Ensino Público e Ensino Privado

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Ensino Público e Ensino Privado

AMPLIAÇÃO DOS CONCEITOS DE PÚBLICO


E PRIVADO, POSSIBILITANDO UMA VISÃO
CRÍTICA SOBRE O EMBATE ENTRE OS
DEFENSORES DA ESCOLA PÚBLICA E OS
PRIVATISTAS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA.
• O termo privado vem do latim privatus, que significa
colocado à parte, pertencente a si mesmo.
• Público deriva do latim publicare, que significa tornar público
e de publicus, que é relativo ao povo.
• Não é recente a preocupação dos estudiosos em promover
estudos que coloquem em debate o ensino público e o
ensino privado.
• É um campo bastante polêmico na história da educação
nacional, apresentando defensores para ambas as propostas.
• De um lado, defensores das escolas particulares e
confessionais, mantidas pelos empresários do setor.
• De outro, os que acreditam na escola pública, gratuita e laica,
mantida com os recursos públicos, devidamente
administrados pelos governantes.
Segundo Dourado, Bueno (2001)

• Numa perspectiva jurídico-administrativa, o


público identifica-se pela manutenção/gestão
do poder governamental ou de entidades de
direito público;
• O privado pela gerência e propriedade de
pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
• A história da educação brasileira se deu com a
chegada dos jesuítas
• 1932 - questionados pelo Manifesto dos
escolanovistas;
• 1934 - a Constituição Federal reconhece alguns
aspectos do Manifesto;
• É dado ao Estado (poder público) o controle sobre a
educação pública, que passou a ser obrigatória para
o ensino primário;
• Garanti ao poder público o total poder para fiscalizar
e regular as instituições particulares de ensino.
• O Estado como um agente educador passa a ser visto como
um subsidiário de recursos;

• Reforça a dualidade entre a educação pública e a particular;

• A escola particular é destinada ao atendimento da


população rica;

• E a escola pública, que já era apenas para os filhos dos


trabalhadores, com o foco na formação da mão de obra,
através de cursos profissionalizantes.
• Durante a ditadura civil-militar, o ensino privado atravessou
um processo de considerável fortalecimento;
• Na elaboração da nossa atual Constituição, novamente os
defensores de ambas vertentes voltaram ao embate.
Segundo Libâneo
• Os privatistas passam a ser compostos não apenas de grupos
religiosos católicos, mas também de protestantes e
empresários do ensino;
• Ideologicamente caracterizavam o ensino público como
ineficiente e fracassado, contrastando-o com a suposta
excelência da iniciativa privada;
• Ocultando os mecanismos de apoio governamental à rede
privada, tais como imunidade fiscal sobre bens, serviços e
rendas, garantia de pagamento das mensalidades escolares e
bolsas de estudo
Neste período nasce um considerável descompromisso do
poder público com a escola pública, gerando uma série de
problemas:
• Sucateamento dos salários dos professores;
• Piora nas condições de trabalho;
• Falta de estrutura física dos prédios (ou manutenção
adequada);
• Falta de materiais.
Nesta época iniciam as organizações coletivas dos professores:
• Série de greves e manifestações no final da década de 1980
e também na década de 1990;
• 1988 - com a promulgação da nova Constituição - servidores
públicos passaram a ter o direito ao sindicato e a greve.
A população passa a valorizar ainda mais a escola particular
(defensores da escola privada), as argumentações são:
• Péssimas condições da escola pública;
• Fragilidade de suas condições e professores;
• Falta de competência para dar conta do processo
pedagógico;
O grupo de apoiadores da escola pública segue afirmando que:
• A crise foi propositalmente desenhada pelo próprio poder
público;
• Estimulando o esvaziamento da rede;
• Garantindo um enriquecimento dos empresários do setor;
• Redução de custos aos cofres públicos.
Segundo LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI (2012):

• A análise de que a escola privada é superior à pública não


se sustenta;
• Em geral não há homogeneidade em nenhuma das redes
• Há boas e más escolas em ambas [...]
• É nas escolas públicas que se encontram os segmentos
economicamente menos favorecidos da sociedade [...]
• É clara a importância da educação pública no país para a
democratização da sociedade, uma vez que ela
desempenha papel significativo no processo de inclusão
social.
Precisamos considerar também a implementação das políticas
neoliberais no Brasil, desde o início dos anos 90,
• Estado mínimo é defendido e desejado, pois os gastos com
as políticas sociais são considerados um verdadeiro assalto à
propriedade privada;
• Fortalecimento das privatizações do terceiro setor;
• Terceirizações para aliviar as despesas da máquina pública;
• O poder público se distancia dos custos com a educação;
• Deixa de ter o controle sobre ela, pois sabe do quando o
papel da escola pode interferir na formação e na
transformação da sociedade;
• O desejo da população em manter os filhos em escolas
particulares.
NOTAS IMPORTANTES
• Fundamental acompanhar e analisar as ações do Estado a
partir das políticas educacionais que executa;
• É através delas que conseguimos perceber o tipo de
sociedade que se deseja;
• Ao observar de que forma o poder público conduz a
educação no país, nos estados e nos municípios, podemos
claramente perceber o tipo de mundo desejado pelos
nossos governantes;
Como nos alertou Mészáros (2006), a educação tem duas
funções principais numa sociedade capitalista:
• (1) a produção das qualificações necessárias ao
funcionamento da economia;
• (2) a formação dos quadros e a elaboração dos métodos de
controle político.
• A escola pública precisa ser valorizada e
verdadeiramente conhecida como a escola do povo;
• Escola dos filhos dos trabalhadores, mantida com o
dinheiro dos impostos que eles mesmos pagam, então
estes trabalhadores precisam assumir a sua parcela de
posse nessa escola;
• Quando passa a reconhecer a escola como um bem que
lhe pertence, a comunidade percebe que pode interferir
(e muito);
• Não apenas na escola em si, mas principalmente nas
exigências que vai apresentar aos governantes sobre o
que espera, deseja e necessita para a formação de seus
filhos.
O que a mídia conta...
• Temer veta gastos extras para cumprir Plano
Nacional de Educação – Folha de São Paulo
15.ago.2018
https://www1.folha.uol.com.br/educacao/201
8/08/temer-veta-gastos-extras-para-cumprir-
plano-nacional-de-educacao.shtml
REFERÊNCIA
AVA
CURY, Carlos Roberto Jamil. O público e o provado na educação
brasileira contemporânea: posições e tendências. Cad. Pesq.
São Paulo, n. 81, p. 33-44, maio 1992.
DOURADO, Luiz Fernando; BUENO, Maria Sylvia. O público e o
privado na educação. In: GRACINDO, R.
WITTMANN, C. (Org.). Políticas e gestão da educação (1991-
1997). Brasília: MEC;INEP, 2001.
LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI,
Mirza Seabra. Educação escolar: políticas, estrutura e
organização. São Paulo: Ed. Cortez, 2012.
MÉSZÁROS, I. A teoria da alienação em Marx. São Paulo:
Boitempo, 2006.

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