INTRODUO

Na indstria de petrleo e petroqumica, em diversas fases do seu processo, o produto que est sendo processado precisa ser aquecido antes de entrar em um sistema de reao ou de separao. Para prover este aquecimento so utilizados os fornos, que utilizam o calor gerado pela queima de gs ou leo combustvel. Forno o equipamento no qual, por meio de calor, se produzem transformaes fsicas e qumicas num determinado material.

Os fornos so de grande importncia na maioria das unidades de refinao de petrleo e petroqumica, j que significam 20% do investimento total e cerca de 80% do consumo de energia das unidades.

INTRODUO

Um forno , basicamente, um trocador de calor que usa os gases quentes da combusto para elevar a temperatura de um fluido circulando atravs de uma serpentina instalada dentro do forno. Alguns fornos simplesmente entregam o fluido em uma temperatura predeterminada para o prximo estgio do processo de reao. Outros promovem reaes no fluido enquanto ele flui pelos tubos da serpentina. Os fornos so usados em todos os processos que envolvem hidrocarbonetos e indstrias qumicas como refinarias, plantas de gs, petroqumicas e refinarias de leo combustvel. A maioria das unidades de operao requerem um ou mais fornos como pr-aquecedores do fluido de processo, fornos de craqueamento, vaporizador do fluido de processo, forno de leo cru ou forno reformador. Os combustveis para os fornos incluem desde produtos finais da refinaria como o gs combustvel at o leo pesado tido como resduo.

INTRODUO

Existe uma necessidade, cada vez mais acentuada de se conhecer melhor os fornos, tendo em vista os crescentes custos do petrleo, o qual consumido pelos fornos sob a forma de derivados de combustveis. importante ressaltar que a segurana fundamental para a proteo dos fornos, e o seu operador deve ser um elemento altamente treinado, pois no podemos esquecer que um grande nmero de ocorrncias em fornos se deve a falha humana.

INTRODUO

PARTES CONSTITUINTES DE UM FORNO

Estrutura: Composta de todos os componentes necessrios para a sustentao das serpentinas e refratrios, alm da parte estrutural propriamente dita ou arcabouo do forno. A carcaa metlica so normalmente formadas de chapas de ao carbono.

Caixa ou Cmara de combusto: o ambiente onde se processam as reaes qumicas e fsicas;

Refratrios: A caixa onde h a combusto, ou simplesmente fornalha, dever ser adequada a altas temperaturas que ocorrem dentro do forno. Assim sendo, as paredes da fornalha devero ter alta resistncia ao calor, sendo normalmente construdas de materiais isolantes, contidos pela estrutura metlica do forno. Esses materiais so os tijolos refratrios. Exemplo: Cermica.

PARTES CONSTITUINTES DE UM FORNO

Irradiar o calor no absorvido pelos tubos de volta para dentro da cmara, evitando perdas de calor para o exterior; Isolar a cmara de combusto de chaparia e estrutura metlica; Evitar que os gases de combusto que, normalmente, contem SO3 atinjam a chaparia metlica, onde poderiam condensar sob a forma de H2SO4, se a temperatura da chapa estiver abaixo do ponto de orvalho dos gases. Serpentinas: So tubos por onde passa o fluido de processo. O fluido a ser aquecido; Queimadores ou Maaricos: Fornecem o calor desenvolvido na cmara de combusto. Podero ser alimentados por leo ou gs combustvel; So instalados normalmente na base ou nas paredes laterais da cmara de combusto. A quantidade de calor fornecido pelos maaricos e a vazo do produto internamente nos tubos, so rigidamente controlados atravs de instrumentos tendo em vistas as condies operacionais de presso e temperatura.

PARTES CONSTITUINTES DE UM FORNO

Chamin: A chamin o equipamento que tem a funo de facilitar a remoo dos gases de combusto dispersando-os na atmosfera. A chamin est normalmente conectada a cmara de combusto atravs do prprio corpo do forno ou por meio de dutos areos ou enterrados. As chamins podem ser classificadas, segundo o material, em trs tipos: tijolos, concreto e ao. A escolha do material, tamanho e localizao das chamins variam muito; depende tanto da unidade em que vo operar como das premissas estabelecidas em funo do custo do projeto. A eficincia de um forno depende grandemente do escoamento dos gases de combusto para a atmosfera, bem como do suprimento de ar para combusto. Ao fluxo de gases de combusto do forno a chamin, d-se o nome de tiragem.

