04 - Deglutição Atípica
04 - Deglutição Atípica
04 - Deglutição Atípica
Vanessa Mattos:
Vanessa Mattos:C.H. Agustoni CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.
Tradução:
Mônica Cury Netto Pareto Perdigão
Fonoaudióloga
ENELIVROS
ÍNDICE
I
I – Introdução.............................................................................. 01
Generalidades - Considerações terapêuticas................................ 02
IV – Ensino da deglutição.............................................................. 78
a) Forma de ingestão dos alimentos........................................ 79
b) Variedades de alimentos.................................................... 82 INTRODUÇÃO
VII – Resumo............................................................................... 89
VIII – Conclusão........................................................................... 91
GENERALIDADES – CONSIDERAÇÕES TERAPÊUTICAS Portanto, se o solicitante não tem um Diagnóstico Odontológico se
faz necessário que se consulta nesse Serviço, para que o especialista determine
As praxias da palavra são as mesmas que as de deglutição, ou seja se é conveniente ou não iniciar a reeducação e, por sua vez, oriente aos pais
a língua toca na deglutição nos mesmos pontos de articulação dos fonemas. sobre a conduta a seguir. Igualmente se passa ao ORL para que nos informe
As funções reflexo-vegetativas da respiração, sucção, mastigação e sobre o estado anátomo-funcional de seus órgãos correspondentes.
deglutição são consideradas pré-lingüísticas, ou seja, as funções que preparam os Se o quadro requer indicamos a Neurologia, Psicologia, Clínica Médica, Pediatria,
mecanismos da linguagem articulada que utilizam a mesma neuro-musculatura. Traumatologia, etc.
Ensinando uma criança a respirar bem e alimentar-se corretamente Também é importante levar em conta a gravidade da patologia que
estaremos preparando-a para falar. Se todas estas funções se desenvolverem observamos, e a extensa variedade que a mesma pode apresentar. Será
dentro de seus padrões corretos vão influenciar beneficamente na definição das adequado no plano de tratamento, a intensidade e a duração do mesmo. Se
formas e contornos das arcadas dentárias, na mímica expressiva e na articulação. estamos em presença de um caso leve e de fácil resolução podemos prever que
Este é um critério de inter-relação entre todas as funções e é de se em um período de quatro a seis meses teremos conseguido restabelecer uma
esperar que, não estando uma separada da outra, possam ocorrer incidências Unidade Funcional, que atuava de forma patológica, com o seguinte plano:
patológicas nas outras em maior ou menor grau. Portanto, é necessário exercitar • Conscientização e Automatização de hábitos corretos conseguindo
cada função independentemente de haver ou não patologias evidentes. assim, eliminação de hábitos negativos. Porém se estamos na presença de uma
Seguindo um critério de Unidade Funcional é necessário realizar Síndrome onde a criança é portadora de várias anomalias, e ao mesmo tempo
exercícios respiratórios numa Deglutição Atípica e exercícios de deglutição e deve realizar tratamentos paralelos, por exemplo: ortodôntico, antialérgicos,
postura em um Respirador Bucal intensificá-los ou não segundo a severidade de psicológico etc, será difícil prever o tempo de finalização do nosso, pois tudo
cada caso particular. estará relacionado; a eficiência de cada um deles; a freqüência com que sua mãe
Devemos trabalhar paralelamente sobre suas dislalias. se existirem, o teve ao consultório; a problemas sócio-econômicos (se o pai trabalha, se tem
ou em sua articulação compensatória. É freqüente que fonemas como: S, CH, T, uma obra social que o cubra o valor de uma prótese ou tratamento, etc...); se o
D, N, L, P, P, B, M, F, V estejam alterados em maior ou menor grau. Empregando núcleo familiar são vários irmãos e com problemas. Se existe ou não um casal
assim a mioterapia funcional integrativa reeducamos todas as funções correlatas. constituído... etc. e outros imponderáveis que se apresentem em cada caso
A deglutição é um mecanismo sinérgico de ações musculares, onde particular já que cada caso é uma individualidade cada criança tem seus próprios
todos os músculos relacionados com a cavidade oral entram em jogo. Quando tempos.
