Teoria - Estruturas I

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Centro Universitário do Leste de Minas Gerais

UNILESTE

Teoria de Estruturas I
- Estruturas isostáticas –

Prof. Marcelo Lopes Martins Borges

25/julho/2017

1
Objetivo
Transmitir os conhecimentos fundamentais para concepção e
análise estrutural: determinação de reações de apoio e esforços
solicitantes em estruturas reticuladas isostáticas planas.

2
Referências bibliográficas
1 – ALMEIDA, Maria Cascão Ferreira de. Estruturas Isostáticas. São Paulo:
Oficina de Textos, 2009.

2 – SUSSEKIND, José Carlos. Curso de Análise Estrutural – Estruturas


Isostáticas. Volume 1. 5ª edição, 1980.

3 – AMARAL, Otávio Campos. Estruturas Isostáticas. 6ª edição. 1992.

4 – SORIANO, Humberto Lima. Estática das Estruturas. 2ª edição. Rio de


Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda, 2010.

5 – LEET, Kenneth M., UANG, Chia-Ming, GILBERT, Anne M.. Fundamentos da


Análise Estrutural. 3ª edição. São Paulo: McGraw-Hill, 2009.

3
Avaliações
• Primeira avaliação: 20 pontos.

• Segunda avaliação: 25 pontos.

• Terceira avaliação: 25 pontos.

• Trabalhos: 20 pontos.

• PI: 10 pontos.

• Total: 100 pontos.

4
Ementa
1 – Princípios da estática. Força, momento de uma força.

2 – Estruturas. O conceito de barra, carregamento, esforços internos,


deformações. Vínculos e graus de liberdade, deslocamento rígido de corpo
rígido, sujeição e grau de sujeição. Estruturas isostáticas e hiperestáticas,
diferenças de comportamento. Tipos de apoio.

3 – Estruturas isostáticas. Estruturas de alma cheia. Vigas simples isostáticas,


pórticos e arcos triarticulados. Estruturas associadas: reações de apoio e
diagramas de esforços solicitantes. Estruturas em treliça. Estudos dos
reticulados, processos de resolução: nós, seções, casos de simplificação.
Grelhas: reações de apoio, diagramas de esforços solicitantes.

5
1 – Introdução
Análise e projeto estrutural
Os engenheiros envolvidos no projeto de prédios, pontes e outras estruturas
são obrigados a tomar muitas decisões técnicas sobre sistemas estruturais:
 Selecionar uma forma estrutural eficiente, econômica e atraente;
 Avaliar a sua segurança: resistência e rigidez;
 Planejar a edificação sob cargas de construção temporárias.

Para projetar uma estrutura, deve-se por em prática a Análise Estrutural que
estabelece as forças internas e deslocamentos em todos os pontos,
produzidos por cargas de projeto.

As forças internas são: momento fletor, momento torçor, cortante ou


cisalhamento, axiais de tração ou compressão.

6
1 – Introdução
Análise e projeto estrutural
O engenheiro deve dimensionar as estruturas de modo que não apresentem
falhas nem deformem excessivamente sob quaisquer condições de
carregamento.

Os membros ou elementos estruturais são sempre projetados para uma


capacidade maior do que a exigida para suportar as cargas de serviço
previstas.

Também é necessário garantir que a estrutura tenha rigidez suficiente para


funcionar de forma adequada sob todas as condições de carregamento.
Deslocamentos muito grandes das vigas podem produzir rachadura de
paredes de alvenaria e tetos de argamassa ou danificar equipamentos que
venha a ficar desalinhado.
7
1 – Introdução
Análise e projeto estrutural
Um prédio de andares múltiplos é um sistema tridimensional complexo,
composto de vigas, colunas, lajes, paredes e contraventamentos.

O engenheiro pode simplificar a análise da estrutura real, subdividindo-a em


subsistemas bidimensionais menores que atuam como vigas, colunas, treliças
ou pórticos. As estruturas bidimensionais são muito mais fáceis e rápidas de
analisar do que as estruturas tridimensionais.

Uma vez entendido os tópicos básicos abordados neste curso, será possível
analisar a maioria dos prédios, pontes e sistemas estruturais normalmente
encontrados na prática profissional.

