Artigos Sobre Pele, Glândulas e Anexos

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ltima Reviso: 26/06/2009

AUTOR
Vivianne Lira da Cmara
Especialista em Dermatologia pelo Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo (HC-FMUSP)

INTRODUO
A pele um rgo complexo composto por diversos tecidos, tipos celulares e estruturas especializadas. Constitui a interface do corpo humano com o meio externo, exercendo funes cruciais para a vida, como termorregulao, vigilncia imunolgica, sensibilidade e proteo do indivduo contra agresses exgenas, de natureza qumica, fsica ou biolgica, e contra a perda de gua e de protenas para o exterior. o maior rgo do corpo humano e representa 15% do peso corpreo, com variaes estruturais ao longo de sua extenso. composta por trs camadas interdependentes: a epiderme, mais externa; a derme, intermediria; e a hipoderme ou panculo adiposo, sobre a qual repousam as camadas j citadas, permitindo que a pele se movimente livremente sobre as estruturas mais profundas do corpo.

EPIDERME
A epiderme consiste em um epitlio pavimentoso estratificado e queratinizado, de origem ectodrmica. Sua espessura varia aproximadamente de 0,04 a 1,5 mm de acordo com a topografia; 95% das clulas que compem a epiderme so queratincitos organizados em 4 camadas que se renovam continuamente. So elas: camada basal ou germinativa, camada espinhosa, camada granulosa e camada crnea. A camada mais profunda, a basal, apresenta atividade mittica, e os queratincitos resultantes da diviso celular sofrem diferenciao medida que so empurrados para as camadas mais superiores, sintetizando quantidade crescente de queratina no seu citoplasma. O tempo de maturao de uma clula basal at atingir a camada crnea de aproximadamente 26 dias. As camadas da epiderme esto dispostas de modo que sua superfcie relativamente plana, com exceo das reas das pregas cutneas, submetidas a extenses e contraes. A base da epiderme sinuosa, formada por cones epidrmicos que se projetam na derme e encontram-se intercalados com projees digitiformes da derme denominadas papilas. Essa disposio confere grande adeso da epiderme com a derme e maior superfcie de contato entre elas, permitindo uma rea eficaz de troca entre esses dois componentes, j que a epiderme avascular e sua nutrio deriva dos capilares drmicos. Intercalados entre os queratincitos, h outros tipos celulares, como os melancitos, as clulas de Langerhans e as clulas de Merkel.

Populao Queratoctica Camada Basal a camada mais profunda da epiderme, delimitando-se com a derme. constituda habitualmente por nica camada de queratincitos que possuem citoplasma basfilo e ncleos grandes, alongados, ovais e hipercromticos, em contnua diviso mittica.

Camada Espinhosa ou Malpighiana Situa-se logo acima da camada basal e formada por 5 a 10 camadas de queratincitos com configurao polidrica, achatando-se progressivamente em direo superfcie, com seus maiores eixos paralelos a esta. As clulas espinhosas esto unidas mecanicamente entre si e s clulas basais subjacentes por meio de pontes intercelulares denominadas desmossomos, estruturas complexas que conferem pele resistncia a traumas mecnicos. Na camada basal, h apenas uma placa de aderncia ligando a membrana plasmtica das clulas basais membrana basal; essas estruturas de adeso so chamadas hemidesmossomos. Anormalidades dos desmossomos causam separao das clulas (acantlise), com formao de bolhas ou vesculas na epiderme. o que ocorre em doenas autoimunes como pnfigo foliceo e pnfigo vulgar, onde h produo de anticorpos contra as desmoglenas 1 e 3 (constituintes dos desmossomos), respectivamente.

Camada Granulosa composta por 1 a 3 camadas achatadas de queratincitos com formato losangulare citoplasma repleto de grnulos de querato-hialina, que d origem filagrina, importante componente do envelope das clulas corneificadas. Nesta camada, j se observam, alm da filagrina, os outros componentes necessrios para a morte programada das clulas e a formao da barreira superficial impermevel gua, como involucrina, queratolinina, pancornulinas e loricrina. Na pele da regio palmoplantar, h uma camada adicional entre as camadas granulosa e crnea denominada estrato lcido. Suas clulas so anucleadas e formam uma faixa clara e homognea, fortemente coradas pela eosina microscopia ptica.

Camada Crnea a camada mais superficial da pele. Sua espessura varivel de acordo com a topografia anatmica, sendo maior nas palmas e plantas. O processo de maturao dos queratincitos est completo no estrato crneo, apresentando clulas anucleadas com um sistema de filamentos de queratina imerso em uma matriz contnua circundada por membrana celular espessada.

Populao No-queratoctica Melancitos So clulas dendrticas de origem ectodrmica que sintetizam pigmento melnico. Localizam-se na camada basal e seus dendritos estendem-se por longas distncias na epiderme, estando em contato com muitos queratincitos para os quais transfere melanina. O melancito e os queratincitos com os quais se relaciona constituem as unidades epidermomelnicas da pele, numa proporo de 1 para 36, respectivamente.

Clulas de Langerhans So clulas dendrticas originadas na medula ssea que constituem 2 a 8% das clulas da epiderme e localizam-se na camada espinhosa. Na microscopia eletrnica, so caracterizadas por estruturas citoplasmticas denominadas grnulos de Birbeck, que se assemelham a uma raquete de tnis. Tm funo imunolgica, como clulas apresentadoras de antgenos aos linfcitos T.

Clulas de Merkel So clulas de origem controversa encontradas nas extremidades distais dos dedos, lbios, gengivas e bainha externa dos folculos pilosos. Alguns acreditam que sejam de origem neuroendcrina, pois apresentam grnulos intracitoplasmticos com substncias neurotransmissoras e esto em contato ntimo com fibras nervosas da derme, constituindo os discos de Merkel, que provavelmente so mecanorreceptores.

Juno Dermoepidrmica As clulas da camada basal da epiderme repousam sobre uma estrutura chamada membrana basal. microscopia ptica, essa zona limtrofe corada pelo cido peridico de Schiff (PAS) revela uma delgada zona uniforme de reao intensa. Os estudos de microscopia eletrnica esclareceram a complexidade dessa regio, o que vem facilitando a compreenso de vrias doenas cutneas. A zona da membrana basal constituda por 4 reas distintas: a membrana celular da clula basal; a lmina lcida, sob a membrana plasmtica dos queratincitos basais, com seus hemidesmossomos; a lmina densa, formada por colgeno tipo IV; e a lmina fibrorreticular, que se continua com a derme subjacente. A funo da zona da membrana basal fornecer a ancoragem e a adeso da epiderme com a derme, mantendo a permeabilidade nas trocas entre estes dois componentes e atuando como filtro para a transferncia de materiais e clulas inflamatrias ou neoplsicas. Vrias doenas mecanobolhosas hereditrias e auto-imunes envolvem a separao e a formao de bolhas em vrios nveis da juno dermoepidrmica, como epidermlise bolhosa, penfigoide bolhoso, penfigoide gestacional e lpus eritematoso bolhoso.

DERME
A derme a camada situada logo abaixo da epiderme, formada por denso estroma fibroelstico de tecido conectivo em meio a uma substncia fundamental, que serve de suporte para extensas redes vasculares e nervosas, e anexos cutneos que derivam da epiderme. Os principais componentes da derme incluem o colgeno (70 a 80%) para resistncia, a elastina (1 a 3%) para elasticidade e os proteoglicanos, que constituem a substncia amorfa em torno das fibras colgenas e elsticas. A derme divide-se em papilar (mais externa), reticular (mais interna) e derme perianexial. A derme papilar mais delgada, altamente vascularizada e preenche as concavidades entre as cristas epidrmicas, dando origem s papilas ou cristas drmicas. formada por feixes delicados de fibras colgenas (principalmente do tipo III) e elsticas, dispostas em uma rede frouxa, circundada por abundante gel de mucopolissacardeos. A derme reticular compe a maior parte da espessura da derme, est abaixo do nvel das cristas epidrmicas e constituda de fibras colgenas (principalmente do tipo I) entrelaadas, alm de fibras elsticas que esto dispostas paralelamente superfcie da pele. A derme perianexial tem a mesma estrutura da derme papilar, mas localiza-se em torno dos anexos cutneos. O sistema elstico, que permeia as fibras colgenas das dermes papilar e reticular, responsvel pela elasticidade cutnea, ou seja, capacidade da pele de retornar posio original quando submetida ao estiramento. A derme contm populao mista de clulas, incluindo fibroblastos, fibrcitos, macrfagos teciduais, melanfagos, mastcitos e leuccitos sanguneos (como neutrfilos, eosinfilos, linfcitos, moncitos e plasmcitos).

Vascularizao O suprimento vascular da pele limitado derme e constitui-se de um plexo profundo em conexo com um plexo superficial. Estes plexos correm paralelos superfcie cutnea e esto ligados por vasos comunicantes dispostos perpendicularmente. O plexo superficial situa-se na poro superficial da derme reticular, com arterolas pequenas das quais partem alas capilares que ascendem at o topo de cada papila drmica e retornam como capilares venosos. O plexo profundo situa-se na base da derme reticular e composto por arterolas e vnulas de paredes mais espessas. H ligao ntima entre os plexos por meio dos vasos comunicantes, e o controle do fluxo sanguneo drmico por esses vasos contribui para o controle da temperatura corprea.

HIPODERME
A hipoderme ou panculo adiposo a camada mais profunda da pele e est organizada em lbulos de gordura divididos por septos fibrosos compostos de colgeno, por onde correm vasos sanguneos, linfticos e nervos. Une a derme fscia profunda subjacente, absorve choques e funciona como isolante trmico.

Inervao A inervao da pele abundante e constituda por nervos motores autonmicos e por nervos sensoriais somticos. O sistema autonmico composto por fibras simpticas e responsvel pela piloereo, constrio da vasculatura cutnea e secreo do suor. As fibras que inervam as glndulas crinas so simpticas, mas tm como neurotransmissor a acetilcolina. O sistema somtico responsvel pelas sensaes de dor, prurido, tato suave, tato discriminativo, presso, vibrao, propriocepo e trmica. Os nervos sensitivos tm receptores especializados divididos funcionalmente em mecanorreceptores, termorreceptores e nociceptores. Morfologicamente, estes receptores podem constituir estruturas especializadas, como:

corpsculos de Vater-Pacini, nas regies palmoplantares, especficos para presso e vibrao; corpsculos de Meissner, nas polpas dos dedos, especficos para o tato; corpsculos de Krause, nas reas de transio entre pele e mucosas, sensveis ao frio; corpsculos de Ruffini, sensveis ao calor.

Podem tambm ser desprovidos de caractersticas estruturais especficas, que so as terminaes nervosas livres responsveis pela sensibilidade da dor, prurido e parte da trmica.

ANEXOS CUTNEOS

Unidade Pilossebcea As unidades pilossebceas so encontradas sobre toda a superfcie da pele, exceto nas regies palmoplantares, nos lbios e na glande. Compem-se de uma haste pilosa circundada por bainha epitelial contnua com a epiderme, uma glndula sebcea,

musculatura lisa piloeretora e, em certas regies corpreas, ducto excretor de uma glndula apcrina que desemboca acima da glndula sebcea. A haste pilosa a parte do pelo que se projeta para fora da pele, e sua raiz a regio que fica dentro da pele. A haste composta por cutcula externa, crtex intermedirio e medula. A bainha epitelial da raiz divide-se em bainhas radiculares externa e interna. A externa d continuidade s clulas da camada espinhosa da epiderme superficial, e a interna formada por trs camadas celulares distintas: camada de Henle, camada de Huxley e cutcula, formada por escamas que se entrelaam com as escamas da cutcula do pelo. Na poro mais inferior do folculo piloso, h uma expanso chamada de bulbo piloso, que contm a matriz do pelo. Nela ocorre a atividade mittica do pelo e encontram-se os melancitos, sendo, portanto, responsvel pelo crescimento e pigmentao do pelo. H dois tipos de pelo: o lanugo ou pelo fetal, que so curtos, delicados e claros, idnticos aos pelos velus do adulto; e o terminal, mais grosso, escuro e grande, encontrado nas axilas, cabelos, barba e regio pbica. Os pelos no crescem continuamente, e sim de maneira cclica, podendo-se identificar 3 fases distintas:

angena: fase de crescimento ativo, com durao de 2 a 3 anos; corresponde a 85% dos cabelos; catgena: fase de involuo, com durao de 3 semanas; corresponde a 1% dos cabelos; telgena: fase de queda, com durao de 3 a 4 meses; corresponde a 14% dos cabelos.

