Pericia Criminal e Os Elemento Material

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Seminário “ O papel da

Perícia Forense na Tortura ”

Elemento Material – O papel da Perícia


Criminal
Perícia e Tortura

 Relatório ONU (2001)

Documentação = MATERIALIDADE

PERÍCIA PROVA CIENTÍFICA


FORENSE
Ciências Forenses
Prova
 Evento Outros componentes
(dados, informações ...)
 Notícia Crime
Objetos, meios,
anteparos e outras partes
Vítima(s) e agressore(s)
Local

 Vestígios - Materialização do evento


 Hipóteses/Metodologias/Conclusões - LAUDO
 Inquérito
 Denúncia – Ação Penal
 Julgamento – Sanções
Principais Campos
Científicos Forenses
 Criminologia.
 Vitimologia.
 Perícia:
 Criminalística.
CIÊNCIAS 
FORENSES  Medicina Legal.
  Odontologia Forense.
  Psicopatologia:
 Psiquiatria.

 Psicologia.
 Criminalística: Disciplina técnico-científica da materialização da
infração penal, estabelecimento da dinâmica do evento criminal e
determinação da respectiva autoria.

■ Criminalística  Local
 Vítima(s)
■ Medicina Legal  Objetos, meios, anteparos
■ Odontologia Forense  Outros componentes
■ Psicologia Forense
(documentos, veículos, etc.)
 Agressor(es), suspeito(s)
 Sons, imagens, dados, etc.
Trabalho do perito – reconstrução, determinação da autoria e do grau de
participação dos envolvidos. Segurança e a integridade do vestígio.

 a verificação do fato (o que ocorreu?);


 a caracterização (qual o meio empregado?);
 a interpretação (como ocorreu o fato?);
 a perpetuação (registro em Laudo);
 a legalização (produção da prova para a justiça);
 a coleta dos vestígios da ocorrência (elementos que tiverem utilidade
para a elucidação das circunstâncias do fato e a prova de sua autoria).
Áreas da Criminalística
Áreas de Atuação (DF)
Criminalística
• Perícias Externas (em Locais de Crime): contra a pessoa/patrimônio,
de delitos de trânsito, de engenharia legal e meio-ambiente.
• Perícias Internas e Laboratoriais: balística forense, merceologia, do-
cumentoscopia e grafoscopia, contabilidade, identificação de veículos,
exames laboratoriais (exames em fibras e outros microvestígios,
toxicologia e química analítica, histopatologia e imunohematologia,
entomologia), crimes eletrônicos, perícias áudio visuais, genética
forense* e papiloscopia*, etc.

Medicina Legal
Necropsia, sexologia, psicopatologia, antropologia e odontologia,
toxicologia e química analítica, histopatologia e imunohematologia,
genética forense*, etc.
D F 3 4 5

5 m
9

QD 17K CTC
87m

CA 15D

18m
QD 17K CTC
CA 15D
8

3m
260m 1 3 m

5 ,0 m

3 ,7 0 m
6

2 5 ,0 m
5

L e g e n d a

1 - c a d á v e r

1 0 ,0 m
2 - c a p a c e t e
3 - b o n é 3
4 - e s p i n g a r d a 1 ,0 m

5 ,0 m
5 - m o t o c i c l e t a 1 ,7 m

2
6 - p a r d e t ë n i s
7 - c o r r e n t e m e t á li c a
0 ,5 m

1
8 - b ic i c l e t a 1
9 - b ic i c l e t a 2
2 ,0 m

S E M E S C A L A
Perícia Forense

Perspectivas na Tortura – Trabalho Multidisciplinar

psicologia medicina criminalística odontologia

Interação e
Multidisciplinaridade
O emprego da violência é um elemento de caráter objetivo, que
requer a utilização de um meio ou um instrumental para a sua
realização – o que é materialmente demonstrável. Da mesma
forma, o sofrimento físico pode ser materialmente comprovado por
meio das lesões e das seqüelas verificadas na vítima.