8
1 – Introdução
Análise e projeto estrutural

9
1 – Introdução
Análise e projeto estrutural
Na Engenharia Civil denomina-se estrutura a parte resistente de uma
construção. A estrutura é constituída de componentes, denominados de
elementos estruturais.

Os elementos estruturais devem apresentar as propriedades de resistência e


de rigidez, isto é, serem capazes de resistir a cargas, dentro de certos limites,
sem se romperem e sem sofrer grandes deformações ou variações de suas
dimensões originais.

A seguir será descrito os principais elementos estruturais.

10
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais
Tirante: elemento estrutural que está sujeito apenas às forças axiais de
tração, e as cargas são aplicadas apenas em suas extremidades.

Escora: elemento estrutural que está


sujeito apenas a forças axiais de
compressão, e as cargas são aplicadas
apenas em suas extremidades.

11
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais

Colunas: elementos estruturais sujeitos a


forças de compressão axial (principalmente),
flexão e cisalhamento.

12
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais
Vigas: elementos estruturais sujeitos a forças de flexão (principalmente),
cisalhamento e axial (compressão ou tração).

13
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais
Os gregos usaram um tipo de construção com coluna e verga (viga) no
Pathernon (cerca de 400 a.C.).

14
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais
Pórticos: elementos estruturais compostos de vigas e colunas conectados por
ligações rígidas ou flexíveis, sujeitos a forças de flexão, cisalhamento e axial
(compressão ou tração).

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1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais

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1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais

17
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais

18
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais

19
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais

20
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais

21
22
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais
Treliça: elemento estrutural
composto de barras delgadas cujas
extremidades são supostamente
conectadas por articulações sem atrito.

Se os carregamentos ocorrerem apenas


nos nós, desenvolve-se um carregamento
axial (compressão ou tração) em todas
as barras.

23
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais

24
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais
Arcos: elementos estruturais com vãos que podem atingir 600 m, sujeitos a
forças de flexão, cisalhamento e axial de compressão. Pode ser construído
para estar em compressão pura, um estado de tensão eficiente.

25
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais
Os romanos foram pioneiros no uso de arcos para pontes, prédios e
aquedutos.

Ao lado tem-se o aqueduto


Pont du Gard, construído em
19 a.C. para transportar água
de Uzès (vale do Gardon) até
Nimes, França.

Os vãos dos arcos de primeiro


e segundo níveis são de
aproximadamente 16 a 24 m.

26
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais
O arco, considerado como um pórtico de barra curva, os esforços são:

27
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais
Grelha: elemento estrutural formado por barras que se cruzam, contidas em
um mesmo plano, cujas cargas são normais ao plano da estrutura.

O conjunto estrutura-carga é tridimensional, e os esforços que surgem em


uma grelha são: momento fletor, momento torçor e esforço cortante.

28
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais

a) Grelha; b) Elemento diferencial de grelha.


29
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais

30
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais
Cabos: elementos estruturais relativamente delgados e flexíveis, composto
por um grupo de fios de aço de alta resistência. Por não possuirem rigidez à
flexão, transmitem somente força axial de tração.

31
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais

Ponte pênsil

Ponte estaiada

32
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais
Com o desenvolvimento dos cabos de aço de alta resistência, foi possível a
construção de pontes pensêis de vãos longos. Por exemplo, a ponte
Verrazano-Narrows, na entrada do porto de Nova York, é uma
das mais longas com vão de quase 1.300 metros entre as torres.

33
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais

34
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais

35
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais

36
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais

37
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais
Placas ou lajes: elementos estruturais que apresentam uma rigidez muito
grande em seu plano. Usados normalmente para pisos e paredes de
contenção, sendo colocados entre vigas e colunas.

38
1 – Introdução
Componentes e sistemas estruturais
Cascas: elementos estruturais cujas
superfícies são curvas
tridimensionais, que podem vencer
grandes vãos devido à rigidez
inerentes à forma.

Sob cargas uniformemente


distribuídas, as cascas desenvolvem
tensões no plano,
chamadas tensões de membrana,
que suportam a carga externa.