As glndulas sebceas so glndulas holcrinas cuja funo produzir o sebo, que uma combinao de steres de cera, esqualeno, steres de colesterol e triglicrides. secretado atravs do ducto sebceo na luz do folculo piloso e recobre a superfcie cutnea, atuando como lubrificante natural do pelo, alm de evitar a perda de gua pela camada crnea, proteger contra excesso de gua na superfcie e ter ao bactericida e antifngica. Ocorrem por toda a pele, exceto na regio palmoplantar, e seu controle hormonal, especialmente andrgeno.

Glndulas Sudorparas crinas As glndulas sudorparas crinas derivam da epiderme e no pertencem unidade pilossebcea. Cada glndula um tbulo simples com um segmento secretor enovelado situado na derme e um ducto reto que se estende at a superfcie da pele. So inervadas por fibras simpticas, mas tm a acetilcolina como mediador.

Esto localizadas em toda a superfcie cutnea, exceto nas reas de pele modificada, como os lbios, os leitos ungueais e a glande. Participam da termorregulao, produzindo suor hipotnico que evapora durante o calor ou estresse emocional.

Glndulas Sudorparas Apcrinas As glndulas sudorparas apcrinas derivam da epiderme e fazem parte da unidade pilossebcea, desembocando, em geral, nos folculos pilosos. Localizam-se nas axilas, escroto, prepcio, pequenos lbios, mamilos e regio perineal, alm de, modificadamente, nas plpebras (glndulas de Moll), mamas (glndulas mamrias) e conduto auditivo externo (glndulas ceruminosas). Produzem secreo viscosa e leitosa constituda de protenas, acares, amnio e cidos graxos; inodora quando atinge a superfcie, mas as bactrias a decompem, causando odor desagradvel. So inervadas por fibras nervosas simpticas e esto sob controle dos hormnios sexuais. Sua funo provavelmente representa vestgios de espcies inferiores, cuja comunicao sexual se d por meio de substncias qumicas.

Unhas So placas crneas localizadas no dorso das falanges distais dos quirodctilos e pododctilos. So compostas por 4 partes: a raiz, parte proximal recoberta por uma prega de pele chamada de prega ungueal proximal; a lmina, que est aderida sobre o leito ungueal; as dobras laterais, que cobrem as bordas laterais da lmina ungueal; e a borda livre. No leito ungueal, a epiderme apresenta somente a camada basal, que se torna opaca na sua parte proximal, formando a lnula. A encontra-se a matriz, que tem intensa atividade proliferativa e responsvel pelo crescimento da unha.

FISIOLOGIA DA PELE
As vrias estruturas da pele exercem funes primordiais para a sobrevivncia do organismo. So elas:

O estrato crneo atua como barreira para a perda de gua das camadas epidrmicas internas e para leso proveniente do ambiente externo, como a entrada de agentes txicos e micro-organismos. Os melancitos exercem proteo contra os efeitos indesejveis da radiao solar ultravioleta por meio da melanina, que a absorve amplamente. Os nervos drmicos tm a importante funo de percepo do meio.

As fibras colgenas e elsticas da derme e sua substncia fundamental conferem pele propriedades viscoelsticas e de resistncia que a protegem contra as foras de cisalhamento. A termorregulao se d pela extensa rede vascular cutnea, atravs do controle do fluxo sanguneo, e pelas glndulas sudorparas crinas, cuja secreo proporciona o resfriamento por evaporao a partir da superfcie da pele. O papel da pele na proteo imunolgica do organismo se deve principalmente clula de Langerhans, que participa de vrias reaes imunolgicas, inclusive na interao macrfago-clula T e nas interaes entre linfcitos T e B. A pele desempenha uma funo endcrina, pois a ao da radiao ultravioleta sobre o 7-deidrocolesterol nos ceratincitos forma a vitamina D3, que estimula a absoro de clcio e fosfato no intestino.

BIBLIOGRAFIA
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O sistema Tegumentar formado pela "pele" e seus acessrios (glndulas, plos e unhas). A pele o maio rgo do corpo humano, tanto no tamanho quando no peso. Tambm o rgo mais exposto.

As funes da pele so:


termo regulao corporal proteo sensao excreo imunidade sntese de vitamina D.

A pele possui duas camadas:

(Clique para Ampliar) Epiderme a camada mais externa. formada pelo epitlio escamoso estratificado. Sua constituio feita por 90% de Queratincitos (produtores de queratina), Melancitos (produtores de melanina), Clulas Langherans e Clulas Mervel. Derme a segunda camada, porem principal parte da pele. composta por fibras colgenas e elsticas, tecido conjuntivo frouxo, tecido adiposo e tecido conjuntivo denso irregular. Mais espessa na palma das mos e plantas dos ps. Possui papilas drmicas e corpsculos de Meissner (do tato) e outros contm capilares sanguneos. A Melanina d a cor do amarelo ao negro para a pele. A quantidade de um indivduo para o outro a mesma, o que diferencia a tonalidade da pele o Pigmento Caroteno. Os plos so acessrios da pele. So responsveis manuteno da temperatura corporal. So clulas fundidas, mortas e queratinizadas, formada por uma parte externas (haste) e uma interna (raiz). A base do folculo o bulbo que contm a papila (vascularizao responsvel pela nutrio) e a matriz (que tem a funo de formar novos plos). As Glndulas Sebceas se concentram no folculo piloso, onde abrem-se diretamente no canal do plo. Estas glndulas no existem nas palmas das mos e na planta dos ps. Estas secretam sebo, que impede o ressecamento do elo, a evaporao excessiva de gua, mantm, a pele macia e evitam a proliferao de certas bactrias.

As Glndulas Sudorparas responsvel pela produo e transporte do suor, atuando como regulador trmico. Apcrinas Abrem-se nos folculos e so estimuladas durante o estresse emocional e excitao sexual. crinas Compem toda a pele com exceo da margem dos lbios, leitos ungeais e tmpanos. As Glndulas Ceruminosas produzem cerume. So presentes nica e exclusivamente no meato acstico externo. Seus ductos abrem-se diretamente na superfcie ou nos ductos das glndulas sebceas. Uma barreira viscosa formada por plos e cerume. As unhas so clulas da epiderme, firmemente aderidas, duras e queratinizadas. Possuem corpo, margem livre e raiz. Seu corpo rosado devido capilarizao. Tem a funo de possibilitar a manipulao de pequenos objetos e proteo da extremidade dos dedos.

O tegumento comum constitui o manto contnuo que envolve todo o organismo, protegendo-o e adaptando-o ao meio ambiente. Esse invlucro somente interrompido ao nvel dos orifcios naturais (narinas, boca, olhos, orelha, nus, rgo genital feminino e pnis) onde se prolonga pela respectiva mucosa. Sob o ponto de vista anatmico o tegumento comum formado por dois planos, o mais superficial denominado ctis ou pele e o mais profundo tela subcutnea. Dependentes da ctis encontramos uma srie de estruturas chamadas anexos cutneos, que so os pelos, as unhas e as glndulas (sebceas, sudorferas, ceruminosas, vestibulares nasais, axilares, circumanais e mamas).

Funes da pele (resumo):


Regulao da temperatura corporal, pelo fluxo sanguneo e pelo suor. Proteo, barreira fsica, infeces, desidratao e radiao UV. Sensibilidade, atravs de terminaes nervosas receptoras de tato, presso, calor e dor. Excreo, de gua e sais minerais, componentes da transpirao. Imunidade, clulas epidrmicas so importantes para a imunidade. Sntese de vitamina D, em funo exposio aos raios UV. Absoro de substncias, principalmente gordurosa, como hormnios, vitaminas e medicamentos. Ctis ou pele, constituda por duas membranas que se justapem e aderem intimamente e que so a epiderme (por fora) e a derme ou crio (por dentro).

Epiderme, delgada tnica superficial derivada do ectoderma embrionrio, formada por vrias camadas de clulas achatadas (epitlio pavimentoso estratificado). A camada mais perifrica da epiderme constituda por clulas mais resistentes, queratinizadas, as quais se acham em constante descamao, sendo substitudas pelas subjacentes, do que decorre constante renovao. A epiderme mais espessa ao nvel da palma e da planta e mais delgada nas plpebras, prepcio, pequenos lbios vaginais e escroto. A melanina o principal pigmento epidrmico, controlado pelo hormnio melancitoestimulante (MSH) da adenohipfise (lobo anterior). Derme ou crio, do latim corium = couro, significando a membrana espessa que resulta aps ter sido curtida a pele de certos animais e que subpe-se epiderme. Constituda de tecido conjuntivo (mesodrmico) denso. Na palma e planta a derme percorrida por cristas e sulcos, utilizveis para identificao individual (papiloscopia ou dactiloscopia). na derme que encontramos a raiz dos pelos e a maioria das glndulas anexas a ainda aqui que termina pelo menos uma das extremidades das fibras musculares dos msculos cutneos da cabea, pescoo, palma, dartos escrotal e grandes lbios, msculo arolopapilar da mama e eretores dos pelos. Tela subcutnea ou tecido celular subcutneo (TCSC), encontrada profundamente derme, formado por tecido conjuntivo frouxo (areolar) e gordura (panculo adiposo). Permite o deslizamento da pele sobre os planos subjacentes, oferece proteo (amortecedor) e constitui-se em verdadeiro sistema de armazenamento de gordura (energia). Em alguns locais o TCSC exguo ou inexistente, como nas plpebras, pavilho da orelha, prepcio, escroto, e pequenos lbios vaginais. Couro cabeludo, um tipo especial de ctis que recobre a calvria caracterizado por duas lminas densas (crio externamente e pericrnio internamente, aderido ao peristeo). Entre essas duas lminas ocorre um tecido frouxo, no gorduroso que o tecido subaponevrtico. Pelos, filamentos flexveis formados por clulas queratinizadas que se implantam na derme. Dividido numa parte externa (haste) e numa raiz. A raiz est contida no folculo piloso, no fundo do qual encontramos uma dilatao chamada bulbo do pelo. Como anexos do pelo temos as glndulas sebceas e os msculos eretores dos pelos. Distribuio dos pelos, chamados lanugem ao nascimento, so substitudos pelos vilos.

Denominaes especiais por regio:


1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. Cabelos, couro cabeludo. Superclios, rbitas. Clios, nas plpebras. Vibrissas, vestbulo nasal. Tragos, meato acstico externo. Bigode, lbio superior. Barba, face. Hircos, axilas. Pubes, regio pubiana, monte pbico.

No h pelos na palma, na planta e no dorso das falanges distais. Os cabelos crescem meio mm por dia. Unhas, lminas queratinizadas que recobrem parcialmente o dorso das falanges distais de mos e ps, com a funo precpua de proteg-las. Duas faces (superficial e profunda) e quatro bordas (laterais, proximal e distal). A face profunda assenta sobre o crio que a esse nvel se chama leito ungueal. A face superficial convexa. A borda proximal constitui a raiz da unha. Glndulas sebceas, vistas com o pelo, situadas junto ao folculo piloso aonde se abre por curto e largo ducto. A contrao do msculo eretor ajuda a expelir o contedo gorduroso. No existem em pele glabra. Nas plpebras encontramos dois tipos de glndulas sebceas modificadas: as glndulas trsicas e as glndulas ciliares sebceas. Na arola mamria tambm encontramos outra modificao dessas estruturas que so as glndulas areolares. Glndulas sudorferas, constitudas por um fino e longo tubo que no incio se enovela, chamado corpo da glndula, profundamente situado no crio, chegando mesmo a ultrapassa-lo atingindo o TCSC. Secretam o suor atravs do poro sudorfero. Glndulas ceruminosas, situadas no meato acstico externo, secretam o cermen. Glndulas vestibulares nasais, localizadas no vestbulo nasal. Glndulas axilares, regio axilar, cujo produto sofre decomposio exalando cheiro prprio e individual, o qual mais acentuado em certas raas ou por ocasio da puberdade. Glndulas circumanais, localizadas na cutis que circunda o nus. Glndulas mamrias ou mamas, foram tratadas em sistema genital feminino.