Dessa forma, os instrumentos usados na prática do crime, as


vestes, o local utilizado, ou adrede preparado para tal fim, e a
vítima constituem-se em elementos de análise pericial.
Para exemplificar, podemos considerar uma vítima que
apresente uma ou mais lesões contusas.

O exame pericial dessa lesão poderia determinar se foi


produzida de forma passiva, ou seja, no caso de uma
queda; se foi produzida de forma ativa, quando se utiliza
um instrumento para produzi-la; ou, ainda, por autolesão.

Poder-se-ia descrever as características desse


instrumento, como dimensões aproximadas, formato,
muitas vezes estabelecendo-se as posições relativas da
vítima e dos agressores, entre outros dados.
As lesões contusas geralmente guardam relação com seu
agente causador, apresentando, muitas vezes, o formato
do(s) instrumento(s) impresso(s) no corpo da vítima.

Encontrando o instrumento empregado ou semelhante,


poder-se-ia determinar a compatibilidade entre as suas
características e as lesões apresentadas e, em alguns
casos, determinar especificamente ter sido aquele o
instrumento utilizado, dependendo, para tanto, de
manchas de sangue ou de tecido epitelial com teste feito
por exames de DNA e, ainda, a identidade do agressor
quer por impressões digitais ou outros exames.
Marcas – identificação de instrumentos ou ferramentas.
1. marcas de compressão – são resultantes de uma pressão exercida
pela ferramenta sobre a superfície. São formadas por uma impressão
negativa da parte da ferramenta que atinge superfície. Deixam esse tipo
de marca: martelo, chave de fenda, furador, pé-de-cabra, talhadeira e
alicate
2. marcas de raspão ou de fricção – são as produzidas por um atrito entre a
ferramenta e a superfície. Caracterizam-se pela existência de linhas
relativamente paralelas, de vários tamanhos e profundidades. Causam esse
tipo de marca: canivete, machado, cortadores de fio, chave de fenda,
formão e pé-de-cabra.
3. marcas de repetição – originam-se de repetidos golpes da ferramenta sobre a
superfície. Individualizam-se por uma série de marcas sobrepostas. Produzem
esse tipo de marca: serrote e lima.
Levantamento de Local de
Crime

Metodologia Geral
1 - Levantamento descritivo – descrição de TODOS os
procedimentos ou etapas adotadas no local, bem como as
informações que serão úteis para a elaboração da peça
técnica (Laudo Pericial).

2 - Levantamento fotográfico - corresponde à documentação


fotográfica
da cena do crime, a qual complementa e ilustra o
levantamento descritivo, sendo também de importância
fundamental para a comprovação dos vestígios encontrados
no local.
Levantamento de Local de
Crime
V I A A S F Á L T I C A
3 - Levantamento
1 0 m

topográfico - consiste de
Q u a d r a 3 9 Q u a d r a 3 9 Q u a d r a 3 9
uma representação em
proporções dos principais
L O T E 9 3 L O T E 9 1 L O T E 8 9

elementos materiais
3 ,9 0 m

3 ,7 0 m
1 ,3 5 m

verificados no local, com

3 ,5 5 m
M O R A D IA D A PA R T E E S Q U E R D A

Q P A D

suas respectivas
3 ,1 7 m

S A L A

Q U A R T O
localizações demarcadas.
2 ,9 7 m
C O Z I N H A

O croqui complementa os
1 ,4 0 m
1 ,4 0 m

Q U A R T O
levanta-mentos descritivo e
p a r t e a n t e r io r 3
fotográfico, possibilitando
uma melhor compreensão
0 ,2 0 m

5
4 L E G E N D A

do local.
2
6
1 - c a d á v e r
2 - c h in e lo c o r r e s p o n d e n te a o p é e s q u e r d o
3 - g a r r a fa d e “ M ir i n d a ”
4 - s e g m e n to d e m a d e ir a d e b a s e q u a d r a n g u la r
7
5 - e s t r a d o d e m a d e ir a

