer que “o processo secundário é o pensamento
realista” (HALL, 1984, p.27). O processo secundário é o responsável pela elaboração do
plano de ação para atingir o objetivo de aliviar a tensão interna ou externa que gerou
desconforto na pessoa. Assim sendo ela irá imaginar onde possa, no caso do alimento,
encontrar o mesmo e depois será em busca do nutriente. Tal fato, imaginar e buscar o
alimento é chamado de teste da realidade. Para que aja êxito neste processo o ego controla
as funções intelectuais e cognitivas, os quais são considerados processos mentais
superiores os quais passam a trabalhar no processo secundário.
PERSONALIDADE: EGO

 “ o ego é o “executivo” da personalidade porque controla as portas de entrada para a ação,


seleciona os aspectos do meio aos quais reagirá e decide quais são os instintos a serem
satisfeitos e de que modo. No desempenho dessas altas funções executivas o ego tem que
procurar integrar as exigências, muitas vezes antagônicas, do id, do superego e do meio
externo. Essa é uma tarefa difícil, que pesa sobre o ego.
PERSONALIDADE: EGO

 Devemos levar em consideração, entretanto, que o ego é a parte organizadora do id, que
existe para realizar os objetivos do id e não para frustrá-los, e que toda a sua força se
origina do id. Ele não tem existência à parte do id, nunca se torna completamente
independente dele. Seu papel principal é o de intermediário entre as exigências instintivas
do organismo e as condições do ambiente. Seus objetivos consistem em manter a vida do
indivíduo e garantir a reprodução da espécie.” (HALL, 1984, p.28-29)
PERSONALIDADE: SUPEREGO

 O supergo é o terceiro e último sistema da personalidade a desenvolver-se. Ele é uma


espécie de “representante interno dos valores e ideias tradicionais da sociedade,
transmitidos pelos pais e reforçados pelo sistema de recompensas e castigos impostos à
criança.” (HALL, 1984, p.28)
 Superego - é arma moral da personalidade – representa mais o ideal do que o real - luta
mais pela perfeição do que pelo prazer – função principal: decidir se algo é certo ou errado
– após a decisão agir em conformidade com os padrões morais autorizados.
PERSONALIDADE: SUPEREGO

 O desenvolvimento do superego se da mediante o sistema de recompensa e punição que os


pais instalam em suas casas. Portanto é fácil de perceber que algumas crianças se adaptam
facilmente a este sistema, pois percebem que a obediência produzirá recompensa e a
desobediência produzirá punição.
 Esse esquema de obediência/recompensa e desobediência/punição ativará os dois
subsistemas do superego, a saber consciência e ideal do ego
 Quando a criança é punida pela desobediência a consciência incorpora tal fato. No entanto
quando a criança obedece e recebe recompensa ela incorpora tal fato ao ideal do ego
PERSONALIDADE: SUPEREGO

