Clayton Barcelos Za Be Ud Is Serta Cao
Clayton Barcelos Za Be Ud Is Serta Cao
Clayton Barcelos Za Be Ud Is Serta Cao
São Paulo
1999
CLAYTON BARCELOS ZABEU
Área de Concentração:
Engenharia Mecânica
Orientador:
Francisco Emílio Baccaro Nigro
São Paulo
1999
À minha família, fonte de permanente
incentivo e amparo.
AGRADECIMENTOS
Ao IPT, por ter a mim propiciado trabalhar com pessoas que deixaram de
LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE SÍMBOLOS
RESUMO
"ABSTRACT"
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................1
2 OBJETIVO ...........................................................................................................................4
APÊNDICE A
APÊNDICE B
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.4 - Coeficientes para cálculo de entalpia e calor específico de combustíveis gasosos. ....... 69
Tabela 6.6 - Valores de pressão média indicada calculados como média de 32 ciclos. ................... 112
Tabela 6.7 - Pressões médias indicadas calculadss com um ciclo médio de 32 ciclos. ..................... 113
Tabela 7.3 - Temperaturas das paredes da câmara em regime de potência máxima. .................... 121
Tabela 7.5 - Temperaturas das paredes reduzidas para efeito de análise de sensibilidade............ 151
Tabela 7.7 - Consumos calculados a partir dos valores da Tabela 7.6. ........................................... 156
Tabela 7.10 - Consumos calculados a partir dos valores da Tabela 7.9. ......................................... 176
LISTA DE FIGURAS
Figura 6.3 - "Short term drift" causado por tensões térmicas no diafragma do transdutor. ............ 96
Figura 6.6 - Sistema de alta taxa de aquisição de dados integrado ao motor. ................................. 100
Figura 6.10 - Curvas de pressão do 5o cilindro queimando (25 ciclos). ........................................... 106
Figura 6.11 - Curvas de pressão do 5o cilindro arrastado (25 ciclos). ............................................. 107
Figura 6.13 - Curva média de pressão do 5o cilindro queimando (25 ciclos)................................... 108
Figura 6.14 - Curva média de pressão do 5o cilindro arrastado (25 ciclos). .................................... 109
Figura 6.15 - Curva de pressão gerada pelo Indiskop (média de 32 ciclos) a 1300 rpm. ................ 114
Figura 6.16 - Curva de pressão gerada pelo Indiskop (média de 32 ciclos) a 2200 rpm. ................ 114
Figura 6.17 - Curva de pressão gerada pelo Indiskop (média de 32 ciclos) a 2800 rpm. ................ 115
Figura 7.4 - Fração de massa queimada próximo ao final da combustão. ....................................... 123
Figura 7.5 - Valores de h calculados pelo simulador e pelo programa de análise. .......................... 124
Figura 7.6 - Temperaturas das zonas calculadas pelo simulador e pelo programa de análise. ...... 125
Figura 7.11 - Taxa de liberação de calor e taxa de variação de pressão. ........................................ 130
Figura 7.15 - Variações na liberação total de calor devidas às defasagens. .................................... 133
Figura 7.17 - Comparação entre as temperaturas para as curvas de pressão defasadas. ............... 134
Figura 7.18 - Efeito das defasagens da curva de pressão na evolução da frente de chama. ........... 135
Figura 7.19 - Curvas de fração de massa queimada para variação na pressão de referência. ....... 136
Figura 7.20 - Evolução da frente de chama para cada pressão de referência................................. 137
Figura 7.21 - Variações do calor total liberado em função da pressão de referência. .................... 138
Figura 7.22 - Taxas de liberação de calor em função da pressão de referência. ............................. 139
Figura 7.24 - Influência da dissociação química na fração de massa queimada. ............................ 141
Figura 7.25 - Temperaturas calculadas não se considerando a dissociação química. ..................... 142
Figura 7.26 - Curvas de liberação de calor não se considerando a dissociação química. ............... 143
Figura 7.27 - Taxa de liberação de calor considerando-se ou não a dissociação. ............................ 143
Figura 7.28 - Efeito das frestas na fração de massa queimada. ....................................................... 144
Figura 7.33 - Taxa de liberação de calor calculada com efeitos de frestas. .................................... 147
Figura 7.34 - Efeito dos vazamentos na fração de massa queimada. ............................................... 149
Figura 7.35 - Detalhe da Figura 7.34 na parte inicial da combustão. ............................................. 149
Figura 7.36 - Detalhe da Figura 7.34 na parte final da combustão. ................................................ 150
Figura 7.39 - Impacto da redução de temperaturas das paredes na fração de massa queimada. .. 152
Figura 7.40 - Aumento na troca de calor devido à redução das temperaturas das paredes. .......... 153
Figura 7.41 - Temperaturas dos VC calculadas com redução das temperaturas de paredes. ........ 153
Figura 7.42 - Efeito da redução de temperaturas das paredes da câmara na liberação de calor... 154
Figura 7.43 - Efeito da redução de temperaturas das paredes na taxa de liberação de calor. ....... 154
Figura 7.46 - Evoluções das frações mássicas (caso A). ................................................................... 158
Figura 7.48 - Evolução do volume queimado e do raio da frente de chama (caso A). ..................... 159
Figura 7.49 - Correção de pressão estimada devida ao drift do transdutor. ................................... 159
Figura 7.50 - Efeito da correção do drift na fração de massa queimada. ........................................ 160
Figura 7.52 - Taxa de liberação de calor calculada a cada 0,2 (caso A). ....................................... 161
Figura 7.53 - Derivada da pressão calculada com diferenças finitas centradas (0,2). .................. 162
Figura 7.54 - Derivadas de pressão calculadas a cada 0,2 e 1,0. .................................................. 163
Figura 7.55 - Liberações de calor calculadas com passo de integração de 0,2 e 1,0. ................... 163
Figura 7.56 - Taxas de liberação de calor calculadas para os dois passos de integração................ 164
Figura 7.58 - Temperaturas calculadas com passos de integração iguais a 0,2 e 1,0. .................. 165
Figura 7.59 - Efeito da defasagem de 0,5 na curva de pressão na liberação de calor. .................. 166
Figura 7.60 - Comparação entre as evoluções da frente de chama. ................................................ 166
Figura 7.61 - Comparação entre efeitos da média móvel e passo de integração. ............................ 167
Figura 7.64 - Região inicial das curvas de liberação de calor calculadas. ...................................... 169
Figura 7.65 - Região final das curvas de liberação de calor calculadas. ......................................... 169
Figura 7.66 - Taxas de liberação de calor para diferentes passos de integração e média móvel. ... 170
Figura 7.67 - Evoluções da frente de chama para diferentes passos de integração e média móvel.
................................................................................................................................................. 171
Figura 7.68 - Frações de massa queimada referentes às condições da Tabela 7.6. ......................... 172
Figura 7.73 - Curvas de pressão e suas derivadas para combustíveis I e II. ................................... 176
Figura 7.74 - Comparação entre as frações mássicas para os combustíveis I e II. .......................... 177
Figura 7.75 - Evolução das frentes de chama e volumes queimados para os combustíveis I e II. ... 178
Figura 7.76 - Taxas de liberação de calor calculada para os combustíveis I e II. ........................... 179
Figura 7.77 - Curvas de liberação de calor para os combustíveis I e II. ......................................... 179
Figura 7.78 - Curvas de temperaturas dos VC para os combustíveis I e II. .................................... 180
LISTA DE SÍMBOLOS
A área
B diâmetro
c, C calor específico
Cd coeficiente de descarga
Cm velocidade média do pistão
D diâmetro
e energia interna específica
E energia interna
F/A razão combustível - ar
g aceleração da gravidade
h altura, entalpia específica ou coeficiente de película
K constante de equilíbrio
Kbb constante de vazamento (blow-by)
L comprimento ou dimensão característica
m, M massa
n, N número de moles
p, P pressão
Q calor (trocado ou liberado)
rc razão de compressão
R constante de gás perfeito ou raio de circunferência
T temperatura
u energia interna específica
U energia interna, número de moléculas triatômicas
v volume específico
V velocidade
V volume
w velocidade característica
w relação N-C do combustível
W trabalho
x, X fração mássica
y relação H-C do combustível
y fração volumétrica
Y número de moléculas biatômicas
z cota
z relação O-C do combustível
Símbolos gregos
Subscritos
Sobrescritos
Números adimensionais
Nu número de Nusselt
Pr número de Prandtl
Re número de Reynolds
RESUMO
uma das principais fontes de informações a respeito deste processo. Além disto, este
dividida em três zonas, a saber: a de gases não queimados, composta pela mistura fresca
admitida pelo motor e uma fração de gases residuais; a de gases queimados resultantes
como interface entre as zonas queimada e não queimada. São também considerados os
combustion models used in thermodynamic cycle simulators, and the in-cylinder pressure
history is the basic source of information about this process. Besides, this understanding
such as heat release and mass fraction burned as a function of crank angle. The
combustion chamber is divided into three zones, comprising burned gases, mixture of
fresh charge and residual gases, and gases in crevices. A spherical and adiabatic flame
front that interacts with the chamber walls is assumed to separate the burned and
The model built from the assumptions above was implemented as a numerical
code and applied to a specific engine, using both cylinder gas pressure data from a cycle
1 INTRODUÇÃO
entanto, para que essa simulação possa ser realizada com razoável fidelidade à realidade,
o modelo matemático que descreve tal fenômeno deve ser o mais completo possível, fato
que nem sempre é fácil de se conseguir, pois muitos fenômenos são demasiadamente
complexos para serem representados por meio de algumas equações. Há então que se
combustão.
para o cárter (blow-by), a troca de calor com as paredes da câmara e os efeitos de frestas
(crevices) são fenômenos que trazem como resultado de suas interações a evolução da
identificação detalhada da forma com que energia devida à combustão é liberada a partir
uma ferramenta que permite que os fenômenos comentados acima tenham seus efeitos
identificados separadamente.
taxa de queima do combustível sejam validados, bem como fornecem dados para
exemplo típico desse fato é o cálculo estrutural de pistões: para que as tensões térmicas e
todo o pistão. A medição direta dessas temperaturas do pistão é algo difícil, caro e
requer, na maioria das vezes, a instrumentação de um pistão para cada situação a ser
pistão fornecidos pela análise de liberação de calor são utilizadas como as principais
calor, ainda se mostra um tanto quanto simplificado. Mesmo sistemas que fazem uma
análise mais completa dos fenômenos, e que têm um custo elevado, apresentam diversas
simplificações de modelo que poderiam ser mais elaboradas. Entretanto, por força do
2 OBJETIVO
Este trabalho tem como principal meta a elaboração, à luz da Primeira Lei da
modelo é feita por meio da comparação dos resultados oriundos de sua aplicação a um
existente.
aplicado para o mesmo motor, sendo os resultados avaliados quanto aos aspectos de
motor de ignição por centelha será aqui representado por um modelo de duas zonas
queimados, separadas por uma frente de chama admitida esférica e limitada pelas paredes
da câmara. Além disso, considera-se o volume das frestas como uma terceira zona que
armazena gases não queimados enquanto a pressão na câmara sobe e os libera quando a
ponto interno à cada zona sejam iguais ao longo de toda a região. Partindo dessas
de calor trocada com as paredes da câmara, cabeçote e pistão e as temperaturas das duas
regiões.
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A busca por melhoria de eficiência nos motores de combustão interna é feita nas
mais variadas direções: redução de massa de componentes móveis por meio da utilização
que, além de almejarem melhoria no desempenho dos motores, buscam atender às cada
multicombustível, etc.
Mas um dos setores que ainda propicia um largo campo de estudo e evolução é o
Vários pesquisadores têm-se dedicado ao estudo desse fenômeno ao longo das últimas
complexo que envolve reações químicas, escoamentos de difícil previsão, fuga de massa
pelos anéis e frestas, variação de volume, troca de calor, além de outros fatores. E todos
esses fenômenos são transitórios, isto é, não são constantes ao longo do tempo. Todos
esses fatores não permitem que a modelagem matemática dos processos envolvidos com
combustão em motores.
Desde que foi possível se medir a pressão no interior dos cilindros de motores de
7
combustão dentro dos motores. Uma das primeiras tentativas de obter mais informações
forma de obter a taxa de massa queimada a partir da curva de pressão e assim estabelecer
uma indicação sobre a evolução da combustão. Esse trabalho foi posteriormente revisado
duas conclusões:
mb Pb
X Eq. 3-1
mt Pt
1
Pe Eq. 3-2
V
ignição por centelha de forma que a mudança de pressão que ocorre durante uma
n
V
Pp P . Eq. 3-3
V
PC P Pp Eq. 3-4
Mas para posição , o volume da câmara é diferente. Para que se possa aplicar
2, pode-se escrever:
V
PC ( P Pp ) Eq. 3-5
V
quando o pistão se encontra no PMS, pois sendo este o mínimo volume durante todo o
numérico do método se torna mais fácil. Assim, cada aumento de pressão devido à
queimada até a posição , expressa como uma fração da massa total final queimada X ,
é dada por:
P C
centelha
X FC
P
Eq. 3-6
C
centelha
da combustão, respectivamente.
vantagens estão a fácil implementação e a curva de pressão como único dado de entrada.