PARTES CONSTITUINTES DE UM FORNO

Equipamentos auxiliares: So considerados equipamentos auxiliares os praquecedores de ar, ventoinhas ou ventiladores, sopradores de fuligem, abafadores (dampers), instrumentos de controle de temperatura, etc.

EQUIPAMENTOS AUXILIARES

Sopradores de fuligem (ramonadores): Os gases de combusto do leo combustvel, ao passarem pela regio de conveco, que geralmente formada por tubos de superfcie estendida, geralmente pinos, tendem a deixar depsitos que, com o acmulo, prejudicam notavelmente a transferncia do calor. Os principais constituintes destes depsitos so: enxofre, vandio, sdio, e cinzas, sendo as cinzas, os principais responsveis pela alta taxa de decomposio. O mtodo mais usual de se remover em operao estes depsitos, o de se empregar jatos de vapor dgua sobre a superfcie dos tubos.

EQUIPAMENTOS AUXILIARES

Skim Points: So medidores de temperatura fixados nas paredes dos tubos, em determinados pontos do forno para atravs de instrumentos possibilitar a leitura, acompanhamento e controle da temperatura e a realizao da operao a que se destina o equipamento. P.A.F. (Sistema de pr-aquecimento de ar de combusto dos fornos): Para aumentar a eficincia na queima de combustvel, este sistema utiliza os gases de combusto em alta temperatura para aquecer o ar de combusto antes de o mesmo entrar no forno utilizando um permutador. Com o pr-aquecimento obtm-se a mesma temperatura de operao com menor quantidade de combustvel do que se estivesse utilizando um sistema de alimentao com ar frio (convencional).

PARTES CONSTITUINTES DE UM FORNO

As fornalhas so constitudas das sees de conveco e radiao: Seo de radiao a parte da fornalha onde se efetua a queima e na qual as superfcies dos tubos esto expostas ao calor das chamas. Nesta seo a maior parte do calor cedido aos tubos e a carga so por radiao.

Seo de conveco situa-se em regio afastada dos maaricos no recebendo o calor de radiao das chamas. Os gases de combusto que passam da seo de radiao para a de conveco, possuem temperatura elevada, sendo, portanto capazes de ceder calor aos tubos desta seo, por conveco ou conduo.
Para facilitar a transmisso de calor, os tubos da seo de conveco s vezes possuem grande quantidade de pinos ou aletas soldados as superfcie externas para aumentar superfcie de troca de calor.

PARTES CONSTITUINTES DE UM FORNO

TIPOS DE FORNOS
Quanto posio dos tubos de serpentina de aquecimento:

Vertical

Horizontal

Vertical: So fornos em que os tubos da serpentina de aquecimento tanto na seo de conveco quando na zona de radiao esto dispostos verticalmente.

Horizontal: As serpentinas esto distribudas horizontalmente nas duas sees.

TIPOS DE FORNOS

Misto

Misto: So aqueles em que os tubos da serpentinas da seo de conveco so horizontais e os da seo de radiao so verticais.

TIPOS DE FORNOS
Quanto ao escoamento dos gases de combusto:

Fornos de tiragem natural: Aqui os gases de combusto escoam sem auxlio de equipamento adicional (ventilador). Fornos de tiragem mecnica: Os gases de combusto escoam com auxlio de ventiladores. A tiragem mecnica pode ser: induzida, forada ou mista.

COMBUSTO

Combusto: a reao qumica entre um combustvel e o oxignio (geralmente contido no ar atmosfrico), com intenso desprendimento de energia. Requisitos para uma combusto:

Combustvel (agente redutor); Comburente (agente oxidante); Fonte de ignio

COMBUSTO

importante lembrar, que a queima do hidrognio gera vapor dgua e a combusto do carbono d origem ao dixido de carbono - uma mistura de dixido (CO2) e monxido de carbono (CO). Que o nitrognio presente em maior quantidade no ar atmosfrico s gera produtos de combusto quando ocorre eventuais formaes de seus NOx, em razo das condies especiais de queima (temperatura muito alta de queima, excesso de ar, etc.).

