Quinhentismo-Aula e Exerc.

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Literatura Informativa

Literatura Jesuítica
Início: 1500 - “Carta de Achamento do Brasil”, de Pero Vaz de
Caminha.
Término: 1601- “Prosopopeia”, de Bento Teixeira.

Nem crônicas, nem


memórias, pois não resultavam
de nenhuma intenção literária.

Imagem: Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo / Public Domain.


 Europa – Renascentista
 Quinhentismo- Escola literária –
produções literárias no século XVI.
Predominância de relatos, cartas, textos
didáticos.
 Literatura sobre o Brasil.
 Ainda o olhar do estrangeiro.
 Capitalismo mercantil e grandes
navegações.
 Auge do Renascimento.
 Ruptura na Igreja (Reforma, Contra-
Reforma e Inquisição).
 Colonização no Brasil a partir de 1530.
 Lit. jesuítica a partir de 1549.
Curiosidade...
Num dia qualquer de 1832, o Barão de
Walckenaer passeava pelas ruas de Paris, quando
resolveu parar numa loja de quinquilharias. Depois de
muito mexer, lá encontrou um bonito mapa-múndi em
pergaminho colorido, assinado: Juan de la Cosa. O
barão havia encontrado o mais antigo de todos os
mapas que registram o continente americano. Juan de
la Cosa acompanhara Cristóvão Colombo em sua
segunda viagem à América (1493) e fizera várias
cartas.
Como todas as outras se perderam, esse mapa-
múndi, feito em 1500, passou a ser o grande motivo
de estudos e também de controvérsias.
Quinhentismo é a denominação
genérica de todas as manifestações
literárias ocorridas no Brasil durante o
século XVI, no momento em que a cultura
europeia foi introduzida no país.
As manifestações ocorridas se
prenderam, basicamente, à descrição da
terra e do índio, ou a textos escritos pelos
viajantes, jesuítas e missionários que aqui
estiveram
Os escritos dos cronistas e viajantes eram
uma tentativa de descrever e catalogar a
terra e o povo recém-descoberto.

A essa descrição, no entanto,


acrescentavam-se elementos mágicos e
características muitas vezes fantásticas.

Imagem: Carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei D.


Manoel / Public Domain.
 Ainda não havia condições essenciais sólidas para o florescimento
da literatura no Brasil (público leitor ativo e influente, grupos de
escritores atuantes, vida cultural rica e abundante, sentimento de
nacionalidade, liberdade de expressão, imprensa e gráficas).

 Literatura sobre o Brasil- visão estrangeira sobre o Brasil, ainda


não revela a literatura do Brasil. Literatura sobre o Brasil/ literatura
no Brasil.

 Destinava-se a informar os interessados sobre a "terra nova", sua


flora, sua fauna, sua gente. A intenção dos viajantes não era fazer
literatura, mas sim uma caracterização da terra. Através dessa
literatura se tem ideia do assombro europeu diante de um mundo
tropical, totalmente diferente e exótico.

 Além da descrição, os textos revelam as ideias dos portugueses


em relação à nova terra e seus habitantes.
 textos descritivos em linguagem simples;
 muitos substantivos seguidos de
adjetivos;
 uso exagerado de adjetivos empregados,
quase sempre, no superlativo;
 exaltação da nova terra.
 Autores de destaque: Pero Vaz de
Caminha, Pero Lopes de Souza, Pero
Gândavo,
Literatura Informativa
(viagens):

Imagem: Jean de Léry / Historia navigationis in Brasiliam... Geneva,


• Cartas de viagem
• Diários de navegação
• Tratados descritivos

Textos em prosa

1586 / United States Public Domain.


Objetivo: narrar e descrever as
viagens e
os primeiros contatos
com a terra e nativos
• A Carta, de Pero Vaz de Caminha;
• O Diário de navegação, de Pero Lopes de Sousa (1530);
• O Tratado da terra do Brasil e a História da Província de
Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil, de Pero de
Magalhães Gândavo (1576);
•O Tratado descritivo do Brasil, de Gabriel Soares de Sousa
(1587);
•Os Diálogos das grandezas do Brasil, de Ambrósio
Fernandes Brandão (1618);
•As cartas dos missionários jesuítas escritas nos dois
primeiros séculos de catequese;
•A História do Brasil, de Frei Vicente do Salvador (1627);
•As Duas viagens do Brasil, de Hans Staden (1557);
•A Viagem à terra do Brasil, de Jean de Léry (1578).
 "certidão de nascimento" do Brasil, onde relatava ao rei
de Portugal a "descoberta" da Terra de Vera Cruz
(1500);

 a carta foi escrita para D. Manuel, rei de Portugal.


