Fornos Elétricos em Geral
Fornos Elétricos em Geral
Fornos Elétricos em Geral
eltricos em Geral
Por:
Jean Gustavo de Arago
2
ndice
Introduo ............................................................................................................................... 1
1- Fornos Eltricos a arco ...................................................................................................... 2
1.1- Presso de vapor do nquel lquido ............................................................................ 2
1.2- Matrias primas para a produo de Ferro-Nquel .................................................... 4
1.3- Aquecimento Eltrico- Forno Eltrico ....................................................................... 5
1.4- Caractersticas do Aquecimento Eltrico ................................................................... 6
1.5- Temperatura e transmisso do calor ........................................................................... 6
1.6- Conduo do calor ...................................................................................................... 6
1.6.1- Fator de forma ..................................................................................................... 7
1.7- Radiao de calor ....................................................................................................... 8
1.8- Conveco de calor ..................................................................................................... 9
1.9- As Indstrias Eletroqumicas, Eletrotrmicas, Eletrometalrgicas, Eletrolticas e a
Energia Eltrica .................................................................................................................. 9
1.10- Classificao dos Processos Eletroqumicos, Eletrotrmicos e Eletrolticos ........ 10
1.10.1- Processo Eletroqumico ................................................................................... 10
1.10.2- Processo Metalrgico ...................................................................................... 10
1.10.3- Processo Eletroltico ........................................................................................ 10
1.10.3.1- Em soluo aquosa ................................................................................... 10
1.10.3.2- Em eletrlito fundido ............................................................................... 11
1.10.4- Processo Eletrotrmico .................................................................................... 11
1.11- Vantagens tcnico-econmicas do forno eltrico .................................................. 11
1.12- Classificao generalizada dos fornos eltricos ..................................................... 12
1.13- Classificao segundo o modo de utilizao de energia ........................................ 12
1.13.1- Fornos por processo eletroqumico ................................................................. 12
1.13.2- Fornos por processo eletrotrmico .................................................................. 12
1.13.3- Fornos ou clulas por processo eletroltico .................................................... 13
1.14- Classificao segundo a Natureza da corrente de alimentao ............................. 13
1.14.1- Fornos de corrente continua ............................................................................ 13
1.14.2- Fornos de corrente alternada ........................................................................... 13
1.15- Classificao segundo o Sistema de transformao da energia eltrica ................ 13
1.15.1- Fornos a arco ................................................................................................... 13
1.15.2- Fornos a Resistncia ........................................................................................ 13
1.15.3- Fornos de Induo ........................................................................................... 13
1.15.4- Fornos Mistos .................................................................................................. 13
1.15.5- Fornos a Plasma .............................................................................................. 14
1.15.6- Fornos Modernos Especiais ............................................................................ 14
1.16- Classificao segundo o Sistema de Alimentao de energia eltrica .................. 14
1.17- Classificao dos fornos eltricos a arco direto ..................................................... 14
1.17.1- Fornos de arco indireto ou radiante ................................................................ 15
1.17.2- Fornos de arco indireto ou radiante ................................................................ 15
1.17.2.1- Fornos de soleira no condutora e arco em srie ..................................... 15
1.17.2.1- Fornos de soleira no condutora e arco em paralelo ............................... 16
1.18- Classificao dos fornos eltricos a arco imerso ................................................... 17
1.18.1- Fornos Eltricos de arco imergido de aquecimento direto ............................. 17
1.18.1.1- Fornos de soleira no condutora e arco em paralelo ............................... 17
1.18.1.2- Fornos de soleira no condutora e arco em paralelo ............................... 17
1.19- Natureza fsica do arco ........................................................................................... 19
1.20- Estudo do arco ........................................................................................................ 20
1.21- Consideraes Trmicas Bsicas ........................................................................... 23
1.21.1 - Gerao do calor ............................................................................................. 24
1.21.2 - Calor Gerado no arco ..................................................................................... 24
1.21.3- Calor Gerado no eletrodo ................................................................................ 27
1.21.4- Efeito de Skin .............................................................................................. 27
1.21.5- Coeficiente do efeito pelicular ........................................................................ 28
