Género épico-LUSÍADAS

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Uma epopeia nos moldes clássicos

 O género épico é um
género misto:
NARRATIVO (conta-se
uma história)
LÍRICO ( formalmente
é um poema - com
estrofes, rima, métrica,
etc.)
Exemplos de EPOPEIAS clássicas:

Epopeia grega, conta Epopeia grega, conta Epopeia latina, conta as


os feitos do herói os atos heróicos de aventuras do herói Eneias
Aquiles durante um Ulisses durante 10 anos desde Tróia (após ter sido
curto período da ausente do lar. destruída) até Itália.
guerra de Tróia.
Conhecedor da História e da
cultura do seu povo,
admirador e orgulhoso da sua
pátria, Camões entendeu que
os feitos dos portugueses
deveriam ser divulgados, para
conhecimento de todos.
Por isso, concebeu esta
narrativa de aventuras, em
verso, misto de realidade e
fantasia.
Realidade
 aproveitando o tema
central da viagem de
Vasco da Gama à Índia,
Camões vai contando
toda a história de Portugal
e dos seus heróis, até à
sua época.
Fantasia
Camões põe toda a
mitologia pagã a ajudar
ou dificultar a tarefa
dos Portugueses,
criando momentos de
suspense e ficção que
enriquecem
estilisticamente a obra.
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Características da
epopeia
 A ação épica deve ter
grandeza e solenidade
 O protagonista deve
pertencer a alta estirpe
social e deve ser dotado de
grandes qualidades
morais. Deve ser um herói
de bravura, coragem e
perseverança. Deve ser um
exemplo.
 O maravilhoso e o mitológico devem
intervir na ação da epopeia.

 A intervenção do poeta, tecendo


considerações em seu próprio nome
(subjetividade) deve ser evitada.
Camões quebrou esta regra da
epopeia clássica
A Estrutura de Os Lusíadas
ESTRUTURA EXTERNA (formal):
O Poema está escrito em versos
decassílabicos ( dez sílabas
métricas), que é considerada a
métrica adequada à poesia épica
pelo seu ritmo grave e vigoroso.
As estrofes são de oito versos
cada (oitavas)
As armas e os barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
Entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
O esquema rimático é abababcc
rima cruzada e emparelhada
As armas e os barões assinalados a
Que da Ocidental praia Lusitana, b
Por mares nunca de antes navegados, a
Passaram ainda além da Taprobana, b
Em perigos e guerras esforçados, a
Mais do que prometia a força humana, b
Entre gente remota edificaram c
Novo Reino, que tanto sublimaram; c
As armas e os barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
Entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
As estrofes estão distribuídas por dez Cantos