Embora não considere formalmente a troca de calor com as paredes e a fuga de massa,
calores específicos ), o que traz de certo modo alguns resultados com relativa
inexatidão. Outro problema a ser resolvido quando se usa esse método diz respeito à
determinação do final da combustão. Uma das formas de obter esse instante seria quando
devido à combustão passou por um valor nulo. Esse método de determinação do final da
combustão apresenta, por sua vez, alguns problemas associados ao ruído inerente à
aquisição do valor da pressão, que por vezes pode oscilar e assim levar a valores de PC
adotado como aproximação inicial, esse método se mostra como uma maneira de estimar
que suas inúmeras equações possam ser resolvidas. Tudo isso acaba por dificultar e
apresentaram seu modelo para cálculo da liberação de calor admitindo que, a qualquer
instante durante a combustão, o volume da câmara pode ser dividido em uma zona de
separadas por uma frente de chama de espessura infinitesimal. Supõem também que cada
V Vb Vu Eq. 3-7
virabrequim.
total é assumida constante uma vez que efeitos de blow-by e fuga pelas válvulas são
negligenciados, resultando:
M Mb M u Eq. 3-8
M
M Eq. 3-9
b u
M b Rb Tb M u Ru Tu
p Eq. 3-10
Vb Vu
3-11 são valores conhecidos. Aplicando a Primeira Lei da Termodinâmica para os dois
n
M u uu pVu Q ui hu M u Eq. 3-12
i 1
n
M b ub pVb Q bi hb M b Eq. 3-13
i 1
* Mu : variação da energia interna do volume de controle;
n
* Q : calor trocado com as superfícies metálicas i=1 até n, positivo quando
i 1
i
entra no volume de controle (assume-se que não há troca de calor pela frente de
chama);
Neste ponto cabe salientar um dos motivos dos bons resultados desse método:
para que se possam utilizar a Eq. 3-12 e a Eq. 3-13, é necessário que se tenham as
propriedades termodinâmicas dos gases avaliadas com grande exatidão. Isso foi obtido
por KRIEGER através do uso de dados das tabela JANAF para o cálculo da energia
calcular essas propriedades. Para calcular a troca de calor com as superfícies, KRIEGER
onde Ai é a área de cada uma das superfícies com temperatura Twi através das quais há
troca de calor com as paredes da câmara; resta saber as temperaturas Twi de cada
superfície de troca e quais são os valores das áreas Ai . As temperaturas foram estimadas
área de troca a que está exposta a região queimada ou não queimada é algo de difícil
realização. Para resolver esse problema, alguma forma de frente de chama deve ser
e escapamento. Admitiram também que a fração da área da cabeça do pistão exposta aos
Vb
gases queimados é igual à fração de volume de gases queimados, ou seja, e que a
V
14
superfície do cilindro não é tocada pela frente de chama, significando que a área do
A partir da Eq. 3-7 até a Eq. 3-15, foi possível aos pesquisadores resolver o
evolução da frente de chama mais realista do que as hipóteses simplificadoras que foram
câmara de combustão.
linear da razão entre os calores específicos (T). Embora seja um modelo de uma só
frestas da câmara são considerados, o que acarreta uma melhoria significativa dos
trabalho realizado pelo volume de controle sobre o meio e a somatória significa o fluxo
15
após o fechamento das válvulas são basicamente restritos a três tipos: (i) fuga de massa
pelas válvulas de admissão e escapamento; (ii) escoamento de gases para frestas entre o
pistão, cilindro e anéis (crevices) e daí, uma fração desses gases, para o cárter (blow-by)
gás perfeito para os gases contidos no interior do volume de controle, resultando em:
pV
T Eq. 3-21
mc R
temperatura média calculada pela equação de gás perfeito é próxima da média das
proximidade entre os valores das temperaturas se explica pela semelhança dos pesos
(sem injeção na câmara), o único fluxo de massa atravessando a fronteira é aquele que se
dirige a frestas na câmara, frestas estas que podem ser o volume entre o pistão, anéis e
massa se torna:
Substituindo-se a Eq. 3-20, Eq. 3-21 e Eq. 3-22 na equação Eq. 3-18, vem:
onde
quando dmcr >0 ou calculada nas condições das frestas quando dmcr <0.
1 T 1 1
Qch = p dV + V dp Qht + R T ln dmc Eq. 3-24
-1 -1 1 B 1
Para utilização da equação Eq. 3-24 , dois pontos devem ser ressaltados:
2) os termos que são marcados com um apóstrofo na equação Eq. 3-24 devem
por WOSCHNI[7]. Esse trabalho, que se tornou uma importante ferramenta na análise da
admitindo que a troca de calor entre os gases e as superfícies do cilindro a que estão
película para o período de troca de gases; posteriormente, realizou testes com o motor
Vdisp p f pm
wcomb exaust 2,28 cm 3,24 10 3 Tivc [ K ] para o período da
Vivc pivc
volume total deslocado pelo pistão. Os coeficientes C (ou C1) são ajustados de forma a
Ressalte-se que o último termo do segundo membro da equação Eq. 3-28 refere-
O modelo de GATOWSKI utiliza a Eq. 3-25, a Eq. 3-26, a Eq. 3-27 e a Eq. 3-
28 para a troca de calor e adota a massa contida no volume das frestas como regida pela
pVcr
mcr , que diferenciada resulta: Eq. 3-29
RTw
Vcr
dmcr dp Eq. 3-30
RTw
onde o volume das frestas e suas temperaturas são admitidos constantes. Caso se queira
do interior do cilindro para o cárter (à pressão atmosférica), através das regiões acima,
posição do pistão em cada lado do ponto morto; comparação dinâmica com a marca de
determinação da pressão de início de ciclo deve ser estimada dentro de uma faixa de
5%.
21
Outra observação importante foi que a determinação dos valores de C (ou C1) e o
não permite que sejam feitos cálculos de emissões pois trabalha com uma temperatura
não consiga predizer valores de temperatura na câmara próximos aos reais certamente
queimada durante a combustão podem ser estimadas com exatidão por modelos de uma
zona desde que a “razão média de calores específicos ” para o conteúdo do cilindro
resultados originados pelos modelos de zona única pelos resultados gerados por modelos
observaram que a análise por meio desse modelo é mais sensível a erros em dados
experimentais de entrada (massa inicial e pressão de início de ciclo, por exemplo) do que
curva de liberação de calor para motores de ignição por compressão (diesel) trabalhando
com combustíveis alternativos como ésteres de óleos vegetais. Para tanto, adotaram um
modelo de uma zona, com seu conteúdo composto por gás ideal com calor específico
análise comparativa.
dN dN p
n Eq. 3-31
dt dt
químicas do combustível, dos gases queimados e dos não queimados. Isso encerra o fato
POULOS e HEYWOOD.
Esse programa de simulação se inicia com uma rotina para cálculo de grandezas
campo médio de velocidades, valor este que é calculado por meio de um modelo de
os gases não queimados são comprimidos pela frente de chama à uma taxa
turbulenta nos grandes vórtices. Assim, desprezada a dissipação nos grandes vórtices, os
25
e intensidade de turbulência.
velocidade com que a “entrada” da mistura não queimada na chama ocorre é a soma de
nas periferias dos vórtices e a queima no interior destes se processasse com velocidade
laminar.
sendo
V
L Eq. 3-33
B2
4
B
cilindro, com a restrição de que L ; a velocidade a ser empregada no cálculo de
2
resultando em:
26
2
Vp
V U u
2 2
Eq. 3-34
2
com as condições de cada uma das zonas. Ressalte-se que o comprimento e velocidade
característicos no cálculo do número de Reynolds são iguais para as duas zonas e iguais,
e na Eq. 3-34.
motores (para temperaturas abaixo de 1000 K, onde a dissociação química pode ser
desprezada) desenvolvidas por HIRES et al.[17], que por sua vez foram baseadas em
NOx. Tal simulador também emprega um modelo de duas zonas (gases queimados e não-
modelamento para troca de calor empregado por HIRES é também baseado na relação
HEYWOOD utilizam relações desenvolvidas por MARTIN et al.[18] para reações entre
27
espécies químicas quando há dissociação pode ser obtida pela resolução de um sistema
para cada reação entre os produtos da combustão. Entretanto, tais cálculos demandam
garantir convergência.
relações trazem resultados bastante razoáveis uma vez que foram ajustadas a uma forma
C O2 N 2
2Y CO2 2Y CO 1 Y U O2 2U O N 2
Eq. 3-35
1
2 2Y CO2 2 1 Y CO Y U O2 2U O N 2
Eq. 3-36
1
onde:
: razão de equivalência;
diatômicas;
monoatômicas.
1
CO2 CO O2 Eq. 3-37
2
O2 2O Eq. 3-38
PCO2
K1 (T ) Eq. 3-39
PCO PO22
1
1
PO22
K 2 (T ) Eq. 3-40
PO
partir da Eq. 3-37 e da Eq. 3-38 na Eq. 3-39 e na Eq. 3-40 e conhecendo-se os valores
moléculas da forma Ccx H hy . O autor admite que todas as reações de dissociação que
ocorrem na combustão desse tipo de combustível possam ser colocadas sob a forma:
2 M 3 3M 2 Eq. 3-41
M 2 2M 1 Eq. 3-42
29
cada tipo de molécula (tri, di ou monoatômica) contribua para o aumento da entalpia dos
~
R
produtos com para cada grau de liberdade rotacional ou translacional. Contribuições
2
devidas à vibração molecular devem ser tratadas através de mecânica quântica, mas seu
~
valor máximo é R . E esses acréscimos são computados sobre a entalpia de formação
dos produtos da combustão. Com essas hipóteses, o autor chega a uma formulação para
avaliação das derivadas parciais da entalpia e massa específica dos gases queimados em
4 MODELO FÍSICO-MATEMÁTICO
cárter (blow-by).
queimados, outra dos gases não queimados e uma terceira região das frestas, todas
contendo gases perfeitos. Supõe-se que a frente de chama tenha o formato de uma casca
dos gases em cada uma das zonas e gradiente de pressão nulo em qualquer ponto da
Para que se faça então uma análise da evolução da combustão a partir da pressão
medida, é necessário que, para cada posição angular do virabrequim, sejam determinados
os estados de cada um dos VC, pois assim pode-se inferir a taxa de queima, evolução de
frente de chama, calor liberado pela combustão, atraso de ignição, etc. Tal
dos gases (massa molecular média) adicionalmente à pressão em cada região, uma vez
A determinação da composição dos gases em cada uma das zonas, como será
visto adiante, é feita por meio de balanço de espécies químicas envolvidas na reação de
fundamentais (estado, continuidade e Primeira Lei) para que se chegue às expressões que
permitam calcular a temperatura em cada uma das zonas em cada instante. E, como se
integração numérica dessas expressões seja feita de forma mais simples e rápida.
que se estime sua temperatura inicial. É então feita a hipótese de que a combustão do
controle com gases não queimados (VCu), compostos por mistura ar - combustível não
queimada e gases residuais e um outro volume de controle com gases queimados (VC b).
partir do qual podem ocorrer vazamentos para o cárter. Reiterando, admite-se também
33
não haver gradientes de pressão no interior de toda a câmara, bem como supõe-se
gases da zona não queimada, com o subscrito “b” aquelas relacionadas aos gases da zona
queimada e com o subscrito “c” aquelas relacionadas aos gases da zona das frestas. Uma
representação esquemática dessa divisão pode ser vista na Figura 4.2. Outra convenção
virabrequim, já que para uma condição de velocidade angular constante essas derivadas
(sem considerar as frestas), para conservação de massa nas duas zonas deve-se ter:
M ch M u M b Eq. 4-1
respectivamente.
M ch M u M b Eq. 4-2
pode ser escrito como a soma dos volumes de controle ocupados pelas duas zonas:
V Vu Vb Eq. 4-3
obtém-se:
p Vu M u Ru Tu Eq. 4-5
~ bar cm 3
será utilizado R 83,145 .
gmol K
logo acima do primeiro anel, região entre os anéis e o pistão (fundo dos canaletes),
cabeçote.
O modelo para frestas a ser empregado neste trabalho parte da hipótese de que
todas as frestas podem ter seus efeitos considerados em conjunto, como se seus volumes
qualquer instante, a pressão reinante na câmara de combustão seja igual àquela presente
nas frestas, não havendo, portanto, restrição no fluxo de gases entre as frestas e a câmara
de combustão. Esta última hipótese traz como conseqüência o fato de que enquanto a
que a pressão começa a cair, o fluxo se reverte, passando a ocorrer das frestas para a câmara.
Cabe aqui salientar que, neste trabalho, a título de simplificação, será considerado
somente o fluxo de mistura não queimada entre as frestas e a câmara. Essa hipótese é
razoável na medida em que, por ser tratar de regiões relativamente frias e de espessura
reduzida, o efeito de apagamento (quenching) faz com que a frente de chama não
consiga se propagar para dentro das frestas. Além disso, a região onde se encontram os
maiores volumes das frestas está bastante afastada da vela de ignição, de modo que a
frente de chama normalmente não deve atingir essa região até que ocorra o pico de
36
combustão no cabeçote do tipo cunha, em que a vela de ignição fica em uma das
das frestas submetida aos gases queimados. Esse aspecto deveria ser considerado se o
Vale realçar que, sendo o efeito das frestas secundário na análise de liberação de
p Vc
Mc Eq. 4-7
Rc Tc
onde:
~
R
Rc : constante para os gases contidos nas frestas (mistura não queimada);
Mol c
Para obter a variação de massa contida nas frestas, basta derivar a Eq. 4-7 em
37
p Vc
M Eq. 4-8
c
Rc Tc
um motor é complexo pois envolve escoamentos blocados em alguns pontos (gaps entre
pontas dos anéis), escoamentos através de passagens e folgas entre anéis e pistão e
de massa que vaza para o cárter durante um ciclo completo. Esse modelo se resume no
escoamento crítico de gás perfeito desde as frestas até o cárter através de um orifício
escrita como:
dM
CD A V Eq. 4-9
dt
onde:
dM
: vazão mássica do fluido;
dt
C D : coeficiente de descarga;
A : área do orifício;
38
escoamento adotado ao longo de todo esse período. Admitindo então que todo o
vazamento ocorra sob o regime de escoamento crítico, pode-se reformular a Eq. 4-9
através das relações de escoamento blocado para gás perfeito (VAN WYLEN[19]) e
então escrever o fluxo de massa que escoa das frestas para o cárter como sendo:
( 1) / 2 ( 1)
dM C D A p 1 / 2 2
Eq. 4-10
dt Rc Tc 1
1
d
M bb K bb p Eq. 4-11
dt
1
d
onde o subscrito bb denota blow-by e o termo foi introduzido para referir o
dt
revisão bibliográfica . Entretanto, o modelo proposto por WOSCHNI foi idealizado para
fornecer um coeficiente de troca de calor por convecção médio em toda a câmara. Neste
coeficiente médio podem ser utilizadas em cada um dos dois VC, sendo que as
0 ,8
hB w B
Nu 0,035 Re 0,8 0,035 Eq. 4-12
k
onde:
: massa específica;
w : velocidade característica (dada pela Eq. 3-26, Eq. 3-27 e Eq. 3-28);
: viscosidade dinâmica,
0 ,8
w B ku
hu 0,035 u Eq. 4-13
u B
40
0 ,8
w B kb
hb 0,035 b Eq. 4-14
b B
delimitam pode ser escrita como mostram a Eq. 3-14 e Eq. 3-15, com os coeficientes
de película dados agora pela Eq. 4-13 e pela Eq. 4-14. As temperaturas de cada uma
das superfícies são adotadas como valores médios constantes ao longo de todo o ciclo e
cilindro e cabeçote), bem como seus volumes, para diversas posições do pistão e
diversos raios de frente de chama. Esse mapa é gerado a partir da interação de uma casca
conseqüentemente, para cada posição do pistão a partir do ponto morto superior, ter-se-
onde Ahead, Acw e Apiston designam as áreas de contato entre o VCu (subscrito out) e VCb
Esse mapa é específico para cada geometria de câmara e um código numérico foi
escrito para gerá-lo, no caso de a câmara estar contida no pistão. Os mapas das áreas e
volumes indicados na Figura 4.3 foram gerados para o motor que foi utilizado na parte
utilizado para que, dado um determinado "volume queimado" em uma posição do pistão,
seja possível interpolar o raio da frente de chama que, em contato com as paredes da
troca de calor em cada superfície como uma função de Tu e Tb (Eq. 3-14 e Eq. 3-15).