Recursos de medidas
8
1 ,1 0 m

6 - b e r m u d a
1 0
7 - f r a g m e n t o ó s s e o
8 - p r ó t e s e d e n t á r ia
9 - s e g m e n to d e m a d e ir a c ilí n d r ic o

métricas / GPS
1 0 - c h a v e t ip o p a p a iz
1 1 1 1 - le n ç o d e t e c id o

1
9 p a r t e p o s t e r io r
0 ,5 0 m S E M E S C A L A
EQNP 32/36

área 1
2,5m

área 1
3,0m

área 2

área 2

GPS
S 15 51’ 6.9”
W 48 07’ 44.3”

m
2,5
1 ,5
m

SEM ESCALA
Imagens de satélite + croqui ilustrativo
Imagens de satélite + croqui ilustrativo
SEM ESCALA

m
0,2
Legenda
1

m
1 - cadáver

5, 0
2 2 - capacete
3 - boné

m
0,5
3 4 - espingarda
5 - motocicleta
6 - par de tënis

m
VC1

0
7 - corrente metálica

, 01
8 - bicicleta 1
9 - bicicleta 2
5

m
0, 52
6

m
07,3
5
7

34
DF 5,0m
VC2

260m
m31

3m
8

D
5
1
A
C
T
C
K
7
1
D
Q
C
D
5
1
A
T
C
K
7
1
D
Q
18m

87m
9
m5

543 F D
4 - Coleta de vestígios e
exames complementares - Levantamento de Local de
após a realização das etapas
anteriores, os Peritos
Crime
procedem à coleta dos
vestígios ou evidências
materiais encontrados na
cena do crime, com o objetivo
de reunir todas as evidências
associativas, identificadoras e
reconstrutoras, para estudá-
las e processá-las
cientificamente podendo,
assim, ser utilizadas como
elementos de prova.
Vestígios

Os vestígios encontrados nos locais variam de acordo com


a natureza da ocorrência, podendo assinalar-se os de
maior freqüência nos locais de um modo geral.

• Fluídos Biológicos (manchas de sangue, sêmen e outras) –


importantes pelo seu conteúdo intrínseco (que poderá permitir a
identificação de uma pessoa) e pela forma que assumem (que poderá
permitir a reconstrução de movimentações de autores e vítimas).

Principais exames laboratoriais: constatação de sangue


genérico, de sangue humano, tipagem sangüínea e DNA.
manchas de sangue Vestígios
1) visíveis
manchas de sangue
1) ocultas – reveladas com luminol
Vestígios

• Fibras e pêlos – os pêlos e as fibras permitem a


identificação de uma pessoa ou de um material,
assim como podem informar sobre as
movimentações de atores, da presença de
violência praticada durante o cometimento de
determinado fato delituoso.
Vestígios

• Marcas

• Manchas de tinta – podem ser observadas em vestes, corpos de


vítimas atropeladas, na estrutura de veículos, etc.

• Rupturas de vidro – causadas por impacto de objetos contundentes ou


pérfuro-contundentes.

• Fragmentos de vidros – não apenas os fragmentos de vidros


propriamente, mas também a forma de fragmentação são de
importância para a determinação, por exemplo, da seqüência de
disparos realizados em suportes de vidro. A projeção dos fragmentos,
em alguns casos, permitirá reconstituir a movimentação de atores numa
cena de crime.
Vestígios
marcas de calçado e/ou de
pé humano Vestígios
Práticas
Contra a Pessoa

Ação por instrumento contundente (instrumentos que agem


por pressão ou choque sobre um plano ) - blocos de concreto,
coronha de armas, segmentos de madeira, barras metálicas,
martelo, machado (usado do lado oposto do gume), mãos e pés,
solo, veículo, etc.

Ação por instrumento cortante (aqueles que agem sobre uma


linha, deslizando e cortando pelo ação de seu gume) - facas, lâminas
de barbear, pedaços de vidro, navalhas, bisturis, etc.