1.21.6- Calor gerado no banho .................................................................................... 29
1.22- Transmisso de calor dentro do forno .................................................................... 29
1.22.1- Do suprimento de calor A ............................................................................... 29
1.22.2- Do suprimento de calor B ............................................................................... 29
1.22.3- Do suprimento de calor C ............................................................................... 30
1.22.3.1- Na abbada feita a troca de calor por: .................................................. 30
1.22.3.2 - Nas paredes feita troca de calor por: .................................................... 30
1.22.3.3 - No banho feita troca de calor por:: ...................................................... 30
1.23 - Perdas de calor ....................................................................................................... 31
1.24 - Capacidade energtica dos fornos a arco .............................................................. 31
2- Descrio do processo ..................................................................................................... 33
2.1- Sistema de refrigerao do forno ............................................................................. 33
2.2- Sistema de refrigerao do transformador ............................................................... 34
2.3- Sistema de emergncia ............................................................................................. 34
2.4- Sistema de fabricao e escorrego de eletrodos ....................................................... 34
2.5- Salas de operaes .................................................................................................... 35
2.6- Fluxo do minrio calcinado ...................................................................................... 36
2.6.1- Carga quente ...................................................................................................... 37
2.6.2- Carga fria ........................................................................................................... 38
3- Eletrodos dos fornos a arco ............................................................................................. 39
3.1- Eletrodos de carbono ................................................................................................ 39
3.1.1- Aspecto exterior ............................................................................................... 40
3.2- Carbono ..................................................................................................................... 40
3.2.1- Vitrnio ............................................................................................................. 41
Fusnio ......................................................................................................................... 41
Durnio ......................................................................................................................... 41
3.2- Coque metalrgico .................................................................................................... 42
3.3- Coque de petrleo ..................................................................................................... 42
3.3.1- Coqueamento retardado (Delayed Coking) ..................................................... 43
3.3.1.1- Coque esponja (Sponge Coke) ................................................................... 43
3.3.1.2- Coque favolar (Honeycomb Coke) ............................................................ 43
3.3.1.3- Coque Acicular ou Agulha (Needle Coke) ................................................ 44
3.3.2- Coqueamento fluido (Fluid Coke) .................................................................... 44
3.4- ndice Conradson ...................................................................................................... 44
3.5- Fabricao dos eletrodos de carbono ....................................................................... 45
3.6- Eletrodos de carbono amorfo ................................................................................... 46
3.6.1- Eletrodos de carbono amorfo propriamente dito .............................................. 47
3.6.1.1- Calcinao .................................................................................................. 49
3.6.1.2- Preparao granulomtrica ......................................................................... 49
3.6.1.3- Mistura ........................................................................................................ 49
3.6.1.4- Moldagem ................................................................................................... 49
3.6.1.5- Cozimento .................................................................................................. 50
4
3.6.2- Eletrodos de carbono amorfo destinados s clulas eletrolticas ..................... 50
3.7- Eletrodos Soderberg ................................................................................................. 52
3.7.1- Eletrodos soderberg de grandes dimenses ...................................................... 54
3.7.2- O equipamento dos eletrodos Soderberg de grandes dimenses ...................... 61
3.7.3- Eletrodo Soderberg furados .............................................................................. 67
3.8- Eletrodos de grafita ................................................................................................... 69
3.8.1- Limite Superior da intensidade de corrente ...................................................... 71
3.8.2- Limite inferior da intensidade de corrente ........................................................ 71
3.8.3- Eletrodos recobertos .......................................................................................... 72
3.8.4- Condies operacionais que influem no comportamento dos eletrodos de
grafita ........................................................................................................................... 72