esta sinergia é quebrada podem suceder várias anomalias, no processo e assim Portanto um critério de flexibilidade, respeito a terapia resultará em
teremos a chamada deglutição at(pica ou deglutição infantil, com interposição benefício da criança a qual em longo prazo solucionará as suas dificuldades, ou
lingual ou labial, participação da musculatura perioral e sopro em lugar de sucção. caso contrário, seus pais abandonarão o tratamento ou ainda passarão de
Esta patologia ocupa a Fonoaudiólogos a Odontoestomatólogos em profissional em profissional.
uma estreita relação. É conveniente dar-lhes, às vezes, períodos de descanso que podem
É importante observar a criança desde que entra no consultório, coincidir com as férias escolares para permitir à criança que devido a sua própria
sem que ela note o que estamos fazendo para podermos ver seus hábitos sem maturação e vontade efetiva de ação dos outros tratamentos esse torne-se um
nenhuma inibição. Realizamos a anamnese correspondente e completamos o período inativo atuando e sedimentando tudo que já tinha sido trabalhado e que
diagnóstico que nos traz, que pode ser parcial, ou referir-se somente a um dos impeça a saturação da criança e do Terapeuta.
sintomas que se podem manifestar dentro de uma síndrome, pedimos as O tratamento da Deglutição Atípica pode ser individual ou grupal. A
interconsultas consideradas necessárias, se não foram previamente realizadas, prática e a necessidade hospitalar determina que o trabalho seja feito em
para entocar assim um tratamento integral. pequenos grupos (2, 3 ou 4 crianças) sendo mais dinâmico e ameno, pois
Se não trabalhamos dentro de uma equipe multidisciplinar (ou estabelece, uma situação competitiva sã entre esses integrantes, além disso das
desenvolvemos nossa profissão particularmente) nossa obrigação é a de tratar múltiplas possibilidades criadoras da terapeuta e das crianças.
reunindo por qualquer caminho viável escrita, pessoal ou telefônica, todos os Começamos com duas sessões semanais nos primeiros quatro
informes que requerem o quadro ao qual damos nossa atenção. meses, espaçando depois para uma em um período similar, para finalmente
Na sessão de Foniatria do Hospital Geral de Agudos Dr. T Alvarez estabelecer sessões de controle cada 15, 20, ou 30 dias, graduando de acordo a
de Buenos Aires realizamos um enfoque múltiplo; existem as crianças que nos diversos fatores: interesse, gravidade funcional, colaboração familiar e da criança,
chegam à partir de profissionais de diferentes especialidades internos e externos freqüência odontológica, etc.
do estabelecimento, por diferentes patologias, como também de colégios, clínicas Assim como não existem receitas de tratamento, tão pouco existem
particulares, pacientes de institutos e de outros hospitais, etc. términos pré-fixados quanto ao tempo, dependendo de cada caso,já que cada
caso é uma individualidade e cada criança tem "seu próprio tempo".
02 03
A maturação não se pode acelerar se nosso critério e preparação
nos diz que o que estamos fazendo é o correto. Não devemos criar falsas
expectativas nos pais, nem ansiedade que inevitavelmente serão percebidas pela
criança pretendendo, com isso, ganhos impossíveis tendo consciência das
limitações que se apresentam do tempo terapêutico e não subestimando a criança
com respeito às suas realizações. Não desestimulando-a e possuindo o equilíbrio
suficiente para despertar em seus pais o tipo e apoio e ao alto grau de
II
compreensão que seu filho necessita, apelando para seu alto grau de paciência
para levar a superar o tedioso tratamento que a eles lhe comprometem,
colocando-se no lugar da criança cujo único desejo é brincar e não ter obrigações,
cabendo a seus pais encarregar-se de estabelecer hábitos na educação dos filhos
(para que realize os exercícios propostos essenciais para o tratamento).