O pele dividida em 3 camadas:


Epiderme Derme Hipoderme A pele se divide em Fina e Espessa

Pele Fina

Pele Espessa

A epiderme da pele espessa dividida em:


Pele espessa aquela encontrada nas regies de pele glabra

A epiderme da pele espessa dividida em:


Extrato crneo (superfcie da pele) Extrato Lcido Extrato Granuloso Extrato Espinhoso Extrato Germinativo

Pele Fina: Possui 4 extratos celulares na epiderme: A epiderme da pele fina dividida em:
Extrato crneo (superfcie da pele) Extrato Granuloso Extrato Espinhoso Extrato Germinativo A epiderme comea com o extrato germinativo, tendo formatos diferentes, pois se tivessem formatos iguais, elas se juntariam fazendo com que a mesmas no se renovassem. Com a renovao do extrato germinativo, as clulas iro subir transformando-se no extrato espinhoso, seguindo o mesmo processo, as clulas iro subir transformando-se no extrato granuloso, seguindo a seqncia transforma-se no extrato crneo (sem ncleo). Por isso que a pele escama ( renovao da pele ), pois a clula no vive muito tempo sem ncleo. As clulas da pele so labeis ( tempo de vida curto, se reproduzem rapidamente ).

A Derme dividida em:


Vasos Sangneos Glndulas Sudorparas Glndulas Sebceas Folculo Espinhoso Vasos Linfticos Melancitos

A derme possui muito colgeno e elastina que suporta a epiderme

A pele tem vrias funes como:


Permeabilidade seletiva bO Proteo dos raios UVB e UVA Impacto mecnico Sensorial Sistema imonolgico rgo excretor Sistema Endcrino PERMEABILIDADE SELETIVA DE bO A pele e o rins so responsvel pela regulao do lquido corporal. A queratina que se encontra no extrato crneo impede parcialmente que a gua penetre na pele ( absorvendo normalmente poucas quantidades de gua, ou atravs de produtos qumicos ). A pele realiza seleo de substncias que so absorvidas por ela, ou podemos induzir a pele a absoro de produtos atravs da Eletroterapia. PROTEO DE RAIOS UVB E UVA Temos em nosso corpo clulas chamadas de Melancitos que produz melanina. A pele ao receber raios solares UVB e UVA estimulam os Melancitos que produzem a melanina que um protetor natural ( filtro ) da pele, possibilitando a forma seletiva e gradativa da radiao solar. IMPACTO MECNICO Ajuda a amortecer os impactos externos do corpo. SENSORIAL Parte sensorial da pele recebe os sinais externos atravs dos sensores corporal que transformam este estmulo em P.A que ir pela medula espinhal at o SNC, que processa e retorna com uma resposta, podendo assim nos moldar conforme o estmulo; Adaptandose. Os sinais podem ser: Tato, Presso, Vibrao, Sensaes Sexuais, Ccegas, Prurido (coceira), Dor, Frio, Calor, Cinestesia. SISTEMA IMUNOLGICO A pele conforme as demais partes do corpo tambm possui seu sistema de defesa, tendo a funo de combater os agentes patognicos (micoses, alergias e etc). Para combater seus agentes patognicos a pele recebe do sistema circulatrio oxignio e nutrientes para as clulas de defesa; podendo no local haver vasodilatao e rubor. Clulas de Langehans So clulas especiais na defesa que captam o agente patognico na superfcie da pele, enviando-o para a derme, que contm vasos linfticos captando o agente patognico que foi pr-transformado por fagocitose, este ser encaminhado pelos canais linfticos at os linfoncitos que destroem o agressor.

Tanto a derme como a epiderme possuem as clulas de langehans. ORGO EXCRETOR

Glndulas Sudorparas
Suor Termoregulao Excreo de produtos qumicos e de dietas

Glndulas Sebceas
Sebo Protege contra agentes patognicos Sofre menos agresso Protege de alteraes climticas Hipermeabilidade (gua) A temperatura do corpo humano geralmente de 36 a 37 graus. Quando a temperatura do ambiente de 40 graus ou superior, e como sempre o processo sempre do mais concentrado para o menos concentrado a pele serve como sensor, que ao aumento da temperatura envia um P.A para o SNC, que por sua vez envia um P.A que estimula as glndulas sudorparas a secretar suor que ir resfriar a pele ( sensorial setorial ) conforme a temperatura normal do corpo. Alm da termoregulao pelo suor, podemos controlar a temperatura atravs do centro vasomotor localizado no hipotlamo (ncleo de controle de temperatura). Ao estmulo do aumento da temperatura a pele manda um P.A para o hipotlamo que envia um sinal para o crtex parietal, que reenvia um outro sinal para o hipotlamo que envia um P.A para as veias que fazem uma vasodilatao nos vasos perifricos da pele, resfriando o sangue, sem aumento do fluxo sangneo. O hipotlamo possui um ncleo composto por neurnios que possuem seus axnios que servem como sensor regulador da temperatura ( fazendo vasodilatao ou vasoconstrio ). Excreo de produtos qumicos Dependendo de alguns produtos qumicos e da necessidade corporal de absorver as substncias, pode haver quantidade excessiva destes produtos no organismo que secretado pelas glndulas sebceas dependendo da afinidade com a substncia, que vem pelo sistema venoso capilar; quando estas glndulas fazem a troca de CO2 e resduos metablicos para O2 e nutrientes, estes nutrientes alm de sais minerais, protenas trazem junto os produtos qumicos em excesso que ir entrar em contato com os sebos e o suor, que sero eliminados conforme a secreo das glndulas. SISTEMA ENDCRINO Ao receber os raios solares a pele forma hormnios (vitamina D3) que ir atuar no intestino grosso atravs da corrente sangnea, que ajuda o intestino na absoro de clcio e fsforo dos alimentos que iro alimentar as clulas do corpo e depositar-se nos ossos.

Outra funo do sistema endcrino o estrognio na pele. Fonte: www.sogab.com.br

Dermatologia Sade da Pele Disciplina de Telemedicina FMUSP Sade da Pele 1.1 Anatomia e Fisiologia da Pele: Camadas e estruturas anexas: A pele representa 16% do peso do corpo humano. Parece pouco? Compare: se voc tem 70 kg, sua pele responsvel por cerca de 12 kg do seu peso. Outro nmero para voc lembrar: toda a superfcie da sua pele mede de 1,5 a 2 metros quadrados. Entenda como sua pele e quais so suas funes: A pele possui trs camadas: A pele formada por trs camadas, bem unidas entre si. So elas: epiderme, derme e hipoderme. Todas so importantes para o corpo, e cada uma tem caractersticas e funes diferentes. 1. ) Epiderme a camada mais externa da pele, aquela que voc pode ver. Ela formada, na sua superfcie, por clulas achatadas, chamadas queratincitos. Estas clulas chamam-se queratincitos porque so ricas em uma protena chamada queratina. a queratina quem, entre outras substncias, ajuda a evitar a desidratao, ou perda de gua, do organismo. Isso porque esta protena mantm as clulas mais unidas e, conseqentemente, com menos espao para ocorrer a evaporao da gua. Mas a epiderme no tem s queratincitos. Existem nela outras clulas, chamadas melancitos. Estas clulas produzem a melanina, outra protena, de cor escura, responsvel pela pigmentao da pele. A quantidade de melanina determina a cor da pele de cada um. Alm disso, a melanina protege a pele dos efeitos nocivos do sol. A epiderme est em constante renovao: as clulas mais antigas so substitudas por outras mais novas. As clulas (queratincitos) nascem mais redondinhas e vo se achatando medida que chegam na superfcie. Este deslocamento para a parte mais externa acontece porque as clulas so

empurradas por suas colegas que esto nascendo. Bem, depois que chegam na superfcie, j bastante achatadas, as clulas desprendem-se do corpo. Entre o nascimento e a despreendimento de uma clula se passam de um a dois meses. O que um milmetro e meio? Pouca coisa no ? Nada alm de algumas folhas de papel sulfite ou mesmo a altura de um clipe de papel. Pois um milmetro e meio significa a maior espessura da epiderme, na regio da planta dos ps. Onde ela mais fina? Nas plpebras, com apenas 0,3 milmetros, o mesmo que uma folha de papel sulfite. 2.) Derme A derme a camada do meio da pele. Ela mede de um a quatro milmetros. formada por fibras e por grande quantidade de vasos sangneos e terminaes nervosas. As fibras so produzidas por clulas chamadas fibroblastos. Essas fibras podem ser elsticas ou colgenas. As elsticas permitem que a pele volte ao normal aps ser esticada. J as colgenas conferem maior resistncia pele, formando uma rede que sustenta outras estruturas. Entre elas, os anexos cutneos: plos, unhas, glndulas sebceas e sudorparas. As terminaes nervosas (as extremidades dos nervos, a pontinha dos nervos), que esto localizadas na derme, recebem os estmulos do meio ambiente, e os transmitem ao crebro, atravs dos nervos. Estes estmulos so traduzidos em sensaes, como dor, frio, calor, presso, vibrao, ccegas e prazer. 3.) Hipoderme A hipoderme a terceira e ltima camada da pele. Esta camada formada basicamente por clulas de gordura. Sendo assim, sua espessura bastante varivel...(depende se a pessoa gordinha ou magrinha). Ela apia e une a epiderme e a derme ao resto do seu corpo. E permite que as duas primeiras camadas deslizem livremente sobre as outras estruturas do organismo. Alm disso, a hipoderme mantm a temperatura do seu corpo e acumula energia para o desempenho das funes biolgicas. Funes da Pele: Sua pele multiuso: tem vrias funes. Confira quais so: 1. Transmisso de Estmulos e Sensaes: A pele conduz os estmulos que recebe do meio externo para o crebro. Para isso, possui diferentes tipos de terminaes nervosas, conhecidas como receptores. Os receptores transmitem os estmulos para o crebro que, por sua vez, traduz estes estmulos em sensaes: frio, calor, tato, presso, dor, vibrao, ccegas e prazer. Para voc entender melhor: as terminaes nervosas, ou receptores, podem ser comparadas a um interruptor de luz. J os nervos seriam os cabos condutores. Quando apertamos o interruptor, obtemos como resposta a luz. Quando recebemos um estmulo, obtemos como resposta as sensaes. Existem estruturas especficas para transmitir ao crebro cada um dos estmulos

nervosos. Sem a pele, voc no teria como responder aos estmulos. Imagine: no caso de estar se machucando, no sentiria dor. E, por no sentir dor, no se afastaria rapidamente do perigo, podendo se machucar ainda mais. As terminaes nervosas concentram-se em maior ou menor quantidade, dependendo da regio do corpo. Quanto mais terminaes, maior a sensibilidade. por isso que alguns lugares so mais sensveis que outros. Olhos e lngua so exemplos de regies bastante sensveis. Os tipos de terminaes nervosas tambm variam de acordo com o local. Nos lbios, por exemplo, h maior concentrao de nervos sensveis dor e presso. Na lngua, existem terminaes que nos ajudam a sentir os diferentes gostos dos alimentos: amargo, salgado, doce, cido. 2. Regulao da Temperatura corporal: A pele elimina ou conserva o calor do seu corpo, conforme a necessidade. Para dissipar o calor em excesso, produz o suor. Para manter a temperatura, provoca o arrepio. Suor Voc est adaptado para funcionar temperatura de 36,5 C. Quando ela aumenta, preciso dissipar o calor. Ento, sua pele produz o suor, atravs das glndulas sudorparas. Mas como que o suor elimina calor? A explicao simples, e envolve conceitos de Fsica: todos os elementos precisam ganhar ou perder energia para mudar seu estado fsico. Ganhar energia para mudar do estado lquido para o gasoso e perder energia para mudar do estado lquido para o slido. o que acontece com o suor. Ele uma gotcula de gua sobre a pele que precisa evaporar. Para isso, vai roubar energia da superfcie da pele, esfriando-a. Quando a pele esfria, os sangue dos vasos sanguneos que a percorrem tambm esfria. Bem, este sangue mais frio circula pelo todo o corpo. Assim, todo o organismo esfria. E pensar que todo este processo comea com as pequenas glndulas sudorparas da pele. Mas no so apenas as glndulas sudorparas que entram em ao para diminuir a sua temperatura. Voc j deve ter notado que sua pele fica avermelhada quando voc pratica exerccios, tem febre, ou mesmo nos dias mais quentes. Sabe porqu? que a pele est dando mais uma mozinha para regular sua temperatura, desta vez atravs do aumento do calibre dos vasos sanguneos. Este aumento chama-se vasodilatao, e permite que a perda de calor seja mais rpida, j que circula maior quantidade de sangue esfriado pelo corpo. E, por haver mais sangue em cada vaso, sua pele fica avermelhada. Arrepio Nos dias de frio, ou em locais com ar condicionado, voc fica arrepiado. Essa a

