Escala Fatorial de Ajustamento Emocional

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Escala Fatorial de

Ajustamento
Emocional/Neuroticismo
Claudio S. Hutz
Carlos Henrique S. S. Nunes

Casa do Psicólogo
Material utilizados nas
aulas de TEP
Prof. Vânia Wiese
A ESCALA
É um instrumento para avaliação de uma
dimensão da personalidade humana,
denominada Neuroticismo/Estabilidade
Emocional.

 Avaliaa personalidade humana a partir do


levantamento de Traços de Personalidade
em sua descrição na linguagem natural,
com base na hipótese léxica de Goldberg.
A hipótese léxica de Goldberg
Goldberg argumenta que se uma
característica de personalidade for
saliente, isto é, capaz de gerar diferenças
individuais socialmente relevantes, as
pessoas vão notar esta característica e,
como ela é importante, vão querer falar
sobre ela. Em conseqüência, uma palavra
ou expressão terminará sendo inventada
para descrever essa característica ou
traço.
 afirma que "as diferenças individuais mais
significativas nas interações diárias das
pessoas são codificadas na linguagem"
(Goldberg, 1982, p. 204).
O que é Neuroticismo
É também denominado N ou Fator N,
refere-se ao nível crônico de ajustamento
e instabilidade emocional, e representa as
diferenças individuais que ocorrem
quando pessoas experienciam padrões
emocionais associados a um desconforto
psicológico (aflição, angústia,,
sofrimento,..) e os estilos cognitivos e
comportamentais decorrentes.
Este fator apresenta escalas para
avaliação de:

 Vulnerabilidade,
 Desajustamento psicossocial,
 Ansiedade, e
 Depressão.
 Um alto nível de Neuroticismo indica
sujeitos propensos a vivenciar mais
intensamente sofrimento emocional;
 Inclui idéias dissociadas da realidade;
 Ansiedade excessiva;
 Dificuldade para lidar com a frustração;
 Respostas mal adaptadas na tentativa de
reunir esforços, cognitivos e
comportamentais , com o objetivo de lidar
com demandas específicas, internas e
externas, que surgem em situações de
estresse.(Coping)
 Watson e Hubbard (1996) concluem a
importância do Fator N no processo de
coping.
 “coisas ruins tendem a acontecer
justamente com as pessoas que têm
escores elevados de Neuroticismo”(p.748)
 Pessoas com altos escores em
Neuroticismo criam ativamente problemas
para elas mesmas.
 Tendem a fazer avaliações negativistas do
ambiente, e acabam por verem ameaças,
problemas e crises onde não existem
objetivamente.
 Indivíduos com baixos índices de Neuroticismo,
são geralmente:

 Calmos,
 Relaxados,
 Estáveis,
 Menos agitados.
 Porém não significa necessariamente que o
indivíduo tem boa saúde mental.

 Níveis elevados ou muito baixos de


Neuroticismo podem ser indicadores de
problemas.
Descrição da Escala
 Os itens foram construídos na forma de
frases que descrevem atitudes, crenças e
sentimentos.
 Os participantes registram em uma escala
de 7 pontos quão adequadamente cada
sentença os descreve.
 O DSM-IV foi utilizado para a geração de
itens por descrever uma série de quadros
e transtornos psicológicos relacionados ao
fator N.
Assim, foram criados itens que se
relacionam com sintomas usualmente
associados com:

 Ansiedade  T. P. Borderline
 Depressão  T. P. Histriônica
 Episódios Maníacos  T. P. Narcisista
 T. P. Esquizóide  T. P. de Esquiva
 T. P. Esquizotípica  T. P. Dependente
 T. P. Anti-social  T. P. Obsessivo-
compulsiva.
 Os quadros anteriormente descritos não
podem ser compreendidos unicamente
pela dimensão Neuroticismo.
 Apesar da variedade de traços cobertos
com os itens elaborados, alguns dos
aspectos cobertos pelo construto do Fator
N não foram contemplados.
 As escalas de Beck tem sido utilizadas de
forma complementar, avaliando o nível de
Desesperança, Depressão e Ansiedade.
 Na sua versão final, o teste é composto
por 82 itens em quatro sub-escalas:

 ESCALA DE VULNERABILIDADE (23


itens): este fator agrupa sintomas típicos
de transtornos de personalidade
dependente e de esquiva.