Caminha nunca soube da repercussão de sua missiva
porque morreu em Calicute, em dezembro de
1500,sem voltar, portanto, a Portugal.

 Tal documento tem tal importância pela descrição


precisa da terra, fauna, flora, os habitantes, por isso é
considerada a “certidão de nascimento” do Brasil.

 Choque cultural entre os portugueses e os índios


 Aspecto literário- descrição com
recursos líricos;
 Aspecto linguístico- primeiro documento
que se tem notícia, em língua
portuguesa, sobre as terras brasileiras.
 Aspecto histórico- documento oficial
sobre o Brasil.

 Apresenta27 páginas e tornou-se


pública 1827.
 Terra:

 “Nessa terra, se plantando tudo dá...”→”Águas


são muitas e infinitas. Em tal maneira é
graciosa que , querendo-a aproveitar, dar-se-á
nela tudo; por causa das águas que tem!”
 Imaginário- “Nesta terra se plantando, tudo
dá.”
 “Afeição deles é serem pardos, um tanto
avermelhados, de bons rostos e bons
narizes, bem feitos. Andam nus, sem
cobertura alguma. Nem fazem mais caso
de encobrir ou deixa de encobrir suas
vergonhas do que de mostrar a cara.
Acerca disso são de grande inocência.”
 “Mostraram-lhes um papagaio pardo
que o Capitão traz consigo; tomaram-no
logo na mão e acenaram para a terra,
como se os houvesse ali. Mostraram-lhes
um carneiro; não fizeram caso dele.
Mostraram-lhes uma galinha; quase
tiveram medo dela, e não lhe queriam
pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas
como espantados.”
 “De ponta a ponta é toda praia... muito chã e muito
formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito
grande; porque a estender olhos, não podíamos ver
senão terra e arvoredos -- terra que nos parecia
muito extensa. Até agora não pudemos saber se há
ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro;
nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito
bons ares frescos e temperados como os de Entre-
Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora assim
os achávamos como os de lá. Águas são muitas;
infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-
a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das
águas que tem!”
 “Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar
parece-me que será salvar esta gente. E esta
deve ser a principal semente que Vossa Alteza
em ela deve lançar. E que não houvesse mais do
que ter Vossa Alteza aqui esta pousada para essa
navegação de Calicute bastava. Quanto mais,
disposição para se nela cumprir e fazer o que
Vossa Alteza tanto deseja, a saber,
acrescentamento da nossa fé! “

http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/carta.h
tml
Victor Meirelles, 1860
Missionários jesuítas
( 1549 – 1605 )
Imagem: Anchieta e Nóbrega na cabana de Pindobuçu, 1927 / Benedito Calixto / Museu Paulista / Domínio Público.
Junto às expedições de reconhecimento e
colonização, vinham ao Brasil os jesuítas,
preocupados em expandir a fé católica e
catequizar os índios. Eles escreveram
principalmente a outros missionários sobre os
costumes indígenas, sua língua, as dificuldades
de catequese etc.
Esta literatura compõe-se de poesias de
devoção, teatro de caráter pedagógico e
religioso, baseado em textos bíblicos e cartas
que informavam o andamento dos trabalhos na
Colônia.
 Papel de destaque na fundação de São Paulo e na catequese dos
índios. Iniciou o teatro no Brasil e foi pesquisador do folclore e da
língua indígena.
 Produção diversificada, sendo autor de poesias líricas e épicas,
teatro, cartas, sermões e uma gramática do tupi-guarani.
 De sua obra destacam-se: Do Santíssimo Sacramento, A Santa Inês
(poesias) e Na festa de São Lourenço, Auto da Pregação Universal
(autos).
 Usava em seus textos uma linguagem simples, revelando
acentuadas características de tradição medieval portuguesa.
 Suas poesias estão impregnadas de idéias religiosas e conceitos
morais e pedagógicos. As peças de teatro lembram a tradição
medieval de Gil Vicente e foram feitas para tornar vivos os valores
e ideais cristãos. Nas peças, ele está sempre preocupado em
caracterizar os extremos como Bem e Mal, Anjo e Diabo,
característica pré-barroca.
Missionários jesuítas

Fundação de cidades: Salvador, Rio de Janeiro, São


Paulo
Inauguração de escolas

Textos:
•Poemas líricos (cunho religioso);
•Peças de teatro – autos (cenas bíblicas, passagens da
vida de santos);
•Cartas;
•Tratados descritivos;
•Crônicas históricas.
Do pé do sacro monte
Não há cousa segura. meus olhos levantando
Tudo quanto se vê ao alto cume,
se vai passando. vi estar aberta a fonte
A vida não tem dura. do verdadeiro lume,
O bem se vai gastando. que as trevas do meu peito
Toda criatura todas consume
passa voando.
Correm doces licores
Em Deus, meu criador, das grandes aberturas
está todo meu bem do penedo.
e esperança Levantam-se os errores,
meu gosto e meu amor levanta-se o degredo
e bem-aventurança. e tira-se a amargura
Quem serve a tal Senhor do fruto azedo!
não faz mudança.