39
1 – Introdução
Análise por computador
Até o final dos anos 1950, a análise de alguns tipos de estruturas
indeterminadas era um procedimento longo e cansativo. A análise de uma
estrutura com muitas ligações e barras (por exemplo, uma treliça espacial)
poderia exigir muitos meses de cálculos de uma equipe de engenheiros
estruturais experientes.

Além disto, como muitas vezes eram necessárias várias suposições sobre o
comportamento estrutural para simplificação, a precisão dos resultados finais
era incerta.

40
1 – Introdução
Análise por computador
Atualmente, estão disponíveis programas de computador que podem analisar
a maioria das estruturas rápida e precisamente.

Se a estrutura tem uma forma incomum e incerta, por exemplo, um


recepiente de contenção nuclear de paredes grossas ou o casco de um
submarino (figura ao lado), a análise
por computador ainda pode
ser complicada e demorada.

41
1 – Introdução
Análise por computador
A maioria dos programas de computador para análise de estruturas é escrita
para produzir uma análise de primeira ordem, e presumem que:
- o comportamento é linear e elástico;
- as forças dos membros não são afetadas pelas deformações (mudanca na
geometria) da estrutura;
- nenhuma redução na rigidez à flexão é produzida nas colunas por forças
de compressão.

Os métodos clássicos de análise abordados neste estudo produzem uma


análise de primeira ordem, conveniente para a maioria das estruturas, como
treliças, vigas contínuas e pórticos.

42
1 – Introdução
Análise por computador
Quando é utilizada uma análise de primeira ordem, as normas técnicas para o
projeto estrutural fornecem os procedimentos empíricos necessários para
ajustar as forças que podem ser subestimadas.

Embora sejam mais complicados de usar, os programas de segunda ordem,


que levam em conta o comportamento inelástico, mudanças na geometria e
outros efeitos que influenciam a magnitude das forças nos membros, são
mais precisos e produzem uma análise mais fiel.

Por exemplo, arcos longos e delgados sob cargas móveis podem passar por
mudanças na geometria que aumentam significativamente os momentos de
flexão.

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1 – Introdução
Análise por computador

Comportamento linear: M A  Pa


Comportamento não linear: M A  P  (a  u max )
Se: u  a  M  P  a
max A

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1 – Introdução
Análise por computador
Em 1977, a falha de uma treliça tridimensional que apoiava o teto de
aproximadamente 90 m por 110 m do Hartford Civic Center Arena é um
exemplo de projeto estrutural em que os projetistas confiaram em uma
análise incompleta feita por computador e não produziram uma estrutura
segura.

Dentre os fatores que contribuiram para esse desastre estavam dados


imprecisos (o projetista subestimou o peso próprio do teto em mais de
680.000 kg) e a incapacidade do programa de computador de prever a carga
de flambagem das barras sob compressão na treliça.

45
1 – Introdução
Análise por computador
Havia no programa a suposição de que a estrutura era estável – suposição
esta presente na maioria dos antigos programas de computador
utilizados na análise
de estruturas.

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1 – Introdução
Análise por computador
“… Embora o computador tenha reduzido o número de horas de cálculos
necessárias para analisar estruturas, o projetista ainda precisa ter um
discernimento básico sobre todos os tipos de falha em potencial para avaliar
a confiabilidade das soluções geradas pelo computador.

A preparação de um modelo matemático que represente adequadamente a


estrutura continua sendo um dos aspectos mais importantes da Engenharia
de Estruturas …”
Leet.

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1 – Introdução
Análise por computador
“... Eficientes sistemas computacionais para a análise automática de
estruturas são atualmente disponíveis e indispensáveis nos escritórios de
projetos. Contudo, não é recomendável a sua utilização por usuário que não
tenha capacidade de avaliação crítica dos resultados obtidos. Para isso, é
necessário o conhecimento das potencialidades e limitações dos métodos
implementados, e que se tenha “sentimento de comportamento
das estruturas” ...”

(Professor Humberto Lima Soriano, livro “Análise de Estruturas”, 2006)

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2 – Cargas estruturais
Uma estrutura deve ser adequada para suportar todas as cargas às quais
presumivelmente pode estar sujeita durante sua vida útil.

Ela deve suportar estas cargas com segurança e não permitir que os
deslocamentos transversais (deflexões) e vibrações não sejam tão grandes a
ponto de apavorarem os ocupantes ou causarem fraturas de aspecto
desagradável, por exemplo, trincas nas paredes de alvenaria.