 ESCALA DE DESAJUSTAMENTO
PSICOSSOCIAL (14 itens): este fator
agrupa sintomas típicos de transtorno de
personalidade antisocial e borderline.
 ESCALA DE ANSIEDADE (25 itens): este
fator agrupa sintomas dos transtornos de
ansiedade (pânico, fobia, agorafobia,...)

 ESCALA DE DEPRESSÃO (20 itens):


agrupa sintomas de desesperança,
depressão, ideação suicida e similares.
A Escala Fatorial Neuroticismo pode ser
utilizada para pesquisa, ensino,
aconselhamento psicológico e há
indicações que o instrumento apresenta
boa capacidade de discriminação,
servindo como um recurso clínico útil para
a indicação de transtornos de
personalidade.

De forma geral, pode ser aplicado em


sujeitos com idades entre 16 e 50 anos.
Material necessário para
aplicação

 Caderno de Aplicação: contém as


instruções e os 82 itens.
 Folha de Resposta: onde são dadas as
respostas (números entre 1 e 7) para cada
um dos 82 itens.
 Crivos de correção.
 Lápis e borracha.
Situação de aplicação
 Individual ou coletivamente.
 Não há limite de tempo (usualmente 30 minutos
é o tempo necessário).
 O espaço físico deve garantir que um
examinando não observe as respostas do outro,
minimizando os efeitos negativos desta
situação.
 Iluminação, ventilação, temperatura e higiene
também devem ser observados.
 Distrações ou interrupções produzem efeitos
negativos.
Procedimento de aplicação
 Examinandos devem preencher o
cabeçalho com dados pessoais na folha
de resposta e somente depois são
entregues os cadernos .
 Examinador dá a seguinte instrução:
“Vocês receberam um folheto que contém
um questionário, no qual se pede que
vocês falem um pouco sobre algumas das
suas características, incluindo
sentimentos, crenças e comportamentos”.
Começa a leitura das instruções.
 Se os examinandos tiverem no mínimo 2º
grau completo, pode pedir que as
instruções sejam lidas individualmente.
 Completada a leitura das instruções, o
examinador pergunta: “Alguém ainda tem
alguma dúvida sobre como responder ao
questionário?”
 No caso de dúvidas, um item do próprio
questionário pode ser usado como
exemplo.
 Certificar-se de que não sejam cometidos
erros de transcrição para a folha de
resposta.
Levantamento das Escalas
A) Escores Brutos:

O cálculo dos escores brutos das escalas


de Vulnerabilidade (N1), Desajustamento
Psicossocial (N2), e Ansiedade (N3) é
efetuado simplesmente pela soma das
respostas dadas a cada item das escalas.
 Para a escala de Depressão (N4), é
necessário a inversão dos escores dos
itens 15, 17, 19, 41, 43, 73 e 79, que
estão circulados no crivo correspondente
a esta dimensão.
 Deve ser usada a seguinte fórmula:
Escore invertido = 8 – resposta ao item.

 Exemplo: uma resposta anotada como 7,


o escore invertido será 8 – 7 = 1; se for 3,
o escore invertido será 8 – 3 = 5.
 Após a inversão dos escores circulados
no crivo, esses devem ser somados às
respostas dadas aos demais itens da
escala.

B) Escores Percentílicos:

 Os escores brutos são transformados em


escores percentílicos para que possam
ser interpretados.
 Devem ser consultadas as tabelas de
conversão de acordo com o sexo do
examinando.
 Os escores brutos são representados na
coluna central e os escores percentílicos à
esquerda. Esses deverão ser anotados na
parte inferior da folha de respostas.

C) Escores Padronizados:

 São utilizados para o cálculo da Escala


Geral de Neuroticismo.
 É encontrado na coluna direita das tabelas
de normas e deve ser localizado a partir
do escore bruto.
 Para o cálculo da Escala Geral de
Neuroticismo é efetuada a soma dos
escores-padronizados das quatro sub-
escalas.
 Os escores esperados para a maior parte
da população devem situar-se entre 80 e
120.
Interpretação das Escalas
A interpretação dos resultados deve ser
feita a partir dos escores das sub-escalas
do instrumento, pois separadamente são
capazes de dar informações mais precisas
e particulares a respeito da pessoa que
está sendo avaliada.

