Carboidratos

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Carboidratos

Diego Cortegoso Assêncio


Tiemy Rosana Komatsu
Introdução

• Mais da metade do carbono orgânico do planeta está


armazenado em apenas duas moléculas de carboidratos:
amido e celulose.

• Ambos são polímeros do monômero glicose,


diferenciando-se apenas pela forma na qual estão ligados.

• A glicose, oxidada em CO2 e H2O, é nossa fonte primária


de energia.

• A celulose, o componente principal das paredes celulares


(células vegetais) e de algodão e madeira, é um polímero
cujos monômeros encontram-se no mesmo plano.
Monossacarídeos - Introdução

• Existem aldoses com 4C (aldotetroses), 5C


(aldopentoses), 6C e 7C. O mesmo vale para as cetoses
(cetotetroses, cetopentoses…)

• Açúcares de 6C são os mais abundantes na natureza,


mas açúcares de 5C, ribose e desoxirribose, ocorrem no
RNA e DNA, respectivamente.
Monossacarídeos - Estereoisomeria

• Estereoisômeros com imagens especulares são também


chamados de enantiômeros (ex: L-gliceraldeído e D-
gliceraldeído).
Monossacarídeos - Estereoisomeria

• Açúcares de 6C são os mais abundantes na natureza,


mas açúcares de 5C, ribose e desoxirribose, ocorrem no
RNA e DNA, respectivamente.

• Pode ser um polihidróxi-aldeído (aldose) ou uma


polihidroxi-cetona (cetose).

• Esquemas de representação: Projeção de Fischer e


Projeção de Haworth.
Monossacarídeos - Estereoisomeria
Monossacarídeos – Projeção de Fischer

• Cunhas pontilhadas e triângulos sólidos.

» Ligações horizontais são aquelas projetadas para a


frente do plano do papel, e as verticais representam
projetadas para trás do plano.

» O carbono mais oxidado é designado C-1. Os


demais átomos de C estão numerados a partir desse
carbono.
Monossacarídeos – Projeção de Fischer

• Na configuração D, o grupo hidroxila está à direita do


carbono quiral de maior número, ao passo que, na
configuração L, está à esquerda.

• Número de estereoisômeros possíveis:


2nº de carbonos quirais

• Quando os isômeros não se sobrepõem e nem são


imagens especulares uns dos outros são chamados de
diasteroisômeros.
Monossacarídeos – Projeção de Fischer
Monossacarídeos – Projeção de Fischer

• Os diasteroisômeros que se diferem uns dos outros na


configuração em somente um C quiral são chamados de
epímeros.

• Alguns dos estereoisômeros possíveis são muito mais


comuns na natureza que outros (ex: açúcares D são
mais abundantes que açúcares L).
Monossacarídeos – Projeção de Fischer
Monossacarídeos – Estruturas cíclicas

• A ciclização acontece como resultado de interação


entre carbonos distantes, tais como C-1 e C-5, para
formar um hemiacetal. Uma outra possibilidade é a
interação entre C-2 e C-5 para formar um hemicetal.

• O carbono carbonílico torna-se um novo centro quiral


chamado carbono anomérico.

• O açúcar cíclico pode assumir duas formas diferentes:


α e ß, denominados anômeros.
Monossacarídeos – Estruturas cíclicas

• Segundo a projeção de Fischer, o anômero α de um


açúcar D tem o grupo OH anomérico representado à
direita do C anomérico, e no ß, à esquerda.

• Pode haver interconversão entre as formas α e ß. A


formação de um ou de outro depende da reação
bioquímica.
Monossacarídeos – Projeção de Haworth

• Representa mais fielmente a configuração total das


moléculas. Mostra desenhos em perspectiva como anéis
planares de 5 ou 6 elementos.

» 5 elementos: furanose
» 6 elementos: piranose (cadeira)

• Para um açúcar D, qualquer grupo à direita de um C


na projeção de Fischer fica dirigido para baixo, e
aqueles à direita ficam para cima.

• Grupo terminal –CH2OH apontando para cima


Monossacarídeos – Projeção de Haworth
Monossacarídeos – Projeção de Haworth
Monossacarídeos – Reações – Óxido Redução

• A oxidação do açúcar fornece energia para a


realização dos processos vitais dos organismos.

• A oxidação (completa) fornece CO2 e H2O. O oposto


desta oxidação é o que ocorre na fotossíntese.

• As aldoses são chamadas açúcares redutores, pois,


quando um aldeído é oxidado, os agentes oxidantes
devem ser reduzidos.
Monossacarídeos – Reações – Óxido Redução

• Além de açúcares oxidados, há açúcares reduzidos


importantes, como os desoxiaçúcares, onde um grupo
OH é substituído por um átomo de H (ex: D-2
desoxirribose).

B-D-Desoxirribose
Monossacarídeos – Reações – Esterificação

• Os grupos hidroxila, reagindo com ácidos, podem


formar ésteres.

• Os ésteres de fosfato são freqüentemente formados


pela transferência de um grupo Pi do ATP para formar
um açúcar fosforilado e ADP (metabolismo).
Monossacarídeos – Reações – Formação de
glicosídeos

• Um açúcar com um grupo OH ligado a um C


anomérico pode reagir com outra hidroxila para formar
uma ligação glicosídica (R-C-R’).

• Uma ligação glicosídica não é um éster, pois os


glicosídeos podem ser hidrolizados nos álcoóis originais.
Monossacarídeos – Reações – Formação de
glicosídeos

• As ligações glicosídicas entre as unidades


monossacarídicas são a base para a formação de oligo e
polissacarídeos.

