A Maria Castanha

Fazer download em ppt, pdf ou txt
Fazer download em ppt, pdf ou txt
Você está na página 1de 17

Há muitos, muitos anos havia no meio da floresta seis duendes muito

endiabrados.
Usavam todos um barrete laranja e uma roupa de cor diferente. Eles gostavam
muito de brincar e cantar. O que tinha roupa azul chamava-se Azulinho. O
outro que andava vestido de verde era o Verdinho. O que tinha roupa cor-de-
laranja era o Laranjinha.
O quarto andava vestido de branco era o Branquinho.
O quinto tinha roupa amarela e chamavam-lhe Amarelinho.
E o sexto andava vestido com uma roupa vermelha, era o Vermelhinho
Cada manhã, um dos duendes encarregava-se das tarefas, enquanto os outros corriam e brincavam
na floresta. Mas quando chegava o Domingo, já todos os duendes tinham feito as suas tarefas e
nenhum queria trabalhar. Assim aos domingos, ninguém fazia as camas, nem varria a casa, nem
limpava o pó e, o pior de tudo, era que nenhum deles fazia a comida! Por isso, aos domingos, estavam
todos de mau humor e zangados e acabavam quase sempre o dia a brigar uns com os outros.
No outro lado da floresta vivia um avô com a sua neta, que era uma menina muito bonita, chamada
Maria Castanha.
Deram-lhe este nome porque ela e o seu avô apanhavam castanhas e iam vendê-las ao
mercado da povoação.
Cada vez que iam para a floresta, o avô dizia à Maria Castanha: Toma atenção, não te afastes
muito e sobretudo não passes para o outro lado do rio. Lembra-te que vivem lá os duendes da
cabana.
- Os duendes são maus, avô? – perguntou a menina.
- Não, não são maus, mas gostam muito de fazer asneiras.
Já há muito tempo que não havia passagem para o outro lado do rio, mas num dia de grande
tempestade uma árvore muito grande caiu e ficou atravessado no rio. E naquela tarde a Maria
Castanha foi à floresta apanhar flores e andando, passou por cima da árvore para o outro lado do
rio e encontrou a cabana dos duendes.
Quando os duendes a viram, ficaram muito contentes. Depois, perguntaram-lhe como é que ela se
chamava, onde vivia e se queria ficar a brincar um bocado com eles. Assim, todos juntos estiveram a
tarde inteira a brincar às escondidas, aos cinco cantinhos, ao lenço, ao gato e ao rato, etc... Mas,
de repente, a Maria Castanha percebeu que estava a escurecer.
- Bem, agora tenho que voltar para casa do meu avô - disse ela.
Naquele momento, os duendes deram as mãos e fizeram uma roda à volta da menina e começaram a
cantar: Não, não; tu não irás embora. Não, não; não regressarás.
A princípio, a Maria Castanha pensou que eles estavam a brincar, mas depois de um bocado, vendo
que já era quase de noite, disse : Pronto já chega. Agora é que me vou embora.
E os duendes tornaram a dar as mãos e cantaram: não, não, não irás embora.
A pobre Maria Castanha, com a voz a tremer um bocadinho, perguntou: Mas porque é que não me
deixaram partir?
- Escuta bem: amanhã é Domingo, e aos domingos nenhum de nós quer trabalhar nem fazer
comida! E não fazemos nada, só brincamos uns com os outros. Mas ,se tu ficares, tratarás da casa
e, sobretudo poderás fazer o comer.
- Mas o meu avô vai ficar preocupado.
- Basta que lhe mandes mensagem a dizer onde estás e pronto.
- Sim, mas aqui na floresta não há carteiro.
- Não faz mal, mas temos o velho Krock. - Quem é o velho Krock? - Os duendes bateram
palmas e começaram a gritar: <<Velho Krock>>. Nesse momento, ao longe ouviu-se
<<croc,croc,croc>>, o ruído de um pássaro grande, e de repente viram chegar a voar uma espécie de
corvo muito grande, cinzento da cabeça aos pés, menos o bico que era amarelo. A Maria Castanha,
então, escreveu em letras grandes num papel: <<Avô não fiques preocupado, fico até amanhã com os
duendes>>. O velho Krock agarrou no papel com bico e voou até à casa do avô da menina.
 