Observe-se que a massa específica e viscosidade dinâmica dos gases também são funções
Como será admitida uma terceira “pseudo-zona” das frestas com composição,
cárter, a soma das massas nos volumes de controle dos gases não queimados e
queimados não será constante ao longo de todo o período analisado. Para que haja
conservação global de massa, a variação da soma das massas nos dois VC deve ser igual
M ch M u M b m
in crev Eq. 4-15
in crev representa o fluxo de massa que entra nas frestas provindo da câmara.
onde m
42
Já a variação da massa contida nas frestas pode ser expressa pela soma algébrica
m
M in crev m
out crev Eq. 4-16
c
O fluxo de massa que sai das frestas para o cárter é aquele caracterizado pela Eq.
4-11 que, associada à Eq. 4-8, permite rescrever a Eq. 4-16, resultando no fluxo de
1
p Vc d
m in crev K bb p Eq. 4-17
Ru Tc dt
controle das frestas e, conseqüentemente, quando m in crev 0 massa está saindo das
dQ dme v e2 dE dms v s2 dW
(he ze g) (hs z s g) Eq. 4-18
dt dt 2 dt dt 2 dt
onde:
dQ
: fluxo de calor que atravessa a superfície de controle (positivo quando entra no VC);
dt
dme dms
, : fluxos de massa de entrada e saída que atravessam a superfície de controle;
dt dt
dE
: variação da energia interna do conteúdo do volume de controle (ao se
dt
controle);
dW
: potência de eixo e/ou associada ao deslocamento da superfície de controle
dt
v2
: energia cinética específica dos fluxos de massa que cruzam o VC;
2
é necessário se considerar o calor liberado pela combustão uma vez que esse valor já se
Ao se aplicar a Eq. 4-18 aos volumes de controle de cada uma das zonas, serão
serem muito pequenas frente à parcela devida à entalpia. A região das frestas, por ter
da Primeira Lei para determinação de seu estado. Também podem-se referir todas as
derivadas à posição angular do virabrequim no lugar do tempo, uma vez que, como já
Particularizando a Eq. 4-18 para o volume de controle dos gases não queimados, tem-se:
Q u m
e he E u m
s hs Wu Eq. 4-19
possibilidade de fluxo de gases não queimados entre a câmara e as frestas, ou seja, gases
44
queimados não chegam a entrar nas frestas. Assim sendo, existem quatro situações a
gases não queimados da câmara para as frestas (situação 1) ou das frestas para a câmara
(situação 2). Uma vez iniciada a queima, o fluxo de massa dos gases não queimados
pode ocorrer do VCu para o VCb e para as frestas (situação 3) ou das frestas para o VCb
(situação 4). Nesta última situação, supõe-se que os gases não queimados que venham a
integrar o VCb. Isto posto, a Eq. 4-19 pode ser rescrita sob quatro formas:
in crev 0 ), com
massa saindo do VCu e entrando nas frestas ( m m e he 0 .
Portanto, tem-se:
Q u E u m
in crev hu Wu Eq. 4-20
in crev 0 ), com
massa saindo das frestas e entrando no VCu ( m m s hs 0 .
Portanto, tem-se: Q u m
in crev hc E u Wu , ou,
Q u E u m
in crev hc Wu Eq. 4-21
Note-se que a única diferença entre a Eq. 4-20 e a Eq. 4-21 se refere à
Eq. 4-20, a entalpia hu do fluxo que vai para as frestas deve ser avaliada nas
temperatura reinante na câmara. Já na Eq. 4-21, a entalpia hc do fluxo que vai das
frestas para a câmara deve ser avaliada nas condições dos gases não queimados nas
45
frestas, ou seja, com a temperatura Tc . Assim sendo, essas duas equações podem ser
Q u E u m
in crev h* Wu Eq. 4-22
in crev 0 e h * hc quando m
com h * hu quando m in crev 0 .
in crev 0 ) e no VCb , m
massa saindo do VCu entrando nas frestas ( m e he 0 .
Portanto, tem-se:
Q u E u m ub hu Wu
in crev hu m Eq. 4-23
ub significa o fluxo de massa que passa do VCu para o VCb. Como
onde o termo m
nessa situação não se tem nenhum outro fluxo entrando no VCb a não ser a massa que
b m
M ub Eq. 4-24
Q u E u (m ) h W
in crev M b u u Eq. 4-25
M u m
in crev M b
Eq. 4-26
Portanto, tem-se:
Q u E u m
ub hu Wu Eq. 4-28
VCb. Como nesta situação a variação de massa do VCu é unicamente devida ao fluxo
m
M ub Eq. 4-29
u
Q u E u M
h W
u u u Eq. 4-30
matematicamente pela mesma equação (Eq. 4-27 ou Eq. 4-30) enquanto as situações
dE d dM du
E M u ( M u) u M Eq. 4-31
dt dt dt dt
du u dT u dp
Eq. 4-32
dt T dt p dt
alternativamente, em relação à posição angular do virabrequim uma vez que sua rotação
47
u u
E M u M T p Eq. 4-33
T p
Supõe-se agora que os gases não queimados não apresentem dissociação (em
função da temperatura não tão elevada) e portanto possam ser considerados com
u u
composição e massa molar média fixas. Isto implica 0 pois não havendo
p
dissociação, não haverá variação da composição dos gases não queimados ao longo do
ciclo devido à pressão. Essa conclusão aplicada à Eq. 4-33, resulta em:
u uu M u ( uu Tu )
E u M Eq. 4-34
Tu
u
M u uu M u u Tu Q u m in crev h * p Vu Eq. 4-35
Tu
onde o termo relativo ao trabalho foi substituído por p Vu visto que não existe trabalho
utilização da Eq. 4-22 estava restrita à fase sem queima, o único fluxo que entra ou sai
m
do VCu é aquele que vai para as frestas. Assim, M in crev , que pode ser utilizada
u
u
M u uu M u u Tu Q u M u h * p Vu Eq. 4-36
Tu
Q u M u (h * uu ) p Vu
Tu Eq. 4-37
u
Mu u
Tu
p
h u pv u Eq. 4-38
p
u h pv h Eq. 4-39
p p
h
u h
T p cte T T p cte T
Eq. 4-40
p cte p cte
h 1 p p
T p cte T p cte
2 T
p cte
p p
h
u h
p T cte p p T cte p
Eq. 4-41
T cte T cte
h 1 p
2
p T cte p T cte
p
p R T Eq. 4-42
R T
49
p
Eq. 4-43
T p cte R T 2
p
0 , vem:
T p cte
u h
R Eq. 4-44
T T
Q u M u M p p Vu
(h * hu ) u
Mu Mu M u u Mu
Tu Eq. 4-45
hu
Ru
Tu
p Vu
Como M u u Vu u Vu u Vu e Ru Tu , a Eq. 4-45 se simplifica
Mu
para:
Q u M u
( h * hu ) Ru Tu u
M Mu u
Tu u Eq. 4-46
hu
Ru
Tu
p R T
Eq. 4-47
p R T
e isolando o termo relativo à massa específica para substituí-lo na Eq. 4-46, tem-se:
50
Q u M u p T
( h * hu ) Ru Tu ( u )
M Mu p Tu
Tu u Eq. 4-48
hu
Ru
Tu
uma vez que se considera R u 0 devido à hipótese de não haver dissociação nos gases
Q u m in crev p
( h * hu )
M Mu u
Tu u Eq. 4-49
hu
Tu
m
já que, como equacionado anteriormente, M in crev para essas situações. A Eq.
u
4-49 é então a expressão que permite avaliar a derivada da temperatura dos gases não
Note-se que nesse regime descrito nas situações 1 e 2 mencionadas supra, o único fluxo
de massa que entra ou sai do VCu é aquele que vem ou vai para as frestas m in crev (Eq. 4-
17).
Assim sendo, esse fluxo só poderá contribuir na avaliação de Tu quando seu
sentido for das frestas para a câmara, pois nesse caso h * hc hu . Caso contrário,
Tomando agora as situações 3 e 4 (com queima) expressas pela Eq. 4-27 (ou Eq.
u
M u uu M u u Tu Q u M u hu p Vu Eq. 4-50
Tu
Q M u (hu uu ) p Vu
Tu u Eq. 4-51
u
Mu u
Tu
Q u p
M u
Tu u Eq. 4-52
hu
Tu
Cabe aqui ressaltar que a diferença entre a Eq. 4-49 e a Eq. 4-52 pode ser
explicada pelo seguinte: os fluxos de entalpia associados aos fluxos de massa que
queimados quando esses fluxos entram no volume de controle com uma entalpia
específica diferente da que existe no seu interior. Quando esses fluxos saem do VCu, não
3 e 4, por hipótese, não entra massa no VCu pois os fluxos de massa que saem das frestas
queimados, obtém-se:
Q b m
e he E b m
s hs Wb Eq. 4-53
região dos gases queimados: o fluxo de massa que entra no VCb é composto pela massa
52
que deixa de integrar o VCu para ser queimada e, adicionalmente, pelo fluxo de massa
que venha a deixar as frestas (situação 5) ou, queimada toda a massa que se encontrava
no interior do VCu, o único fluxo que entra no VCb é o proveniente das frestas (situação
6). Note-se que não se admite saída de massa do VCb em qualquer uma das situações.
situação 5:
massa saindo do VCu e das frestas ( m in crev 0 ), entrando no VCb, com m s hs 0 .
Portanto, tem-se:
Q b m in crev hc E b Wb
ub hu m Eq. 4-54
situação 6:
in crev 0 ), com
massa saindo das frestas e entrando no VCu ( m m s hs 0 .
Portanto, tem-se:
Q b m
in crev hc E b Wb Eq. 4-55
equacionada em detalhes a seguir. Tomando-se a Eq. 4-54 em conjunto com a Eq. 4-31
e as reorganizando, vem:
onde novamente o termo relativo ao trabalho foi substituído por p Vb por não haver
Como nessa situação o aumento de massa do VCb é devido aos fluxos de massa
53
m in crev M b m
ub m ub M b m
in crev Eq. 4-57
relacionados, vem:
M b ub Q b M b (hu ub ) m
in crev (hc hu ) p Vb Eq. 4-58
A Eq. 4-39, que relaciona a energia interna e entalpia, aplicada na Eq. 4-58,
juntamente com as relações de gás perfeito (Eq. 4-42 e Eq. 4-47), e sabendo que
M b b Vb b Vb b Vb , resulta em:
Q b M b p p Tb R b m in crev
u b (hu hb ) (hc hu ) Eq. 4-59
Mb Mb b p Tb Rb M b
M b
atenção ao termo . Partindo-se da Eq. 4-3 que representa a divisão da câmara em
Mb
Mu Mb
V Vu Vb Eq. 4-60
u b
Mu M Mb m in crev d Eq. 4-61
IVC
V u M m in crev d
IVC
Mb b Eq. 4-62
u
1 b
u
chega-se a:
V u m in crev b V u M m in crev d b
M b u IVC u
b
1
u
Eq. 4-63
V M m b b
u IVC in crev d
u
u
2
b
1
u
V u m in crev
M b b u2
Eq. 4-64
M b V M
u b ( u b )
u IVC
m in crev d
onde o termo V u pode ser desenvolvido em:
p
V u V u V u V u V
Ru Tu Eq. 4-65
p T
u V V u
p Tu
uma vez que R u 0 em virtude de não se considerar dissociação nos gases não
queimados.
55
Desenvolvendo-se também o termo b com auxílio das relações de gás
u
perfeito, tem-se:
b b Tu Tb R b
T T R Eq. 4-66
u u u b b
resultado, chega-se a:
M b T R
A B b b Eq. 4-67
Mb Tb Rb
onde
p Tu
u V V
m in crev
p Tu
u T
A u Eq. 4-68
V M m
u IVC in crev d u b Tu
u
B Eq. 4-69
u b
Q b T R
u b A B b b ( hu hb )
M b Tb Rb
Eq. 4-70
p p Tb R b m in crev
( hc hu )
b p Tb Rb M b
ub ub Q p
Tb p b A ( hu hb )
Tb p Mb b
p T R
- B ( hu hb ) b b Eq. 4-71
b Tb Rb
m
in crev ( hc hu )
Mb
Diferentemente do que foi feito para os gases não queimados, não será possível
u b
fazer 0 pois se admitiu que os gases queimados possam apresentar dissociação
p
química e portanto não podem ser considerados com composição e massa molar média
T R
fixas. Utilizando-se então a Eq. 4-47 para substituir o termo b b , a Eq. 4-40 e a
Tb Rb
u b u b
Eq. 4-41 para substituírem, respectivamente, os termos e na Eq. 4-71 e
Tb p
Q b 1 1 b 1 hb m in crev
A B p ( hu hb ) p (hc hu )
Mb p b p b p M b
Tb
hb ( h hb ) b
B u
Tb b Tb
Eq. 4-72
que é a equação que fornece a derivada da temperatura dos gases queimados em relação
à posição angular do virabrequim enquanto ainda há massa na região dos gases não
queimados, com A e B dados pela Eq. 4-68 e pela Eq. 4-69 respectivamente.
Para a situação 6, representada pela Eq. 4-55, na qual se pressupõe finda a massa
da região dos gases não queimados ( m ub 0 ), a equação que fornece a derivada da
Q b 1 hb m in crev
p ( hc hb )
M p M
Tb b b b
Eq. 4-73
hb
Tb
regiões não queimada e queimada ( Tu e Tb ) em cada situação que, integradas em função
que se possa determinar o volume e massa de cada um dos VC em cada posição angular
resultam em:
M m in crev d b V
IVC
Vu Eq. 4-74
u b
Vb V Vu Eq. 4-75
h h
permitam avaliar propriedades como h, , , , , para o conteúdo de cada um
T p T p
modelamento proposto para estimar a troca de calor com as paredes da câmara, podem
ser calculados parâmetros como evolução da fração de massa queimada, duração total de
queima (bem como suas parciais), taxa de liberação de calor, etc. O "formato" da curva
58
temperaturas requer que sejam conhecidas certas propriedades termodinâmicas dos gases
contidos nos VC. Como cada VC contém várias espécies gasosas, inicialmente deve-se
pode ser desprezada, de forma que a quantificação dos componentes do VCb é feita de
forma simplificada, como é feita também para o VCu e VCc (onde se admitiu não ocorrer
dissociação).