O número de estrofes por canto varia, contendo


o menor 87 estrofes ( Canto VII) e o maior 156
estrofes ( Canto X)
A Estrutura de Os Lusíadas
ESTRUTURA INTERNA:
 A epopeia de Camões constrói-se pela
sucessão de quatro partes:
1. Proposição
2. Invocação
3. Dedicatória
4. Narração
1. PROPOSIÇÃO
PARTE INTRODUTÓRIA na
qual o poeta anuncia o
assunto que irá tratar na sua
obra.
Canto I
Estrofes 1 a3
2. INVOCAÇÃO
PEDIDO DE AJUDA
às divindades
inspiradoras do
poeta : As Tágides
(ninfas do TEJO)
Canto I – estrofes 4 e 5
3. DEDICATÓRIA
O POETA OFERECE a
sua obra a uma
personalidade
importante.
Camões oferece a sua
obra ao rei D. Sebastião,
rei que então governava
Portugal.
Canto I – estrofes 6 a 18
4. NARRAÇÃO
 PARTE QUE CONSTITUI
O CORPO DA EPOPEIA,
é a narrativa das ações
levadas a cabo pelo
herói .
( Canto I – estrofe 19 e
termina no Canto X, est.
156)
Três pontos geográficos
balizam a narração da
viagem de Vasco da Gama:
•Belém (Lisboa) despedida das
naus ( Canto IV)
• Melinde ( África Oriental)  porto
de paz. (Cantos I e II)
•Calecut (Índia) porto de chegada
( Cantos VI, VII, VIII )
O TÍTULO : Os Lusíadas
 O tema geral escolhido por Camões foi toda
a história de Portugal.
 «Lusíadas »é um neologismo inventado por
André Resende que significa os
Portugueses, imaginados pelos humanistas
como descendentes de Luso, companheiro
de Baco.
 Conta a história que quando os romanos se
instalaram na Península, dividiram-na em 3
províncias, denominando-se Lusitânia toda a
região a sul do Douro.
Organização: Os Planos
 A obra constrói-se através da
articulação de três planos narrativos
1. Plano da Viagem
2. Plano Mitológico
3. Plano da História de Portugal
1. Plano da Viagem
 Apresenta a narrativa da viagem
de Vasco da Gama e da sua
armada de Lisboa até Índia
2. Plano Mitológico
 Articulado com a narrativa da
viagem, neste plano Luís de
Camões apresenta-nos a
intervenção dos deuses do Olimpo
no destino dos navegadores
portugueses.
Maravilhoso / Sobrenatural /
Mitologia /Fantasia
Tal como nas epopeias
clássicas, encontramos a
presença do MARAVILHOSO
n’ Os Lusíadas, pois Camões
põe toda a mitologia pagã
(deuses gregos e romanos) a
ajudar ou a dificultar a tarefa
dos Portugueses, criando
momentos de suspense e de
ficção, que enriquecem
estilisticamente a obra.
3. Plano da História de Portugal
 É a história de Portugal enquanto
nação e do Povo português que vai
ser contada por Vasco da Gama a
pedido do rei de Melinde
Plano do Poeta

Este quarto Plano ( não


narrativo ) apresenta um
desvio à estrutura da
Epopeia Clássica, onde
não estão previstos
opiniões ou pareceres do
autor.
 Neste plano, Camões intervém,
precisamente, em seu nome,
fazendo comentários pessoais ou
observações a propósito dos
episódios narrados.
 Surgem, normalmente, no final de
cada canto.
Narrativa «in media res»
Os Lusíadas é uma narrativa «in
media res», ou seja, quando o
leitor entra em contacto com a
acção, esta encontra-se já no
meio da sua realização .( A
armada de Vasco da Gama já se
encontra a navegar em pleno
Oceano Índico )
Tipologia dos episódios
presentes n’OS LUSÍADAS
EPISÓDIOS
MITOLÓGICOS:
Consílio dos
Deuses no Olimpo

Consílio dos
Deuses marinhos
 Ó poema integra diversos deuses mitológicos, que
intervêm na ação.
 À sua intervenção também se chama «Maravilhoso
Pagão»
PROFECIAS
Ao longo do poema surgem várias profecias feitas por
diversos intervenientes.
 EPISÓDIO CAVALHEIRESCO:
 Os Doze de Inglaterra
EPISÓDIOS BÉLICOS:

Batalha de Ourique
Batalha do Salado
Batalha de Aljubarrota
Episódios Líricos:

 A Fermosíssima Maria
 Morte de Inês de
Castro
 Despedidas em Belém
EPISÓDIOS NATURALISTAS:
 Fogo de
Santelmo e
Tromba
Marítima

 Escorbuto

 Tempestade
EPISÓDIOS SIMBÓLICOS:

 Velho do
Restelo

 Adamastor

 Ilha dos
Amores
O herói
O povo Português
 N’Os Lusíadas não existe um único herói.
 Camões quis realçar as qualidades de valentia e
patriotismo de todo o povo português.
 Estamos perante um HERÓI COLETIVO.
 « As armas » -guerreiros
 «Os barões» - os nobres
 « Os reis» ( que espalharam a fé e conquistaram
terras, ampliando o Império português )
 « E aqueles que por obras valerosas/ se vão da lei da
Morte libertando.»
A todos o poeta elogia, pois todos
eles contribuíram para edificar o
nome de Portugal.
VASCO DA GAMA
 Sendo o
capitão da
armada,
distingue-se
entre os
heróis.
O desejo de expandir a
fé cristã por esse mundo
fora, o sonho de riquezas
fabulosas e, finalmente, o
espírito aventureiro
fizeram dos Portugueses
os grandes heróis e os
maiores navegadores
daquela época.
fim

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