No dia seguinte, a menina levantou-se para arrumar a casa: acendeu a lareira, fez as camas, fez a
comida e ficaram todos muito contentes.
Quando chegou a tarde a menina quis ir-se embora... mas os duendes deram as mãos e fizeram uma roda à volta
dela.
- Não, não, tu não irás embora.
- E a menina começou a chorar.
- Mas porque é que não me posso ir embora?
-Podes ir embora mas tens que prometer que vens todos os domingos para arrumar a casa e... fazer comida!

A Maria Castanha prometeu. Mas, antes de ela ir embora ainda lhe disseram: Se não cumprires o que
prometeste nós ficaremos muito zangados contigo e o velho Krock, como castigo, rouba-vos todas as castanhas antes
de
as poderem vender. A Maria Castanha prometeu e por fim pôde regressar a casa do seu avô.
Nos dois domingos seguintes a menina foi arrumar a cabana dos duendes, mas no terceiro Domingo a menina disse ao
avô: Acho que desta vez não vou. Estou cansada.
Está bem - disse o avô - então temos que trancar bem as janelas e as portas, porque o velho Krock pode vir roubar-
nos as castanhas. Quando já estava tudo trancado e se preparavam para ir dormir, ouviram alguém bater à porta e
uma velhinha a gemer: Sou uma pobre velhinha que me perdi na floresta; se me pudessem ensinar o caminho...
O avô disse à neta: vai dormir, que eu vou ver quem é. Então foi abrir a porta , mas em vez de uma
velhinha, viu que era um dos duendes que se tinha disfarçado de velhinha e atrás dele estavam os outros, que
entraram a correr para dentro da casa.
 

 
Uns empurraram o avô contra a parede para que não fugisse, outros foram ao quarto da menina para que não
acordasse e os outros foram abrir as janelas para o velho Krock entrar. Este levava um saco muito grande e levou
todas as castanhas que encontrou. O corvo saiu a voar e os duendes mais espertos do que uma raposa, desapareceram
sem deixar rastos.
No dia seguinte o avô disse para a Maria Castanha: Aqueles duendes são uns ladrõezecos. Vamos procurar o
guarda da floresta. Ele vai ajudar-nos a fazer com que nos devolvam as castanhas.
O guarda da floresta, ao saber o que tinha acontecido, disse: Vamos, vou já dar uma lição a esses
duendes.
O avô e a Maria Castanha seguiram atrás dele.
Procuraram, procuraram mas por mais que procurassem, não encontraram a cabana dos duendes em lado
nenhum. A grande tempestade daquela noite tinha-a derrubado e feito desaparecer. Passado um bocado
viram umas pegadas no chão, debaixo de um castanheiro. Em cima da árvore estavam os duendes, cansados
encharcados, sujos, a espirrar e a chorar. Estavam cheios de fome e de frio. Noutro ramo com as penas
cheias de lama, todo molhado, estava o velho Krock.
- Fomos bem castigados - disse um dos duendes - por pouco não morremos e ficámos sem a nossa
casa. Perdoem-nos, nunca mais faremos isso.
O avô e a Maria Castanha tiveram pena deles e disseram-lhes: Se não têm casa, podem ir viver
connosco, lá ficam bem.
- Obrigado, obrigado! - disseram os duendes. - Prometemos que vamos ser bonzinhos e que vamos
trabalhar.
Faremos todos os recados, lavamos, varemos a casa, vamos apanhar lenha, não precisam de fazer nada... só
a comida, porque a Maria Castanha cozinha melhor do que ninguém!
- Tudo isso está muito bem - disse o guarda da floresta - mas vocês têm que ir buscar as castanhas e
devolve-las agora mesmo.
Então, os duendes e o velho Krock desapareceram floresta dentro e trouxeram do seu esconderijo as
castanhas que tinham levado, e até apanharam mais, enchendo três grandes sacos.
Depois regressaram todos para casa do avô, muito contentes. Os duendes fizeram a sua casa numa
árvore do quintal do avô . O velho crock também ficou a morar com eles.
VITÓRIA,
VITÓRIA
ACABOU-SE
A HISTÓRIA……

Adaptada por Lúcia Curopos

Você também pode gostar