Se deve informar a criança dos prejuízos que sua alteração lhe
ocasiona atualmente e para seu futuro e da importância para o normal
restabelecimento de suas funções.
Falando-lhes muito e bem, explicando-lhes o porque e para que
está fazendo tal e qual exercícios ou conversando com afeto e, compreendendo-o
em seus erros chegamos muitas vezes a melhores resultados que impondo-nos
com autoridades, repreensão e séries de repetitivos exercícios.
Com a tríade pais-filho-terapeuta, conseguiremos passar por estas etapas
reeducativas:
• Conscientização de suas dificuldades
• Exercitação de sua musculatura
• Automatização de hábitos corretos
04
Os elementos auxiliares que se empregam nos momentos que
consideramos necessários são:
BISCOITINHOS PALITOS (OBLÍQUOS):
06 07
PALITOS:
HÓSTIAS:
Para tocar sua língua nas diferentes
Cumprem as mesmas funções. Também
zonas e melhorar a sensibilidade
pode a criança pregá-las no alvéolos ou
lingual.
papilas superiores e logo com um movi-
A criança deve identificar em sua
mento de passar a língua (raspar) até
própria língua e em um gráfico da
despregá-la para dentro com a ponta da
mesma, a zona e a forma em que foi
língua.
tocada, se foi suave, com pressão, na
As hóstias servem também para colocar
frente, atrás, nos bordos, etc.
como empecilho entre ambos os lábios e
controlar sua oclusão.
BOTÕES PEQUENOS:
CANUDO:
Se utiliza para aspirar papeizinhos que a
criança tenha cortado enquanto mantinha A boca é uma casinha onde dor me a
a postura correta e transportando-lhes a língua e tem uma caminha em baixo
outros lugares. Também para chupar das ruguinhas (alvéolos). Os lábios são
alimentos pastosos (yougurte, bliss) e a portinha que como toda casinha a
líquidos, colocando o canudo no centro do maior parte do tempo permanece
palato. cerrada. Molares superiores e dentes
são os ferrolhos que ajudam a portinha
Deve deglutir com os lábios separados a fechar-se todo o momento ou quando
mordendo-o um pouco; e com os lábios se mastiga.
juntos sem contrair a musculatura
orofacial. Também para sustentar entre
ambos os lábios e para efetuar sopro
nasal visualizando as borbulhas de um
copo de água. GRÁFICOS:
10 11
BOTÕES GRANDES: BISCOITINHOS GRISINES E 0UTROS
ALIMENTOS:
De 2 centímetros e meio, lisos. Um com fio
e o outro com elástico do tamanho da Para exercícios que se detalharão mais
extensão de seus braços. Também pode adiante.
haver dois botões, um em cada extremo do
fio. Se detalhará seu uso mais adiante.
COLHERZNHA:
PRATO:
LENCINHO:
Para recolher migalhas com a ponta da
língua. Para beber com a projeção
Para assoar o nariz. Para sustentar entre labial e muita força na sucção.
os lábios e tracioná-lo, Também para
comprimir os lábios do paciente.
APITOS:
SUBSTÂNCIAS AROMÁTICAS:
LÁPIS:
Para reconhecimento olfativo das
Atravessado entre os dentes deve diferentes substâncias. A criança ao
repetir séries e palavras com mesmo tempo controla a postura labial
consoantes labiais. Também se e lingual, garantindo etapa de
usa para sustentar entre o lábio aspiração. Posteriormente deve dizer o
superior e o nariz. Também nome do elemento reconhecido, e
poderá succioná-lo e expulsá-lo voltará à postura de repouso para
com força. iniciar assim o reconhecimento de
outra substância.