3.8.5- Unio dos eletrodos ........................................................................................... 73
3.8.5.1- Campo eletromagntico girante ................................................................. 73
3.8.6- Eletrodos refrigerados a gua ............................................................................ 74
3.8.7- Anis economizadores(de eletrodos) ................................................................ 78
3.9- Grafitizao .............................................................................................................. 80
3.10- A escolha da utilizao dos eletrodos .................................................................... 81
3.10.1- Qualidade (Carbono amorfo ou grafita) .......................................................... 81
3.10.2- Dimetro (Grande ou pequeno) ....................................................................... 81
3.10.3- Fatores favorveis utilizao de grandes dimetros .................................... 81
3.10.4- Fatores favorveis utilizao de pequenos dimetros .................................. 82
3.10.5- Fatores favorveis utilizao dos eletrodos de grafita nos fornos
siderrgicos .................................................................................................................. 83
3.10.6- Fatores favorveis utilizao dos eletrodos de caborno amorfo .................. 84
3.10.7- Taxa de escorregamento .................................................................................. 89
3.11- Consumo dos eletrodos .......................................................................................... 89
3.11.1- Consumo da ponta do eletrodo ........................................................................ 92
3.11.2- Consumo lateral do eletrodo .......................................................................... 96
3.11.3- Efeito da temperatura e velocidade da atmosfera ambiente na oxidao ....... 96
3.11.4- Outros fatores de consumo .............................................................................. 97
4- Os refratrios nos Fornos Eltricos ................................................................................. 98
4.1- Revestimento Refratrio, Materiais Cermicos ....................................................... 98
4.2- Classificao dos Refratrios ................................................................................. 101
4.2.1- Refratrios Slico-Aluminosos ........................................................................ 101
4.2.2- Refratrios Aluminosos ................................................................................... 103
4.2.3- Refratrios de Slica ........................................................................................ 103
4.2.4- Refratrios Bsicos .......................................................................................... 103
4.2.5- Outros Refratrios ........................................................................................... 105
Caractersticas tcnicas dos refratrios .......................................................................... 105
Revestimento refratrio de fornos eltricos a arco ........................................................ 106
Detalhes construtivos dos revestimentos refratrios ..................................................... 107
4.5.1- Soleira .............................................................................................................. 107
4.5.2- Parede .............................................................................................................. 110
4.5.3- Abbada ........................................................................................................... 114
4.5.4- Revestimento para fabricao de ferro fundido .............................................. 116
Refratrios para fornos eltricos a arco imergido ......................................................... 117
4.6.1- Caractersticas dos refratrios para o forno a arco imergido .......................... 118
4.6.2- Combinao de fatores para uma boa campanha ............................................ 118
ndice de desgaste de Refratrios .................................................................................. 120
5
Prticas modernas de projeto e manuteno de revestimento refratrios de fornos
eltricos a arco ............................................................................................................... 127
4.8.1- Subsola ............................................................................................................ 128
4.8.1.1- Construo em Estdio ............................................................................ 128
4.8.1.2- Construo Contornante ........................................................................... 129
4.8.1.3- Construo em Domo ou Semidomo Invertido ....................................... 129
4.8.2- Soleira de trabalho ........................................................................................... 130
4.8.2.1- Soleira Monoltica .................................................................................... 130
4.8.2.2- Soleiras de Tijolos .................................................................................... 133
4.8.3- Bica de corrida ................................................................................................. 134
4.8.4- Furo de corrida ................................................................................................ 134
4.8.5- Soleira da porta ................................................................................................ 134
4.8.6- Parede inferior ................................................................................................. 134
4.8.7- Parede da linha de escria ............................................................................... 134
4.8.8- Porta do forno .................................................................................................. 136
4.8.9- Parede superior ................................................................................................ 136
4.8.10- Abbada ......................................................................................................... 138