São três os tipos de cargas estruturais: permanentes; variáveis; excepcionais.

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2 – Cargas estruturais
Permanentes
Praticamente invariáveis ao longo da vida útil da estrutura: peso próprio da
estrutura, assim como qualquer acessório que esteja permanentemente
fixado a ela.

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2 – Cargas estruturais
Variáveis
Variam no tempo, assumindo valores significativos durante uma fração
importante da vida útil da estrutura:
- sobrecargas em pisos e coberturas oriundas de equipamentos móveis
(pontes rolantes) e divisórias móveis;
- vento;
- temperatura causada por clima ou equipamentos.

51
2 – Cargas estruturais
Variáveis
Carga variável devido a equipamento móvel: ponte rolante
- forças verticais: acréscimo de 25%
- forças transversais: acréscimo entre 5% a 100%
- forças longitudinais: acréscimo de 20% cargas máximas das rodas motoras.

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2 – Cargas estruturais
Variáveis

53
2 – Cargas estruturais
Variáveis
Mapa do vento no Brasil

Unidade: m/s

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2 – Cargas estruturais
Excepcionais
Variam no tempo, assumem valores significativos apenas durante uma fração
muito pequena da vida útil da estrutura e tem baixa probabilidade de
ocorrência:

- explosões; choques de veículos;


- ventos extraordinários (furacão, tornado);
- incêndio; efeitos sísmicos.

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2 – Cargas estruturais
Concentradas e distribuídas
As cargas concentradas são uma forma aproximada de tratar as
cargas distribuídas segundo áreas tão pequenas (em presença
das dimensões da estrutura) que podem ser consideradas nulas.

Exemplo: roda de um caminhão


descarregando uma reação
uma reação sobre um piso.

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2 – Cargas estruturais
Concentradas e distribuídas
As cargas distribuídas são cargas que atuam ao longo de um trecho, sendo
representadas por uma taxa de distribuição (carga/comprimento).

Exemplos:

57
2 – Cargas estruturais
Distribuídas
Os tipos mais usuais de cargas distribuídas que ocorrem na
prática são:

- cargas uniformemente distribuídas:

- cargas triangulares:

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3 – Condições de equilíbrio
Para que um corpo submetido a um sistema de forças esteja em equilíbrio, é
necessário que elas não provoquem nenhuma tendência de:

- translação: dada pela resultante das forças ( R );
- rotação em torno de qualquer ponto: dada pelo momento resultante

destas forças em relação a este ponto ( m ).

Condição de corpo em equilíbrio:



R0

m0

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3 – Condições de equilíbrio
As equações de equilíbrio são as seis equações universais da estática,
regendo o equilíbrio de um sistema de forças no espaço.

Fx  0 M x  0
Fy  0 M y  0

Fz  0 M z  0

Planos xy, xz e yz : sistema de forças


tridimensionais.

60
3 – Condições de equilíbrio
Graus de liberdade
O termo grau de liberdade refere-se às componentes do deslocamento de nó
independentes utilizados na solução de um problema particular.

Uma estrutura no espaço possui 6 graus de liberdade: 3 translações e 3


rotações, segundo os 3 eixos ortogonais (x, y e z). Alguns graus de liberdade
precisam ser restringidos, de modo a evitar toda tendência de movimento da
estrutura, a fim de ser possível seu equilíbrio.

A restrição é dada por apoios, que devem impedir as diversas tendências


possíveis de movimento (graus de liberdade), através do aparecimento de
reações destes apoios sobre a estrutura.

61
3 – Condições de equilíbrio
Graus de liberdade
As reações de apoio se oporão às cargas aplicadas à estrutura, formando um
sistema de forças em equilíbrio.

62
3 – Condições de equilíbrio
Plano xy : sistema de forças coplanares.

Fx  0 M z  0
Fy  0

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4 – Apoios
Função: restringir os graus de liberdade das estruturas, gerando reações nas
direções dos movimentos impedidos.

São classificados em função do número de graus de liberdade permitidos (ou


do número de movimentos impedidos), que podem ser de 6 tipos diferentes
(5, 4, 3, 2, 1 ou nenhum grau de liberdade).