1 y z
CH y O z N w 1 O2 N 2
4 2 Eq. 4-78
2 CO2 n H 2O H 2O nCO
nCO CO n H 2 H 2 nO 2 O2 n N 2 N 2
59
(valor típico = 3,76) e ni é o número de moles da espécie i produzido pela combustão
z z w
C 2 1 H2 O2 N 2 O2
2 2 2 Eq. 4-79
nCO2 CO2 nH 2 O H 2O nCOCO nH 2 H 2 nO 2 O2 n N 2 N 2
1
Eq. 4-80
y z
1
4 2
O2 .
produtos a considerar:
CO2
z
H 2O 2 1
2
CO 0
H2 0
O2 1 Eq. 4-81
w
N2
2
--------------------------------
w
total 1 z 1
2
n H 2O nCO
K (T ) Eq. 4-83
nCO2 n H 2
restrições para mistura rica resulta nas seguintes quantidades dos produtos
da reação de combustão:
61
CO2 c
H 2O 2 1 z c
CO c
H2 2 1 c
O2 0
Eq. 4-84
w
N2
2
--------------------------------
w
total 2 z
2
1 K
2 1 K 2 1 z Eq. 4-86
2 K 1
ni moles
mol de O2 do ar
Espécie 1 1
CO2 c
z 2 1 z c
H 2O 2 1
2
CO 0 c
H2 0 2 1 c
O2 1 0
w w
N2
2 2
w w
Total 1 z 1 2 z
2 2
A Tabela 4.1 resume a quantidade molar de cada espécie química presente nos
combustível, vê-se que a quantidade de moles de combustível por mol de O2 do ar é .
cx
composição dos gases não queimados para a completa identificação das espécies do
VCu. Sendo resfrk essa fração (em base molar) de gases queimados residuais presentes
na mistura não queimada, pode-se escrever a composição da mistura não queimada como
sendo:
63
Sabendo-se que a massa total dos produtos (que é igual à dos reagentes) por mol
de O2 do ar é dada por:
com nb total sendo o número total de moles dos produtos da combustão por mol de O2 ,
ni moles
mol de O2 do ar
Espécie 1 1
z resfrk 2 1 z c
H 2O resfrk 2 1
2
CO 0 resfrk c
H2 0 resfrk 2 1 c
O2 1 resfrk 1 resfrk
w w
N2 resfrk resfrk
2 2
combustível 1 resfrk
1 resfrk
cx cx
1 w 1 w
Total resfrk 1 z 1
resfrk 1 z 1
cx 2 cx 2
1 1 resfrk 1
cx cx
Também pode-se determinar a massa molecular média dos gases contidos no VCu
com nu total sendo o número total de moles presentes no VCu por mol de O2 (contando
com gases residuais) discriminado na última linha da Tabela 4.2. Notar que as massas
moleculares médias MWb e MWu calculadas pela Eq. 4-89 e Eq. 4-90 são expressas
em gmol.
65
Conhecendo-se a massa molecular média dos gases contidos nos VC, é possível
que suas massas específicas sejam determinadas a partir de suas temperaturas e pressões,
como indicado pelas equações de estado dadas pela Eq. 4-5 e pela Eq. 4-6. Em termos
mais explícitos:
p p MWu
u ~ Eq. 4-91
Ru Tu R Tu
p p MWb
b ~ Eq. 4-92
Rb Tb R Tb
Uma observação pode ser aqui feita: como a massa molar média dos gases
queimados a baixas temperaturas e a dos não queimados são muito próximas, a fração de
gases residuais em base molar resfrk se confunde com a fração em base mássica.
A partir das quantidades molares de cada espécie química contida no VCb ou VCu
cada um dos VC, as frações molares X i de cada substância podem ser determinadas:
ni
Xi Eq. 4-93
ntotal
af i ,2 ST 2 af i ,3 ST 3 af i ,4 ST 4 af i ,5
hi T af i ,1 ST
~
af i ,6 Eq. 4-94
2 3 4 ST
T K
onde ST e os coeficientes af i são dados de forma que a entalpia molar da
1000
~
~ h
Cp Eq. 4-95
T p cte
WYLEN[19]), tem-se:
~
~ dh
Cp
dT Eq. 4-96
Assim, o calor específico molar a pressão constante pode ser obtido a partir da
af
C p ,i T af i ,1 af i ,2 ST af i ,3 ST 2 af i ,4 ST 3 i ,52
~
Eq. 4-97
ST
cal
que fornece o calor específico em .
mol K
Os coeficientes então utilizados neste trabalho são mostrados na Tabela 4.3, onde
feitos, a saber:
Coeficientes
Faixa de
Espécie temperatur af 1 af 2 af 3 af 4 af 5 af 6
a
Então, a entalpia específica, em base molar, dos gases contidos nos volumes de
controle podem ser computadas através de médias ponderada das entalpias específicas
como pesos.
~
hu (T ) X u ,i hi T
~
Eq. 4-98
i
~
hb (T ) X b, j h j T
~
Eq. 4-99
j
20
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
-20
CO2
Entalpia molar
H2O
(kcal/mol)
CO
-40
H2
O2
N2
-60
-80
-100
Temperatura
(K)
(metano, butano e isooctano) e explica a forma através da qual foram obtidos. Para os
expressos em MJ/kg.
69
Coeficientes PCI
Espécie af 1 af 2 af 3 af 4 af 5 af 6 MJ/kg
Como pode ser observado durante a quantificação dos componentes do VCu, não
neste trabalho, esta umidade é computada como sendo uma fração do combustível.
escrever a relação entra a vazão mássica de vapor de água e a de ar seco admitidas pelo
motor:
m comb m vapor
m vapor Eq. 4-101
F m comb F
A A
com
F
: razão combustível - ar da mistura.
A
onde
molcomb
F
y vapor A Eq. 4-103
18 molcomb
F
A
71
molcomb
F cx F
cx molcomb 32 28 Eq. 4-104
A esteq 32 28 A esteq
com dado pela Eq. 4-80. Substituindo a Eq. 4-104 na Eq. 4-103, vem:
cx
32 28
y vapor Eq. 4-105
cx
18 32 28
F
A Eq. 4-106
F
A esteq
fração volumétrica de vapor dada pela Eq. 4-105. Todas as propriedades do novo
combustível são então recalculadas para refletir a inclusão do vapor d'água na sua
descrita pela Eq. 4-79 com 1 e recalculando as massas envolvidas, resultando em:
úmido sec o
F F
Eq. 4-107
A esteq A esteq
"úmido".
dos volumes de controle a baixas temperaturas, resta determiná-las para o VCb quando
MARTIN[18].
massa molecular média dos produtos MWb e sua massa específica b . Serão
hb hb b b
empregadas aqui, adicionalmente, as expressões para avaliação de , , ,
Tb p Tb p
(valores utilizados na integração de Tb dada pela Eq. 4-72), desenvolvidas por
MARTIN a partir do cálculo da entalpia específica. Segue uma transcrição das principais
C 2 (1 ) H 2 O2 N 2
2Y M 3 1 3Y U M 2 2U M 1
2
Eq. 4-108
1
73
2Y M 3 2 1 3Y U M 2 2U M 1
2
Eq. 4-109
1
4
Eq. 4-110
1 4
onde:
: razão de equivalência;
diatômicas ( M 2 );
monoatômicas ( M 1 ).
2 M 3 3M 2 Eq. 4-111
M 2 2M 1 Eq. 4-112
respectivamente por:
35810
0.9674
6
K1 (T ) 5,819 10 e T
Eq. 4-113
28980
2,593
K 2 (T ) 2,96110 5 e T
Eq. 4-114
74
com T dado em K.
109 e utilizando as constantes de equilíbrio, de maneira análoga ao que foi feito com a
U , resultando em:
U
2 2 Eq. 4-115
4 P K1 K 2
Y Eq. 4-116
1 z 1
2 4
3 3
1
Y Eq. 4-117
1 z z 2 1
2 1 2
3 3 3
1
A 3 C5 A C6
Eq. 4-118
3 1 2 A C5 2 C6 A2
1
C5 3
A com P em atm Eq. 4-119
4 P K 1
2
C5 2 Eq. 4-120
C6 2 C5 Eq. 4-121
75
1
z Eq. 4-122
pela entalpia de formação dos compostos acrescentada dos termos devidos aos graus de
seguinte formulação:
~
h ( P, T )
R
C1 T C2 Tv h f Eq. 4-123
2 mcp
~
R hf
onde mcp representa a massa dos produtos da combustão por mol de O2 do ar,
2 mcp
~
R C1 T
representa sua entalpia específica média de formação e o termo está associado
2 mcp
~
R C 2 Tv
aos graus de liberdade translacional e rotacional das moléculas, ao vibracional
2 mcp
~
e R é a constante universal dos gases perfeitos. Note-se que a unidade em que a entalpia
~
específica calculada pela Eq. 4-123 depende das unidades de R . O valor de mcp é dado
por:
com MWcp dada em gmol. A massa específica dos produtos da combustão é então
M P
~ Eq. 4-127
R T
C1 7 9 8 7 5 Y 3 U Eq. 4-128
1
C1 2 2 7 4 7 5 Y 3 U Eq. 4-129
1
C2 2 1 5 3 3 Y U Eq. 4-130
1
C2 2 4 2 3 3 Y U Eq. 4-131
1
e o valor de Tv é o resultado de :
Tv
Tv Tv
Eq. 4-133
e 1
T
1
h f C3 Y C4 U 134390 6500 20372 194482 Eq. 4-135
1
Uma vez que as expressões que fornecem a entalpia e a massa específica dos
produtos de combustão estejam formuladas (Eq. 4-123 e Eq. 4-127), suas derivadas em
hb hb b b
relação à temperatura e pressão ( , , , ) podem ser obtidas diretamente
Tb p Tb p
VCu e no VCb. Este capítulo é dedicado a esclarecer quais expressões são utilizadas para
queimados
mistura não queimada possam ser aproximadas pelas do ar. HEYWOOD[20] traz a
W
com a temperatura T expressa em K e o valor de k ar expresso em . Faz-se então
mK
u ar e ku k ar .
para uma faixa de temperatura entre 500 e 4000 K, pressões entre 1 e 100 atm e razão de
equivalência entre 0 e 4,0, é mostrada na Figura 4.5. O autor comenta que pelo fato de
79
as viscosidades desses produtos serem muito próximas à do ar, que pode ser expressa
ar 3,3 10 7 T 0,7
b Eq. 4-140
1 0,027 1 0,027
independente da pressão.
142: embora sua aplicação estivesse dirigida a misturas com razão de equivalência maior
que a unidade, a utilização dessa relação ainda se mostra razoável para produtos de
b c p, b b c p, b
Prb kb Eq. 4-143
kb Prb
Para que a integração numérica das equações diferenciais das temperaturas possa
onde h é a distância entre o topo do pistão e o ponto morto superior (PMS). Também é
virabrequim:
B2
V h h0 Eq. 4-145
4
onde h0 (a distância mínima equivalente entre o topo do pistão e o cabeçote) pode ser
2 R
h0 Eq. 4-146
rc 1
82
dh cos( )
R sen( ) 1 Eq. 4-147
d L2 R 2 sen 2 ( )
virabrequim é:
cos( )
V B 2 R sen( ) 1 Eq. 4-148
4 L2 R 2 sen 2 ( )
Eq. 4-68.
83
5 PROGRAMA COMPUTACIONAL
Uma vez explicitadas todas as equações que levam à determinação dos estados
direta ou indiretamente.
tipo do combustível:
isoctano;
razão de equivalência;
diâmetro do cilindro;
curso do pistão;
comprimento da biela;
taxa de compressão;
válvula de escapamento;
admissão;
ciclo;
passo de integração;
química);
fatores de correção:
empregada:
geração do mapa de
INÍCIO
áreas e volumes da câmara
TIVC
S
TEVO
FIM
politrópica. A fração de gases residuais resfrk pode ser dada pela expressão:
1
V p n
resfrk evc evc Eq. 5-1
Vevo pevo
para essa mistura de gases, com composição representada pela Tabela 4.2,
massa molecular média dada pela Eq. 4-90, massa, volume (Eq. 4-145) e
valor é obtido por meio de diferenças finitas dos valores de pressão lidos no
que entram nas frestas (Eq. 4-17) e que vazam para o cárter (Eq. 4-11);
massa que aparecem nos segundos membros dessas equações são todos
enquanto ainda existem gases no VCu a serem oxidados. Uma vez finda a
massa contida na região dos gases não queimados, emprega-se a Eq. 4-73
Euler uma vez que, para a pressão dada a cada 0,2, métodos mais
resultados;
com as novas temperaturas das duas zonas, é possível calcular os volumes das
duas zonas principais através da Eq. 4-74 e da Eq. 4-75, bem como suas
M M
frações de massa X b b e X u u com valores de controle fornecidos
M M
Uma observação importante deve ser feita: embora seja fornecida a posição
angular da emissão da centelha, não é esse valor que força o disparo do processo de
integração da equação de Tb , mas sim o valor de uma mínima derivada da fração de
massa queimada. Entretanto, se for permitido que a integração de Tb seja efetuada desde
pressão medida (principalmente na região de baixa pressão do ciclo), que geram grandes
centelha, região onde a pressão na câmara já está elevada e a derivada da pressão deixa
de flutuar erraticamente.
resultados.
91
para essa questão se encerra no fato de que é relativamente difícil obter dados de pressão
de escapamento.
forma desejada. Os outros valores mencionados podem ser levantados por meio de
que permite que os valores de posição angular da árvore, pressão na câmara e tensão no
circuito secundário de ignição pudessem ser medidos com a resolução necessária. Testes
desse sistema foram realizados a fim de garantir que os dados obtidos fossem confiáveis
pois, como veremos mais adiante, uma das principais fontes de erro, no tipo de análise a
do pistão.
IPT, onde, desde 1994, vem sendo realizado um projeto de pesquisa com o auxílio da
FAPESP entitulado “Redução das emissões em motores de ignição por centelha operando
com gás natural”, projeto este que contou com a participação do autor desde que começou
motor, a folga radial média entre um pistão novo e o cilindro na região de fogo (acima
altura da zona de fogo é de 16,4 mm. Assim, o volume V1 entre o pistão e o cilindro
acima do primeiro anel é de cerca de 0,35 cm3 a 1,18 cm3 a quente e a frio,
respectivamente.
Figura 6.2. Considerando-se que o volume da câmara desse motor é de 90,27 cm3 , o
câmara.
94
Segundo dados provenientes da empresa que fornece o pacote de anéis para esse
motor, a altura do primeiro anel é de 2,50 mm, e a diferença média entre os diâmetros externo
e interno do anel ("radial" do anel) é de 3,48 mm. Assim, a folga radial a frio entre o anel e o
87,90 mm. Dessa forma, o volume V2 contido atrás do primeiro anel é aproximadamente
igual a 0,67 cm3 a frio. A quente, estima-se que esse volume caia para 0,47 cm3. Estimando
ainda que a junta do cabeçote esteja recuada cerca de 0,3 mm em relação ao diâmetro do
total variando entre 0,92 e 1,95 cm3, o que representaria 1,02 a 2,15 % do volume da
câmara com o pistão no PMS. Esses dados estão muito próximos daqueles reportados na
admitido que esse volume seja igual a 1,0 cm3 (1,1 % do volume da câmara).