forma que a pele encontra para lhe proteger das baixas temperaturas. Os plos levantados fazem com que uma camada de ar fique parada sobre a pele, funcionando como isolante trmico e evitando a perda de calor. E como acontece o arrepio? A pele possui um msculo eretor para cada plo. Ao se contrair, o msculo coloca o plo em p. Mais uma vez, os vasos sanguneos da pele ajudam na regulao da temperatura. Agora, como o objetivo evitar a perda de calor, acontece a vasoconstrio: diminuio do calibre dos vasos que percorrem a pele. A vasoconstrio provoca a reduo do volume de sangue que passa pelos vasos sanguneos. Com menor quantidade de sangue esfriado circulando, h menos perda de calor. E, tambm devido a menor quantidade de sangue, a pele fica mais plida. Gordura (Hipoderme) As clulas de gordura formam um excelente isolante trmico, conservando o calor interno quando o ambiente est mais frio. 3. Proteo A pele serve de armadura para voc: suas estruturas protegem o corpo das agresses do meio ambiente, como bactrias e fungos, condies climticas, poluio e substncias qumicas, entre outras. Alm de proteger o corpo, a prpria pele produz para si uma camada de proteo, chamada manto hidrolipdico. Esta camada formada por uma mistura de gordura, produzida pelas glndulas sebceas, e suor, fabricado nas glndulas sudorporas. O manto hidrolipdico lubrifica a pele e os plos. E porqu essa lubrificao importante? Porque a camada de sebo e suor torna a pele mais resistente s infeces. Os fungos ou bactrias presentes no ar tm mais dificuldade de penetrar na pele e causar doenas, como as conhecidas micoses e o impetigo (aquela doena de pele que aparece em crianas). Alm de evitar infeces, o manto hidrolipdico protege a pele dos agressores externos que esto no ar, como p, plen, plos... Sem proteo, estes agentes irritam a pele, causando dermatites (inflamaes). A pele tambm fica mais protegida da ao de molculas das substncias qumicas, como aquelas que fazem parte dos detergentes e outros produtos de limpeza. Estas substncias podem causar grande irritao, com vermelhido, inchao, coceira e secrees. A lubrificao deixa os plos mais fortes, com menos chance de quebrar. Inteirinhos, eles ficam mais bonitos e desempenham melhor sua funo de manter a temperatura do corpo nos dias ou locais frios. Outra funo do manto hidrolipdico impedir o ressecamento, evitando a perda de gua pela pele. Isso muito importante em regies ou pocas do ano nas quais a umidade do ar est baixa. Se no fosse o manto hidrolipdico, sua pele ficaria ressecada com mais facilidade.

1.2. Desidratao e Hidratao da Pele Causas da Desidratao Sua pele pode ficar desidratada por vrios motivos. Um deles o clima: muito vento ou sol provocam a evaporao de maior quantidade de gua da pele. Com menos gua, a pele fica ressecada. Mas pode ser que no esteja ventando e que voc no tome sol em excesso e, mesmo assim, sua pele continue seca. Observe se, onde voc mora, o ar seco. A falta de umidade no ar leva ao ressecamento de sua pele, pois h maior evaporao de gua do corpo. Fique atento a mudanas bruscas na temperatura, como o surgimento de vento frio. Ah, e no inverno, a pele fica mais ressecada devido menor produo de suor e sebo pelo corpo. Outro motivo de desidratao o uso freqente de substncias qumicas, como os detergentes e os solventes orgnicos, utilizados na limpeza domstica. Estas substncias atacam o manto hidrolipdico da pele. Sem esta proteo, h evaporao de gua e, conseqentemente, ressecamento. O envelhecimento tambm leva desidratao da pele. Quanto mais velhos ficamos, menor a quantidade de gua no organismo como um todo, inclusive na pele. Algumas doenas de pele perturbam sua hidratao. o caso da psorase e das ictioses, que provocam descamao da pele. Conseqncias da Desidratao Voc j ficou com a pele seca? O aspecto de pele de cobra: fica toda rachada. Dependendo do grau de desidratao, pode at esfarelar, principalmente no rosto, braos e pernas. comum aparecerem regies avermelhadas, que podem inchar, formar bolhas e eliminar uma secreo. Alm de problemas com a aparncia, pode haver desconforto fsico, devido coceira. E porqu a pele seca coa e fica avermelhada? A evaporao da gua causa um desequilbrio no manto hidrolipdico, formado por suor e gordura. O manto responsvel pela proteo da pele. Com menos gua, h menor proteo. Fica mais fcil a irritao por substncias qumicas, ou mesmo pela poeira que est no ar. A pele reage com inflamao: surgem as manchas vermelhas, chamadas de eczemas ou dermatites. Elas podem acontecer em qualquer idade, mas so bastante comuns nas pessoas mais velhas, que possuem a pele naturalmente mais desidratada. Outra conseqncia da desidratao, devido alterao no manto hidrolpidico: a pele ressecada contamina-se mais facilmente. Ou seja, a possibilidade de desenvolver alguma doena de pele maior. Processo de desidratao e hidratao Todos ns perdemos gua atravs da pele, pela evaporao. o que chamamos de perda da gua transepidrmica normal (em ingls, TWEL - transepidermal water loss). A perda normal de gua acontece quando a barreira de proteo da pele, o manto hidrolipdico, formado por gua e gordura, est inteirinha, sem nenhuma falha.

J a desidratao acontece quando h maior perda de gua pelo organismo, acima do normal. Ela causada pelas falhas no manto hidrolipdico. por essas falhas que a gua evapora. Voc lembra os fatores que podem prejudicar esta barreira natural da pele? O clima, substncias qumicas, doenas de pele, envelhecimento... Para reidratar a pele necessrio um bom hidratante. Ele atua recuperando a barreira hidrolipdica. As clulas da epiderme (a camada mais externa da pele, lembra?) ficam umas em cima das outras, como lminas. Com ajuda do Homem Virtual, voc pode perceber que a epiderme no compacta: h espao entre essas lminas. Este espao, na sua poro mais externa, normalmente preenchido pelo manto hidrolipdico. Quando h falhas no manto, e a pele fica seca, voc pode usar o hidratante. Ele penetra na pele e preenche os espaos entre as clulas, inclusive aqueles nos quais havia falhas na barreira de proteo. O hidratante fecha estas falhas, e evita a evaporao de gua alm do normal. A pele fica novamente hidratada. Como evitar a desidratao Voc sabe que a pele de algumas pessoas mais seca que a de outras. Isso determinado por fatores genticos, alm da idade, meio ambiente, sade da pele e hbitos pessoais. Todos os tipos de pele precisam de cuidados para evitar a desidratao. Ao contrrio do que voc deve imaginar, a pele oleosa tambm pode ficar desidratada, apesar do aspecto brilhante causado pela maior produo de sebo. Uma boa hidratao resultado do equilbrio entre a quantidade de gordura e gua da pele. Portanto, a maior produo de sebo no impede a perda de gua. Independentemente do seu tipo de pele, existem cuidados que voc deve ter diariamente para mant-la livre de ressecamento. So hbitos que valem a pena, no apenas por esttica, mas por sade e conforto. Lembre-se: quando a barreira natural da pele prejudicada, ela no somente fica sem brilho e com aspecto esfarelado. Fica tambm sujeita a manchas e contaminaes com vrus, bactrias e fungos! Fique atento, principalmente durante o banho. Existem costumes que levam ao desgate e ressecamento da pele. E o pior que voc pode achar que est fazendo bem para ela... Veja dicas que faro do banho seu aliado para ter uma pele saudvel: Evite banhos muito quentes e prolongados. Use gua morna. Cuidado para no utilizar produtos esfoliantes muito fortes em reas mais sensveis, onde a pele mais fina. Os cremes e sabonetes com grnulos mais abrasivos (que promovem maior desgaste) funcionam como uma lixa e somente devem ser usados em regies mais grossas da pele, como as palmas das mos e plantas dos ps. Buchas vegetais e esponjas no devem ser usadas todos os dias. Alis, seu uso geralmente desnecessrio. No utilize esfoliantes para o corpo em excesso. O desgaste provocado pelos grnulos pode retirar a proteo de sua pele, ou at mesmo a sua pele! Verifique com um dermatologista a freqncia ideal (pode variar de acordo com o produto). Os leos, muito em moda hoje em dia pelo perfume e maciez imediata que conferem, na realidade no hidratam a pele. Eles apenas a impermeabilizam, evitando a perda de gua.

Ou seja, no substituem o uso dos hidratantes. Estes ltimos contm substncias responsveis por fornecer a gua necessria para a manuteno da integridade da epiderme. Se voc gosta de usar leo, aplique um hidratante separadamente, em outro horrio. Ateno: no adianta passar hidratante imediatamente depois do leo, pois sua pele j estar impermeabilizada, o que impedir a ao do hidratante. No se esfregue com toalhas speras. Use toalhas felpudas, principalmente nas reas de dobras do corpo (dedos, ps, virilhas e axilas). Assim, voc evita qualquer micose oportunista e preserva a umidade da sua pele. Aplique um bom hidratante corporal logo depois do banho, diariamente. Ele melhor absorvido se aplicado com a pele um pouco mida. Como manter a pele hidratada Para hidratar a pele e mant-la hidratada necessrio o uso dirio de um bom hidratante. Lembre-se de beber bastante gua todos os dias! A hidratao vem de dentro: o prprio manto hidrolipdico feito da gua que vem do organismo. Se voc est desidratado, no consegue produzir o manto e fica com a pele seca. Tipos de hidratante e escolha do produto adequado Vrias substncias so utilizadas com o objetivo de hidratar a pele, como uria, lactato de amnio, etc. Estas substncias so apresentadas de vrias maneiras: em forma de creme, loo, gel, spray, mousse... Cada formulao tem uma indicao especfica, de acordo com a necessidade da pele. O importante usar o hidratante adequado a seu tipo de pele. O dermatologista o mdico indicado para ajud-lo nessa escolha. Ele vai levar em considerao, alm do tipo de pele, vrios outros fatores, como sua idade, se voc est usando algum medicamento, condies climticas, gravidez, regio do corpo na qual ser passado o hidratante... Voc pode utilizar os hidratantes que no precisam de receita mdica, vendidos nas farmcias ou supermercados, mas importante voc saber que talvez eles no apresentem resultados to bons. Se voc apresentar algum tipo de irritao, bom consultar um dermatologista. Uma vez escolhido o hidratante, saiba que ele no poder ser usado para o resto de sua vida. Isso porque sua pele est em constante mudana, seja pelo passar da idade, pela mudana das estaes do ano, hbitos, situaes do cotidiano. E o hidratante deve mudar conforme mudam as necessidades de sua pele. Publicado em 17.05.2006

Medicina Esportiva/Atividade Fsica


O papel dos lquidos na regulao da temperatura
22/06/2003

Exerccio e produo de calor O organismo humano no muito eficiente na transformao da energia proveniente dos alimentos, em trabalho ou em movimento muscular. De fato, durante o exerccio, 75% da energia desperdiada sob a forma de calor. A maior parte do calor gerado pelo trabalho muscular transfere-se para o sangue, provocando subidas de temperatura. A quantidade de calor produzida durante a prtica de exerccio fsico, mesmo em indivduos em forma, suficiente para subir a temperatura corporal 1C em cada 5 8 minutos que passam. Se o organismo no tivesse meios eficazes para dissipar este calor, um exerccio de moderada intensidade bastaria para elevar a temperatura corporal para valores mortais, ao fim de 15 30 minutos. Regulao da temperatura O organismo efetua a regulao da temperatura atravs de um processo designado por termorregulao. medida que vai sendo produzido calor, por trabalho muscular, durante o exerccio, este transfere-se pela circulao sangnea para o organismo, resultando num aumento do afluxo sangneo pele onde, em ambientes frios a moderados, o calor se transfere para o ambiente. Se o ambiente moderado a quente, o corpo continua a ter que dissipar a sua temperatura e isso feito atravs da sudao. A umidade tambm interfere: medida que esta sobe, a taxa qual o suor se evapora decresce. Mais suor pinga do corpo, sem que se transfira do corpo para o ambiente. Importncia dos fluidos Assegurar um eqilbrio dos fluidos a chave para evitar o stress trmico. Um eqilbrio adequado dos fluidos do organismo, mantm o volume sangneo o que, por sua vez, fornece sangue pele para a regulao da temperatura corporal. Uma vez que o exerccio produz calor, que tem que ser eliminado do corpo, para que se mantenha a temperatura corporal, uma ingesto regular de fluidos essencial.

