O documento discute as cartilhas utilizadas para alfabetização no Brasil, desde sua origem em Portugal no século XIX até modelos atuais. Apresenta problemas comuns das cartilhas, como a precariedade dos textos, limitação do trabalho com sílabas e concepções equivocadas sobre linguagem e escrita.
O documento discute as cartilhas utilizadas para alfabetização no Brasil, desde sua origem em Portugal no século XIX até modelos atuais. Apresenta problemas comuns das cartilhas, como a precariedade dos textos, limitação do trabalho com sílabas e concepções equivocadas sobre linguagem e escrita.
O documento discute as cartilhas utilizadas para alfabetização no Brasil, desde sua origem em Portugal no século XIX até modelos atuais. Apresenta problemas comuns das cartilhas, como a precariedade dos textos, limitação do trabalho com sílabas e concepções equivocadas sobre linguagem e escrita.
O documento discute as cartilhas utilizadas para alfabetização no Brasil, desde sua origem em Portugal no século XIX até modelos atuais. Apresenta problemas comuns das cartilhas, como a precariedade dos textos, limitação do trabalho com sílabas e concepções equivocadas sobre linguagem e escrita.
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CARTILHAS
A cartilha surgiu da necessidade de material
para se ensinar crianças a ler e escrever. No século XIX, surge o silabário, a primeira versão do que seria a cartilha.
As cartilhas brasileiras tiveram origem em
Portugal( que chegou a enviar exemplares para a alfabetização em suas colônias). De autoria de João de Barros, a Cartinha de aprender a ler é uma das cartilhas mais antigas para ensinar português.
Há suspeitas que essa cartilha tenha sido
usada pelos jesuítas, também no ensino de religião. Outras cartilhas foram utilizadas no Brasil, além daquela: 1850- Método Castilho- Continha abecedário, silabário e textos de leitura. 1876- Cartilha Maternal Este autor era contra os métodos da soletração e silabação para o ensino da leitura. Sua obra foi o marco entre o abecedário (bê-á-bá) e os métodos analíticos, que foram difundidos no Brasil durante a República, utilizando o método da palavração. Alfabetização era iniciada pela letra manuscrita.
Depois letra de forma alternadamente.
Professor preparava alfabeto em
folhas de papel, manuseada por um pega-mão para não sujarem.
Conjunto de cartas de sílabas ajudava
no treino do aluno. Outra cartilha representativa no País
Modificada e ampliada pelo professor Romão
Puiggari. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1924. Provavelmente, a 1a. edição é de 1890, pois a 2a. edição é de 1891, publicada em São Paulo por Teixeira & Irmão Editores. A partir de 1930, editar cartilhas passou a ser um grande negócio.
Em 1944 surge o Manual do Professor.
Entre 1960 e 1980 as principais
cartilhas utilizadas no Estado de São Paulo foram: O estudo do método das cartilhas é sempre pertinente.
Publicação pelo MEC do Livro Didático
não impede a utilização precária de cartilhas.
Existem professores com vergonha de
mostrar que utilizam o instrumental da cartilha e disfarçam a prática. ALGUNS PROBLEMAS DO TRABALHO COM CARTILHAS: 1-Precarização da produção de textos Segundo o autor ,esta talvez, seja a decorrência mais grave da cartilha. Os textos não se constituem textos. Não têm unidade semântica, não apresentam textualidade não, raramente, perdem até a coerência. 2-Modo de trabalho com sílabas: São compostas de lição. Cada unidade trata apenas de uma unidade silábica, o que além de empobrecer o trabalho com as sílabas, limita o horizonte de conhecimento da criança.