Esse motor, que opera com mistura ligeiramente pobre, estava instalado na cela
hidráulico marca Schenck, modelo D 360 1-E, teve o cabeçote devidamente usinado para
seguintes grandezas:
rotação;
carga;
hidrocarbonetos totais;
pressão piezelétrico marca Kistler, modelo 6123 A2. Esse transdutor tem suas
cabeçote visto que, por não utilizar refrigeração própria, é um transdutor mais compacto
96
do que aqueles que demandam refrigeração e conseguiu-se colocar sua face de medição
de ressonância em pré-câmara.
do que os refrigerados. Esse drift é causado por tensões térmicas induzidas no diafragma
do transdutor que está exposto aos gases na câmara. Pelo fato de a temperatura dos
gases na câmara variar desde ~60C a ~2000C em um único ciclo do motor, essas
tensões podem causar (e geralmente causam) erros na medição de pressão. Esse drift
transdutor sejam conhecidas, uma correção dos valores medidos pode ser efetuada, o
que não foi possível neste trabalho. KURATLE e MÄRKI [24] trazem em seu trabalho
uma curva típica de correção de pressão devida a este drift, que pode ser observada na
Figura 6.3.
Figura 6.3 - "Short term drift" causado por tensões térmicas no diafragma do transdutor.
O impacto deste drift será notado quando da análise de liberação de calor a partir
97
das curvas de pressão medidas. Um exemplo mostrado por KURATLE e MÄRKI [24] do
efeito deste drift na curva de liberação de calor pode ser visto na Figura 6.4.
Como todo transdutor do tipo piezelétrico, esse transdutor gera uma quantidade
medição da pressão por meio da medição direta de pequenas cargas elétricas não é algo
prático. Assim, para esse tipo de transdutores, são utilizados amplificadores de carga
essas cargas elétricas em suas armaduras, produzem uma diferença de potencial entre as
mesmas. Essa diferença de potencial pode ser amplificada para ser manipulada de forma
mais prática. No presente caso, o ganho total do conjunto composto pelo transdutor e
pelo amplificador de carga foi fixado em 10 bar/V, tendo sido tal conjunto calibrado no
de Motores do IPT. Esse encoder conta com duas trilhas, sendo que uma delas gera 600
pulsos por volta e a outra apenas um pulso por volta. O sinal de 600 pulsos por volta é
tratado por um circuito eletrônico que defasa esse sinal em 120 e 240 de forma que,
para uma volta do virabrequim, são gerados 1800 pulsos padrão TTL, resultando em
uma resolução de 0,2. O outro pulso TTL gerado pelo encoder funciona como sinal de
referência da posição angular do eixo de manivelas. A Figura 6.5 mostra o encoder com
as suas duas trilhas: a externa com 600 marcas e a interna com uma só marca.
trilha de sinal
de 0,2º
trilha de sinal
de trigger
implantou-se, após vários testes, uma bobina colocada junto à linha secundária de
ignição do 5o cilindro de forma que a tensão induzida nessa bobina, quando da passagem
disso, o sistema deveria ser flexível para permitir alterações futuras como, por
elétricas que podem ser influenciadas por ruídos externos, alterando então o valor de
pressão medido.
clock, sincroniza a aquisição das tensões dos outros canais enquanto o outro sinal,
denominado trigger, disparara a aquisição. A Figura 6.7 mostra de que forma os sinais
trigger. A menos do sinal de ignição, os demais sinais não estão sujeitos a aliasing em
6 5
4
5 3
4 2
1 Pressão
3 0
-1 Ignição
2 -2
1 -3
-4
0 -5
0 1 2 3 4 5 6
Trigger
0 1 2 3 4 5 6
6 5
4
5 3
4 2
1 Pressão
3 0
-1 Ignição
2 -2
1 -3
-4
0 -5
0 1 2 3 4 5 6
ganho” de pulsos, isto é, entre dois sinais consecutivos de trigger deverá haver 1800
amostras; caso isso não ocorra, o sistema amostrou mais ou menos pontos do que
motor trabalhando a 6000 rpm (100 Hz) com a resolução de aquisição de 0,2 da árvore.
Isso significa que devem ser amostrados três sinais simultaneamente, sincronizados pelo
sinal de trigger, a 1800 aquisições (360/0,2) por volta e a 6000 rpm. Levando em
102
para perfazer a amostragem simultânea de todos os canais (sinal para o sample and hold)
canal amostrado, no caso de se amostrarem três canais (sinal de ponto morto superior,
placa para aquisição de um conjunto desses dados. Foi então necessário adquirir uma
ter que registrar um ou mais sinais no futuro além desses mencionados, foi adquirida uma
placa com capacidade de efetuar até 1 milhão de aquisições por segundo, marca Keithley
and hold) e conversor A/D de 12 bits. Tal placa ainda apresenta a possibilidade de
computador no qual se processa a aquisição para outras tarefas enquanto um ciclo está
ciclo completo (entenda-se por ciclo completo 2 voltas do virabrequim contadas a partir
verificação do andamento da aquisição e, por fim, gera arquivos em disco rígido dos
dados coletados. Um exemplo dos gráficos gerados para cada ciclo adquirido pode ser
103
visto através da Figura 6.8 (onde são mostradas as curvas de pressão, sinal de ignição e
sinal de ponto morto superior) e da Figura 6.9 (diagrama pressão versus volume).
60 5.0
Pressão
Sinal PMS
40 3.0
pressão (bar)
tensão (V)
30 2.0
20 1.0
10 0.0
0 -1.0
180 270 360 450 540
ângulo de virabrequim (grau)
60
50
40
pressão (bar)
30
20
10
0
0 200 400 600 800 1000 1200
3
volume (cm )
placa de aquisição
número de canais de entrada 8
impedância 1M
capacitância 50 pF
taxa de aquisição até 1 MHz
memória on-board (16 bit) 1MB
conversor A/D 12 bits
precisão global 2 LSB máx.
0 5 , 0V ; 0 1 0 , 0V
faixas unipolar
2 ,5V ; 5 , 0V ; 1 0 , 0V
bipolar
simultaneous sample & hold
ganho 0,5 0,15%
impedância 10 M
capacitância 20 pF
efetuados ajustes e testes que se iniciaram com a determinação do ponto morto superior
vela de ignição desse cilindro foi retirada e em seu alojamento foi aparafusada uma guia
através da qual uma haste podia se deslocar tocando a superfície da cabeça do pistão.
Com o auxílio de um relógio comparador (resolução de 0,01 mm), foi levantada a curva
Através da análise dessa curva, que deve ser simétrica em relação ao PMS,
referência na polia dianteira do motor. O disco do encoder foi ajustado de forma que o
sinal de trigger por ele gerado coincidisse com a marca feita na polia. Um lampejo de
da posição do PMS obtida com o procedimento descrito foi estimada em cerca de 0,1º.
2) com o motor em regime estável, à plena carga e a 2800 rpm, foi feita a aquisição
dos sinais para 25 ciclos completos, pois como em todo motor de ignição por
o motor tivesse sua rotação estabilizada novamente em 2800 rpm e uma nova
restabeleceu.
70
60
50
Pressão absoluta (bar)
40
30
20
10
0
0 90 180 270 360 450 540 630 720
Ângulo de virabrequim (grau)
25
20
Pressão absoluta (bar)
15
10
0
0 90 180 270 360 450 540 630 720
Ângulo de virabrequim (grau)
durante o intervalo que vai de 180 a 185 da árvore de manivelas (onde a velocidade do
pistão é quase nula e portanto a perda de carga na válvula de admissão é baixa), fez-se
uma média dos 25 valores de pressão adquiridos nesse intervalo para cada ciclo. Impôs-
se que o resultado dessa média fosse igual à pressão absoluta medida no coletor de
admissão (660 mmHg neste caso). A diferença entre a média das pressões nesse intervalo
e o valor de 660 mmHg foi subtraída de todos os valores de pressão adquiridos no ciclo
inteiro a fim de reduzir o efeito do drift ao longo da aquisição dos 25 ciclos e determinar
Ressalte-se também que os dados apresentados na Figura 6.10 e na Figura 6.11 não foram
submetidos a nenhum ajuste ou filtragem pois houve a intenção de se mostrar o nível de ruído
nesse sistema de medição de pressão. Para permitir uma melhor visualização desse ruído, a Figura
25
20
Pressão absoluta (bar)
15
10
0
0 90 180 270 360 450 540 630 720
Ângulo de virabrequim (grau)
São.
A Figura 6.13 e a Figura 6.14 mostram as curvas médias de pressão dos 25 ciclos com e
sem combustão, respectivamente. Por serem curvas médias de 25 ciclos, atenuam os efeitos dos ruídos
e as flutuações que se apresentam são variações sistemáticas da pressão. As causas das flutuações
sistemáticas da pressão no interior do cilindro são, entre outras, os efeitos dinâmicos dos escoamentos
60
50
40
Pressão absoluta (bar)
30
20
10
0
0 90 180 270 360 450 540 630 720
Ângulo de virabrequim (grau)
25
20
Pressão absoluta (bar)
15
10
0
0 90 180 270 360 450 540 630 720
Ângulo de virabrequim (grau)
Também pode ser notado o sinal de abertura da válvula de escapamento, por volta de 470 do
virabrequim, na Figura 6.13. O aumento de pressão no ciclo de escapamento do cilindro sem combustão
mostrado na Figura 6.14 é devido às ondas de pressão geradas no coletor de escapamento quando da
A média dos trabalhos indicados líquidos por ciclo, entendendo-se por trabalho
indicado líquido como sendo o trabalho realizado sobre o pistão durante o ciclo
Já o trabalho de bombeamento total para o cilindro arrastado pode ser determinado pela
média dos trabalhos calculados com o cilindro operando sem ignição e é igual a -
119,882,20 J. O trabalho que deixou de ser efetuado quando a ignição foi desligada é
( p V )
(bar x cm 3 )
ciclo 5o cilindro 5o cilindro
com combustão sem combustão
1 7636.7 -1123.2
2 7744.8 -1150.7
3 7680.7 -1169.2
4 7577.3 -1142.4
5 7574.6 -1106.7
6 7586.3 -1260.5
7 7588.6 -1249.4
8 7684.7 -1240.8
9 7721.7 -1157.6
10 7761.8 -1224.5
11 7649.9 -1214.9
12 7592.4 -1075.5
13 7555.0 -1151.1
14 7822.0 -1178.6
15 7808.7 -1214.9
16 7596.5 -1265.1
17 7692.4 -1178.1
18 7663.7 -1228.9
19 7638.5 -1229.8
20 7868.8 -1266.8
21 7760.4 -1219.2
22 7610.0 -1221.9
23 7649.3 -1189.4
24 7677.7 -1254.4
25 7306.8 -1257.3
Média 7658.0 -1198.8
Desvio Padrão 111.5 53.4
COV 1.46% 4.45%
um valor que foi calibrado para que, ao se multiplicar diretamente o valor de carga
indicado pela rotação em rpm e dividindo-se o resultado por 10000, o valor obtido seja a
potência expressa em kW. Como a variação da carga indicada foi de (345 1)-(270 1)
Ainda como uma última forma de verificação dos resultados fornecidos pelo
sistema de aquisição de dados, foi realizada uma série de testes comparativos entre o
Esse equipamento, que nos foi gentilmente emprestado pela Mercedes-Benz do Brasil
para esses testes no final de dezembro de 96, além de realizar a aquisição dos dados, tem
0,2, mesmos sinais de clock e trigger, mesmo sinal de pressão oriundo do mesmo
disquete, a formatação em que esses dados eram gravados não permitia que fossem lidos em
um PC. Dessa forma, a única forma de registrar os dados era sob a forma de gráficos
“plotados” para cada ciclo. Mas, sob um ponto de vista prático, plotar cerca de 30 gráficos
para cada condição de operação não era algo desejável. A alternativa foi utilizar o recurso de
ciclo médio que é oferecido pelo Indiskop. Esse recurso permite que vários ciclos sejam
amostrados para que seja gerado um ciclo médio. A desvantagem desse método é que, pelo
fato de se realizar uma média das pressões para cada 0,2, os efeitos de variação ciclo a ciclo
são “camuflados”, uma vez que a variação ciclo a ciclo se manifesta principalmente como a
variação das pressões de pico. Já quanto ao efeito da variação ciclo a ciclo no valor da
Tabela 6.6 - Valores de pressão média indicada calculados como média de 32 ciclos.
113
Desse teste foi possível verificar que as diferenças entre os valores calculados a
partir dos 32 ciclos e o valores calculados a partir do ciclo médio de 32 ciclos, quando
existem, são desprezíveis, confirmando a tese inicial que, para efeitos de cálculo de
pressão média indicada, pode-se utilizar um ciclo médio em vez dos 32 ciclos.
Tabela 6.7 - Pressões médias indicadas calculadss com um ciclo médio de 32 ciclos.
adquiridos, durante o mesmo intervalo de tempo em que o motor operava em regime estável
de plena carga a nas rotações discriminadas acima, 25 ciclos pelo sistema de aquisição de
dados e 32 ciclos pelo Indiskop, sendo que para estes foi habilitada a opção de geração de
sistemas (mesma resolução de amostragem de 0,2, mesmos sinais de clock e trigger, mesmo
As curvas médias gerada pelo Indiskop para cada rotação estão indicadas na
Figura 6.15, na Figura 6.16 e na Figura 6.17. Ressalte-se que existe um recurso no
Indiskop para filtragem dos sinais, executando uma “média móvel” dos valores
para que no cálculo da liberação de calor não ocorram valores demasiadamente altos da
derivada da pressão em relação à posição angular, valores esses induzidos pelos ruídos.
114
Figura 6.15 - Curva de pressão gerada pelo Indiskop (média de 32 ciclos) a 1300 rpm.
Figura 6.16 - Curva de pressão gerada pelo Indiskop (média de 32 ciclos) a 2200 rpm.
115
Figura 6.17 - Curva de pressão gerada pelo Indiskop (média de 32 ciclos) a 2800 rpm.
rotação pressão média pressão média
indicada Indiskop indicada sist. aquis.
(rpm ) (bar ) (bar )
média desvio padrão no ciclos intervalo de resultado média desvio padrão no ciclos intervalo de resultado
confiança confiança
(p/ 95%) (p/ 95%)
1300 7,43 0,08 32 0,03 7,40 - 7,46 7,49 0,08 25 0,03 7,46 - 7,52
2200 7,63 0,10 32 0,04 7,59 - 7,67 7,66 0,10 24 0,04 7,62 - 7,70
2800 7,59 0,09 32 0,03 7,56 - 7,62 7,6 0,08 23 0,03 7,57 - 7,63
resultados confiáveis.
Uma vez tendo sido o sistema de aquisição de pressão calibrado e testado, vários
ensaios foram realizados com o motor M 366 G para verificar o efeito da variação da
global do motor.