 Essas incorporações a consciência ou ao ideal do ego passam pelo mecanismo de


introjeção. Isso demonstra que a criança toma para si os padrões morais dos pais. Toda vez
que a consciência é atividade pela desobediência a pessoa se sente culpada; no entanto
quando o ideal do ego é ativado pela obediência a pessoa se sente orgulhosa. Na medida
que o superego se desenvolve “o controle dos pais é substituído pelo autocontrole.”
(HALL, 1984, p.28)
 É importante lembrar que “o propósito prático da psicanálise é, na verdade, fortalecer o
ego, fazê-lo mais independente do superego, ampliar seu campo de percepção e expandir
sua organização, de maneira a poder assenhorear-se de novas partes do id” (FADIMAN,
1986, 12)
O Desenvolvimento da personalidade na teoria
de Freud
 Freud foi um dos primeiros a se voltar para o assunto do desenvolvimento da
personalidade e percebeu que há uma importância significativa nos primeiros anos de vida
da pessoa que lhe influenciarão no desenvolvimento do caráter de uma pessoa.
 Freud descobriu que “a personalidade aos cinco anos de idade já se apresenta bem
formada, sendo os anos subsequentes dedicados à elaboração dessa estrutura básica
(HALL, 1984, p.36).
O Desenvolvimento da personalidade na teoria
de Freud
 Além disso, é possível perceber que “a personalidade evolui em resposta a quatro fontes
principais de tensão: 1) processos de crescimento fisiológicos, 2) frustrações, 3) conflitos,
4) perigos. O aumento da tensão que emana dessas fontes obriga a pessoa a desenvolver
novas maneiras de reduzir a tensão. Esse aprendizado é o que constitui, para Freud, o
desenvolvimento da personalidade.
 Para vencer as frustrações, conflitos e angústias a pessoa precisa empregar os métodos de
identificação e deslocamento.
O Desenvolvimento da personalidade na teoria
de Freud: identificação
 A identificação é “o método pelo qual a pessoa assume as características de outra,
incorporando-as à sua própria personalidade. Ela aprende a reduzir a tensão, modelando
seu comportamento de acordo com o da outra.” (HALL, 1984, p.36). É importante destacar
a diferença que há entre imitação e identificação. Na imitação há uma espécie de cópia
muito superficial, no entanto na identificação a pessoa passa a integrar o comportamento
da outra em sua personalidade.
 Num primeiro momento a criança se identifica com os pais, pois lhe são próximos, mas
com o passar dos anos a criança descobre outras pessoas que conseguem satisfazer os
desejos de forma eficiente. Estas se tornam um padrão a ser integrado, pois “suas condutas
estão na linha de seus desejos” (HALL, 1984, p.37)
O Desenvolvimento da personalidade na teoria
de Freud: identificação
 Esse processo de identificação não assume todos os aspectos do outro, mas somente
aqueles que lhe interessam. Assim há sucessivas tentativas de identificação com traços de
muitas pessoas. Caso a identificação consiga reduzir a tensão gerada pela frustração,
conflito e perigo/angústia, a identificação se concretiza, caso não consiga reduzir a tensão
o traço dessa pessoa é desprezado. Além de se identificar com os traços de pessoas, alguns
acabam se identificando com animais, instituições, ideias abstratas ou como seres
humanos.
 É muito importante lembrar que “a estrutura final da personalidade representa a
acumulação de numerosas identificações feitas em vários períodos da vida, embora o pai e
a mãe sejam as figuras de identificação mais importantes.” (HALL, 1984, p.37)
O Desenvolvimento da personalidade na teoria
de Freud: deslocamento
 “Quando a escolha do objeto inicial de um instinto se torna inacessível, em virtude de
obstáculos externos ou internos (contra-investimentos), forma-se novo investimento,
exceto quando ocorre a interferência de forte repressão. Se esse novo investimento também
for bloqueado, ocorre outro deslocamento, e assim sucessivamente, até que seja encontrado
um objeto para reduzir a tensão. [...]. Por toda a série de deslocamentos que constituem,
em ampla medida, o desenvolvimento da personalidade, a fonte e o alvo do instinto
permanecem constantes; só o objeto varia (HALL, 1984, p.37).
O Desenvolvimento da personalidade na teoria
de Freud: deslocamento
 O deslocamento pode envolver sentimentos: um claro exemplo desse fato é quando uma
pessoa não pode explodir em seu local de trabalho, na igreja, na escola, na rua, mas ela
acaba explodindo dentro de casa. Essa explosão pode ser em agressões físicas e verbais ou
em constrangimentos, fingimentos para com os membros da família
 Além disso, é possível perceber o deslocamento quando uma pessoa projeto um defeito
inaceitável, em si mesmo, na vida do outro. De acordo com Freud em seu livro O Futuro
de uma Ilusão, as pessoas podem esconder suas vontades atrás da vontade de Deus. Ou
seja, a religião como que apagaria a vontade da pessoa.
O Desenvolvimento da personalidade na teoria
de Freud: deslocamento
 Outro tipo de deslocamento pode ser observado nas questões de agressões. Um claro
exemplo disso é o do famoso lutador Meike Taysson, o qual sempre estava envolvido em
brigas de ruas até que um homem o deslocou para o ringue onde a luta era socialmente
aceite. A agressividade pode ser deslocada para o mundo dos negócios, competições entre
atletas, para o mundo da caça. As pessoas canalizam/deslocam a energia acumulada em
atividades socialmente aceitas
 Mas o deslocamento também pode produzir arte, cultura, pois quanto mais progresso,
técnica mais regressão as pessoas precisam impor a si mesmas.
O Desenvolvimento da personalidade na teoria
de Freud: deslocamento
 Esses deslocamentos não conseguem eliminar totalmente a tensão que adveio das crises,
frustrações e decepções da vida, sempre fica um resíduo de tensão “que vai agir como
força motivador permanente do comportamento” (HALL, 1984, p.37). Por isso que o ser
humano continua sua busca para reduzir a tensão interna, isso, por um lado, explica a
variabilidade e a intranquilidade do comportamento humano. Diante de tal realidade “a
pessoa pode abrir mão de alguma coisa que deseja, mas que não consegue obter, e aceita
outra, de segunda ou terceira categoria, que está ao seu alcance. (HALL, 1984, p.38)
O Desenvolvimento da personalidade na teoria
de Freud: deslocamento
 “Freud mostrou que o desenvolvimento de civilização foi possível pela inibição das
escolhas pela inibição das escolhas primitivas e pelo deslocamento da energia instintiva
para direções socialmente aceitáveis e culturalmente criadoras. O deslocamento que
produz uma realização cultural mais elevada é uma sublimação” (HALL, 1984, p.38)
 É interessante destacar que “a direção que o deslocamento toma é determinado por dois
fatores, que são: 1) a semelhança do objeto substituto com o original; 2) as sanções e
proibições impostas pela sociedade” (HALL, 1984, p.38)
O Desenvolvimento da personalidade na teoria
de Freud: deslocamento
 Não podemos deixar de perceber que “a capacidade para criar investimentos de objetos
substitutos é o mais poderoso mecanismo de desenvolvimento da personalidade. A
complexa rede de interesses, preferências, valores, atitudes e ligações, que caracteriza a
personalidade do adulto, torna-se possível por meio do deslocamento. (HALL, 1984, p.38)
Carl Gustaf Jung