COMBUSTO

Combusto completa: Ocorrer quando for feita a ruptura da cadeia carbnica e a oxidao total de todos os tomos de carbono da cadeia carbnica. Os produtos formados por hidrocarbonetos sero o CO2 (dixido de carbono) e H2O (gua). Observe a combusto completa do isoctano, que um dos componentes da gasolina:
C8H18(g) + 25/2 O2 (g) 8 CO2(g) + 9 H2O(l)

Combusto incompleta: Nesse caso, no h quantidade de comburente, ou seja, de oxignio suficiente para queimar todo o combustvel. Assim, os produtos formados so CO (monxido de carbono) e H2O. Observe a mesma combusto do isoctano, no entanto, agora de modo incompleto: C8H18(g) + 17/2 O2 (g) 8 CO (g) + 9 H2O(l)

COMBUSTO
Composio do ar atmosfrico:

COMBUSTO
Reaes de Combusto Principais elementos Combustveis: Reao de combusto: Carbono: C + O2 CO2 C + O2 CO Hidrognio: 2H2 + O2 H2 Enxofre: S + O2 SO2

Todas estas reaes so exotrmicas, liberando grande quantidade de calor.

COMBUSTVEIS

Combustvel o material cuja queima utilizada para produzir calor, energia ou luz. Os combustveis so classificados segundo o estado em que se apresentam (slido lquido ou gasoso). Alm dos produtos naturais existem os artificiais.

COMBUSTVEIS LQUIDOS

A principal e mais tradicional fonte de combustveis lquidos o petrleo. O petrleo constitudo essencialmente, de uma mistura de hidrocarbonetos onde os elementos preponderantes so o carbono (85 - 90%) e hidrognio (10 - l4%), com pequenas quantidades de enxofre (0,2 - 7%), nitrognio (0,1 - 2%) e oxignio (0 - 1,5%). Compostos organometlicos podem estar presentes em pequenas propores (da ordem de ppm), constituindo-se principalmente de ferro, nquel e vandio, e so considerados impurezas indesejveis, com efeitos nem sempre desprezveis, tanto nos processos de refino quanto nos processos de combusto.

COMBUSTVEIS LQUIDOS

No Brasil o termo "leo combustvel" empregado apenas na designao de fraes residuais, derivados do processo de refino de petrleo, no incluindo portanto os subprodutos denominados genericamente destilados (querosene, leo diesel, etc).

PROPRIEDADES DOS COMBUSTVEIS LQUIDOS

So vrias as propriedades definidas para os combustveis lquidos, determinadas por diversos mtodos e ensaios padronizados, sendo importantes na sua caracterizao e definies quanto s aplicaes mais apropriadas. As propriedades descritas a seguir so consideradas as mais relevantes nos aspectos relativos ao manuseio e processos de nebulizao, combusto e emisso de poluentes:

DENSIDADE

Densidade definida como a massa contida em uma unidade de volume. Embora o termo densidade relativa seja o mais correto, ainda comum utilizar para petrleo e seus derivados a densidade expressa em API (American Petroleum lnstitute) definido como:

Para os hidrocarbonetos lquidos o valor da densidade geralmente tanto maior quanto maior a relao carbono/hidrognio, apresentando comportamento semelhante em relao ao poder calorfico.

DENSIDADE

Petrleo leve: Possui API maior que 30, constitudo basicamente por alcanos, e uma porcentagem de 15 a 25% de cicloalcanos. Petrleo mdio: Grau API de 22 a 30. Alm de alcanos, contm de 25 a 30% de hidrocarbonetos aromticos.

Petrleo pesado: Possui API menor que 22 e composto s de hidrocarbonetos aromticos.

VISCOSIDADE

Viscosidade uma medida da resistncia ao escoamento de um fluido, assumindo portanto relevncia no manuseio dos combustveis lquidos (armazenamento, bombeamento) afetando tambm significativamente o processo de nebulizao, como veremos mais adiante. Para leos combustveis utiliza-se geralmente as escalas SSU e SSF, sendo a segunda mais empregada para leos de viscosidades mais elevadas.

RESDUO DE CARBONO

uma medida da quantidade de material slido remanescente quando o lquido aquecido, resultado da pirlise das fraes de maior peso molecular. Indica tendncia de formao de resduos slidos quando os leos so submetidos a elevadas temperaturas.

Resduo de carbono tanto mais alto quanto maior a viscosidade do leo.

ASFALTENOS

So grandes estruturas de hidrocarbonetos aromticos condensados com ramificaes de cadeias parafnicas na periferia, contendo tambm tomos de enxofre, nitrognio e vandio. Indicam tendncias formao de material particulado. 18

Est associado formao de NOx, uma vez que os asfaltemos contm parcela considervel do nitrognio "combustvel".