Ação por instrumento pérfuro-cortante (agem inicialmente


sobre um ponto e depois sobre uma linha. Como sua própria
denominação trás, num momento inicial agem perfurando, e em
seguida cortando) - faca de ponta, “peixeira”, punhal, canivete,
espada.
Práticas
Contra a Pessoa

Ação por instrumento corto-contundente (aqueles que agem


simultaneamente sobre uma linha e um plano. Possuem massa considerável
e uma lâmina dotada de gume, causando corte e contusão) - facão,
machado, foice, enxada, etc.

Ação por instrumento perfuro-contundente (agem


simultaneamente sobre um ponto e um plano, ou seja, perfuram e contundem
simultaneamente) – projétil de arma de fogo, vergalhões de ferro, ponta de
um guarda-chuva, chave-de-fenda.

Ação por asfixia


enforcamento - constrição do pescoço, quando o laço é acionado pelo
próprio peso da vítima
esganadura - constrição do pescoço, quando são utilizadas as mãos
estrangulamento - constrição do pescoço, quando o laço é acionado
não pelo próprio peso da vítima, mas por força diversa, usando-se
corda, ou material semelhante ou antebraço
Práticas
Contra a Pessoa

Ação por de descarga elétrica


Eletroplessão: ação da eletricidade industrial ou
doméstica sobre o corpo humano (inclusive com êxito letal).

Ação por meio líquido (asfixia mecânica onde a massa gasosa é


substituída por massa líquida no momento da inspiração)
O que diz o Protocolo Brasileiro
- Considerações Técnicas -
Exames de Objetos com vistas a descrever a
natureza, eficiência e principalmente
compatibilidade com as lesões verificadas, além
de permitir a coleta de evidências que possibilite
identificar o instrumento específico
O que diz o Protocolo Brasileiro
- Considerações Técnicas -
Histórico Relatado – Fornece informações
sobre o local do fato – Quantos cômodos, cor,
disposição de objetos ou instrumentos
utilizados entre outros, bem como a análise das
lesões apresentadas podem orientar na busca
de manchas de fluídos biológicos como
sangue, urina, etc.

Essa entrevista é fundamental e quanto antes


melhor .
O que diz o Protocolo Brasileiro
- Considerações Técnicas -

 Exame de Local realizado por equipe dotada


de meios para busca, identificação,
acondicionamento e preservação de
evidências tais como fluidos corpóreos.

 A cena do crime de tortura pode ser um local


comum, com outras utilizações ou afazeres,
não guardando, muitas vezes, vestígios
visíveis a serem explorados.
O que diz o Protocolo Brasileiro
- Considerações Técnicas -

 Exames diversos visando comprovar relação


entre a pessoa e o local – pegadas, marcas
de objetos e/ou ferramentas, etc.
O que diz o Protocolo Brasileiro
- Considerações Técnicas -

As vestes são superfícies suportes de diversos


vestígios – solo, pêlos, fibras têxteis, além de
demonstrar danos como deformações e rupturas.
Suspensão

Fibras de cordas no
corpo, exame do local,
principalmente em
sistemas de fixação,
analise de instrumentos
(cordas, correntes, etc),
manchas e outros
Asfixias

Exame de local,
principalmente em lixeiras,
busca de pelos, e fluidos
corpóreos nos plásticos,
pegadas e outros.
“submarino ou tina”

Exame de local, busca de


manchas latentes, coleta
de material que as
originou, busca de pelos,
pegadas e outros.
Eletrochoque

Exame de Local,
principalmente na busca
de fibras têxteis, manchas
de fluidos corpóreos, em
sistemas de fixação,
exame das instalações
elétricas, exame de
instrumentos.
Perícia em Locais de Detenção

Fuga de presos
Dano
Homicídio
Tentativa de Homicídio

Monitoramento Locais de Detenção


Exames de Locais de Detenção (parte externa)
Monitoramento
Perícia em
Locais de Detenção
 Visitas a Locais de Detenção – CONSTATAÇÃO DAS CONDIÇÕES

 Denúncias suspeição
(investigativa)

 Prática de rotina

Resultado = relatórios (descrição, caracterização, diagnóstico) = ações

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