 Carl Gustaf Jung, nasceu em 26/07/1875 em Kesswyl, Thurgau, Suíça. Filho de pastor da
Igreja Reformada Suíça.
 “ o ponto de vista de Jung sobre a personalidade é prospectivo, porque pensa nas linhas de
desenvolvimento futuro do indivíduo, e retrospectivo, porque leva em consideração o
passado. Parafraseando Jung, “ o indivíduo vive pelos alvos assim como pelas causas”
 Jung insistia fortemente no papel do destino no desenvolvimento humano diferente de
Freud, pois para este “há somente uma repetição incessante dos temas instintivos até que a
morte intervenha. Para Jung há um processo constante e muitas vezes criador, uma busca
de integração e complementação e uma aspiração ao renascimento.” (HALL, 1984, p.87).
PERSONALIDADE

Para Jung a personalidade envolve forte ênfase aos fundamentos raciais e filogenéticos
(A filogenia tenta traçar a história evolutiva de toda a vida no planeta.) A personalidade é
como um “produto, mas também um continente do passado. O homem atual foi moldado pelas
diversas experiencias acumuladas de gerações passadas, recuando até as origens obscuras e
desconhecidas do homem [...] Freud acentua a origem infantil da personalidade, enquanto Jung
dá ênfase às origens raciais da personalidade [...] há uma personaliade coletiva, racialmente
preformada, que atua seletivamente no mundo da experiência e é modificada e elaborada pelas
experiências que recebe.” (HALL, 1984, p.87).
PERSONALIDADE: EGO

