O Jogo e A Aprendizagem

URI UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSES PRREITORIA DE PESQUISA, EXTENSO E PSGRADUAO DEPARTAMENTO DE CINCIAS HUMANAS
S CAMPUS DE FREDERICO WESTPHALEN PS-GRADUAO EM PSICOPEDAGOGIA
JOGOS APLICADOS PSICOPEDAGOGIA O JOGO E A APRENDIZAGEM
LUCIMARA DA SILVA HENSEN
Frederico Westphalen, setembro de 2011
LUCIMARA DA SILVA HENSEN
JOGOS APLICADOS PSICOPEDAGOGIA
O JOGO E A APRENDIZAGEM
Frederico Westphalen, setembro de 2011
1. INTRODUO
Os jogos e as brincadeiras proporcionam momentos de alegria e descontrao, aprendizagem. O jogo uma atividade natural e espontnea que agrada crianas e adultos. A criana que brinca desenvolve suas capacidades intelectuais e o sistema motor, atravs do jogo expe suas emoes, alm de aprender enquanto brinca, em outras palavras: brincando que se aprende. No tratamento psicopedaggico, o jogo um recurso utilizado para auxiliar na aprendizagem, mas de forma prazerosa. Cada jogo pensado e selecionado de acordo com as dificuldades de cada criana/jovem, levando em conta os objetivos que se pretende alcanar, sem deixar de lado a diverso, para que a criana/ jovem aprenda com prazer. alm disso, so excelentes ferramentas para auxiliar na
2. O JOGO E A APRENDIZAGEM
Muitos autores utilizam a palavra jogo para se referir ao brincar, a atividade ldica infantil. Os jogo e brincadeiras como recurso didtico, so aplicados com o objetivo de introduzir as crianas no mundo da aprendizagem, exercendo um papel fundamental no desenvolvimento infantil, estimulando a inteligncia e desenvolvendo a criatividade e a imaginao, sendo uma necessidade para a criana, to importante quanto o trabalho para o adulto. Atravs do jogo acontece a criatividade, a imitao. Os jogos ensinam a socializar-se, a respeitar regras e limites. Nas brincadeiras elas imitam os adultos e expem seus sentimentos, tanto de alegria quanto de tristeza. Gastam suas energias aprendendo e se desenvolvendo. Os jogos e brincadeiras permitem que a criana desenvolva suas capacidades de uma forma divertida e sem imposies, elas tm que seguir regras, mas ao mesmo tempo vo descobrindo outros caminhos e traando estratgias criadas por elas mesmas, tornando-se sujeito das brincadeiras. Os jogos ajudam a criana a entender que devem respeitar o espao do outro e esperar a sua vez, entendem que as regras devem ser seguidas. A ludicidade deve estar presente em todos os momentos e, atravs de brincadeiras e atividades ldicas, possvel desenvolver o social, o psicolgico, o afetivo e o motor. Brincando tambm se aprende. O jogo ensina qualquer coisa que complete o indivduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreenso do mundo. (CAMPAGNE, apud KISHIMOTO, 2003, p.19). O papel do professor interagir intencionalmente com os alunos, fazendo a brincadeira acontecer de forma educativa, desafiando a criana de modo que ela desenvolva suas capacidades. A infncia se caracteriza pelo brincar, e atravs da brincadeira que a criana constri sua aprendizagem sobre o mundo em que vive e da cultura que est inserida. O jogo ajuda a criana a construir suas novas descobertas, desenvolvendo e enriquecendo sua personalidade, sendo tambm um instrumento pedaggico que leva o professor a conduzir, estimular e avaliar a criana no processo de aprendizagem. O jogo estimula a criana, fazendo com que ela desenvolva seu raciocnio, criando outros jogos e brincadeiras.