Como se processa o equilbrio dos fluidos O equilbrio dos fluidos num indivduo normal assegurado diariamente por fatores (hormonais e outros) que controlam a entrada e a sada de gua e de eletrlitos (substncias dissolvidas na gua). Ocorrem perdas contnuas de gua pela respirao, pele, via renal (urina) e via gastrintestinal (fezes). Quando o corpo sujeito a ambientes quentes, ocorrem ajustamentos hormonais para manter a temperatura corporal. Se o fluido se perde sob a forma de suor, o sangue fica mais concentrado e o seu volume diminui. O corpo

atua tentando manter a gua e o sdio e, por ordem hormonal aumentada a reteno de gua a nvel renal, tornando-se a urina mais concentrada, para conservar os fluidos. Ao mesmo tempo, e tambm por ordem hormonal, o rim conserva o sdio para manter o equilbrio na composio dos fluidos. Estas reaes tambm ativam o mecanismo da sede. Este processo de regulao ajuda a conservar a gua do organismo e o volume sanguneo. Em situaes em que as perdas de gua aumentam de forma aguda, como em treinos ou em competio, a resposta da sede pode estar retardada, tornando difcil aos atletas confiar na sua sede, ao ponto de ingerir suficiente fluido para compensar o volume de fluido que perdido. Uma perda de 1.5 2 l de fluido necessria at que o mecanismo da sede se desencadeie. Esta perda de gua j tem um impacto muito significativo na elevao da temperatura corporal. Assim sendo, os atletas necessitam de hidratar-se com uma regularidade estabelecida. A gua no a melhor bebida para compensar as perdas sofridas pelo organismo - a recuperao dos eletrlitos, em particular do sdio, tambm essencial para a hidratao eficaz. A rehidratao apenas com gua, dilui o sangue rapidamente, aumenta o seu volume e estimula a perda de urina. Com uma diluio sangnea baixa, fica prejudicada a reposio dos fluidos perdidos. Outro dos eletrlitos envolvidos na manuteno dos fluidos corporais o potssio. Este o on maior do fluido intracelular. Funciona em ntima relao com o sdio e o cloro na manuteno dos fluidos corporais e na produo de impulsos eltricos, nos nervos e msculos. O equilbrio de potssio mantido por regulao hormonal.

Necessidades de fluidos Todos os indivduos que fazem esporte deveriam ser educados sobre as regras bsicas da hidratao, tal a sua importncia para a manuteno da capacidade fsica e da prpria sade. Exerccios de curta durao Os esportistas que praticam basquete, volibol , ou os sprinters, esto sujeitos a desidratao, tal como acontece com os maratonistas, por ex.. Ao usarem bebidas prprias, estes atletas atrasam a fadiga e mantm-se a hidratados. Os que apenas consomem gua como fluido de substituio, mesmo nos exerccios de curta durao, correm o risco de diluir o sangue, o que aumenta o out-put de urina. Assim, cria-se a sensao de que no necessrio beber e, por conseqncia, atinge-se a desidratao.

As crianas tendem a participar em exerccios que no duram mais de de 60 minutos. A hidratao nas crianas pe-se com mais acuidade: a sua temperatura corporal sobe mais rapidamente com o exerccio, predispondo maior risco de stress trmico. Assim sendo, devem ser ensinadas a hidratar-se, bebendo em intervalos regulares de cerca de 20 minutos. Uma criana de 10 anos, ou menos, deve beber at no sentir sede. Crianas mais velhas ou adolescentes devem seguir as mesmas normas; no entanto, devem consumir um copo adicional de fluido. Outra preocupao com as crianas o sabor da bebida e o seu potencial para estimular mais sede. Dar-lhes bebidas que estimulem o seu desejo de beber, contribui para estimular a hidratao. Exerccios de longa durao Da mesma forma que preciso cuidar da hidratao de atletas que participem em exerccios de durao superior a 1 hora, tambm deve haver a preocupao em assegurar o fornecimento permanente, aos msculos e crebro, de hidratos de carbono, como fonte de energia. Quando o exerccio demora mais que uma hora, os nveis de glicose sangneos comeam a decrescer. Depois de 1 a 3 horas de exerccio a nadar, correr, etc., a 65 at 80% do seu mximo esforo, ou aps repeties de intenso sprinting, a 85% do seu mximo esforo, as reservas no msculo comeam a escassear. Se apenas se beber gua, os nveis de glicose no sangue podem ser muito baixos (hipoglicemia), o que resulta numa mais elevada utilizao das reservas musculares. Quando se chega fase em que ambos os valores esto baixos, glicose no sangue e reservas no msculo, o organismo no responde s solicitaes. O fgado fornece glicose para manter os nveis sangneos, nomeadamente para o funcionamento do sistema nervoso central. medida que os msculos ficam sem reservas, comeam a usar a glicose circulante no sangue para seu uso, convocando as reservas do fgado. A ingesto de hidratos de carbono melhora a performance, ao manter os nveis de glicose, numa ocasio em

que as reservas musculares esto diminudas. Para ajudar a manter o fornecimento de energia aos atletas, estes devem consumir cerca de 25 a 30 g de hidratos de carbono em cada 30 minutos de exerccio. A maioria das bebidas para esportistas proporciona uma dose aprecivel de glcidos. O seu consumo em intervalos regulares dever ajudar a diminuir a fadiga que ocorre quando acabam as reservas musculares e hepticas de "glicose".

IMPORTANTE Procure o seu mdico para diagnosticar doenas, indicar tratamentos e receitar remdios. As informaes disponveis no site da Dra. Shirley de Campos possuem apenas carter educativo.

Publicado por: Dra. Shirley de Campos

Regulao Hipotalmica
Hipotlamo a parte do diencfalo relacionada ao controle de funes viscerais, endcrinas e autonmicas, e com o comportamento afetivo. Uma rea densa em ncleos cujas funes permanecem de grande interesse de estudo. Embora alguns ncleos [por ex, nn ventromediais] sejam bem delineados, a maioria deles formada por pequenos grupos de clulas com limites mal definidos. O hipotlamo se estende da regio do quiasma ptico margem caudal dos corpos mamilares. Em sua poro anterior, passa para o interior da rea olfatria basal e em sua poro caudal invade o tegmento do mesencfalo. Os ncleos hipotalmicos, suas aferncias e eferncias sero discutidas a seguir, de acordo com suas funes. A este ponto, altamente recomendvel uma reviso da anatomia desta regio, para melhor compreenso dos aspectos funcionais do hipotlamo. O hipotlamo se relaciona intimamente com a hipfise atravs de conexes nervosas [para o lobo posterior da glndula] e atravs da vascularizao [para o lobo anterior]. Alem disso, o controle vasomotor do hipotlamo sobre as artrias hipofisrias pode regular diretamente a funo da glndula. Suprimento sanguneo: O hipotlamo recebe sangue das artrias cartidas internas e basilar atravs de pequenos ramos terminais destes vasos provenientes das prprias artrias e do polgono de Willis. A drenagem venosa realizada pelas veias cerebral interna, cerebral anterior e basal. O hipotlamo contem a rede capilar mais densa do crebro e alteraes da osmolaridade sangunea, nveis de eletrlitos, peptdeos, glicose etc modificam a ao dos neurnios de ncleos hipotalmicos. A hipfise recebe sangue de dois grupos de artrias, ambas derivadas da cartida interna, mas independentes do suprimento carotdeo para o hipotlamo. Os ramos

das artrias hipofisrias anteriores surgem das artrias cartidas (variao anatmica: ramos surgindo das comunicantes posteriores) mas no suprem diretamente o lobo anterior. Estes ramos arteriais se comunicam com um enovelado plexo primrio de capilares a nvel da haste da hipfise. As vnulas destes capilares descendem pela haste hipofisria para formar um plexo secundrio de capilares. Este arranjo de dois plexos capilares chamado de sistema portal hipofisrio. Os hormnios hipotalmicos so elaborados pelos ncleos tuberais e transportados ao lobo anterior da hipfise por esta complexa circulao. A drenagem venosa se dirige para o seio cavernoso, porem retorna para efetuar feedback modulatrio nos ncleos tuberais. O lobo posterior da hipfise recebe sangue por outro complexo capilar originado das artrias cartidas internas. A drenagem venosa tambem feita para o seio cavernoso. Consideraes funcionais: Evidncia clnica e experimental demonstra que o hipotlamo se relaciona com todas as funes e atividades viscerais. O hipotlamo o principal centro subcortical de regulao de atividade simptica e parassimptica, exerce atividade sobre a regulao do sono, do metabolismo de aucares e gorduras, regula a temperatura corporal e o balano hdrico. Alem disto, funes complexas como as emoes e reaes afetivas esto sob controle do hipotlamo e suas conexes com o sistema lmbico. Estes controles so contnuos durante toda a vida do indivduo e fundamentai s para a sobrevivncia. Cada resposta hipotalmica gerada a partir de um estmulo especfico, desencadeando o padro "estmulointegrao-resposta" que caracteriza a funo hipotalmica. Controle simptico/parassimptico: As regies anterior e medial do hipotlamo regulam a funo parassimptica. O estmulo desta reas hipotalmicas determina aumento das respostas vagais e sacrais, vasodilatao perifrica, aumento do tnus e da motilidade vesical e do trato digestivo. As regies lateral e posterior do hipotlamo regulam a funo simptica. Quando estas reas do hipotlamo so estimuladas, observam-se as respostas de combate ou fuga tpicas da reao simptica: piloereo, taquicardia, vasoconstrico, sudorese, dilatao pupilar, aumento da presso sangunea e da frequncia respiratria, e inibio dos movimentos peristlticos viscerais. Relao com o sono: A substncia reticular ativadora (SRA) projeta fibras para o tlamo e para o crtex, fibras estas que em seu trajeto passam pela poro posterior do hipotlamo. Diversos experimentos mostram que estimulao do hipotlamo posterior em animais em viglia levam ao sono profundo, mas isto provavelmente se deve s conexes do tlamo que por ali passam. Parece no haver um centro de viglia hipotalmico prprio, mas leses a nvel de hipotlamo posterior danificam as projees aferentes da SRA, levando ao coma. Controle da fome: O hipotlamo regula a ingesto de alimentos atravs de dois centros: centro da fome [lateral, no ncleo do leito do feixe medial do crebro anterior em sua juno