 Ego: Para Jung o ego nãda mais é que a mente consciente. E esta é “constituída por
percepção, memórias, pensamentos e sentimentos conscientes. O ego é responsável por
nossos sentimentos de identidade e continuidade e, do ponto de vista da própria pessoa, é
encarado como snedo o centro da personalidade.” (HALL, 1984, p.88).
PERSONALIDADE: O inconsciente individual

 Em uma entrevista a BBC, Jung disse que o inconsciente é inconsciente. Para Hall (1984,
p.88) “o inconsciente é uma região adjacente ao ego. Compõ-se de experiências que foram
reprimidas, suprimidas, esquecidas ou ignoradas, e de experiências inicialmente muito
fracas para marcar a consciência do indivíduo.” O inconsciente pode estabelecer trocas
com o ego.
 Complexo: “um complexo pode comportar-se como uma personalidade autônoma, que tem
vida própria e dinamismo próprio. Pode apoderar-se do controle da personalidade. (HALL,
1984, p.89).
PERSONALIDADE: O inconsciente coletivo

 O inconsciente coletivo é uma ideia original e controvertida. Pode ser definido como “o
resíduo psíquico da evolução do homem, um resíduo que se acumulou em consequência de
experiências repetidas durantes várias gerações. É quase inteiramente distinto de qualquer
fato individual e é, aparentemente, universal. Todos os seres humanos têm, até certo ponto,
o mesmo inconsciente coletivo.” (HALL, 1984, p.89).
 Isso não quer dizer que a pessoa herda memórias, mas a “possibilidade de reviver
experiências passadas. São predisposições que nos fazem reagir seletivamente frente ao
mundo. (HALL, 1984, p.89).
PERSONALIDADE: O inconsciente coletivo

 Exemplo: O homem nasce predisposto a ter medo de cobras, escuro, pois no processo
evolutivo presume-se que o homem encontrou dificuldades no escuro e com cobras.
 No entanto esses medos podem não aparecer a não ser que a pessoa seja exposto ao escuro
e a cobras
 “O inconsciente coletivo é o alicerce racial herdado de toda a estrutura da personalidade .”
(HALL, 1984, p.90).
 A pessoa terá experiências no mundo, mas internamente ela já tem predisposições para se
relacionar com este, portanto “nossa experiência do mundo está, em grande parte –
eportanto não inteiramente -, moldada pelo inconsciente coletivo” (HALL, 1984, p.90).
PERSONALIDADE: Os benefícios
inconsciente individual e coletivo
 Tanto o consciente individual como o coletivo podem ser de grande valai para a pessoa,
pois nelas há coisas negadas, esquecidas, ignoradas e no inconsciente coletivo há a
sabedoria do passado.
 Quando uma pessoa ignora o inconsciente ele pode “romper o processo racional
consciente, apoderando-se fortemente dele e distorcendo-o. Sintomas, fobais, ilusões e
outras manifestações irracionais resultam de processos inconscientes negligenciados
PERSONALIDADE: ARQUÉTIPOS

 Arquétipos: “os componentes estruturais do inconsciente coletivo são chamados por vários
nomes: arquétipos, dominantes, imagens primordiais, imagos, imagens mitológicas e
padrões comportamento.” (HALL, 1984, p.90).
 Exemplo: arquétipo de mãe. Cada pessoa tem esse arquétipo interiormente, uma mãe
genérica, quando a criança vê sua mãe ela interage com a mãe real.
 É importante destacar que “mitos, sonhos, visões, rituais, sintomas neuróticos e psicóticos
e trabalhos de arte contém uma grande quantidade de material arquetípico” (HALL, 1984,
p.90-91).
PERSONALIDADE: PERSONA