Os jogos muitas vezes apresentam situaes em que a criana tem de enfrentar limites, fazendo com que ela conhea as regras, respeite-as e respeite o espao do grupo, desenvolvendo sua autonomia junto com o grupo. tambm jogando que a criana se revela inteiramente em toda sua espontaneidade, jogando ela expressa seus sentimentos, suas satisfaes, angustias, alegrias, portanto seu objetivo maior desinibir a criana, fazendo com que seja criativa em todas as suas aes.
O jogo simblico ou faz de conta, particularmente, ferramenta para a criao da fantasia, necessria a leituras no convencionais do mundo. Abre caminho para a autonomia, a criatividade, a explorao de significados e sentidos. Atua tambm sobre a capacidade da criana de imaginar e de representar, articulada com outras formas de expresso. So jogos, ainda, instrumentos para aprendizagem de regras sociais. (OLIVEIRA, 2002, p.159).
O jogo em sala de aula proporciona um espao para a descoberta, a inveno, a criatividade e auto-expresso e a autonomia. brincando tambm que a criana descobre suas potencialidades e possibilidades, fazendo com que desenvolva suas habilidades intelectuais. Quando pensamos em atividade ldica no meio educacional, no podemos pensar no jogo pelo jogo, mas no jogo como instrumento de trabalho em sala de aula, fazendo com que o mesmo seja um meio para atingir objetivos preestabelecidos, tornando a criana capaz de construir uma idia prpria sobre as coisas.
No sentido real, verdadeiro, funcional da educao ldica estar garantido se o educador estiver preparado para realiz-lo. Nada ser feito se ele no tiver um profundo conhecimento sobre os fundamentos essenciais da educao ldica, condies suficientes para socializar o conhecimento e predisposio para levar isso adiante. (ALMEIDA 2003, p.63)
Isso significa que, quando se pretende levar os educandos real aprendizagem, no se joga por jogar ou se brinca por brincar. preciso ter claramente planejado o objetivo que se pretende alcanar e qual pretende que a
criana/jovem alcance naquele determinado momento, da mesma forma que este deve ser coerente com a brincadeira escolhida.
Para que a brincadeira funcione realmente como facilitadora e possibilitadora da aprendizagem, o educador precisa ter em mente que ao utilizar o jogo, tenha definidos objetivos a alcanar e saiba escolher o jogo adequado ao momento educativo. (LOPES, 1999, p. 36).
Os autores Piaget e Vygotsky, estudiosos nessa rea, nos dizem que no o jogo em si que desenvolve as capacidades das crianas, mas a trajetria mental que fazem ao jogar, as experincias em vencer e perder, a construo que fazem a partir de um simples jogo. No processo teraputico o papel do psicopedagogo decisivo, pois ele quem cria os espaos, disponibiliza materiais, participa do jogo e faz a mediao entre o paciente e o jogo, bem como, a construo do conhecimento. Se a criana ou jovem encaminhada ao psicopedagogo porque tem alguma lacuna aberta, algo que ainda no est sanado. Por isso importante que o profissional conhea o histrico dessa criana ou jovem para que possa criar e utilizar recursos de acordo com sua necessidade, mas de forma prazerosa. A interveno pedaggica deve acontecer de forma natural, formando um vnculo entre profissional e paciente. A construo do conhecimento o resultado de um processo social. O brincar uma relao entre o concreto e o imaginrio, a criana que brinca capaz se relaciona com mais facilidade e interage com os outros e com o meio de forma natural. Assim, imprescindvel que o educador/psicopedagogo goste de brincar e jogar, pois ele o mediador entre o jogo e a criana.
REFERNCIAS
ALMEIDA, Paulo Nunes. Educao Ldica: tcnicas e jogos pedaggicos. 11. ed. So Paulo: Loyola, 2003.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida.Jogos infantis: o jogo, a criana e a educao.4. ed. Petrpolis/RJ: Vozes, 1993. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e educao. 4. ed. So Paulo: Cortez, 2003. KISHIMOTO, Tizuko Morchida, O jogo e a educao infantil. So Paulo: Pioneira, 2003.
OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educao Infantil:fundamento e mtodos, So Paulo: Cortez, 2002.

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