CINZAS

Cinzas so resduos da combusto, compostas por xidos que se apresentam normalmente no estado slido temperatura ambiente. A cinza no combustvel pode ter diversas origens:

a) Impurezas, como elementos metlicos e semi-metais, presentes na estrutura molecular do combustvel; b) Fragmentos de argila, areia, sais, pirita, etc. agregados ao combustvel slido ou misturados no combustvel lquido; c) Fragmentos do solo misturados com o combustvel na minerao e/ou manuseio.

GUA E SEDIMENTOS
Inconvenientes: Dificuldade de ignio; Abaixamento das temperaturas ao longo da chama; Reduo da eficincia de transferncia de calor.

PONTO DE FULGOR (FLASH POINT)

Ponto de fulgor ou flash point a menor temperatura na qual lquidos inflamveis comeam a desprender gases e vapores em quantidades suficientes para formar com o ar uma mistura capaz de entrar em combusto ao contato com uma fonte de calor, porm, uma vez removida a fonte de calor, as chamas no se mantm devido a insuficincia de gases e vapores desprendidos.

O ponto de fulgor um dado de segurana para o armazenamento, transporte e manuseio de um combustvel. uma medida do risco de incndio. As condies permitidas de armazenamento e uso de so diferentes para produtos de ponto de fulgor abaixo de 23C, entre 23C e 66C e acima de 66C.
Combustveis com ponto de fulgor abaixo de 23C so considerados, para fins de transportes e armazenagem, como PERIGOSO ALTAMENTE INFLAMAVEL. Os leos combustveis que normalmente apresentam ponto de fulgor acima 66 C so considerados seguros.

PONTO DE IGNIO (FIREPOINT)

Ponto de ignio ou firepoint a temperatura mnima em que um combustvel desprende gases e vapores inflamveis que entram em combusto em contato com uma fonte de calor e uma vez removida a fonte as chamas se mantm. Abaixo desta temperatura a combusto da mistura ar gs s ocorrer continuamente mediante o fornecimento ininterrupto de calor externo. A temperatura de ignio inversamente proporcional ao aumento da presso, pois h um maior contato entre os componentes da mistura, resultando numa temperatura menor de ignio.

Considerando as definies dadas, compreende-se que um combustvel liquido no pode ser armazenado a temperatura igual ou superior a de fulgor, nem tampouco aquecido em recipiente aberto, a essas temperaturas

PONTO DE FLUIDEZ (POUR POINT)

Ponto de fluidez a mais baixa temperatura na qual o lquido ainda escoa nas condies normais. Este ponto uma medida importante para a determinao das caractersticas de armazenagem e de transporte do combustvel. No h uma relao direta entre o ponto de fluidez e a viscosidade do leo combustvel.

PODER CALORFICO

a quantidade de energia desprendida durante a combusto na queima completa de uma unidade de matria do combustvel. O Calor de combusto tambm comumente chamado de Poder Calorfico.

Tipos de Poder Calorfico

Poder Calorfico Inferior (PCI): definido como a quantidade de calor desprendida na combusto de uma unidade de matria de combustvel quando a gua contida nos gases de combusto est toda na forma de vapor.

PODER CALORFICO

Poder Calorfico Superior (PCS): a quantidade de calor desprendida na combusto quando a gua nos gases de combusto est toda na forma lquida. Estes poderes calorficos se relacionam atravs da seguinte equao:

PCI = PCS 5280 x H

H Frao em peso de Hidrognio total do combustvel

QUEIMADORES

So equipamentos responsveis pela liberao de calor necessrio para as diversas serpentinas de um forno, atravs da combusto de um ou mais combustveis.

Esquema de um Queimador Gs

QUEIMADORES
Outras funes dos queimadores:

Promover a mistura do combustvel com o ar, Dar condies para a contnua queima da mistura combustvel-ar e, No caso de combustveis lquidos, atomizar e vaporizar o combustvel.

QUEIMADORES
Tipos de Queimadores: Quanto ao tipo de combustvel, os queimadores classificam-se em:

Queimadores para combustveis gasosos Queimadores para combustveis lquidos Queimadores para queima mista (leo e/ou gs) Os queimadores de leo combustvel ou mistos requerem, normalmente, maiores cuidados tanto do ponto de vista de operao quanto de manuteno. Para a queima de combustveis lquidos, especialmente de leos combustveis, necessria a atomizao (nebulizao) dos mesmos, isto , a quebra em gotas de pequena dimenso.