12 13
III
16 17
Elevar o lábio inferior por cima do superior e
Massagem do lábio superior em direção
sobrepor até para baixo com firmeza
vertical e horizontal.
(força).
Inflar as bochechas fazendo muita pressão Dar beijos ruidosos curtos e largos
na zona anterior. para a frente, para trás, para os lados,
para cima e para baixo, separar os
lábios com gestos exagerados.
18 19
Soprar ritmicamente sobre um acoplador de
mangueira ou canudo de filtro em cujo
Sustentar um "biscoitinho" ou um
extremo se coloca um assobio (apito). Igual
"grisin"' entre os lábios, por ação de
a um trombone ou trombeta deve apoiar-se
ambos ir introduzindo-o e deglutindo
a cavidade sobre os lábios com certa
sem usar as mãos. Não deve cair.
pressão.
(biscoito palito).
20 21
Tomar os lábios superior e inferior com os
dedos indicador e polegar e separá-los dos
Deve levar alimentos para mastigá-los
incisivos. Também estiramento e massagem
e deglutí-los com a boca fechada e
simultânea.
respiração nasal, preferencialmente
caramelos mastigáveis, chicletes ou
pastilhas.
22 23
Adornar e pintar pronunciando
24 25
Pegar papeizinhos entoando com rumor nasal
Pronunciar ao escrever
várias melodias. Respirar pelo nariz.
Pintar
26 27
Fazer os triângulos e pronunciar
Pronunciar ao fazer
28 29
Pintar e dizer
Entoar uma canção todo o tempo
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Dizer ao pintar
Fazer pontinhos e dizer
32 33
Pronunciar ao enfeitar (desenhar)
Fazer círculos e pronunciar
34 35
Pronunciar ao escrever
Pronunciar ao enfeitar (desenhar)
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Fazer quadrados e pronunciar
Enfeitar com cores fortes e pronunciar
38 39
Dizer ao fazer as ondas
Pronunciar ao pintar o caminho ou ao caminhar por dentro
40 41
Dizer alternando ao enfeitar
Dizer ao pintar ou enfeitar
42 43
Dizer e fazer pontinhos alternando
Dizer alternando ao enfeita
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Dizer ritmicamente ao fazer franginhas e recortar
Dizer juntas
46 47
Dizer ao fazer as flores
Dizer ao fazer linhas retas
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Pronunciar ao fazer ou remarcar
Pronunciar ao fazer
50 51
Pronunciar ao fazer
Pronunciar ao fazer
52 53
Desenhar e pintar ao mesmo tempo que pronuncia em voz baixa
Desenhar e pintar ao mesmo tempo que pronuncia em voz baixa
54 55
Dizer e fazer “risquinhos”
Desenhar e pintar ao mesmo tempo que pronuncia em voz baixa
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Dizer ao remarcar o caminho
Dizer ao enfeitar
58 59
Dizer ao remarcar o caminho
Dizer ao remarcar o caminho
60 61
Enfeitar pronunciando
Dizer ao remarcar o caminho
62 63
Enfeitar pronunciando
Enfeitar pronunciando com as cores de equipes de futebol
64 65
Escrever, as séries, logo a seguir pintar os M’s pronunciando-os
Dizê-las juntas rapidamente ao pintar
66 67
Acompanhar a experimentação labial com outras atividades B) Exercitação para a musculatura lingual
A dividiremos: Clássica
Específica
Silábica
Sustentar com pré-molares, dentes e
lábios juntos de uma espátula ou
abaixa língua enquanto realiza
A exercitação clássica das praxias linguais é correspondente a
exercícios de ritmo com um tambor.
outras patologias por todos conhecidos.
A exercitação específica corresponderia a todo aquele
treinamento que normalizaria o tônus e a proprioceptividade de todos os
grupos musculares que intervem na deglutição.