116
emissão do gás de escapamento emitido por motor Diesel”[25] (ensaio de treze modos); e
de ensaio de emissões para motor Diesel em virtude de ainda não existir norma brasileira
concentrações dos gases em base seca para base úmida foram modificados, levando-se
Paulo.
era o seguinte:
utilizando-se os valores medidos de torque à plena carga a 2800 e 1680 rpm como
décimo pontos, correspondendo aos regimes de 1680 rpm plena carga, 2800 rpm e
plena carga (potência máxima) e 2800 rpm com meia carga (6o, 8o e 10o pontos). Em
cada condição de operação foram medidas, além das grandezas usuais (torque,
osciloscópio;
com uma resolução de 0,2 de virabrequim. A partir destas curvas individuais, foram
ocorrência de erros de lógica e/ou numéricos. Esta verificação foi feita da seguinte
interação da frente de chama com as paredes da câmara. A curva de pressão gerada pelo
programa de análise da combustão, sendo então os resultados fornecidos por este último
comparados com aqueles do simulador. Este procedimento, pelo fato de não envolver
A partir da curva de pressão gerada pelo simulador também foram feitos estudos
forma a tentar reproduzir a curva de pressão que foi de fato medida na bancada. A
Tabela 7.1 traz os valores das grandezas que foram medidas no motor e que também
nesta condição era basicamente metano. A sua composição mais detalhada está
câmara, com base em dados fornecidos pelo fabricante de pistões. Estas temperaturas
60
50
medida
simulada
40
pressão (bar)
30
20
10
0
180 225 270 315 360 405 450 495
ângulo de virabrequim (grau)
A Tabela 7.4 traz os valores de consumo obtidos da simulação para esta condição
simulação. Não foram considerados nesta análise o volume das frestas e vazamento para
o cárter, uma vez que o simulador não contempla estes efeitos. Uma observação: como o
interpolação por splines cúbicos de 0,2 de virabrequim foi aplicada à curva gerada pelo
A Figura 7.2 traz então a comparação entre a fração de massa queimada gerada
pelo simulador e a calculada pelo programa de análise. Note-se que há, de maneira geral,
1.20
1.00
0.80
Xb - simulação
fração de massa queimada
Xb - análise
0.60
0.40
0.20
0.00
180 225 270 315 360 405 450 495
-0.20
ângulo de virabrequim (grau)
7.3 e na Figura 7.4, mostram que há fração de massa queimada negativa em torno de
0,8% antes do início da combustão e acima da unidade em 0,5% finda a queima. Estas
pequenas discrepâncias podem ser explicadas pelos diferentes modelos de troca de calor
0.050
Xb - simulação
Xb - análise
0.040
fração de massa queimada
0.030
0.020
0.010
0.000
270 315 360 405
-0.010
ângulo de virabrequim (grau)
1.010
Xb - simulação
Xb - análise
1.005
fração de massa queimada
1.000
0.995
0.990
382.5 427.5 472.5
ângulo de virabrequim (grau)
característica está baseada na soma das velocidades do campo médio e turbulento, como
124
4.00
3.50 hu - análise
hb - análise
hu - simulação
3.00 hb - simulação
h - simulação
2.50
h (kW/m2.ºC)
2.00
1.50
1.00
0.50
0.00
225 270 315 360 405 450 495
ângulo de virabrequim (grau)
Vê-se que, na região que vai desde o fechamento da válvula de admissão (225)
coeficiente de película em relação ao calculado pelo simulador. Deste ponto até próximo
de 400, o valor de h dado pelo programa de análise suplanta aquele fornecido pelo
curva de fração de massa queimada, uma vez que a maior perda de calor calculada pelo
simulador durante o tempo de compressão é vista pelo analisador como uma fração
temperaturas de cada uma das zonas calculadas pelos dois programas não são maiores do
que 25 K para a região dos gases não queimados e 10 K para a região dos gases
à pressão medida, conforme pode ser visto na Figura 7.1, justamente na região onde o
valor do coeficiente de película está maior do que aquele calculado pelo programa de
2800
Tb - análise
2300 Tb - simulação
Tu - análise
Tu - simulação
temperatura (K)
1800
1300
800
300
180 225 270 315 360 405 450 495
ângulo de virabrequim (grau)
Figura 7.6 - Temperaturas das zonas calculadas pelo simulador e pelo programa
de análise.
Uma outra observação: optou-se por permitir que tanto a fração de massa
queimada quanto a fração de massa dos gases não queimados se tornassem maior do que
a massa dos queimados cai abaixo de zero antes do início da combustão tem-se uma
troca de calor não são suficientes para que o balanço de energia se estabeleça, sendo
necessário que uma "queima negativa" ocorra. Da mesma forma uma fração de massa
queimada maior que a unidade indica que é necessário que a massa queimada seja maior
que a massa inicial do ciclo para que o balanço de energia seja estabelecido.
800 8.0
700 7.0
600 6.0
400 4.0
100 1.0
0 0.0
225 270 315 360 405 450 495
-100 -1.0
ângulo de virabrequim (grau)
evolução da frente de chama, com seu raio e o volume contido em seu interior em função
combustão.
127
600 6.0
volume da câmara
Vb
raio da frente de chama
500 5.0
300 3.0
200 2.0
100 1.0
0 0.0
315 337.5 360 382.5 405
-100 -1.0
ângulo de virabrequim (grau)
Para apreciar melhor o balanço energético que ocorre durante a combustão, foi
construída a Figura 7.9 que traz as curvas de trabalho líquido e calor total trocado com
passassem para a região dos queimados porém sem que ocorresse a combustão (ciclo ar
- combustível). Isto é feito pois, em termos rigorosos, não haveria sentido em se falar em
liberação de calor para modelos de duas zonas, uma vez que a energia "liberada" pela
combustão já está implícita no cálculo das energias internas dos VC. Então, para que se
obtidos através do modelo aqui empregado, uma curva equivalente de liberação de calor
é calculada. Para tanto, toma-se agora a câmara toda como um só volume de controle
Q 1 E 1 m i hi 1 W 1
2 2 2 2
Eq. 7-1
128
onde:
2
Q 1 : calor total adicionado ao volume de controle desde o estado 1 até o estado 2;
m h
2
i i 1 : somatória dos fluxos de entalpia que deixam o volume de controle
2
W 1 : trabalho realizado pelo volume de controle desde o estado 1 até o estado 2.
A troca de calor total é entendida, neste caso, como a soma do calor trocado com
energia liberada pela combustão. Assim, a Eq. 7-1 pode ser reescrita como:
Qrel 1 E 1 m
i hi 1 W 1 Qw 1
2 2 2 2 2
Eq. 7-2
2
com Qrel 1 representando a quantidade de energia que deveria ser adicionada ao volume
de controle (sem combustão) para que as mesmas temperaturas em cada uma das zonas
fossem atingidas, o mesmo trabalho fosse realizado e a mesma troca de calor com as
2
paredes Qw 1 ocorresse. Assim, a curva cor-de-rosa ( Qrel ) na Figura 7.9, é a soma das
energia interna dos gases sem combustão (não há fluxos de entalpia saindo da câmara
neste caso).
que há uma grande proximidade entre os valores de liberação de energia calculados via
129
variação de energia interna dos gases sem combustão e via poder calorífico inferior, o
que explica o motivo de muitos pesquisadores adotarem esta última forma de explicitar a
2.0
1.5
Qw
W
(sem combustão)
1.0
Q, E, W (kJ)
Qrel
Mcomb*PCI
Mcomb*Xb*PCI
0.5
0.0
225 270 315 360 405 450 495
-0.5
ângulo de virabrequim (grau)
taxa de liberação de calor. A Figura 7.11 traz a taxa de liberação de calor partindo-se das
curvas acumuladas de calor liberado da Figura 7.9. Os pequenos "degraus" que aparecem
nas curvas de liberação são causados pelas variações abruptas na curva da derivada da
pressão, que também pode ser vista na Figura 7.11. Novamente aqui, pode-se notar que
as taxas de liberação de calor calculadas pela variação de energia interna ou pela fração
2.0
1.5
Qw
W
(sem combustão)
1.0
Q, E, W (kJ)
Qrel
Mcomb*PCI
Mcomb*Xb*PCI
0.5
0.0
315 360 405
-0.5
ângulo de virabrequim (grau)
0.08 2.5
dQrel / dTheta
d(Mcomb*Xb*PCI) / dTheta
0.07 2.0
dp/ dTheta
0.06 1.5
0.05 1.0
dQ / d (kJ / grau)
dp / d (bar / grau)
0.04 0.5
0.03 0.0
0.02 -0.5
0.01 -1.0
0.00 -1.5
315 337.5 360 382.5 405 427.5
-0.01 -2.0
ângulo de virabrequim (grau)
Estas variações abruptas na curva da derivada da pressão são explicadas, por sua
vez, pela forma com que o simulador de POULOS calcula a progressão da combustão:
seu modelo emprega uma frente de chama de espessura finita onde a combustão se
131
qualquer erro numérico resultante do cálculo desta área se reflete diretamente na curva
dp
de . Como o código que gera a geometria da câmara o faz de forma discreta, erros
d
numéricos estão presentes e são estes erros ocasionadores dos saltos de pressão na curva
simulada.
Para que sua influência fosse realçada, a curva de pressão gerada pelo simulador foi
adiantada 0,2 e 0,5 em relação à sua posição original. A Figura 7.12 traz a evolução da
fração de massa queimada para as curvas de pressão original, adiantada 0,2 e adiantada
0,5.
conforme pode ser visto na Figura 7.13 e na Figura 7.14, pode-se observar que as
1.10
1.00
0.90
0.80
fração de massa queimada
0.70
0.60
0.50
0.40
0.30
Xb - 0,0 grau
0.20 Xb - 0,2 grau
Xb - 0,5 grau
0.10
0.00
225 270 315 360 405 450 495
-0.10
ângulo de virabrequim (grau)
respectivamente, na liberação total de calor, como mostra a Figura 7.15, bem como
também ocasionam uma redução da ordem de 1,3 e 2,7 % no valor máximo da taxa de
0.03
Xb - 0,0 grau
Xb - 0,2 grau
Xb - 0,5 grau
0.02
fração de massa queimada
0.01
0.00
225 270 315 360
-0.01
ângulo de virabrequim (grau)
1.05
Xb - 0,0 grau
Xb - 0,2 grau
Xb - 0,5 grau
fração de massa queimada
1.00
0.95
0.90
360 405 450 495
ângulo de virabrequim (grau)
1.8
1.6
1.4
1.2
1.0
Qrel - 0,0 grau
Q (kJ)
0.4
0.2
0.0
225 270 315 360 405 450
-0.2
ângulo de virabrequim (grau)
original e as adiantadas 0,2 e 0,5. Pode-se notar que o efeito da defasagem nas
134
0.08
dQrel - 0,0 grau
0.06
0.05
dQ / d (kJ / grau)
0.04
0.03
0.02
0.01
0.00
315 337.5 360 382.5 405 427.5
-0.01
ângulo de virabrequim (grau)
1000 2600
Tu - 0,0 grau
Tu - 0,2 grau
Tu - 0,5 grau
900 2400
Tb - 0,0 grau
Tb - 0,2 grau
Tb - 0,5 grau
800 2200
temperatura u (K)
temperatura b (K)
700 2000
600 1800
500 1600
400 1400
300 1200
180 225 270 315 360 405 450 495
ângulo de virabrequim (grau)
A Figura 7.18 mostra o efeito das defasagens nos raios da frente de chama
calculados. Como era de se esperar, o adiantamento da curva de pressão faz com que o
final.
5
raio da frente de chama (cm)
2
raio da frente de chama - 0,0 grau
raio da frente de chama - 0,2 grau
raio da frente de chama - 0,5 grau
1
0
315 360 405
ângulo de virabrequim (grau)
Figura 7.18 - Efeito das defasagens da curva de pressão na evolução da frente de chama.
referência de posição angular para a curva de pressão é uma das principais fontes de
um valor de 0,05 bar à curva de pressão gerada pelo simulador e os resultados podem
1.10
1.00
0.90
0.80
fração de massa queimada
0.70
0.60
0.50
0.40
0.30
Xb - original
0.20 Xb - +0,05 bar
Xb - -0,05 bar
0.10
0.00
270 315 360 405 450 495
-0.10
ângulo de virabrequim (grau)
calculadas a partir da curva original de pressão e das curvas acrescida e reduzida de 0,05
bar. Vê-se que esta variação na pressão de referência causa uma variação na fração de
valor calculado com base na curva original de pressão. No entanto, esta variação ocorre
no mesmo sentido, ou seja, para a curva de pressão acrescida de 0,05 bar, a queima
"começa" mais tarde e "termina" mais tarde do que a curva original; no caso da pressão
reduzida de 0,05 bar, a queima "começa" mais cedo e também "termina" mais cedo.
Note-se que este comportamento é inverso àquele apresentado para o caso de defasagem
da curva de pressão, onde a defasagem fazia com que as curvas de massa queimada
ao caso original. Isto pode ser confirmado através da evolução do raio da frente de
7
original
+0,05 bar
6 -0,05 bar
raio da frente de chama (cm)
0
315 360 405
ângulo de virabrequim (grau)
pressão com offset negativo de 0,05 bar é causado pela forma com que o programa
dX b
detecta o início da combustão. Quando o valor de ultrapassa um valor de controle,
d
admite-se que a combustão tenha-se iniciado, desde que este instante seja posterior à
emissão da centelha. E, no caso, o offset faz com que esta derivada então ultrapasse este
valor de controle muito mais cedo que as demais e antes de 335,5, quando é emitida a
centelha, com pode ser visto através da Figura 7.19. Assim, nesta situação, é o instante
tanto no raio da frente de chama como na temperatura dos gases queimados, como será
mostrado adiante.
da curva de massa queimada (Figura 7.21), a taxa de liberação de calor sofre muito
pouca influência da pressão de referência, nesta faixa de variação, como mostrado pela
138
1.8
1.6
1.4
Qrel - original
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
270 315 360 405 450 495
-0.2
ângulo de virabrequim (grau)
0.08
dQrel - original
0.06
0.05
dQ / d (kJ / grau)
0.04
0.03
0.02
0.01
0.00
270 292.5 315 337.5 360 382.5 405 427.5 450 472.5
-0.01
ângulo de virabrequim (grau)
Deve-se notar que o maior efeito dos "offsets" das curvas de pressão está no
cálculo das temperaturas dos dois volumes de controle. A Figura 7.23 mostra as
Há uma variação máxima da ordem de 30 K na temperatura dos gases não queimados e
análogo à subestimação da massa total contida no cilindro no início do ciclo. Isto pode
ser entendido observando-se a lei de gás perfeito: enquanto a pressão guarda uma
inversa.
140
1000 2700
Tu - original
Tu - +0,05 bar
Tu - -0,05 bar
900 2500
Tb - original
Tb - +0,05 bar
Tb - -0,05 bar
800 2300
temperatura u (K)
temperatura b (K)
700 2100
600 1900
500 1700
400 1500
300 1300
180 225 270 315 360 405 450 495
ângulo de virabrequim (grau)
calor e evolução da fração de massa queimada também foi realizado. Isto foi possível
hb
igual a zero e quantificando-se os produtos da combustão segundo a Tabela 4.1, de
p
forma que a massa molecular média dos produtos da combustão MWb ficasse constante.