• As ligações glicosídicas podem ter várias formas, pois


o C anomérico de um açúcar pode estar ligado a
qualquer um dos grupo OH de um segundo açúcar para
formar uma ligação α ou ß glicosídica.

• Os grupos OH são numerados e o esquema de


numeração segue o dos átomos de C nos quais estão
ligados.
Monossacarídeos – Reações – Formação de
glicosídeos

• A notação para a ligação glicosídica especifica qual


forma anomérica do açúcar (α ou ß) é a que está
envolvida na ligação e também quais átomos de C estão
ligados.
Formação da ligação glicosídica (ex: maltose)
As figuras mostram as
ligações glicosídicas e
sua relação com a
formação de estruturas
ramificadas.
Monossacarídeos – Reações – Formação de
glicosídeos

• A natureza química de oligo e polissacarídeos depende


de quais monossacarídeos estão reunidos e da ligação
glicosídica em si.

• Os C anoméricos internos não estão livres para


participar das reações de açúcares redutores.
Monossacarídeos – Reações – Aminoaçúcares

• Nesse tipo de açúcares, um grupo OH do açúcar


parental é substituído pelo grupo amino (-NH2) ou um
de seus derivados.

• Dois exemplos importantes: N-acetil-ß-glicosamina e


seu ácido derivado N-acetil-ß-murâmico.

• Os dois exemplos acima são componentes da parede


celular de bactérias.
Oligossacarídeos

• Dissacarídeos importantes: sacarose, lactose e maltose.

• sacarose: α-D-glicose + ß-D-frutose

(aldohexose) (cetohexose)

Ligação glicosídica: α , ß(1 → 2)


Não é um açúcar redutor (2 grupos anoméricos
envolvidos na ligação), apesar de a glicose e a frutose
serem redutores.
Reação de hidrólise da
sacarose e sua fórmula
estrutural.
Oligossacarídeos

• lactose: ß-D-galactose + D-glicose (epímeros-C4)

Ligação glicosídica: ß(1 → 4)


Como o carbono anomérico não está envolvido na
ligação, a glicose assume tanto a forma α quanto a ß e
está livre para reagir com agentes oxidantes.

• maltose: D-glicose + D-glicose (hidrólise do amido)

Ligação glicosídica : α (1 → 4)

• celobiose: D-glicose + D glicose (hidrólise da celulose)

Ligação glicosídica: ß (1 → 4)
Polissacarídeos

• Homo ou Heteropolissacarídeos

• Uma caracterização completa de polissacarídeos inclui


a especificação de quais monômeros estão presentes, a
seqüência dos mesmos e também o tipo de ligação
glicosídica envolvida.

• Principais polissacarídeos:
- Celulose
- Amido
- Glicogênio
- Quitina
Polissacarídeos - Celulose

• É o principal componente estrutural das plantas,


especialmente de madeira e plantas fibrosas.

• É um homopolissacarídeo linear de ß-D-glicose, e


todos os resíduos estão ligados por ligações glicosídicas
ß (1 → 4).

• Cadeias individuais reunidas por pontes de H, que dão


às plantas fibrosas sua força mecânica.

• Os animais não possuem as enzimas celulases que


atacam as ligações ß, que são encontradas em bactérias
incluindo as que habitam o trato digestivo dos cupins,
animais de pasto, como gado e cavalo.
Estrutura polimérica da celulose: longas cadeias que podem se
unir por pontes de Hidrogênio.
Polissacarídeos - Amido

• São polímeros de α-D-glicose, que ocorrem nas


células de plantas.

• Podem ser distinguidos uns dos outros pelo grau de


ramificação da cadeia. Ex: a ligação da amilose é α (1 → 4)
e a da amilopectina α (1 → 6).

• Enzimas que hidrolisam o amido: α e ß amilase, que


atacam as ligações α (1 → 4), e enzimas
desramificadoras, que degradam α (1 → 6).
Amilose Amilopectina
Polissacarídeos - Glicogênio

• São polímeros de α-D-glicose, que ocorrem em animais,


sendo uma forma de armazenamento de energia.

• Possui cadeia ramificada, com ligações (1 → 4) e α (1 → 6)


nos pontos de ramificação.

• A glicogênio-fosforilase remove unidades de glicose do


glicogênio (uma por vez) a partir do final não-redutor.
Polissacarídeos – Quitina

• É semelhante à celulose, em estrutura e função, com


resíduos ligados por ligações glicosídicas ß (1 → 4).

• Difere-se da celulose na natureza de monossacarídeos; na


celulose o monômero é a ß-D-glicose, e na quitina o
monômero é a N-acetil- ß-D-glicosamina.

• Possui papel estrutural e apresenta boa resistência


mecânica (filamentos individuais unidos por pontos de
H).
Glicoproteínas

• As glicoproteínas contêm resíduos de carboidratos


além da cadeia polipeptídica (ex: anticorpos).

• Os carboidratos também atuam como determinantes


antigênicos, que os anticorpos reconhecem e aos quais
se ligam.

• As distinções entre os grupos sangüíneos dependem


das porções oligossacarídicas das glicoproteínas na
superfície dos eritrócitos.

• Em todos os tipos sangüíneos, a porção


oligossacarídica contém L-fucose (desoxiaçúcar).
Os diversos tipos sangüíneos se diferenciam pela porção
oligossacarídica das glicoproteínas na superfície dos eritrócitos,
que atuam como determinantes antigênicos. Em todos os tipos
sangüíneos o açúcar L-fucose está presente.
Carboidratos

Diego Cortegoso Assêncio


Tiemy Rosana Komatsu

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