QUEIMADORES

Esquema de um Queimador Gs e leo

NEBULIZAO DO COMBUSTVEL

O propsito principal do processo de nebulizao do combustvel a diviso do lquido em gotas de menor tamanho possvel, gerando um fino "spray". Este fenmeno ocorrem durante fraes de segundo, logo aps o lquido deixar o bocal, e estima-se que 1 ml de lquido pode dividir-se em cerca de 10.000.000 de gotas. Para isso utilizam-se diferentes princpios e dispositivos desenvolvidos e aplicados aos diferentes tipos de combustveis (querosene, diesel, leo combustvel, etc.) e equipamentos (caldeiras, fornos, estufas, etc.) onde so empregados.

NEBULIZAO DO COMBUSTVEL

Nebulizao por presso de lquido: obtida mediante a injeo do lquido sob presses relativamente elevadas, 20 a 60 kgf/cm2, atravs de bocais de pequenas dimenses, e, portanto a altas velocidades.

Nebulizao com fluido auxiliar ou pneumtico:

feita com presses relativamente mais baixas, com auxlio de um fluido gasoso (ar ou vapor) que transfere quantidade de movimento ao lquido que est sendo nebulizado.

PARTES CONSTITUINTES DO QUEIMADOR

Bloco Refratrio: um conjunto de tijolos isolantes, de forma circular, no interior do qual a chama do maarico se projeta para a cmara de combusto. Serve para formar o corpo da chama, impedindo ou reduzindo a incidncia nos tubos. Na parte inferior do mesmo, situam-se as entradas de ar secundrio, (virolas) que so usadas para o ajuste de queima e controle do comprimento da chama. Maarico: a parte do queimador onde se efetua a atomizao do leo, ou mistura gs-ar, e conseqente queima do combustvel. Eles so projetados para misturar o combustvel e o oxignio do ar de forma a manter a queima estvel e continua. O controle de excesso de ar importante na operao do maarico. No se pode ter a certeza de que h combusto completa sem que haja um pequeno excesso de ar. Este excesso porm, no deve ser demasiado por razes de economia de energia.

PARTES CONSTITUINTES DO QUEIMADOR

A limpeza peridica dos maaricos indispensvel para que no ocorra uma diminuio do dimetro do orifcio e seja necessrio elevar a presso do gs para manter a mesma liberao de calor Piloto: Funcionam a gs ou leo de baixa viscosidade (leo diesel), tm baixa capacidade e presso (1 a 5 psi) e servem para facilitar e melhorar a operao de acender os maaricos que trabalham com leo de alta viscosidade. Atomizador: Presente nos queimadores de leo combustvel. O atomizador uma pea cbica, possuidora de 4 orifcios, um em cada face lateral, chamada cmara de atomizao, rosqueada a tubulao de leo e na face superior possui uma abertura que permite a sada do leo atomizado.

OPERAO DOS QUEIMADORES

Velocidade da mistura: a velocidade de escoamento da mistura ar/gs dentro dos tubos. Velocidade da frente de chama: a velocidade na qual os gases reagentes entram na superfcie da onda de combusto. o tempo que leva para o combustvel comear a queimar O conhecimento de parmetros de velocidade de chama til no sentido de se garantir a estabilidade de combusto em queimadores. Queimador com chama estvel: Vm = Velocidade da Mistura Ar/Gs Vfc = Velocidade da Frente de Chama Chama Estvel Vm = Vfc

OPERAO DOS QUEIMADORES

Queimador com retrocesso de chama Vm = Velocidade da Mistura Ar/Gs Vfc = Velocidade da Frente de Chama Retrocesso Vm << Vfc

Queimador com deslocamento da chama Vm = Velocidade da Mistura Ar/Gs Vfc = Velocidade da Frente de Chama Descolamento Vm > Vfc

APARNCIA DA CHAMA

Uma boa chama de gs deve ser de azul a incolor, sem pores amareladas. O amarelo indica carbono no queimado e combusto incompleta. Uma boa chama de leo deve ser brilhante e limpa, de cor na faixa de amarelo laranja. leos mais leves queimam com uma chama mais brilhante e mais amarelada. Uma atomizao inadequada usualmente resulta em gotas de leo sendo lanadas contra os tubos e seus suportes. Estas gotas em altas temperaturas, e contendo substncias corrosivas (V, Na e S) acarretam a rpida deteriorao dos tubos e suportes. Em nenhuma circunstncia as chamas devem incidir nos tubos.