com as fibras plido-hipotalmicas] e centro da saciedade [localizado no ncleo ventro-medial]. A estimulao do centro da fome induz conduta de comer e sua destruio leva a severa desnutrio por anorexia. Estimulao do centro da saciedade leva conduta de cessar o ato de alimentao e a destruio deste centro leva hiperfagia e obesidade. Estes centros no trabalham alternadamente - na verdade, o centro da alimentao est sempre ativado e pode ser inibido pelo centro da saciedade. O centro da saciedade ativado quando os nveis de glicose em suas clulas [assim chamadas "glucostatos"] for elevado. Quando os nveis de glicose forem baixos, as clulas so inibidas e o centro da fome passa a exercer sua funo. O sistema lmbico tambem exerce um papel no controle da fome. Nos casos de leso dos ncleos amigdalides do sistema lmbico, os animais apresentam hiperfagia [mais discreta do que em leses do hipotlamo], porem perdem o critrio da escolha de alimentos e ingerem alimentos deteriorados e diversos materiais e objetos. Animais hiperfgicos costumam apresentar tambem alteraes de comportamento do tipo agressividade. Outros fatores tambem colaboram no ato da alimentao em seres humanos, dificultando assim o estudo puro dos centros controladores da fome so: viso e olfao, contraes peristlticas do estmago vazio, gasto energtico com exerccios, fatores culturais, situaes de ansiedade, recuperao psenfermidades e cirurgias etc. Controle da sede: Leses ou estimulaes de certas reas do hipotlamo levam alterao da ingesto de lquidos sem que haja qualquer alterao na ingesto de alimentos slidos. A regio do controle da ingesto de lquidos se localiza no hipotlamo lateral e as clulas so chamadas osmoreceptores pois reagem presso osmtica dos lquidos que as cercam. As clulas do centro da sede apresentam um abundante suprimento sanguneo e a osmolaridade plasmtica o maior fator regulador da ingesto de gua, embora a osmolaridade dos lquidos extra-celulares que circundam estas clulas tambem determinem resposta imediata para ingesto de gua. O ncleo paraventricular e principalmente o ncleo supraptico do hipotlamo sintetizam, transportam e liberam a vasopressina (hormnio anti-diurtico, ADH) e a ocitocina. Nesta regio do hipotlamo as clulas osmorreceptoras respondem rapidamente a situaes de desidratao (hiperosmolaridade sangunea) e hiperhidratao (hipoosmolaridade), ajustando a produo de ADH. Quando o ADH alcana o rim, aumenta a ao facilitatria sobre a reabsoro de gua nos tbulos contornados distais e coletores. Na ausncia de ADH, maior diurese aquosa ocorre. Outro fator que regula a ingesto de gua a secura da mucosa farngea. Mesmo com leso do centro da sede que determina adipsia, um animal ingerir pequenas quantidades de gua para obter alvio desta secura. Controle da temperatura: A regulao da temperatura corporal um mecanismo bastante complexo, mediado principalmente pelo hipotlamo atravs das reas de produo, conservao e dissipao de calor. Os sistemas enzimticos do corpo tem necessidades estritas de temperatura para optimizao de sua funo. O corpo humano, assim como os de outros animais homeotrmicos, no apresenta

variaes de temperatura de acordo com o ambiente, mas sim de acordo com suas situaes especficas. Assim, embora nos seres humanos a temperatura varie 0,2oC durante o dia, que a temperatura visceral seja em mdia 0,5oC maior que a temperatura da pele, e que as extremidades sejam mais frias que o resto do corpo, o controle da temperatura bastante rgido. Alguns fatores ambientais e pessoais podem mudar a temperatura corporal [ex, ingesto de alimentos quentes ou frios, pocas do ciclo menstrual, exerccios, temperatura ambiente etc], mas estas mudanas geralmente so pequenas e ocorre um rpido ajuste s variaes fisiolgicas pelo hipotlamo. A temperatura se mantem estvel graas ao equilbrio entre a produo e perda de calor pelo corpo. A produo de calor se d principalmente pela ingesto de alimentos e pela contrao dos msculos esquelticos. Adrenalina e noradrenalina produzem um aumento fugaz da temperatura corporal e tiroxina produz um aumento mais duradouro. A gordura castanha, encontrada em crianas e em diversos animais, produtora de grandes quantidades de calor devido intensidade de seu metabolismo. A perda de calor se d quando a temperatura ambiente est abaixo da temperatura corprea - por irradiao, quando os objetos de diferentes temperaturas no esto em contato ou por conduo quando a base de troca de calor feita por contato direto. A pele determina, em grande parte, a quantidade de calor ganha ou perdida. Dependendo do fluxo de sangue para a pele, mais ou menos calor perdido das partes internas do corpo. Como a quantidade de pelos no corpo pequena, usamos roupas para complementar a proteo para evitar perdas de calor. A camada de ar aprisionada entre a pele e as roupas tambem um importante isolante trmico. A cor das roupas pode tambem ser considerada devido ao fator de calor irradiado pela luz. A perda de calor pela pele se faz continuamente atravs da sudorese. Mesmo que imperceptvel, existe uma perda de gua de 50ml/hora nos seres humanos. A perda desta gua depende da evaporao do suor, que por sua vez dependente da umidade do ambiente. A evaporao de 1g de gua retira cerca de 0,6kcal de calor. Em caso de exerccios extenuantes, a sudorese pode atingir at 1600ml/hora, determinando uma perda calrica de mais de 900kcal/hora. Para diminuir a perda de calor, os indivduos assumem posies como "enrolar como uma bola", e apresentam tremor involuntrio e aumento dos movimentos voluntrios. As respostas reflexas ativadas pelo frio so regidas pelo hipotlamo posterior [ex, tiritar de frio] e as respostas para o calor so determinadas pelo hipotlamo anterior [ex, vasodilatao perifrica e aumento da sudorese]. Febre uma reao do organismo a substncias pirognicas, geralmente liberadas de clulas sanguneas como resposta infeco. Num indivduo febril, os mecanismos termorreguladores reagem como se tivessem sido reajustados, e apenas a febre acima de 43oC pode ser considerada como nociva para o organismo, podendo levar morte por leso cerebral. Hiperpirexia pode ser um sintoma de um tumor na regio do hipotlamo anterior, de meningeomas supraselares e complicao de cirurgia desta rea cerebral.

Na hipotermia os processos metablicos e fisiolgicos ficam retardados. H diminuio da frequncia cardaca e respiratria, da presso arterial e do nvel de conscincia. O ser humano tolera temperaturas de 24-28oC e a diminuio da atividade metablica e hemodinmica produzida por esta condio pode ser usada com finalidade teraputica [ex, cirurgia cardaca e trauma de crnio].
O corpo perde calor por meio de radiao, conduo, evaporao da gua das vias areas e pele, excreo de fezes e urina. Respostas fisiolgicas do organismo que ocorrem sempre procurando manter a temperatura dentro de uma faixa desejada. Ajustes circulatrios promovem a vasodilatao cutnea elevando a temperatura da pele e assim favorecendo a troca de calor com o meio ambiente. Essa resposta mediada principalmente por nervos vasoconstritores simpticos. A vasodilatao perifrica , portanto resultado da inibio do tnus simptico. O calor pode diminuir esse tnus por meio de um aumento da temperatura do SNC ou de forma reflexa, pela mediao de termorreceptores na pele A evaporao de gua outro meio eficiente de perder calor . Enquanto apenas um caloria necessria para elevar a temperatura de 1 grama de gua em 1 grau ceulsius , quase 600 calorias so necessrias para a evaporao de gua no corpo. A gua evaporada a partir da vias areas e pele contribui com cerca de 25% da perda do calor produzido em mamferos. No co a piloteia trata-se da forma mais importante de regular o calor, j em humanos a sudorese tem esse papel principal.

Em climas quentes e midos, difcil os animais conseguirem trocar calor , porque no pode ocorrer resfriamento eficaz por evaporao. Ces que ficam fechados dentro de carros ao sol, seu ofego satura o ar com vapor de gua, impossibilitando qualquer perda adicional de calor. medida que a temperatura corporal aumenta, a taxa metablica tambm aumenta, produzindo mais calor . Ale disso, o ofego ou a sudorese, ou ambos, acarretam desidratao e colapso circulatrio, dificultando ainda mais a transferencia de calor para a pele. Quando a temperatura corprea ultrapassa 41,5 a 42,5 a funo celular fica seriamente prejudicada e o animal perde a conscincia.
-o elevado numero de glndulas sudorparas na pele, que promovem maior evaporao de agua e conseqente perda de calor;

Tipos de Pele
A classificao cosmitrica da pele complexa e deve ter em vista os dados colhidos no exame dermatolgico, onde foram avaliados o grau de hidratao, de lubrificao, e a colorao da pele. PELE NORMAL Possui uma textura lisa e suave, flexvel. Os orifcios pilossebaceos so poucos visveis, e as secrees sebceas e sudorparas esto em equilbrio. Caracteristicamente a pele infantil.

PELE SEBORRICA OU "OLEOSA"

A pele seborria untuosa e brilhante devido ao aumento das secrees sebceas e sudorparas, geneticamente determinadas. Sua espessura granulosa. Os orifcios pilossebceos so aumentados e h tendncia ao hiperqueratose folicular (aumento do folculo) PELE DESIDRATADA OU "SECA" X PELE HIDRATADA A pele desidratada se deve a um grau de embebio inferior ao normal, condio muitas vezes mediada pelo clima, como os ventos e o frio, alm da umidade atmosfrica baixa. A pele urna interface onde as trocas com o meio ambiente so uma constante. O estrato crneo, produto da diferenciao epidrmica, forma urna eficiente barreira entre o meio externo e os tecidos internos. A quantidade de perda de gua transepidrmica urna boa medida desta funo de barreira. Quando esta perda muito elevada, observamos a pele desidratada. Em ambientes midos e quentes a pele, em geral, mais lubrificada e "embebida", s vezes com aspecto "pegajoso". J em ambientes secos e/ou frios, a pele perde gua, em troca com o ambiente, ficando assim desidratada. Apresenta-se ressecada, com descamao fina e, muitas vezes, de aspecto "apergaminhada" mimetizando rugas finas (falsas rugas, pois no h alteraes drmicas). Urna pele desidratada se mostra "quebradia" e opaca. A pele hidratada se mostra trgida, lisa, vistosa, e de consistncia elstica, agradvel ao toque.

PELE MISTA OU COMBINADA Este tipo de pele urna variao da pele oleosa. Caracteriza-se pela associao de reas seborrias com reas de pele seca ou normal. Na zona T da face (nariz, queixo e testa), predominam as reas seborrias, enquanto o restante da face normalmente apresenta pele seca ou normal. TCNICAS PARA DETERMINAO DOS DIFERENTES TIPOS DE PELE A historia clssica, com nfase aos hbitos de exposio solar ao longo da vida, no histrico endocrinolgico, que pode requerer exames complementares e, no histrico familiar, especialmente em relao aos cnceres de pele. EXAME FSICO O exame Cosmitrica da pele deve ser feito em relao basicamente quatro pontos: hidratao, lubrificao, grau de envelhecimento e pigmentao HIDRATAO A pele funciona como urna interface em que h trocas de temperatura e de umidade com o meio-ambiente. Ou seja, as caractersticas de uma de terminada pele variam de acordo com as condies lticas. A hidratao dada pela capacidade do estrato crneo de reter a gua que se ingere. tambm determinada pelas trocas da camada crnea com o meio ambiente. Um ambiente mido faz com que a camada crnea se embeba, absorvendo gua da atmosfera, enquanto em um ambiente de clima seco h perda de gua pela camada crnea, desidratando a pele. A a explicao das diferenas nas caractersticas de uma mesma pele em

climas diferentes. A camada crnea normalmente contm 10% a 30% de gua. Sempre que o contedo hdrico da camada crnea for menor do que 10%, a pele, clinicamente, ser desidratada. A diminuio da hidratao cutnea o resultado da evaporao da gua do estrato crneo para o meio ambiente, exterior, quando as condies de umidade ambiental baixam. Para manter a epiderme superficial em condies de hidratao normal, tal evaporao dever ser compensada por um aporte de gua a partir das camadas mais profundas da epiderme e da derme.