Observar que resultados altos ou baixos


em uma ou mais sub-escalas podem
indicar um transtorno de personalidade.
Os resultados obtidos a partir da EFN
podem servir como base para a
elaboração de hipóteses sobre a estrutura
psicológica das pessoas avaliadas.

Essas hipóteses devem ser


complementadas com entrevistas,
levantamento das condições sócio-
econômicas e culturais dos respondentes,
dentro de um processo mais amplo, de
Avaliação Psicológica.
ESCALA DE VULNERABILIDADE
 Avalia quão intensamente as pessoas
vivenciam sofrimento em decorrência à
aceitação dos outros para consigo.

 Escores muito altos: baixa auto-estima;


capazes de atitudes que vão contra sua
vontade, com o objetivo de agradar os
outros. Pessoas inseguras e dependentes,
com dificuldade para tomar decisões.
 Escores muito baixos: grande
independência em relação às outras
pessoas, chegando a frieza e falta de
sensibilidade para com os outros. Podem
ser excessivamente individualistas e nem
um pouco preocupados com opiniões
alheias, indicando um padrão distorcido
de relacionamentos sociais.

 As características cobertas por este fator


agrupa sintomas típicos de transtornos de
personalidade dependente e esquiva, a
partir do DSM-IV.
DESAJUSTAMENTO PSICOSSOCIAL

 Altosescores indicam: indivíduos que


tendem a ser muito agressivos e hostis
com as demais pessoas, mentindo e
manipulando as situações de tal forma
que os beneficie. Também identifica
pessoas com padrões elevados de
consumo de álcool, gosto por jogos de
azar e excessiva preocupação com a
aparência física.
Ainda podem indicar a tendência a ter
comportamentos sexuais de risco ou
atípicos, freqüentemente relatando um
gosto por envolverem-se em situações
perigosas. São pouco sensíveis ao
sofrimento dos demais, tem pouca
preocupação com regras sociais, podendo
envolver-se em situações que resultem
em infrações graves.

Este fator agrupa sintomas típicos de


transtorno de personalidade anti-social e
borderline, de acordo com o DSM-IV.
ANSIEDADE
 Altos escores: pessoas emocionalmente
instáveis, relatando grande variação de
humor e disposição, sem nenhum motivo
aparente. Relatam irritabilidade, chegando
a perder o controle da situação e ter
atitudes inesperadas. Podem relatar fuga
de idéias, em decorrência do ritmo
acelerado e desconexo de pensamento.
Agrupa ainda itens que descrevem
sintomas somáticos de transtornos
relacionados com ansiedade, como
sensações de vertigem, tontura, desmaio,
irritabilidade, transtornos de sono,
impulsividade, sintomas de pânico,
mudanças de humor,...
Podem estar relacionados ainda com
sintomas de fobia e agorafobia. Esses
indivíduos possuem menor capacidade de
concentração em atividades profissionais
e escolares, ocasionando menor
produtividade.
 Escores muito baixos: podem refletir
falta de adaptação do respondente,
podem envolver-se em situações novas
ou que possam oferecer algum risco físico
ou psicológico para elas, sem colocarem-
se suficientemente alertas, atentas para
todos os novos elementos com os quais
têm que lidar. Pode indicar falta de
motivação e outros transtornos.
Faltam estudos específicos para
determinar se há patologias associadas a
escores muito baixos.
DEPRESSÃO
 Avalia os padrões de interpretações que
os indivíduos apresentam em relação aos
eventos que ocorrem ao longo de suas
vidas.
 Escores muito altos: baixa expectativa
em relação ao futuro, vida monótona e
sem emoção. Não tem objetivos de vida
claros, declaram ser solitários e em alguns
casos, podem relatar tentativas de suicídio
ou ideação suicida.
É importante avaliar as respostas
específicas aos itens que relacionam-se à
ideação suicida (35, 39 e 47).
 Também verificar os itens que avaliam
desesperança (17, 19, 32, 43, 50, 73).
 Verificar indivíduos que possam indicar
risco de suicídio, independente do
escore total.
 Escores muito baixos: nível muito baixo
de auto-crítica, indicando uma posição
muito passiva em relação aos eventos que
ocorrem em suas vidas. Dificuldade em
dar-se conta de que estão enfrentando
problemas efetivos, o que pode prejudicá-
los, em decorrência de uma falta de
atitudes e comportamentos que possam
resolver efetivamente o problema. ( Está
relacionado com as estratégias de coping
adotadas pelas pessoas).

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