Aula 4 - Botulismo

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Universidade Federal de Rondônia

BOTULISMO

Prof. Igor Mansur


Sinonímia
Doença da vaca caída, doença da mão dura
(Piauí), mal do alegrete (sul), mal das
palhadas.
Histórico
O Botulismo foi primeiramente descrito, em
1793 na Alemanha após surto envolvendo 30
pessoas, com 6 óbitos, pela ingestão de “tipo de
salsicha fervida e defumada” (produção
caseira).

“botulus” em latim=salsicha
Introdução
O botulismo é uma intoxicação específica, e não uma infecção,
resultante da ingestão e absorção pela mucosa digestiva de
toxinas pré-formadas do Clostridium botulinum, que levam o
animal a um quadro de paralisia motora progressiva.

• Intoxicação altamente fatal, proveniente da ingestão de


toxinas produzidas pelo Clostridium botulinum (principalmente
as toxinas C e D).
Apresentação
Apresenta-se em todo o mundo.
Tem importância nos bovinos e ovinos.

Saúde Pública
Espécies afetadas
Herbívoros, aves, carnívoros e humanos.
Rara nos carnívoros
Etiologia
O Clostridium botulinum é um bacilo anaeróbio,
formador de esporos, Gram positivo.
Os esporos são extremamente resistentes,
podendo sobreviver por longos períodos nos
mais diversos ambientes.
Encontrados:
 Solo
 Água
 matéria orgânica de origem animal e
vegetal
 trato gastrointestinal dos animais
 Alimentos mal conservados
Fontes de infecção
Herbívoros – silagem e ossos.

Carnívoros – ingestão de carcaças e alimentos


enlatados (latinhas amassadas – causam
deficiência no sistema de armazenamento,
favorecendo a proliferação de microrganismos).

Aves –grãos contaminados


Botulismo alimentar (Clássico)
Intoxicação alimentar causada pela ingestão de
neurotoxinas pré-formadas nos alimentos.
BOTULISMO POR FERIMENTOS
Ocasionado pela contaminação de ferimentos com
Clostridium botulinum, que em condições de anaerobiose,
assume a forma vegetativa e produz toxina in vivo

Exemplos: úlceras crônicas, fissuras, esmagamento de


membros, ferimentos em áreas profundas e outros.
BOTULISMO INTESTINAL
Esporos botulínicos viáveis são ingeridos e,
após germinação no trato gastrointestinal, a
toxina é sintetizada
Epidemiologia
Está presente também:
 poças de água parada
 plantas que entram em putrefação
 nas margens pantanosas dos rios
 nos ensacados de forragem preparados de
maneira deficiente.
Epidemiologia
Os esporos existentes no solo e águas residuais

Penetram nas conservas

Aquecidas de maneira insuficiente

Multiplicação

Toxina
Água estagnada com bastante limo e fezes, fonte de toxina botulínica tipo D,
ao redor de um cocho de sal com sinais da presença de bovinos.
Epidemiologia
Ruminantes: tentam corrigir sua carência de
fósforo e suas necessidades de proteína
lambendo e ingerindo animais mortos nos
campos. Assim, podem ingerir toxina
botulínica, que é encontrada em restos de
carne e nos ossos dessecados.
Patogenia
Ingerida a toxina passa por absorção, desde o
estômago e intestino, ao sangue.
A toxina botulínica é uma neurotoxina, mas
também lesa células dos vasos e outros
tecidos.
Patogenia
No estágio inicial são afetados os centros motores da medula e,
ao progredir a doença, acomete as sinapses das fibras
musculares periféricas.
A ação tóxica consiste em interromper a liberação de
acetilcolina
• A toxina botulínica basicamente inibe a liberação exocitótica
da acetilcolina nos terminais nervosos motores levando a uma
• diminuição da contração muscular
Patogenia
Na evolução da doença é produzida a paralisia
progressiva dos nervos motores que, por
último, culmina com a paralisia do nervo
frênico.
As lesões nervosas são irreversíveis.
Sinais clínicos
marcha rígida
transtornos do movimento
decúbito
Quadro de desequilíbrio ao tentar se movimentar é observado com fraqueza das
pernas,
Sinais clínicos
Dificuldades na mastigação e
deglutição
paralisia lingual e maxilar
diminuição dos ruídos intestinais
não excretam fezes
manifestações paralíticas progressivas
morte dos animais
A língua pode ser puxada para fora com facilidade sem que o animal consiga retorná-la
para a posição normal.
Nas aves é comum a observação de postura anormal da cabeça, olhos fechados, e
asas fechadas com as pernas esticadas debaixo de seus corpos
Prognóstico
É desfavorável.
Anatomia Patológica
Não existe nenhuma lesão anatomopatológica
que seja específica desta doença.
É observada congestão sanguínea em todos os
órgãos e edema pulmonar
Diagnóstico
Anamnese
Sinais clínicos
Clínico – impreciso, confunde-se com outras
doenças.
sorologia (sorodemonstração) através da
inoculação em cobaios jovens.
Identificação da toxina
Diagnóstico
No animal doente são analisados:
conteúdo do estômago
Sangue
Fezes
No cadáver:
conteúdo gástrico
órgãos internos
Diagnóstico diferencial
 Hipocalcemia,
 Encefalomielite aviária, raiva.
 outras doenças do SNC de evolução aguda.
Tratamento
A aplicação de soro antitóxico pode produzir a
neutralização da toxina somente nas primeiras
12 horas seguintes a ingestão da mesma.
A administração de um laxante de ação rápida
pode ser útil.
Profilaxia
• Médica – vacinação.
• Sanitária – suplementação vitamínica (sal mineral), eliminação das
fontes de infecção, drenagem de águas estagnadas, animais mortos
devem ser cremados e enterrados, tratamento pelo calor da cama
de frango, higiene de manuseio e instalações e desinfecção.
 Alimentos bem conservados e preparados.
Cuidados com os silos e armazéns.
Tomar cuidado para que os comedouros estejam limpos e evitar
sobras de alimento.
A Doença no Homem
• Alta letalidade

• Comum em bebê

• No Brasil se registraram casos nos últimos


anos em conserva de palmito, torta de frango,
mortadela e patê de fígado
Os principais sintomas são
visão turva, visão dupla, saliva
grossa, insuficiência respiratória,
dificuldade para falar e engolir,
náusea, vômito, diarreia, dor
abdominal, vertigem, tontura e
paralisia, que podem ocorrer entre
12 horas e 10 dias após a ingestão do
alimento contaminado.
O tratamento ocorre em
regime hospitalar com soro
específico, sendo que 60% dos casos
sem tratamento evoluem para a
morte.
Botox
A toxina botulínica é usada em
pequenas doses, como tratamento
cosmético temporário, porém seus riscos
não devem ser ignorados.
Tem uso em verdadeiros problemas
médicos, sendo usado como relaxante
muscular.

A toxina botulínica tipo A - o sorotipo A


é o reconhecido cientificamente como o
mais potente e o que proporciona maior
duração de efeito terapêutico.
Botox
A toxina bloqueia a liberação de acetilcolina
(neurotransmissor responsável por levar as
mensagens elétricas do cérebro aos músculos)
e, como resultado, o músculo não recebe a
mensagem para contrair.

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