LUBRIFICAO

A lubrificao aferida pelo leo ou sebo produzido pelas glndulas sebceas e tambm pela emulso resultante deste sebo com a sudorese, o que definido como NMF (Normal Moisturizing Factor) ou FNH (Fator Normal de Hidratao), o cosmtico natural que promove hidratao ao reter gua na camada crnea. O grau de oleosidade da pele varia com as alteraes climticas e com as emoes. Em tempo quente e mido quando a pele transpira mais, ela parecer mais oleosa do que em clima seco e frio. O grau de untuosidade varia tambm nas diferentes regies da face. H uma concentrao muito maior de glndulas sebceas na regio frontal, dorsonasal e mento do que nas outras regies. GRAU DE ENVELHECIMENTO A avaliao do grau de dano solar busca as alteraes pigmentares, o nmero de ceratoses solares ou epiteliomas ou mesmo outros tipos de cncer, o grau das rtides induzidas pelo sol e a presena: a ou ausncia de poiquilodermia. Deve-se distinguir as rtides associadas com exposio solar das dinmicas, associadas ao movimento e a expresso, como pregas, sulcos gravitacionais e "vincos de dormir" (sleep lines).

PIGMENTAO

Na colorao da pele intervem fundamentalmente duas cores: 1) a proporcionada pela melanina e 2) a dos pigmentos sanguneos - hemoglobina e oxiemoglobina 15. A pigmentao melnica da pele geneticamente determinada, e determinante da maior ou menor tolerncia de um indivduo a exposio solar, que cumulativa e tanto maior quanto maior a concentrao melnica na pele. Peles escuras com maiores concentraes de melanina tm maiores condies de sobrevivncia em ambientes com altas concentraes ao ultravioleta do que as peles claras.

Tambm, exulceraes devidas a danos agudos pela radiao ultravioleta em indivduos de pele clara predispem a um ndice aumentado de infeces, o que da vantagem seletiva aos indivduos de pele escura. Em contraste, no hemisfrio norte, indivduo de pele clara tem ossos mais fortes devido a maior habilidade da pele clara em formar pr-vitamina D3 do que a pele escura. No indivduo jovem, a pigmentao se mostra, ao exame uniforme. Nas reas cronicamente exportas a radiao ultravioleta nos indivduos de fototipos I a IV, encontramos, entre as diversas alteraes, as melanoses actinicas e a leucodermia gutata. O rubor excessivo determinado pela hemoglobina e oxihemoglobina, mais frequente nas peles de fototipos I e II, e chamado de coupe rose pelos franceses, muito comum nas peles dos indivduos de ascendncia anglo-saxnica, o que denuncia hipersensibilidade ou hiperexcitabilidade vascular e determinam cuidados especficos as peles rosaceiformes. A pesar de no terem sidos demonstrados diferenas quantitativas entre os melancitos dos diferentes grupos tnico-raciais, os melancitos de indivduos de peles mais escuras produzem maior quantidade de melanina e seus melancitos frequentemente mente demonstram respostas exageradas e lbeis s agresses cutneas. H tambm, nas peles de fototipos mais altos aumento das camadas do estrato crneo descamao aumentada, aumento do contedo lipdico e diminuio do contedo de ceramidas.

A gua: Sua funo e seus efeitos nos organismos Considerada pelos antigos como um elemento simples, a gua uma combinao de oxignio e hidrognio, de frmula H2O, um tomo de oxignio e dois tomos de hidrognio. Sua composio foi descoberta por Cavendish (1781), a partir de experimentos que tambm demonstraram que ela formada pela combusto do hidrognio; Carlisle e Nicholson levaram a efeito sua anlise a partir da dissociao eletroltica (1800); Lussac e Humboldt sua sntese eudiomtrica (1805); e Dumas, sua sntese ponderal. A gua potvel, ou prpria para o consumo humano, deve atender a uma srie de requisitos fsicos, qumicos e bacteriolgicos legalmente estabelecidos. No Brasil, a gua potvel deve ser inodora (sem cheiro), inspida (sem gosto) e incolor (sem cor); ter no mnimo 70mg de sais minerais por litro e no mximo 500mg por litro; ter reduzidssima quantidade de nitratos (sais do acido ntrico) e nada de amnio (NH4), que faz a funo de metal alcalino nos sais amoniacais; no deve conter mais de 12 bacilos coliformes por litro. Nosso planeta tem trs quartos (3/4) de sua superfcie coberta por gua; este volume corresponde a 1.360 milhes de Km3, dos quais 95,5% so guas salgadas e 2,2% esto imobilizadas nas calotas polares e nas geleiras. Restam, portanto, 2,3% de gua doce utilizvel, incluindo aquela dos lagos, cursos dgua e da atmosfera. Mas a gua no somente a substncia mais abundante da litosfera (camada slida mais externa e fina do planeta), e sim a substncia fundamental para a existncia da vida. Tanto os animais quanto os vegetais so constitudos de grande quantidade de gua. A gua essencial a existncia de todos os seres vivos e o meio ambiente de todos os animais e plantas aquticas, ou seja, da maioria das espcies. Ela constitui o elemento principal de todas as clulas no estado de vida ativa; enfim, nos seres de grande porte ela forma o essencial do lquido circulante (seiva das plantas, sangue dos animais). A gua como constituinte celular: tanto nas plantas terrestres ou em certas clulas animais, tipo os glbulos vermelhos do sangue, a gua que assegura a presso interior que d volume e a firmeza celular. A perda de gua (plasmlise) acarreta a morte.

A gua como lquido circulante: o poder solvente da gua em relao maior parte das substncias vitais (oxignio, gs carbnico, minerais, glicose, cidos aminados, etc.) faz dela o melhor suporte para a distribuio destas substncias a todo organismo, sob a forma de seiva bruta e elaborada, nas plantas, e de sangue, nos animais. Muito fluida, a gua circula nos vasos com pequeno gasto energtico e pode transportar partculas, tais como os glbulos do sangue. No homem, por exemplo, a gua corresponde de sessenta a setenta por cento do peso de seu corpo (variando de 10% no esqueleto a 99,5% na saliva e no suor; a gua plasmtica [sangue] a 4,5% e a gua extracelular a 16%). O balano hdrico dirio comporta perdas cutneas (atravs da pele) de 300 ml, e pulmonares de 500 ml ou mais, perdas urinrias de 1000 a 1500 ml, e perdas fecais correspondentes a 100 ml. Esse volume de perdas deve ser compensado pela gua alimentar (gua bebida mais a contida nos alimentos). Os estados de desidratao tm traduo clnica varivel, de acordo com sua predominncia no setor intracelular e extracelular. A desidratao extracelular caracteriza-se por tendncia ao colapso (queda da presso arterial) e secura cutnea; a desidratao intracelular, pela sede e pela febre. A hiper-hidratao (excesso de gua) extracelular caracteriza-se por uma tendncia hipertenso arterial e por edemas. A Hiper-hidratao intracelular provoca cefalias (dores de cabea), nuseas e vmitos. O Brasil um pas privilegiado em termos de recursos hdricos. Bacias, como a do rio Amazonas e a do So Francisco, lagos, lagoas e ainda um imenso litoral, possibilitam o desenvolvimento e a manuteno de um nmero incalculvel de espcies vivas. Todo esse potencial aqfero esteve, e ainda est intimamente ligado implantao de inmeros ncleos urbanos por todo o territrio, uma vez que o homem, para se fixar, procura uma fonte prxima de gua que atenda s suas necessidades de alimento, higiene, irrigao e energia. Mas ao mesmo tempo em que assistimos ao crescimento desses ncleos urbanos, assistimos tambm morte de muitos de nossos rios, mares e lagos. Em termos locais podemos ainda citar a nossa cidade, Cacequi, que alm de possuir uma das melhores guas potveis da regio, possui tambm trs belos rios: RIO CACEQUI, IBICU E SANTA MARIA. J enfrentamos o problema do assoreamento devido ocorrncia de irrigao de lavouras e o perigo das enchentes. Mas o fato de serem rios selvagens e despoludos coloca Cacequi na posio de cidade do futuro. Futuro que deve ser construdo no presente, com desenvolvimento sustentvel, polticas de preservao, educao ambiental e utilizao racional dos recursos hdricos.

Paulo l. Menezes

Naturlink
As glndulas sudorparas e a excreo
Maria Carlos Reis

As glndulas sudorparas da pele so estruturas que desempenham um papel activo na eliminao de excrees do corpo. Juntamente com a urina, o suor produzido por estas glndulas responsvel pela expulso de substncias nocivas.

O que so glndulas sudorparas? As glndulas sudorparas so estruturas existentes na derme, que segregam um fludo aquoso o suor. Consistem num tubo enrolado, volta do qual se encontram capilares sanguneos, e que se abre superfcie da pele atravs de um poro. Este tubo recolhe lquido dos capilares sanguneos e das clulas vizinhas, para o libertar superfcie da pele. Existem mais de dois milhes destas glndulas na nossa pele e, consequentemente, de poros.

Como que as glndulas sudorparas participam no processo de excreo?

A nossa pele tambm nos ajuda a libertarmo-nos de produtos residuais, tais como a ureia e sais. As glndulas sudorparas so precisamente o caminho para que isto acontea, pois elas tambm participam no processo de excreo. Estas glndulas so responsveis pela excreo de uma pequena parte dos resduos metablicos atravs do suor, que composto pelas mesmas substncias que a urina (que expulsa a maior parte destes resduos).

Quando os pequenos capilares sanguneos que atravessam a pele despejam nas glndulas sudorparas gua e produtos residuais, forma-se o suor. O suor assim formado armazenado nas glndulas e vem para o exterior atravs dos poros da pele, quando necessrio.

Higiene da pele Para uma correcta eliminao dos produtos txicos atravs da pele, devemos seguir algumas regras: - Tomar banho com frequncia, pois a pele deve estar limpa para permitir a eliminao de suor atravs dos poros. O suor ao secar na pele liberta um cheiro desagradvel e retm poeiras, criando um ambiente favorvel ao desenvolvimento de micrbios; - Evitar a secura excessiva da pele. Se for necessrio, deve utilizar-se um creme nas zonas de pele que secam com maior frequncia, como o caso do rosto, cotovelos e joelhos; - No usar roupa muito apertada e impermevel, uma vez que na pele tambm se realizam trocas gasosas, ou seja, a pele tambm respira e precisa de arejamento para que tal possa acontecer; - No nos devemos agasalhar demasiado, pois a pele deve habituar-se s variaes de temperatura; - Evitar as exposies prolongadas ao sol, sobretudo no Vero, pois deste comportamento podem resultar queimaduras graves; - Evitar apanhar sol entre as 12 e as 16 horas; - Mesmo nas horas mais aconselhveis para exposio ao sol, deve-se usar sempre um bom protector solar; - Desinfectar bem os golpes e as feridas para impedir a entrada de micrbios.

ACTIVIDADE Vamos ver como a eliminao do suor se faz com diferente intensidade em diferentes pontos da pele. Material: - 4 tiras de papel cobalto (papel de colorao azul utilizado para verificar a presena de humidade, mudando de cor quando a detecta); - fita adesiva; - 1 gota contas; - 1 copo com gua. Procedimento: - Com o conta-gotas, pinga uma gota de gua no papel cobalto. De que cor fica o local onde caiu a gua? Vamos usar esta propriedade do papel cobalto para verificar a produo de suor por diferentes regies da pele;

- Coloca uma fita de papel cobalto nas costas da mo e cola com fita adesiva. As restantes trs coloca-as no rosto, na dobra entre o brao e o antebrao e na palma da mo; - Espera 5 a 10 minutos; - Verifica e regista o que aconteceu. Questes: - Houve eliminao de suor nestes locais? Porqu? - Qual das tiras de papel mudou de cor primeiro e com uma mancha maior? O que que isso indica?

- Porque que no Vero transpiramos muito e a produo de urina menor?