Passear em um cavalinho com o Afinar e alargar ritmicamente a língua enquanto o reeducador entoa versos
mordedor dentro da boca e, lábios ou canções rítmicas. Pode fazer sozinho ou sustentando uma liga
juntos realizando movimentos de ortodôntica sobre a língua.
mastigação.
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PALATO OGIVAL
Colocar um pedacinho de hóstia na
ponta da língua, colocando-a no
palato. Deve despregá-la com a língua
num movimento diferente para trás.
Com uma colherinha colocar doce de
leite no palato e despregá-lo com
igual movimento.
A B
PALATO NORMAL
• Fazer "papinhos" que poderiam traduzir-se em tirar papadas,
pressionando com a ponta da língua o palato como que querendo
O mesmo exercício anterior, porém, sem despregar a língua, mastigar perfurá-lo.
ritmicamente 10 vezes com os molares, com a boca aberta, com
movimento amplos e separando 0 maxilar. Logo a língua cai • Alargar o mais possível a língua para fora e logo retraí-la com
conseguindo o "slurp". sensação de que se apóia na nuca. Pode fazer com a boca aberta e
fechada.
70 71
• Colocar açúcar na parte anterior da língua. Deve esfregá-la pelo MANTER O CONTROLE LABIAL LINGUAL EM OUTRAS ATIVIDADES
palato com movimentos amplos até a direita a esquerda e de fora
para dentro.
•Enroscar a língua até atrás e chupá-la com força até que se coloque
o mais atrás possível.
72 73
Não é importante que se digam a viva voz sim/não com força,
agilidade e articulação correta os grupos de letras inclusos podem
Ler com rumor nasal,
repetir-se em voz áfona para não cansar. No entanto de forma
lábios juntos e
prolongada e contínua; ex: tac, tec, tic, toc, tuc... In... tic-tac...
sustentando uma bala de
tttt... ... lalelilolu... ac, ec, ic, oc, uc... aj, ej, ij, oj, uj... gag, gueg,
goma contra o
guig, gog, gug... jg... pútucu... stra, stre, stri, stro, stru... ch... pk...
palato.Conscientizar cada
pj... pg... chng... chlj... chrrk... túcu... tsk... stag, steg, stig, stog,
vez que deglute tirando
stug... t,r,a,g,a,r... tacta tecte, ticti, tocto, tuctu, etc., etc.
um fósforo da caixa.
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C) Exercícios para a musculatura velar:
•bocejos
•gargarejo com líquidos e com saliva prolongadas e com força
•vogais em diferentes tons
•assobios em diferentes tons, prolongados e curtos, suaves e fortes
•inflar as bochechas
•inspirar pelo nariz e alternar a expiração com sopro nasal e bucal
•dar suaves toques no palato com uma espátula ou colher para
provocar arcadas leves
•Tossir
•Inspirar pelo nariz e reter a respiração (o ar) 10 segundos com a
boca aberta, expirar pelo nariz
•Olhar-se no espelho e mover o velo sem ajuda
•Cantar com a boca cerrada, com rumor nasal e pronunciando o
fonema K
76 77
É importante desde o princípio conscientizar que existem 4 coisas
IV
que o paciente pode Fazer voLuntariamente para digerir:
79
Deve mostrar e ver em seguida a língua e a cavidade oral.
Não deve haver (resíduos) de partículas. Além disso deve controlar a
Os alimentos líquidos requerem maior força de sucção
subida e a descida do osso hióide colocando sua mão no colo
e velocidade de deglutição. Se deve explicar estas características.
(garganta).
Além disso recordar-lhe a rapidez e a força que exercitou enquanto
Este último ponto da função deglutória normal se exercita com:
aspirava e deglutia.
1) lábios e dentes separados
A exercitação começa por alimentos SÓLIDOS, em
2) lábios separados e molares em contato evitando a saída da saliva
seguida PASTOSOS e finalmente LÍQUIDOS.