4.8.11- Exemplo de montagem de uma abbada convencional de um forno eltrico a
arco ............................................................................................................................. 140
4.8.12- Abbada de alta alumina ............................................................................... 141
5- Diagrama e curvas caractersticas ................................................................................. 141
5.1- Diagrama circular e curvas caractersticas do forno a arco ................................... 141
5.2- Curva caracterstica em funo da corrente para E e X constantes ....................... 144
5.2.1- Diagrama da potncia ativa e reativa .............................................................. 144
5.2.2- Diagrama do fator de potncia ........................................................................ 144
5.2.3- Diagrama do rendimento ................................................................................. 144
5.3- Curva caracterstica em funo da resistncia para E e X constantes ................... 145
5.3.1- Diagrama da potncia ativa e reativa .............................................................. 145
5.3.2- Diagrama da corrente ...................................................................................... 146
5.3.3- Diagrama do Fator de Potncia ....................................................................... 147
5.3.4- Diagrama do rendimento ................................................................................. 147
5.4- Diagrama caracterstica de Bergeon ....................................................................... 149
5.4.1- Diagrama da intensidade de corrente de um forno em funo do fator de
potncia ...................................................................................................................... 149
5.4.2- Diagrama da intensidade de corrente de um forno em funo do fator de
potncia ...................................................................................................................... 150
5.4.3- Diagrama do fator de potncia em funo da potncia e da intensidade
absorvida pelo forno e da tenso de alimentao ...................................................... 151
5.5- Concluses .............................................................................................................. 151
5.6- Curvas caractersticas operacionais dos fornos eltricos ....................................... 153
5.6.1- Escolha do tap para o teste de curto-circuito .............................................. 156
5.7- Diagramas operacionais e eficincia ...................................................................... 157
5.8- Grficos de operao dos fornos a arco ................................................................. 167
6- Balano de Massa .......................................................................................................... 173
6.1- Dados de entrada .................................................................................................... 173
6.2- Clculos para o balano de massa .......................................................................... 174
6.2.1- Massa de metal produzida no Forno de Refino .............................................. 174
6.2.2- Consumo total de eletrodo por corrida ........................................................... 174
6.2.3- Eletrodo utilizado no Forno de Refino ........................................................... 174
6.2.4- Massa molar de carbono no Eletrodo utilizado no Forno de Refino .............. 174
6
6.2.5- Massa molar de enxofre no Eletrodo utilizado no Forno de Refino .............. 174
6.2.6- Balano de Massa do Carbono ........................................................................ 174
6.2.7- Balano de Massa de Fsforo ......................................................................... 175
6.2.8- Balano de Massa de Nquel ........................................................................... 176
6.2.9- Balano de Massa de Ferro ............................................................................. 177
6.2.10- Balano de Massa do Enxofre ....................................................................... 178
6.2.11- Balano de Massa do Oxignio ..................................................................... 180
6.2.12- Balano de Massa de CaO ............................................................................ 180
6.2.13- Balano de Massa de CaO seguindo a estequiometria da reao ................. 181
7- Balano Trmico ............................................................................................................ 181
7.1- Dados de entrada .................................................................................................... 181
7.2- Clculos para o Balano Trmico .......................................................................... 182
7.2.1- Entradas de energia ......................................................................................... 182
7.2.2- Sadas de energia ............................................................................................. 184
7.2.2- Perca de energia .............................................................................................. 184
Bibliografia ........................................................................................................................ 185
7
Introduo
A reduo um processo pirometalrgico de fuso redutora de minrio, onde
utilizado cavaco de madeira ou carvo vegetal como agente redutor e eletricidade como
fonte de energia e com o propsito de se obter a liga ferro-nquel na forma metlica.
Este processo realizado em forno eltrico de 22 MVA (Mega Volt Ampre) da
marca Elkem, tambm denominado forno a arco submerso.
O calor necessrio para a fuso obtido pela passagem da corrente eltrica entre
trs eletrodos existentes dentro do forno, atravs do material fundido e da carga slida e,
em alguns casos, atravs dos arcos eltricos formados entre a extremidade inferior dos
eletrodos e o banho, caracterizando uma operao com arco aberto.
O forno Elkem constitudo de uma carcaa cilndrica de ao carbono com 25
mm de espessura, dimetro de 14.940 mm e altura de 6.425 mm.