Contente assim, minha alma,


do doce amor de Deus Em Deus, meu criador, José de
toda ferida, Anchieta
o mundo deixa em calma,
buscando a outra vida,
na qual deseja ser
toda absorvida.
01. As primeiras manifestações literárias que se registram na Literatura
brasileira referem-se a :

a) Literatura informativa sobre o Brasil (crônica) e literatura didática,


catequética (obra dos jesuítas).
b) Romances e contos dos primeiros colonizadores.
c) Poesia épica e prosa de ficção.
d) Obras de estilo clássico, renascentista.
e) Poemas românticos indianistas.

02. A literatura de informação corresponde às obras:

a) Barrocas.
b) Arcádicas.
c) De jesuítas, cronistas e viajantes.
d) Do Período Colonial em geral.
e) N.d.a.
03. Qual das afirmações não corresponde à Carta de Caminha?

a) Observação do índio como um ser disposto à catequização.


b) Deslumbramento diante da exuberância da natureza tropical.
c) Mistura de ingenuidade e malícia na descrição dos índios e seus
costumes.
d) Composição sob forma de diário de bordo.
e) Aproximações barrocas no tratamento literário e no lirismo das
descrições.

04. (UNISA) A “literatura jesuíta”, nos primórdios de nossa história:

a) tem grande valor informativo;


b) marca nossa maturação clássica;
c) visa à catequese do índio, à instrução do colono e sua assistência
religiosa e moral;
d) está a serviço do poder real;
e) tem fortes doses nacionalistas.
05. A importância das obras realizadas pelos cronistas portugueses do
século XVI e XVII é:

a) Determinada exclusivamente pelo seu caráter literário;


b) Sobretudo documental;
c) Caracterizar a influência dos autores renascentistas europeus;
d) A deterem sido escritas no Brasil e para brasileiros;
e) N.d.a.

06. Anchieta só não escreveu:

a) Um dicionário ou gramática da língua tupi;


b) Sonetos clássicos, à maneira de Camões, seu contemporâneo;
c) Poesias em latim, portugueses, espanhol e tupi;
d) Autos religiosos, à maneira do teatro medieval;
e) Cartas, sermões, fragmentos históricos e informações.
07. São características da poesia do Padre José de Anchieta:

a) A temática, visando a ensinar os jovens jesuítas chegados ao Brasil;


b) Linguagem cômica, visando a divertir os índios; expressão em versos
decassílabos, como a dos poetas clássicos do século XVI;
c) Temas vários, desenvolvidos sem qualquer preocupação pedagógica ou
catequética;
d) Função pedagógica; temática religiosa; expressão em redondilhas, o que
permitia que fossem cantadas ou recitadas facilmente.
e) N.d.a.

08. (UNIV. FED. DE SANTA MARIA) Sobre a literatura produzida no primeiro século
da vida colonial brasileira, é correto afirmar que:

a) É formada principalmente de poemas narrativos e textos dramáticos que


visavam à catequese.
b) Inicia com Prosopopéia, de Bento Teixeira.
c) É constituída por documentos que informam acerca da terra brasileira e pela
literatura jesuítica.
d) Os textos que a constituem apresentam evidente preocupação artística e
pedagógica.
e) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o homem, ao relatar as
condições encontradas no Novo Mundo.
09. (UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede:

Dos vícios já desligados


nos pajés não crendo mais,
nem suas danças rituais,
nem seus mágicos cuidados.

(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de


Walmir Ayala] Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110)

Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe acima,


pronunciada pelos meninos índios em procissão:

a) Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua


concretude mais visível, como produto final de todo um empreendimento
do qual participaram com igual empenho a Coroa Portuguesa e a
Companhia de Jesus.
b) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e
acabada daquilo que se convencionou chamar de literatura informativa.

c) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria cultura,


ao mencionar as danças rituais e as magias praticadas pelos pajés.

d) Os meninos índios são figura alegóricas cuja construção como


personagens atende a todos os requintes da dramaturgia renascentista.

e) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a


catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem libertar-se tão logo
seja possível.
10 - Qual das afirmações não corresponde à Carta de
Caminha?

a) Observação do índio como um ser disposto à


catequização.
b) Deslumbramento diante da exuberância da natureza
tropical.
c) Mistura de ingenuidade e malícia na descrição dos
índios e seus costumes.
d) Composição sob forma de diário de bordo.
e) Aproximações barrocas no tratamento literário e no
lirismo das descrições.

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