São três os tipos de apoios, descritos a seguir.

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4 – Apoios
Apoios em três dimensões
1 – Apoio constituído de uma esfera perfeitamente lubrificada.

Movimento impedido: translação na direção vertical Oz,

Apoio com 5 graus de liberdade (ou 1 movimento impedido).

Reação sobre a estrutura: Rz

65
4 – Apoios
Apoios em três dimensões
2 – Apoio constituído por três esferas ligadas entre si, formando um corpo
rígido

Movimento impedido: translação na direção z, rotações em tornos dos eixos x


e y.

Apoio com 3 graus de liberdade (rotação em


torno do eixo Oz e translações nas direções
dos eixos Ox e Oy) ou com 3 movimentos
impedidos.

Reações sobre a estrutura: Mx, My e Rz.

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4 – Apoios
Apoios em três dimensões
3 – Apoio rígido

Ligação rígida entre a estrutura e seu apoio, de dimensões tão maiores que as
da estrutura, que podem ser consideradas infinitas em presença daquelas.

Todos os movimentos são impedidos.

Apoio sem graus de liberdade.

Reações sobre a estrutura:


Rx, Ry, Rz, Mx, My, e Mz.

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4 – Apoios
Apoios em duas dimensões
São as estruturas planas, sendo mais frequentes na Análise Estrutural, e
existem 3 graus de liberdade a combater:

- translações nas direções Ox e Oy .


- rotação em torno do eixo
perpendicular ao plano: Oz .

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4 – Apoios
Apoios em duas dimensões
1 – Apoio do 1º gênero ou “charriot”

Apoio constituído de um rolo lubrificado.


Movimento impedido: deslocamento na direção y, vertical.
Apoio com 2 graus de liberdade: rotação em torno do apoio e livre
deslocamento na direção x.
Reação sobre a estrutura: R

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4 – Apoios
Apoios em duas dimensões
(a) Extremidade da direita fica para expandir lateralmente; nenhuma tensão
é criada pela mudança da temperatura; (b) As duas extremidades são
restritas; tensões compressivas e de flexão desenvolvem na viga. Os muros
racham.

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4 – Apoios
Apoios em duas dimensões
Rolete nos apoios da viga de concreto de ponte rodoviária

71
4 – Apoios
Apoios em duas dimensões

Placa de neoprene
entre a junção do
pilar e a ponte.

72
4 – Apoios
Apoios em duas dimensões
2 – Apoio do 2º gênero, articulação ou rótula

Apoio constituído de uma chapa presa com pino que permite a rotação.

Movimento impedido: todas as translações.

Apoio com 1 grau de


liberdade: rotação em torno
do apoio.

Reação sobre a estrutura:


HeV.

73
4 – Apoios
Apoios em duas dimensões

74
4 – Apoios
Apoios em duas dimensões
Apoio rotulado em viga de ponte.

75
4 – Apoios
Apoios em duas dimensões

76
4 – Apoios
Apoios em duas dimensões
Estrutura pré-fabricada de
concreto.

Viga utilizada em uma


estrutura pré-fabricada de
concreto.
77
4 – Apoios
Apoios em duas dimensões
3 – Apoio do 3º gênero ou engaste

Apoio constituído de bloco de dimensões que possam ser consideradas


infinitas em presença das dimensões da estrutura, na seção de contato entre
ambos.

Todos os movimentos são impedidos devido a grande rigidez do apoio.

Apoio sem grau de liberdade.

78
4 – Apoios
Apoios em duas dimensões

79
4 – Apoios
Apoios em duas dimensões
Engaste em uma estrutura metálica.

Engaste em uma
estrutura de concreto.

80
5 – Classificação das estruturas
Uma estrutura pode ser classificada segundo:

- elementos componentes:
- barras, linear ou reticulada (duas dimensões são pequenas em relação
à terceira)
- laminar (uma dimensão é pequena em relação às outras duas);
- tridimensional (as três dimensões são consideráveis).

- estaticidade e estabilidade
- hipostática;
- isostática;
- hiperestática.

81
5 – Classificação das estruturas
Elementos componentes
1 - Duas dimensões são pequenas em relação à terceira –
estrutura de barras, linear ou reticulada

Uma das dimensões, o comprimento (l), predomina em relação


às outras duas dimensões, a largura (b) e a altura (h) da seção
transversal.