3) lábio inferior "tracionado" até abaixo, molares em contato
Porém, como há regressões segundo o alimento
4) com tração dos lábios separados contra os incisivos, porém, com
empregado, já que parece não existir em algumas crianças uma
molares em oclusão para efetuar o controle lateral (sorriso)
rápida possibilidade de adaptação a estímulos diferentes é que
5) molares e lábios em oclusão sem contração muscular que é a
alternamos ou avançamos na reeducação ou na mesma sessão ou
forma normal de deglutir.
em outra, SÓLIDOS e LÍOUIDOS, PASTOSOS e SÓLIDOS, etc.
Reforçando assim a deglutição do alimento que mais
Desta maneira adquire maior visualização do trabalho lingual, bolo
dificuldade lhe oferece nas primeiras etapas.
alimentar e saliva, maior domínio e relação de lábios e maior
controle sinestésico.
Neste momento é necessário intensificar o conhecimento de seu
a) Alimentos sólidos. Se ensina a:
esquema corporal pedindo-lhe que "se veja" com os olhos fechados,
suas pernas, braços, cabeça e demais partes do corpo.
Quando manifesta que conseguiu "ver-se" a parte do corpo que pode
se passar à outra e assim sucessivamente.
Conscientizando grandes seguimentos para chegar paulatinamente a
zona facial, perioral e oral até que consiga "ver-se" os movimentos
linguais na deglutição.
B) Variedades de Alimento:
A variedade de alimentos é o que se aconselha, pois cada um deles
tem uma estrutura, uma resistência e uma consistência distinta e
requer um tempo e uma força de mastigação diferente. Um corte e
uma trituração de acordo com o mesmo ou igual que a quantidade
de salivação para a formação do bolo alimentar e diferente
velocidade na deglutição. Repete-se a dieta ao gosto paciente.
82 83
• Se darão 3 ou 4 exercícios correspondentes a Reeducação
Mioterápica apoiados em tarefas que ficarão registradas em um
caderno e deverá repetir em casa; a seleção dos exercícios será feita
de acordo com os grupos musculares a serem exercitados.
V
diferentes atividades psicomotoras extensivas a tarefas que
diariamente realiza no colégio, na sua casa. em seus jogos etc.
S T Q Q S S D
Saliva
5 minutos 2 x ao dia
Líquido
6 copos
Todas as comidas
85
Nela anotará com cruzinhas os controles realizados durante uma
semana. Foi sugerido pela Fonoaudióloga Maria Lúcida Segovia em
seu livro “Interrelaciones entre la Odontoestomatología y a
Fonoaudiología”. Pede que anote quais os alimentos controlados
diariamente em sua casa anotando, assim, em um caderno um
exercício realizado comprovando a sua realização.
VI
Como variante: pode desenhar em uma folha os alimentos que
deglutiu sob controle.
86
As 10 recomendações do que não se deve fazer
VII
1° Ficar durante o dia com a boca aberta
88
VIII
Insisto ensinar que, para chegar a deglutição correta, é necessário
ter em conta o seguinte:
90
O presente plano terapêutico abrange: a reeducação
mioterápica e o ensino da deglutição com um critério de inter-
relação de todas as funções: respiração sucção, mastigação,
deglutição e articulação.
Fica sempre ao campo da ortodontia procurar o
diagnóstico da anomalia e a indicação de uma determinada terapia.
Corresponde ao nosso campo a eliminação de hábitos
negativos e a modificação do padrão deglutório incorreto.
Dependerá de vários fatores o êxito em maior ou
menor grau do mesmo: gravidade funcional, nível mental, presença
de uma síndrome, fatores psicológicos, apoio familiar, interesse
pessoal, periodicidade de assistência, colaboração odontológica e
etc.
Através de uma exercitação intensiva variada
sistemática, metódica, consciente, progressiva, paciente, amena e
com a compreensão e carinho que a criança necessita de seu
terapeuta e de sua família é que alcançará uma modificação de seus
hábitos incorretos.
92