Segundo Cagliari(1999), geralmente a lição
da cartilha termina em um texto, teste final de leitura e modelo de escrita para introduzir o aluno na etapa seguinte. Neste texto compreende-se estar o maior problema do método. O aluno vem para a escola com plena habilidade para descrever, narrar e até defender um ponto de vista. Entretanto, a partir do momento que inicia vai perdendo tais competências. No intuito de facilitar a leitura para o aluno, a cartilha propõe textos que são pretextos, elaborados com palavras compostas e sílabas já dominadas. Porém o conteúdo, a coesão e a coerência, na maioria dos casos ficam prejudicados. 3- Concepção de Linguagem: Segundo Cagliari,para as cartilhas, uma palavra é feita de sílabas, uma sílaba de letras, uma frase é um conjunto de palavras e um texto é um conjunto de frases”. A ideia é que a linguagem se assemelha à soma de tijolinhos, representados pelas sílabas e unidades de composição. Tal concepção abrange apenas o nível superficial da linguagem. Representar a linguagem através da escrita vai muito além de codificar e decodificar sinais gráficos, pois requer aspectos discursivos da linguagem. De acordo com Camacho: “ uma língua é um objeto histórico, enquanto saber transmitido, estando, portanto,sujeita as eventualidades próprias de tal tipo de objeto. Isso significa que se transforma no tempo e se diversifica no espaço” Em um mesmo instrumento de comunicação tem-se quatro modalidades específicas de variação linguística: a histórica, a geográfica, a social e a estilística. Contudo, tais conhecimentos são ignorados pela cartilha, uma vez que o mesmo material é elaborado para ser usado num país de Proporções continentais como o Brasil. A cartilha ignora a realidade linguística do aluno quando trabalha com textos que não contemplam a sua experiência de vida, desenvolvendo assim, um trabalho descontextualizado. 4- Mito de que a escrita é mera representação da fala Embora um dos compromissos da escrita seja representar a fala, esta representação não é idêntica. A linguagem falada tem marcas características próprias da oralidade e existem expressões próprias da fala e outras mais apropriadas à escrita. Ex. a- tipo assim b- artificialismo na fala para ajudar na ortografia: vollllltou,, melll, mallll.A ideia de priorizar a escrita como representação tende ainda a provocar desvios: são comuns exemplos de crianças que passam parte do tempo em atividades de cópia. Chega-se a ver alunos com cadernos esteticamente perfeitos,mas que não conseguem identificar as letras. Em lugar de priorizar a leitura, o trabalho da escola se reduz a atividades de coordenação motora fina. 5- Equívocos quanto a família silábica È comum a família silábica composta pela letra C ser apresentada parcialmente, mostrando-se CA CO CU. Onde ficam o QUE e o QUI? A orientação habitual diz que são formas difíceis e que a criança só irá aprendê-las mais tarde, omitindo-se a informação. Como o professor não as apresenta, o aluno tende a escrever algo como quero, queijo, aquilo, grafa ceijo, acilo. Os problemas não param aí. O professor não apresenta o Que e o Qui, mas apresenta o CE e o CI associados ao grupo fonético que representa o som K. Estas sílabas pertencem ao grupo fonético do som S, representado ortograficamente pelo ÇA ÇO ÇU e não o do som K. Assim, a família silábica que representa o som K é: ca que qui co cu; e a outra: ça ce ci ço çu. Semelhante problema ocorre com a família do ga gue gui go gu, e o ge e gi. 6- Problemas Fonéticos Segundo o autor, ainda se verifica a ignorância quanto a questões fonéticas, como em relação a quantidade de vogais que a na língua portuguesa e sua representação gráfica. O senso comum não dá conta da natureza dos sons da fala (fonética) e a sua delimitação em fonema. Embora a representação comum das vogais seja A E I O U, elas se diversificam em 12 fonemas. EX. BARATO BANCO 7- Prioridade da atividade de escrita sobre a fala Em ambientes que usam cartilha a tividade de escrita prevalece sobre a fala. As primeiras cartilhas foram elaboradas com o intuito de ensinar o aluno a ler , decodificar sinais, porém, com o tempo, tais livros mudaram o enfoque da leitura para a escrita, e a cartilha deixou de ser um livro para ensinar a ler para ser um livro de ensinar escrever ( treinar a escrita). Assim a escrita passou a prevalecer sobre a fala.