CURIOSIDADES Na verdade, o suor no tem cheiro. So as bactrias que todos temos sobre a pele as responsveis pela degradao do suor e pela formao de produtos volteis com um odor caracterstico. Este fenmeno mais acentuado nas axilas, ricas em glndulas sudorparas, mal ventiladas, onde a humidade favorece a multiplicao das bactrias. Nos ps, encerrados nos sapatos, acontece o mesmo fenmeno. Uma boa higiene, a escolha de sapatos de pele em vez que plstico e de meias de algodo em vez de fibras, podem resolver parte do problema. Os desodorizantes so produtos de higiene utilizados para resolver ou atenuar o problema da produo de suor. No entanto, a maior parte dos desodorizantes no impede a transpirao, pois tm como nico objectivo disfarar o seu odor desagradvel e evitar a proliferao de bactrias, atravs dos produtos anti-bacterianos que contm. Mas outros tm, igualmente, certo tipo de substncias capazes de fazer contrair os poros da pele, diminuindo, assim, a excreo e transpirao. Esta gama de produtos designa-se por antitranspirantes. Actualmente diversos estudos tm sido realizados sobre estes produtos e as concluses no so claras. Os defensores garantem que estes produtos no impedem completamente a transpirao. No entanto, uma das funes do suor a excreo de substncias prejudiciais ao organismo, que desta forma podem ficar acumuladas nas glndulas sudorparas e causar processos de infeco. VOCABULRIO . Aquoso semelhante a gua, que contm gua; . Detectar encontrar; . Produto voltil produto que passa rapidamente do estado lquido ao estado de vapor, que se evapora; . Ventilado arejado; . Atenuar tornar menos grave; . Proliferao desenvolvimento, multiplicao, reproduo; . Contrair apertar, tornar mais estreito.

Pele humana Composio


Categoria(s): Dermatogeriatria, Dicionrio, Gerontologia
7/07/2007 Por: Dr. Armando Miguel Jr

Dicionrio

A pele humana formada por duas camadas distintas, firmemente unidas entre si: a epiderme e a derme. Epiderme A epiderme um epitlio multiestratificado, formado por vrias camadas (estratos) de clulas achatadas (epitlio pavimentoso) justapostas. A camada de clulas mais interna, denominada epitlio germinativo, constituda por clulas que se multiplicam continuamente; dessa maneira, as novas clulas geradas empurram as mais velhas para cima, em direo superfcie do corpo. As clulas mais superficiais, ao se tornarem repletas de queratina, morrem e passam a constituir um revestimento resistente ao atrito e altamente impermevel gua, denominado camada queratinizada ou crnea Terminaes sensitivas Toda a superfcie cutnea est provida de terminaes nervosas capazes de captar estmulos trmicos, mecnicos ou dolorosos. Essas terminaes nervosas ou receptores cutneos so especializados na recepo de estmulos especficos. No obstante, alguns podem captar estmulos de natureza distinta. Porm na epiderme no existem vasos sangneos. Os nutrientes e oxignio chegam epiderme por difuso a partir de vasos sangneos da derme. Em toda a pele, tanto a rica em pelo, como na desprovida de pelo existem cinco tipos de receptores: Pele com pelos e pele sem pelos (glaba) 1. Corpsculos de Paccini: captam especialmente estmulos vibrteis e tteis. So formados por uma fibra nervosa cuja poro terminal, amielnica, envolta por vrias camadas que correspondem a diversas clulas de sustentao. A camada terminal capaz de captar a aplicao de presso, que transmitida para as outras camadas e enviada aos centros nervosos correspondentes. 2. Discos de Merkel: de sensibilidade ttil e de presso. Uma fibra aferente costuma estar ramificada com vrios discos terminais destas ramificaes nervosas. Estes discos esto englobados em uma clula especializada, cuja superfcie distal se fixa s clulas epidrmicas por um prolongamento de seu protoplasma. Assim, os movimentos de presso e trao sobre epiderme desencadeam o estmulo.

3. Terminaes nervosas livres: sensveis aos estmulos mecnicos, trmicos e especialmente aos dolorosos. So formadas por um axnio ramificado envolto por clulas de Schwann sendo, por sua vez, ambos envolvidos por uma membrana basal. Na pele sem plo encontram-se, ainda, outros receptores especficos: 4. Corpsculos de Meissner: tteis. Esto nas salincias da pele sem plos (como nas partes mais altas das impresses digitais). So formados por um axnio mielnico, cujas ramificaes terminais se entrelaam com clulas acessrias. 5. Bulbos terminais de Krause: receptores trmicos de frio. So formados por uma fibra nervosa cuja terminao possui forma de clava. Situam-se nas regies limtrofes da pele com as membranas mucosas (por exemplo: ao redor dos lbios e dos genitais). Nas camadas inferiores da epiderme esto os melancitos, clulas que produzem melanina, pigmento que determina a colorao da pele. Glndulas As glndulas sudorparas e sebceas encontram-se mergulhadas na derme, embora tenham origem epidrmica. O suor (composto de gua, sais e um pouco de uria) drenado pelo duto das glndulas sudorparas, enquanto a secreo sebcea (secreo gordurosa que lubrifica a epiderme e os plos) sai pelos poros de onde emergem os plos. A transpirao ou sudorese tem por funo refrescar o corpo quando h elevao da temperatura ambiental ou quando a temperatura interna do corpo sobe, devido, por exemplo, ao aumento da atividade fsica. Derme A derme, localizada imediatamente sob a epiderme, um tecido conjuntivo que contm fibras proticas, vasos sangneos, terminaes nervosas, rgos sensoriais e glndulas. As principais clulas da derme so os fibroblastos, responsveis pela produo de fibras e de uma substncia gelatinosa, a substncia amorfa, na qual os elementos drmicos esto mergulhados. A epiderme penetra na derme e origina os folculos pilosos, glndulas sebceas e glndulas sudorparas. Na derme encontramos ainda: msculo eretor de plo, fibras elsticas (elasticidade), fibras colgenas (resistncia), vasos sangneos e nervos. Tecido subcutneo Sob a pele, h uma camada de tecido conjuntivo frouxo, o tecido subcutneo, rico em fibras e em clulas que armazenam gordura (clulas adiposas ou adipcitos). A camada subcutnea, denominada hipoderme, atua como reserva energtica, proteo contra choques mecnico e isolante trmico. Tags: glndulas sebceas, glndulas sudorparas, pele

Suor
O suor um lquido produzido pelas glndulas sudorparas, que se encontra na pele. Existem cerca de dois milhes de glndulas sudorparas espalhadas por nosso corpo; grande

parte delas localiza-se na fronte, nas axilas, na palma das mos e na planta dos ps. O suor contm principalmente gua, alm de outras substncias, como ureia, cido rico e cloreto de sdio (o sal de cozinha). As substncias contidas no suor so retiradas do sangue pelas glndulas sudorparas. Atravs de canal excretor - o duto sudorparo -, elas chegam at a superfcie da pele, saindo pelos poros. Eliminando o suor, a actividade das glndulas sudorparas contribui para a manuteno da temperatura do corpo. O homem um animal homoeotrmico, isto , mantm a temperatura do corpo praticamente constante, ao redor de 36,5C. Quando praticamos algum exerccio fsico (futebol, corrida, levantamento de objectos pesados, etc.), a grande actividade muscular produz muito calor e a temperatura do corpo tende a aumentar. ento eliminamos suor; a gua contida no suor se evapora na pele, provocando uma reduo na temperatura do ar que a circunda. Isso favorece as perdas de calor do corpo para o ambiente, fato que contribui para a manuteno da temperatura do nosso corpo.

Formao do suor O suor o produto de excreo da pela fabricado nas glndulas sudorparas, abundantes nas palmas das mos, plantas dos ps e axilas. So compostas por tubos enrolados volta dos quais se encontram capilares sanguneos. As glndulas sudorparas situam-se na derme abrindo superfcie da epiderme atravs de um poro.

Glndulas sudorparas
GLNDULAS SUDORPARAS
As glndulas sudorparas so membranas especializadas na secreo de um lquido transparente muito especfico, denominado suor, composto sobretudo por gua e pela dissoluo de sais e vrios resduos do metabolismo, que desagua no exterior. Cada glndula formada por duas partes: uma situada na profundidade da pele, que se encarrega da produo do suor, e um fino canal, atravs do qual a secreo transportada para o exterior. Embora existam inmeras glndulas sudorparas, vrios milhes, distribudas por toda a superfcie corporal, a sua distribuio difere consoante as diferentes reas, j que so especialmente abundantes nas palmas das mos e nas plantas nos ps, na fronte e no peito,

sendo muito menos numerosas, por exemplo, nas costas. Apesar de todas as glndulas sudorparas serem muito semelhantes, possvel distinguir dois tipos com estruturas e funes diferentes: as crinas e as apcrinas. Glndulas sudorparas crinas. Estas glndulas sudorparas, as mais abundantes e distribudas por todo o corpo, so constitudas por um glomrulo secretor localizado na hipoderme e por um canal excretor que atravessa a derme e a epiderme de modo a desaguar as suas secrees na superfcie atravs de um pequeno poro, imperceptvel a olho nu. As clulas glandulares que formam o glomrulo secretor esto intercaladas com clulas mioepiteliais, cuja contraco, provocada por vrios estmulos, favorece a expulso do suor para o exterior. O produto da secreo destas glndulas um lquido aquoso transparente, de gosto salgado e sem odor. Glndulas sudorparas apcrinas. Estas glndulas so semelhantes s anteriores, mas so um pouco mais volumosas. Para alm disso, como o seu tubo excretor no consegue atingir os poros especficos da superfcie cutnea tm que desaguar num folculo piloso. Estas glndulas apenas existem em algumas zonas do corpo, nas axilas, na regio genital, volta do umbigo, volta dos mamilos e nas orelhas. A secreo produzida por estas glndulas muito diferente do suor elaborado pelas glndulas crinas, j que menos abundante, leitoso ou opalescente e tem um odor mais intenso.

COMPOSIO E SECREO DO SUOR


O suor um lquido incolor e de odor caracterstico composto essencialmente por gua, que corresponde a 99% do seu volume, sendo igualmente constitudo por vrias substncias dissolvidas, nomeadamente cloreto de sdio (sal comum) e em menor escala lactatos, amonaco, cido ascrbico e outros produtos do metabolismo. No entanto, a composio do suor e a sua quantidade segregada podem variar significativamente em funo de vrios factores. A secreo do suor controlada pelo sistema nervoso e produzido como resposta a dois tipos de estmulos, uns eminentemente fisiolgicos, que participam no controlo da temperatura do corpo e outros de natureza psicolgica, como resposta s situaes de stress. Controlo da temperatura do corpo. A secreo de suor contribui significativamente para a homeotermia, ou seja, para a manuteno da

temperatura do corpo dentro de determinados valores. De facto, as glndulas sudorparas transportam, constantemente, uma certa quantidade de secrees para a superfcie corporal, onde a sua evaporao provoca um efeito refrigerante sobre a pele e proporciona a elaborao de, no mnimo, meio litro de suor perceptvel (perspirao). Todavia, esta quantidade pode aumentar significativamente em ambientes quentes e atravs da prtica de exerccio fsico, podendo ser produzidos vrios litros. Esta actividade das glndulas sudorparas regida pelo hipotlamo, uma estrutura situada na base do crebro com a funo de controlar a temperatura do corpo: quando esta sobe, o hipotlamo envia sinais para as glndulas sudorparas para que estas aumentem a sua actividade, at ao ponto de em conjunto produzirem at cerca de 1,5 1 por hora. Embora o aumento de suor, normalmente, se evidencie primeiro na face e no tronco, em situaes extremas praticamente toda a superfcie do corpo pode ficar repleta de suor. Este mecanismo igualmente activado em caso de febre, de modo a contrariar o aumento da temperatura interna do organismo. Estmulos psquicos. Existem vrios estmulos psquicos, sobretudo o nervosismo e o medo, que podem provocar uma secreo abundante de suor. Todavia, estes suores incmodos, aparentemente sem qualquer finalidade, apenas se manifestam de maneira evidente nas palmas das mos e nas plantas dos ps. Aparentemente, a funo desta secreo est relacionada com os mecanismos reflexos primitivos de adaptao do organismo s situaes extremas, mas no proporciona qualquer beneficio.

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