A peça, denominada barra,


pode ser considerada unidimensional, representada
pelo seu eixo.

82
5 – Classificação das estruturas
Elementos componentes

Exemplos: vigas, grelhas,


pórticos ou quadros
(planas ou espaciais),
treliças (planas ou
espaciais).

83
5 – Classificação das estruturas
Elementos componentes
2 - Uma dimensão é pequena em relação às outras duas – estrutura laminar

Uma das suas dimensões, a espessura (e), é muito inferior ao seu


comprimento (l1) e largura (l2).

84
5 – Classificação das estruturas
Elementos componentes
Exemplos: chapas, placas ou lajes, membranas, cascas.

85
5 – Classificação das estruturas
Elementos componentes
3 - As três dimensões são consideráveis – estrutura tridimensional

Todas as três dimensões (l1, l2 e l3) possuem a mesma ordem de


grandeza.

Exemplos: blocos e barragens.

86
5 – Classificação das estruturas
Elementos componentes
Exemplos: blocos e barragens.

87
5 – Classificação das estruturas
Estaticidade e estabilidade
1 – Os apoios são em número estritamento necessário para impedir todos
os movimentos possíveis da estrutura

O número de reações de apoio (número de incógnitas) é igual ao número de


equações de equilíbrio.

A estrutura é isostática, ocorrendo uma


situação de equilíbrio estável.

88
5 – Classificação das estruturas
Estaticidade e estabilidade
2 – Os apoios são em número inferior ao necessário para impedir todos os
movimentos possíveis da estrutura

O número de reações de apoio (número de incógnitas) é inferior ao número


de equações.

O número de reações de apoio não impedi os


deslocamentos de corpos rígidos.

A estrutura é hipostática, ocorrendo uma


situação de equilíbrio instável.

Estas estruturas são inadmissíveis para


as construções. 89
5 – Classificação das estruturas
Estaticidade e estabilidade
3 – Os apoios são em número superior ao necessário para impedir todos os
movimentos possíveis da estrutura

O número de reações de apoio (número de incógnitas) é superior ao número


de equações de equilíbrio, não sendo possível a sua determinação.

Sistema indeterminado, sendo necessário o uso das equações de


compatibilidade de deformações.

A estrutura é hiperestática, ocorrendo uma situação de equilíbrio estável.

90
5 – Classificação das estruturas
Estaticidade e estabilidade

91
5 – Classificação das estruturas
Estaticidade e estabilidade

92
5 – Classificação das estruturas
Estaticidade e estabilidade
Observação: o critério em contar o número de apoios e ver se é igual, menor
ou maior que o número de graus de liberdade da estrutura fornece uma
condição necessária, mas não suficiente para estabelecer se uma estrutura é
isostática ou hiperestática.

As estruturas a seguir são isostáticas, hiperestáticas ou hipostáticas?

93
5 – Classificação das estruturas
Estaticidade e estabilidade
Para classificar uma estrutura (sem vínculos externos) não basta
comparar o número de reações de apoio a determinar com o de
graus de liberdade da estrutura.

É necessário certificar que os apoios restringem, de fato, todos


os graus de liberdade da estrutura em questão.

94
6 – Esforços
Normal
Soma algébrica das componentes, na direção normal à seção, de cada uma
das forças atuantes de um dos lados da seção.

Promove uma variação da distância que separa as seções, permanecendo as


mesmas paralelas uma à outra, aparecendo uma tendência de movimento da
seção normalmente à mesma.

Será positivo quando de tração, sendo


negativo em caso contrário.

95
6 – Esforços
Cortante
Soma vetorial das componentes, sobre o plano da seção, das forças situadas
de um dos lados desta seção.

Promove um deslizamento relativo de uma força em relação à outra,


aparecendo uma tendência de corte.

Será positivo quando, calculado pelas forças


situadas do lado esquerdo da
seção, tiver o sentido positivo do
eixo vertical. Em caso contrário, o esforço
cortante é negativo.

96
6 – Esforços
Momento
É uma grandeza definida em função da força e de sua
distância a determinado ponto.