A Figura 7.24 mostra que a diferença causada na fração de massa queimada pela
não consideração da dissociação química dos produtos da combustão, neste caso, vai de
4,0 a 3,3 %, sendo que, como esperado, só se manifestou após a combustão ter-se
iniciado.
141
1.10
1.00
0.90
0.80
fração de massa queimada
0.70
0.60
0.50
0.40
0.30
Xb - com dissociação
0.20
Xb - sem dissociação
0.10
0.00
315 360 405 450
-0.10
ângulo de virabrequim (grau)
energia interna) específica menor do que de fato apresentam. Como a pressão está
fixada, esta menor energia interna específica se traduz numa maior temperatura dos gases
queimados para que a conservação de energia seja mantida, como pode ser visto na
Figura 7.25.
142
1150 2600
Tu - com dissociação
1050 Tu - sem dissociação 2400
Tb - com dissociação
Tb - sem dissociação
950 2200
850 2000
temperatura u (K)
temperatura b (K)
750 1800
650 1600
550 1400
450 1200
350 1000
180 225 270 315 360 405 450 495
ângulo de virabrequim (grau)
Note-se que, embora tenha havido um aumento na temperatura máxima dos gases
queimados de 2427 K para 2493 K, a temperatura dos gases não queimados praticamente
calor calculadas considerando-se ou não a dissociação química, como pode ser visto
através da Figura 7.26. Ou seja, a menor energia interna específica dos produtos da
considerada faz com que menos combustível "necessite ser queimado" para que se atinja
trabalho) e a troca de calor. Assim, a fração de massa queimada não chega à unidade
1.8
1.7
1.6
Qrel - com dissociação
1.5
Qrel - sem dissociação
1.4
Q (kJ)
1.3
1.2
1.1
1.0
0.9
0.8
360 382.5 405 427.5 450
ângulo de virabrequim (grau)
0.08
dQrel - com dissociação
0.07
dQrel - sem dissociação
0.06
0.05
dQ / d (kJ / grau)
0.04
0.03
0.02
0.01
0.00
315 337.5 360 382.5 405
-0.01
ângulo de virabrequim (grau)
constante de 1,0 cm3 para as frestas e uma temperatura de 470 K para os gases em seu
calculada a partir da curva de pressão gerada pelo simulador (Figura 7.28). Embora este
1.10
1.00
0.90
0.80
fração de massa queimada
0.70
0.60
0.50
0.40
0.30
Xb - sem frestas
0.20
Xb - com frestas
0.10
0.00
270 315 360 405 450
-0.10
ângulo de virabrequim (grau)
queimada. É importante esclarecer que a fração de massa queimada está sempre sendo
calculada neste trabalho como a massa do VCb dividida pela massa total contida no
armazenada, de certa forma, nestes pequenos volumes e uma fração da massa neles
considerando-se ou não as frestas. Este gráfico mostra que a queima deveria se iniciar
145
mais cedo para o caso com as frestas. Isto é explicado da seguinte forma: havendo uma
para integração de Tu ( M u 0 ) faz com que a frente de chama não mais seja calculada,
5
sem frestas
raio da frente de chama (cm)
com frestas
4
0
315 360 405
-1
ângulo de virabrequim (grau)
A Figura 7.30 mostra a evolução da liberação de calor para os casos sem e com
frestas. As curvas que se acham na parte superior deste gráfico representam as máximas
curva correspondente ao caso com frestas é explicada pelo fluxo de uma parcela da
massa de combustível do VCu para as frestas. Ratifique-se a idéia de que estes resultados
são ilustrativos, uma vez que partiu-se de uma curva de pressão que não traz consigo
1.80
1.60
1.40
1.20
1.00
Q (kJ)
0.80
Qrel - sem frestas
Qrel - com frestas
0.60
Mcomb*PCI - sem frestas
0.20
0.00
315 360 405 450
-0.20
ângulo de virabrequim (grau)
1.80
1.78
1.76
1.74
1.72
Q (kJ)
1.70
Qrel - sem frestas
Qrel - com frestas
1.68
Mcomb*PCI - sem frestas
1.64
1.62
1.60
315 360 405 450
ângulo de virabrequim (grau)
O gráfico da Figura 7.32 mostra que o cálculo das temperaturas não é tão afetado
pela inclusão dos efeitos das frestas. Já a Figura 7.33 reflete a elevação da taxa de
combustão, onde a fuga de massa para as frestas é maior, mas também no final da
1700 2600
Tu - sem frestas
Tu - com frestas
1500 2400
Tb - sem frestas
Tb - com frestas
1300 2200
temperatura u (K)
temperatura b (K)
1100 2000
900 1800
700 1600
500 1400
300 1200
180 225 270 315 360 405 450 495
ângulo de virabrequim (grau)
0.08
dQrel - sem frestas
0.07
dQrel - com frestas
0.06
0.05
dQ / d (kJ / grau)
0.04
0.03
0.02
0.01
0.00
315 337.5 360 382.5 405
-0.01
ângulo de virabrequim (grau)
Os efeitos dos vazamentos de gases para o cárter são parecidos com os efeitos
das frestas. Dados experimentais mostram que para este motor, com o pacote de anéis
valor de 1,08 kg/m3 (no local de ensaio), tem-se uma vazão mássica de 0,0081 g/ciclo.
Note-se que a maior parte desta vazão ocorre enquanto as válvulas de admissão e
escapamento estão fechadas, pois fora deste intervalo a pressão na câmara é muito baixa
que aparece na Eq. 4-11 de forma a igualar a massa total que vaza durante um ciclo à
0,0081 g. Para o caso até agora utilizado como referência, o valor de K bb é igual a
0,044.
para os três casos: volume de frestas e K bb nulos, volume de frestas igual a 1,0 cm3 (com
Figura 7.36, que o efeito dos vazamentos acarreta um aumento na ordem de 0,2% na
considerava as frestas.
Este fato também se repete na liberação total de calor, mostrada na Figura 7.37
para os três casos. Há um ligeiro aumento da liberação total de calor em relação ao caso
onde só se considerou o efeito das frestas. Estas pequenas alterações na fração de massa
1.100
1.000
0.900
0.800
fração de massa queimada
0.700
0.600
0.500
0.400
Xb - sem frestas
0.300 Xb - com frestas
Xb - com frestas e blow-by
0.200
0.100
0.000
225 270 315 360 405 450
-0.100
ângulo de virabrequim (grau)
0.020
0.015
fração de massa queimada
0.010
Xb - sem frestas
Xb - com frestas
Xb - com frestas e blow-by
0.005
0.000
225 270 315 360
-0.005
-0.010
ângulo de virabrequim (grau)
1.030
Xb - sem frestas
Xb - com frestas
1.025
Xb - com frestas e blow-by
1.020
fração de massa queimada
1.015
1.010
1.005
1.000
0.995
0.990
360 405 450
ângulo de virabrequim (grau)
1.800
1.775
1.750
Q (kJ)
1.725
1.700
entre as evoluções da frente de chama. Nota-se que, pelos mesmos motivos explicados
ainda mais cedo do que no caso que só considerava o efeito das frestas.
151
5
sem frestas
raio da frente de chama (cm)
com frestas
com frestas e blow-by
4
0
315 360 405 450
-1
ângulo de virabrequim (grau)
Tabela 7.5 - Temperaturas das paredes reduzidas para efeito de análise de sensibilidade.
152
calculado com as temperaturas originais. Esta diferença é causada pelo aumento do valor
(absoluto) de calor trocado com as paredes, como pode ser visto na Figura 7.40. Note-se
que esta diferença, entretanto, tem um efeito reduzido no cálculo das temperaturas dos
gases contidos nos dois VC, como mostra a Figura 7.41, onde a maior diferença de
1.10
1.00
0.90
0.80
Xb - temperaturas originais
fração de massa queimada
0.70
Xb - temperaturas reduzidas
0.60
0.50
0.40
0.30
0.20
0.10
0.00
315 360 405 450
-0.10
ângulo de virabrequim (grau)
temperaturas médias das paredes da câmara praticamente não altera a taxa de liberação
153
0.1
0.0
225 270 315 360 405 450
-0.1
-0.1
Qw - temperaturas originais
Q (kJ)
-0.2
Qw - temperaturas reduzidas
-0.2
-0.3
-0.3
-0.4
ângulo de virabrequim (grau)
Figura 7.40 - Aumento na troca de calor devido à redução das temperaturas das paredes.
1150 2600
Tu - temperaturas originais
1050 Tu - temperaturas reduzidas 2400
Tb - temperaturas originais
Tb - temperaturas reduzidas
950 2200
850 2000
temperatura u (K)
temperatura b (K)
750 1800
650 1600
550 1400
450 1200
350 1000
225 270 315 360 405 450
ângulo de virabrequim (grau)
2.0
1.8
1.6
1.0
Q (kJ)
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
225 270 315 360 405 450
-0.2
ângulo de virabrequim (grau)
0.08
0.05
dQ / d (kJ / grau)
0.04
0.03
0.02
0.01
0.00
315 337.5 360 382.5 405
-0.01
ângulo de virabrequim (grau)
6.5
6.0
5.5
temperaturas originais
5.0
temperaturas reduzidas
4.5
raio da frente de chama (cm)
4.0
3.5
3.0
2.5
2.0
1.5
1.0
0.5
0.0
315 360 405 450
-0.5
ângulo de virabrequim (grau)
pressão medidas.
O primeiro conjunto de dados a ser analisado foi aquele que continha a curva de
pressão que serviu de base para a simulação no subcapítulo anterior (2800 rpm, plena
medidos na bancada podem ser vistos na Tabela 7.6. Estes dados foram coletados
A B C
rotação 2800 2800 1680 rpm
% carga 100 50 100 %
umidade absoluta do ar de admissão 0,0124 0,0121 0,0123 kg H2O / kg ar seco
vazão mássica de combustível 18,91 11,53 11,61 kg / h
vazão mássica de ar úmido 406,8 248,3 252,2 kg / h
vazão mássica de vapor d'água 4,98 2,98 3,07 kg / h
0,783 0,782 0,776 -
Pcoletor admissão 0,86 0,54 0,89 bar
Pcoletor escapamento 0,91 0,91 0,91 bar
Tadmissão antes borboleta 297 298 298 K
Tescapamento 970 937 910 K
centelha 335,5 331,2 338,6 graus
entre os 6 cilindros) para cada condição foram calculados e são apresentados na Tabela
7.7.
A B C
massa de combustível /ciclo 0,0375 0,0229 0,0384 g / ciclo
massa de ar seco / ciclo 0,797 0,487 0,824 g / ciclo
massa de vapor / ciclo 0,0099 0,0059 0,0101 g / ciclo
massa total admitida / ciclo 0,845 0,516 0,872 g / ciclo
7.6 são mostradas na Figura 7.45. É conveniente lembrar que a aquisição destas curvas
pressão média adquirida foi fornecida como dado de entrada ao programa de cálculo,
Utilizou-se ainda o valor de fração de gases residuais fornecido pelo simulador (0,048).
157
60
50
2800 rpm -100%
2800 rpm - 50%
1680 rpm - 100%
40
pressão (bar)
30
20
10
0
180 225 270 315 360 405 450 495
ângulo de virabrequim (grau)
mássicas de gases queimados, de gases contidos nas frestas e de gases de blow-by são
Pelo fato de a massa específica dos gases não queimados ser da ordem de 2,5 vezes
maior do que a massa específica dos queimados na região de pico de pressão e pela
menor temperatura dos gases nas frestas, um volume das frestas de 1,1% do volume da
1.00
0.90 0.045
0.80
0.60
0.50 0.025
0.40
0.30 0.015
0.20
0.10 0.005
0.00
225 270 315 360 405 450
-0.10 -0.005
ângulo de virabrequim (grau)
2.00
1.75
1.50
Q rel
1.25 Mcomb*PCI
1.00
Q (kJ)
0.75
0.50
0.25
0.00
225 270 315 360 405 450
-0.25
ângulo de virabrequim (grau)
Uma observação deve ser feita: as partes finais das curvas de fração de massa
simples de correção de pressão análoga à mostrada na Figura 6.3 foi adicionada à curva
de pressão medida, como mostra a Figura 7.49, e esta nova curva de pressão foi então
700 7.0
600 6.0
500 5.0
volume da câmara
300 3.0
200 2.0
100 1.0
0 0.0
315 360 405 450
-100 -1.0
ângulo de virabrequim (grau)
Figura 7.48 - Evolução do volume queimado e do raio da frente de chama (caso A).
70 0.40
0.35
curva original
60 curva corrigida 0.30
50 0.20
correção de pressão (bar)
0.15
pressão (bar)
40 0.10
0.05
30 0.00
-0.05
20 -0.10
-0.15
10 -0.20
-0.25
0 -0.30
0 90 180 270 360 450 540 630 720
ângulo de virabrequim (grau)
1.10
1.00
0.90
0.80
fração de massa queimada
0.70
0.60
0.50
0.40
0.30
0.20
sem correção de pressão
com correção de pressão devida ao drift
0.10
0.00
225 270 315 360 405 450
-0.10
ângulo de virabrequim (grau)
2.00
1.75
1.50
1.25
1.00
Q (kJ)
0.75
0.50
Q rel - sem correção de pressão
0.00
225 270 315 360 405 450
-0.25
ângulo de virabrequim (grau)
praticamente não altera as partes iniciais das curvas de massa queimada e liberação de
calor, mas seu impacto nas partes finais destas mesmas curvas é sensível. Como, no
161
Passando para a análise da taxa de liberação de calor, observa-se que o efeito dos
uma média de 25 ciclos amostrados. A Figura 7.52 traz a curva de taxa de liberação
flutuação que pode ser vista é causada pela variação na derivada da pressão, como
mostra a Figura 7.53, mesmo sendo esta calculada através de diferença finita centrada a
cada 0,2.
0.09
0.08
0.07
0.06
0.05
dQ / d (kJ / grau)
0.04
0.03
0.02
0.01
0.00
305 315 325 335 345 355 365 375 385 395 405 415 425
-0.01
-0.02
-0.03
ângulo de virabrequim (grau)
Figura 7.52 - Taxa de liberação de calor calculada a cada 0,2 (caso A).