 “A persona é a personalidade pública, aqueles aspectos que ostentamos ao mundo ou que a


opinião pública fixa no indivíduo, em oposição à personalidade privada, que existe por trás
da fachada social
 Se o ego se identificar com a persona, como frequentemente o faz, o indivíduo terá mais
consciência do papel que está representando do que terá de seus sentimentos genuínos.
Torna-se alienado de si mesmo e toda a sua personalidade toma um aspecto superficial.”
(HALL, 1984, p.92).
PERSONALIDADE: Anima e animus

 “ Jung atribui a arquétipos o lado feminino da personalidade do homem e o lado masculino


da personalidade da mulher. O arquétipo feminino no homem é chamado anima, o
arquétipo masculino na mulher é chamado animus. [..] vivendo com mulheres, através do
tempo o homem adquiriu características femininas; vivendo com o homem, a mulher
adquiriu características masculinas” (HALL, 1984, p.92).
 Essas características permitem que o homem entenda a mulher e a mulher entenda o
homem
PERSONALIDADE: sombra

 Sombra: “a sombra, em primeiro lugar, caracteriza o lado animal da natureza humana.


Como arquétipo, a sombra é responsável pela concepção do homem acerca do pecado
original, quando é projetada externamente, torna-se o diabo ou um inimigo.
 O arquétipo da sombra é também responsável pelo aparecimento, na consciência e no
comportamento, de pensamentos, sentimentos e ações desagradáveis e socialmente
reprováveis
 A sombra, com seus instintos animais vitais e impetuosos, dá à personalidade uma forma
ampla ou uma qualidade tridimensional.” (HALL, 1984, p.92).
PERSONALIDADE: self

 “ Jung chamou o Self de arquétipo central, arquétipo da ordem e totalidade da


personalidade. Segundo Jung, consciente e inconsciente não estão necessariamente em
oposição um ao outro, mas complementam-se mutuamente para formar uma totalidade: o
self
 O self é com frequência figurado em sonhos ou imagens de forma impessoal – como um
circulo, mandala, cristal ou pedra- ou pessoal como uma casa real, uma criança divina
 O self não é apenas o centro, mas também toda a circunferência que abarca tanto o
consciente quanto o inconsciente; é o centro desta totalidade, assim como o ego é o centro
da consciência(FADIMAN, 1986, 56).
PERSONALIDADE: atitudes

 Existem duas atitudes principais em cada ser humano: extroversão e introversão. A


extroversão se volta para fora do ser e a introversão para dentro de si mesmo, ou seja,, o
lado subjetivo da pessoa
 As duas atitudes se fazem presentes na personalidade, mas uma é dominante e consciente e
a outra é subordinada e inconsciente.
 “ Se o ego é predominantemente extrovertido em suas relações com o mundo, o
inconsciente individual será introvertido.” (HALL, 1984, p.94).
Funções

 Há quatro funções psicológicas fundamentais: pensamento, sentimento, sensação e


intuição.
 Pelo pensamento o homem tenta compreender a natureza e a si mesmo
 O sentimento é a função valorativa: é o valor das coisas para o sujeito: prazer, dor, raiva,
medo etc
 Sensação: é a função da percepção ou da realidade. Produz fatos concretos ou
representações do mundo
 Intuição: é a percepção por meio de processos inconscientes e de conteúdos subliminares
Desenvolvimento da personalidade

 Jung entendia que a personalidade progredia/desenvolvia-se. Ele acreditava “que o homem


está constantemente progredindo, ou tentando progredir, de um estágio de
desenvolvimento menos completo para outro mais completo. [...] Qual o alvo do
desenvolvimento? [...] O alvo final pode ser resumido na expressão realização do self [...]
significa que a psique desenvolveu um novo centro, o self, que toma lugar do antigo
centro, o ego. (HALL, 1984, p.100).

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