Conforme indica a figura a seguir, o momento



de uma força F em relação a um ponto O

é o produto vetorial do vetor OM
(sendo M um ponto qualquer situado

sobre a linha de ação da força F )

pela força F :   
m  OMF
 é representado por
O vetor-momento m
seta dupla para não ser confundido com uma força.

97
6 – Esforços
Momento torçor
Soma algébrica dos momentos das forças situados de um dos lados da seção
em relação ao eixo normal à seção que contém o seu centro de gravidade.

Promove uma rotação relativa entre duas seções próximas em torno de um


eixo que lhes é perpendicular, passando
pelo seu centro de gravidade.

Será positivo quando o vetor de seta dupla


está como que tracionado a seção em
questão. Em caso contrário, o esforço
é negativo.

98
6 – Esforços
Momento fletor
Soma vetorial das componentes, sobre o plano da seção, dos momentos de
todas as forças situados de um dos lados da seção em relação ao seu centro
de gravidade.

Promove uma rotação da seção


em torno de um eixo que lhes
é situado no seu próprio plano.
Provoca uma tendência de
alongamento em uma das partes da seção e
encurtamento em outra parte.

Para o momento fletor deseja-se sempre conhecer que fibras estão


tracionadas e que fibras estão comprimidas.
99
7 - Projeto
Para se projetar uma estrutura, deve-se construir os diagramas de esforços
solicitantes devido a cortante, normal, momento fletor e momento torçor,
para determinar o local e a magnitude dos valores máximos dessas
solicitações.

Além disto, as deflexões produzidas pelas cargas de serviço também devem


ser verificadas para garantir que a peça tenha rigidez adequada. Os limites de
deflexão são definidos pelos códigos estruturais.

Se o comportamento da estrutura é elástico, o projeto pode ocorrer através:


- Tensão admissível;
- Resistência (Estado Limite-Último, Estado Limite-Serviço).

100
7 - Projeto
Tensão admissível
Dimensionar uma seção pelo momento fletor:

onde:  = tensão devido à flexão produzida pelo momento fletor M;


M = momento fletor;
c = distância do eixo neutro até a fibra externa onde a tensão de flexão
vai ser avaliada;
I = momento de inércia da seção transversal em relação ao eixo central
da seção.

A tensão  é comparada com a tensão admissível  adm .

101
7 - Projeto
Tensão admissível
Dimensionar uma seção pelo esforço cortante:

onde:  = tensão de cisalhamento produzida pela força cortante V;


V = força cortante;
Q = momento estático da parte da área que fica acima ou abaixo do
ponto onde a tensão de cisalhamento vai ser calculada;
I = momento de inércia da seção transversal em relação ao eixo central
da seção;
b = espessura da seção transversal na elevação onde  é calculada.

102
7 - Projeto
Tensão admissível
Quando uma viga tem uma seção transversal retangular, a tensão de
cisalhamento máxima ocorre a meia altura:

onde: A = área da seção transversal.

A tensão  é comparada com a tensão admissível adm .

Além do esforço normal e momento torçor, caso estejam atuando.

103
7 – Projeto
Resistência
As barras são dimensionadas para cargas ponderadas, produzidas pela
multiplicação de cargas de serviço por fatores de carga, números
normalmente maiores que 1.

A resistência de projeto deve ser igual ou menor a resistência necessária,


representada pelas cargas ponderadas.

A resistência de projeto é uma função das propriedades da seção transversal,


da condição da tensão na falha (por exemplo, escoamento de aço ou
esmagamento de concreto) e de um fator de redução, número menor que 1.

104
7 – Projeto
Resistência
Por exemplo, no dimensionamento de uma barra submetida à força axial de
tração, deve ser satisfeita a seguinte relação:

 𝑁 𝑡 , 𝑆𝑑 ≤ 𝑁 𝑡 , 𝑅𝑑

onde: Nt,Sd é a força axial de tração solicitante de cálculo, obtida com a


combinação de ações de cálculo apropriada, e Nt,Rd é a força axial de tração
resistente de cálculo.

105
7 – Projeto
Resistência
Por exemplo, segundo a NBR 8800:2008,
a combinação de cargas

é devido a ações:
- permanentes;
- variáveis principais;
- variáveis secundárias.

Ações variáveis são:


sobrecarga, vento,
temperatura.

106

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