55 3.0
50 2.5
pressão medida
45 dp / dTheta - 0,2 grau 2.0
40 1.5
35 1.0
dp / d (bar / grau)
pressão (bar)
30 0.5
25 0.0
20 -0.5
15 -1.0
10 -1.5
5 -2.0
0 -2.5
305 315 325 335 345 355 365 375 385 395 405 415 425
ângulo de virabrequim (grau)
Figura 7.53 - Derivada da pressão calculada com diferenças finitas centradas (0,2).
cada 0,2 e a cada 1,0 de virabrequim, enquanto a Figura 7.55 mostra a comparação
integração.
calculadas para os dois passos de integração. Observa-se que a curva calculada com
passo de integração igual a 1,0 é mais fácil de ser visualizada sem, no entanto, se afastar
55 3.0
50 2.5
pressão medida
45 dp / dTheta - 0,2 grau 2.0
dp / dTheta - 1,0 grau
40 1.5
35 1.0
dp / d (bar / grau)
pressão (bar)
30 0.5
25 0.0
20 -0.5
15 -1.0
10 -1.5
5 -2.0
0 -2.5
305 315 325 335 345 355 365 375 385 395 405 415 425
ângulo de virabrequim (grau)
2.00
1.75
1.50
Q rel - 0,2 grau
1.00
Q (kJ)
0.75
0.50
0.25
0.00
225 270 315 360 405 450
-0.25
ângulo de virabrequim (grau)
Figura 7.55 - Liberações de calor calculadas com passo de integração de 0,2 e 1,0.
evolução da frente de chama para o caso calculado com passo igual a 1,0 indica que a
164
combustão se inicia cerca de 2,0 depois do instante calculado com passo de 0,2. Mas
pode-se notar que há uma grande aderência entre as curvas que representam os raios e os
0.09
dQrel / dTheta - 0,2 grau
0.08 dQrel / dTheta - 1,0 grau
0.07
0.06
0.05
dQ / d (kJ / grau)
0.04
0.03
0.02
0.01
0.00
305 325 345 365 385 405 425
-0.01
-0.02
-0.03
ângulo de virabrequim (grau)
700 7.0
600 6.0
500 5.0
Vb - 0,2 grau
Vb - 1,0 grau
raio da frente de chama (cm)
300 3.0
200 2.0
100 1.0
0 0.0
315 360 405 450
-100 -1.0
ângulo de virabrequim (grau)
Todos estes fatos reforçam a tese de que muito mais importante do que o passo
mostram que o método de Euler utilizado na integração das equações diferenciais das
temperaturas é adequado.
2750
2500
Tb - 0,2 grau
2250 Tu - 0,2 grau
Tb - 1,0 grau
Tu - 1,0 grau
2000
temperatura (K)
1750
1500
1250
1000
750
500
250
225 270 315 360 405 450
ângulo de virabrequim (grau)
Figura 7.58 - Temperaturas calculadas com passos de integração iguais a 0,2 e 1,0.
traz as curvas de liberação de calor calculadas a partir dos valores de pressão medidos
originais e adiantados 0,5. Também a Figura 7.60 mostra o efeito destes parâmetros no
curva de pressão adiantada apresenta uma evolução sensivelmente diferente das demais.
166
2.00
1.75
1.50
1.25
1.00
Q (kJ)
0.50
0.25
0.00
315 360 405 450
-0.25
ângulo de virabrequim (grau)
8
curva de pressão original - passo de cálculo 0,2 grau
curva de pressão original - passo de cálculo 1,0 grau
7 curva de pressão adiantada 0,5 grau - passo de cálculo 1,0 grau
6
raio da frente de chama (cm)
0
315 337.5 360 382.5 405 427.5
ângulo de virabrequim (grau)
Entretanto, mesmo não se afastando muito das curvas calculadas com passo de
integração 0,2, as curvas geradas com passo de 1,0 deixam de considerar valiosas
informação e filtrar a curva de pressão de forma a gerar uma curva de taxa de liberação
com menor nível de flutuação é executar uma média móvel com os valores de pressão
medidos. Para efeito de comparação, uma média móvel centrada de 5 pontos (total 0,8)
confrontados.
curva original de pressão com passos de 0,2 e 1,0 e a curva calculada a partir da curva
de pressão filtrada por uma média móvel centrada de 5 pontos. Detalhes destas curvas na
região de início da combustão (Figura 7.62) mostram que tanto a mudança de passo de
integração como a filtragem pela média móvel trazem pequenas diferenças na fração de
massa queimada. Já na região final da combustão (Figura 7.63), estas diferenças são mais
pronunciadas, sendo que a média móvel traz resultados mais próximos daqueles
1.00
0.80
fração de massa queimada
0.60
0.40
0.20
curva de pressão original - passo 0,2 grau
curva de pressão original - passo 1,0 grau
curva de pressão com média móvel de 5 pontos - passo 0,2 grau
0.00
315 360 405 450
-0.20
ângulo de virabrequim (grau)
0.10
0.08
curva de pressão original - passo 0,2 grau
curva de pressão original - passo 1,0 grau
0.06 curva de pressão com média móvel de 5 pontos - passo 0,2 grau
fração de massa queimada
0.04
0.02
0.00
315 337.5 360
-0.02
-0.04
ângulo de virabrequim (grau)
1.00
0.98
0.96
fração de massa queimada
0.94
0.92
0.90
0.86
382.5 405 427.5 450 472.5
ângulo de virabrequim (grau)
7.64) do que a região final da combustão (Figura 7.65), onde a média móvel traz
melhores resultados.
169
0.10
Q rel - curva de pressão original - passo 0,2 grau
Q rel - curva de pressão original - passo 1,0 grau
Q rel - curva de pressão com média móvel de 5 pontos - passo 0,2 grau
0.08
0.06
0.04
Q (kJ)
0.02
0.00
315 337.5 360
-0.02
-0.04
ângulo de virabrequim (grau)
1.82
Q rel - curva de pressão original - passo 0,2 grau
Q rel - curva de pressão original - passo 1,0 grau
Q rel - curva de pressão com média móvel de 5 pontos - passo 0,2 grau
1.80
1.78
1.76
Q (kJ)
1.74
1.72
1.70
1.68
382.5 405 427.5 450 472.5
ângulo de virabrequim (grau)
calculadas para os três casos. A média móvel ocasiona variações desta taxa mais
170
próximas daquelas calculadas a partir da curva original com passo de 0,2 do que quando
0.10
0.08
0.06
0.04
dQ / d (kJ / grau)
0.02
0.00
315 325 335 345 355 365 375 385 395 405
-0.02
Figura 7.66 - Taxas de liberação de calor para diferentes passos de integração e média
móvel.
chama para os três casos sob inspeção. Pode-se notar que, a menos da região do início
o maior passo de integração o atrasa, as curvas são bem aderentes entre si.
Após este estudo, optou-se por utilizar uma média móvel de 5 pontos
(equivalente a 0,4) como forma de filtrar os ruídos embutidos na curva de pressão dos
5
raio da frente de chama (cm)
0
315 337.5 360 382.5 405
ângulo de virabrequim (grau)
Figura 7.67 - Evoluções da frente de chama para diferentes passos de integração e média
móvel.
7.7 também foi efetuada e as curvas correspondentes são mostradas a seguir. Utilizou-se
frações de gás residual oriundas do simulador, a saber: caso A - 4,8%; caso B - 6,4% e
caso C - 4,5%. As temperaturas das paredes não foram alteradas, permanecendo então
aquelas explicitadas na Tabela 7.3 pois, como foi mostrado, têm pequena influência na
análise de liberação de calor. A temperatura das frestas também não foi alterada,
significativo diferente na condição de meia carga a 2800 rpm em relação às demais, pela
menor pressão exercida em sua face nesta condição para um mesmo gradiente térmico,
uma vez que as temperaturas dos gases queimados são próximas (Figura 7.69).
172
1.00
0.70
fração de massa queimada
0.60
0.50
0.40
0.30
0.20
0.10
0.00
225 270 315 360 405 450
-0.10
ângulo de virabrequim (grau)
2800
1800
1300
800
300
225 270 315 360 405 450
ângulo de virabrequim (grau)
2.0
1.8
Q rel - 2800 rpm - 100%
1.6 Mcomb*PCI - 2800 rpm - 100%
Q rel - 2800 rpm - 50%
1.4 Mcomb*PCI - 2800 rpm - 50%
Q rel - 1680 rpm - 100%
Mcomb*PCI - 1680 rpm - 100%
1.2
1.0
Q (kJ)
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
225 270 315 360 405 450
-0.2
ângulo de virabrequim (grau)
Para que se possa comparar a progressão da frente de chama nos três casos, a
Figura 7.71 mostra seu raio e o volume contido em seu interior calculados para as três
condições. Nota-se que na condição de 1680 rpm, plena carga, o início da combustão
ocorre mais tarde do que nas demais condições. Note-se que os avanços de ignição eram
de 24,5, 28,8 e 21,4 para as condições de 2800 rpm plena carga (A), 2800 rpm meia
condições de plena carga o pico de liberação de calor ocorre em torno de 10 após o
PMS, para a condição de meia carga este ponto está localizado muito próximo do PMS.
174
700 7.0
Vb - 2800 rpm -100%
Vb - 2800 rpm - 50%
600 Vb - 1680 rpm - 100% 6.0
raio - 2800 rpm -100%
raio - 2800 rpm - 50%
500 raio - 1680 rpm - 100% 5.0
300 3.0
200 2.0
100 1.0
0 0.0
315 360 405 450
-100 -1.0
ângulo de virabrequim (grau)
0.08
0.05
dQ / d (kJ / grau)
0.04
0.03
0.02
0.01
0.00
305 325 345 365 385 405 425
-0.01
-0.02
ângulo de virabrequim (grau)
medidos na bancada para a condição de potência máxima (2800 rpm) podem ser vistos
na Tabela 7.9. Estes dados, da mesma forma que os anteriores, foram coletados segundo
entre os 6 cilindros) para cada condição foram calculados e são apresentados na Tabela
e II.
65 3.0
dp / d (bar / grau)
40 0.5
pressão (bar)
35 0.0
30 -0.5
25 -1.0
20 -1.5
15 -2.0
10 -2.5
5 -3.0
0 -3.5
225 270 315 360 405 450
ângulo de virabrequim (grau)
Da mesma forma que nas análises até agora efetuadas, esta nova curva de pressão
média foi fornecida como dado de entrada ao programa de cálculo, juntamente com os
mesmo valor de fração de gases residuais (0,048), passo de integração de 0,2 e média
de blow-by são mostradas na Figura 7.74. Pode-se observar que, pelo fato de a pressão
combustível I para massas admitidas praticamente idênticas, uma maior fração máxima
de gases nas frestas (Xcrev) é causada no caso II, da mesma forma que a fração de blow-
by (Xbb).
1.00 0.06
Xb - combustível I
Xb - combustível II
0.05
0.80 Xcrev - combustível I
Xcrev - combustível II
0.03
0.40
0.02
0.20
0.01
0.00
0.00
225 270 315 360 405 450
-0.20 -0.01
ângulo de virabrequim (grau)
II está "queimando" mais rapidamente do que o combustível I. Isto pode ser confirmado
700 7.0
Vb - combustível I
300 3.0
200 2.0
100 1.0
0 0.0
315 337.5 360 382.5 405
-100 -1.0
ângulo de virabrequim (grau)
Figura 7.75 - Evolução das frentes de chama e volumes queimados para os combustíveis
I e II.
Esta maior taxa de queima é mais visível através da observação das curvas de
entretanto, que esta maior taxa de queima não é exclusivamente causada pela diferente
composição do combustível, mas também pela maior razão de equivalência com a qual o
motor operava nesta condição. Este fato, por sua vez, era ocasionado pelo sistema de
realimentação.
150 K quando da alteração do combustível I para o II, enquanto a temperatura dos gases
0.10
0.09
0.08
combustível I
0.07
combustível II
0.06
dQ / d (kJ / grau)
0.05
0.04
0.03
0.02
0.01
0.00
305 325 345 365 385 405 425
-0.01
-0.02
ângulo de virabrequim (grau)
2.2
2.0
1.8
1.6
1.4
Q rel - combustível I
1.2 Mcomb*PCI - combustível I
Q (kJ)
Mcomb*PCI - combustível II
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
225 270 315 360 405 450
-0.2
ângulo de virabrequim (grau)
2800
Tb - combustível I
2300 Tu - combustível I
Tb - combustível II
Tu - combustível II
temperatura (K)
1800
1300
800
300
225 270 315 360 405 450
ângulo de virabrequim (grau)
8 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
considerando-se, além das duas zonas principais contendo gases queimados e não
fluxos de calor para as paredes, interação da frente de chama com as paredes da câmara,
obtidas experimentalmente.
que 1,5% requer que a incerteza na determinação desta posição angular seja menor do
que 0,2. Também foi observado que a não consideração da dissociação química dos
ordem de 1,1 % do mínimo volume da câmara gerou uma diferença máxima de até 1,0 %
sentido do que aqueles gerados pelas frestas, acrescentando a estes últimos uma
que o método de Euler, pois mesmo para um passo de integração de 1,0, os resultados
se mostraram apropriados.
183
modelo adicional capaz de fornecer a fração do volume de frestas que, a cada instante,
possa estar contendo gases queimados, uma vez que aqui se adotou a hipótese de que
somente gases não queimados poderiam entrar nestas frestas. Para o motor analisado,
esta hipótese é bem razoável por ser a vela de ignição relativamente centrada. Mas para
câmaras em forma de cunha, esta hipótese não mais poderia ser validada. Também se
que não descaracterizem a curva média de pressão como faz a média móvel, é algo a ser
estudado e aprimorado.
184
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[12] MUELLER, R. P.; LI, C.; TSAO, K. C. “Modeling for Mass Burning Rate
and Combustion Duration in Spark Ignition Engines Using Gasohol Fuels”. SAE
paper # 831677. 1983.
697.
englobadas pela frente de chama em função de seu raio adimensionalizado pelo diâmetro
do cilindro do motor M 366 G. Podem ser vistas também as evoluções dos volumes
contidos em seu interior. Estas curvas foram geradas para raios de frente de chama a
66,5.
áreas supra citadas uma vez dado o volume queimado em uma determinada posição
respectiva distância do pistão ao cabeçote para as quais a evolução das áreas e volumes
foi calculada.
= 0,0o - h = 0,247 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
= 3,5o - h = 0,263 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
= 7,0o - h = 0,311 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
= 10,5o - h = 0,390 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
= 14,0o - h = 0,501 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
= 17,5o - h = 0,642 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
= 21,0o - h = 0,812 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
= 24,5o - h = 1,012 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
= 28,0o - h = 1,238 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
= 31,5o - h = 1,491 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
= 35,0o - h = 1,768 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
= 38,5o - h = 2,068 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
= 42,0o - h = 2,390 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
= 45,5o - h = 2,730 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
= 49,0o - h = 3,088 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
= 52,5o - h = 3,462 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
= 56,0o - h = 3,849 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
= 59,5o - h = 4,247 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
= 63,0o - h = 4,654 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
= 66,5o - h = 5,069 cm
160 480
140 420
100 300
volume (cm3)
área (cm 2)
80 240
60 180
40 120
20 60
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
raio da frente de chama / diâmetro do cilindro
APÊNDICE B
Estes dados propiciaram a obtenção, entre outros, dos valores de consumos relacionados