APARNCIA DA CHAMA

As chamas de leo no devem apresentar traos negros em seus corpos. Isto indicaria que o topo das mesmas estaria fumaando, e a fuligem estaria sendo depositada nas partes superiores do forno. O leo combustvel, ao ser atomizado, apresenta imediatamente acima do bico queimador, uma aparncia de uma neblina negra. Qualquer tendncia do leo atomizado deixar o bico com a presena de listras negras, ao invs de uma aparncia de neblina, indica atomizao inadequada.

CONCEITOS

Converso: Significa o grau de desaparecimento dos hidrocarbonetos que so introduzidos ao forno. Uma converso mxima ou total apenas exerccio terico, pois significaria dizer que toda a carga desapareceu e os produtos da pirlise no apresentam nem uma s molcula presente da carga. Tempo de residncia: definido como o tempo que uma unidade de carga demora a passar pela zona de radiao onde se processam as reaes de pirlise. Carga trmica: A quantidade de energia liberada pela queima de combustvel por unidade de tempo a chamada carga trmica do forno.

CONCEITOS

Eficincia: Apenas uma parte da carga trmica aproveitada pelo processo. A eficincia do forno a frao do calor liberado pelo gs que foi efetivamente transferida ao fluido em processamento. As perdas por radiao para o meio ambiente e o calor que se incorpora aos gases da chamin so responsveis pela diferena entre a carga trmica do forno e o que aproveitado pelo processo. A medida da eficincia dada pela relao: = qabsorvido qcedido x 100%

Onde: qabsorvido = fp x (h2 h1) qcedido = comb x PCI

CONCEITOS

A eficincia de um forno sofre alterao em funo da quantidade de excesso de ar usado na combusto. Para maximizar a eficincia recomenda-se oper-lo com um mnimo de excesso de ar. Por outro lado, a operao com baixo excesso de ar dificulta o controle da combusto, podendo ocorrer, se o ajuste for mal feito, falta de ar, o que levaria a combusto incompleta, detectvel por chamas fumacentas e de forma instvel. Em geral, o excesso de ar adequado normalmente: de 10% a 15% para a queima de gs combustvel, e de 20% a 30% para a queima de leo combustvel.

CONCEITOS

Ar primrio: o ar pr-misturado com o gs antes da queima e tem a funo de promover a aerao do combustvel (quantidade de ar primrio responsvel pelos eventos de deslocamento e retrocesso da chama). Ar secundrio: o que envolve a chama, geralmente fornecendo a quantidade que falta para a combusto completa, desde que a quantidade de ar primrio seja suficiente para permitir este complemento. A mistura prvia permite maior eficincia na combusto. O gs combustvel pode queimar ento com baixo excesso de ar e maior eficincia. A queima estequiomtrica ou sem excesso de ar impraticavel sendo almejado apenas minimizar o excesso. Primeiramente deve-se admitir todo o ar necessrio via entradas primrias, e s aps utilizado este recurso, decidir por aberturas de ar secundrio.

TIRAGEM

Tiragem o processo pelo qual se garante a admisso de ar na fornalha e circulao dos gases de combusto atravs de todo o sistema at a sada para a atmosfera.
A tiragem feita por diferena de densidade entre os gases. Essa diferena de densidade faz com que os gases de combusto subam e succionem para dentro o ar para a combusto, mantendo todo forno com presses levemente negativas. Uma presso negativa muito alta provocaria entrada de ar em excesso na cmara de combusto, resultando na diminuio da eficincia do forno. Uma presso positiva possibilitaria o vazamento de gases de combusto quentes pelas paredes do forno, o que resultaria na elevao da temperatura da estrutura do forno, podendo acarretar danos na mesma.

TIRAGEM

O ajuste da tiragem do forno feito pelo abafador (damper), instalado na sada da chamin. uma pea basculante que abre e fecha a passagem, como uma vlvula. usualmente posicionado para ajustar a presso negativa dos gases de combusto na sada da seo de radiao.

TIRAGEM

A tiragem deve vencer a resistncia oposta, por vezes considervel. O valor da perda de carga atravs do sistema que determina o processo a ser usado. Tipos de tiragem: Tiragem natural: Quando a prpria chamin consegue vencer as perdas de carga e garantir o fluxo, este processo denominado tiragem natural. O suprimento de ar e a remoo dos gases feito unicamente por aspirao da chamin. Tiragem forada: Quando a chamin no suficiente, instalam-se sopradores de ar (ventiladores).