Externamente, a carcaa refrigerada por uma lmina de gua e, na parte interna,
protegido por um revestimento magnesiano, da base at a altura de 5.953 mm,
correspondendo parede e soleira. Dos 5.953 mm at 6.425 mm o revestimento slico-
aluminoso.
Na altura de 2.444 mm est montado um quadro de refratrio que permite o
vazamento do metal e a 800 mm acima, esto dois conjuntos de cones de cobre, de
dimetros diferentes, para vazamento da escria, refrigerados a gua.
O controle do processo de reduo efetua-se, principalmente, pela quantidade de
redutor adicionado.
Sendo o Ni mais facilmente reduzido do que o Fe, o objetivo obter somente uma
reduo parcial do Fe para produzir uma liga Fe-Ni com alto teor de Ni.
Por outro lado, precisa-se de um certo excesso de carbono para se obter uma
recuperao satisfatria.
A influncia do carbono na carga do forno pode ser resumida da seguinte maneira:
. Aumento de C
Melhora a recuperao: menos Ni na escria, diminui o teor de Ni no metal e
aumenta a fluidez do metal;
. Diminuio de C
Baixa a recuperao: aumenta o teor de Ni na escria, aumenta o teor de Ni no
metal e diminui a fluidez do metal.
A liga Ferro-nquel produzida na interface escria e carga, mas em quantidades
tais que o processo pode ser considerado como fuso da escria com precipitao de
partculas de metal.
A temperatura mdia de vazamento da liga da ordem de 1.470C e a da escria
de 1.585C.
A fluidez da escria determinada, principalmente, pela relao (SiO
2
/
(MgO+CaO)) no minrio.
Para assegurar uma operao uniforme do forno necessrio manter essa relao a
mais constante possvel (em torno de 1,70).
A fuso mdia diria de cada Forno de 750 t de minrio seco e, em funo do
grande volume de escria gerado no processo (da ordem de 80% do minrio alimentado),
os vazamentos da escria so de 2 em 2 horas, com mdia de 40 minutos por corrida.
Os vazamentos da liga obedecem programao do Refino.
1
1- Fornos Eltricos a arco
O nquel possui as seguintes propriedades fsico-qumico:
Peso atmico g/tomo - 58,71 gramas;
Nmero de atmico - 28;
Peso especfico - 8,5 g/cm
3
;
Valncia - 0,1,2,3;
Ponto de fuso - 1450C;
Ponto de ebulio -2914C;
Calor de fuso - 4210 cal/mol;
Calor de ebulio - 89600 cal/mol;
Capacidade calorfica especfica - 0,1034 cal/gC;
Condutividade trmica a 0C - 0,1420 cal/cm/cm
2
/segC;
Dureza - 3,5 escala de Mohs;
Condutividade eltrica (Cu 100) - 22,7;
Cor - Branca;
Estrutura cristalina- - Hexagonal compacta
- cbica de face centrada.
Limite de resistncia trao:
Arame- 1,27 de dimetro estirado a frio - 112,5 kg/mm
2
;
Chapas, 1,27 mm largura laminada a frio - 64,68 kg/mm
2
;
Chapas, 1,27 mm largura recozida - 53,43 kg/mm
2
.
O nquel pode ser laminado em chapas finas e trefilado a arames pois possui um
alto grau de ductilidade e tenacidade.
1.1- Presso de vapor do nquel lquido
O nquel e o ferro so solveis em todas propores, tanto no estado lquido como
no slido, conforme Figura 1.
O clculo da presso de vapor de nquel realizada atravs da equao.
6 , 14
46513
) ( ln +
T
atm P
Ni
2
Figura 1- Diagrama de fases do sistema Fe-Ni
As tabelas 1.1 e 1.4 se referem aos dados termodinmicos das ligas slidas e
lquidas do sistema Fe-Ni.
Tabela 1: Calor de mistura das ligas slidas a 1200K
NNi H NNi H
0,1 -182 0,6 -1056
0,2 -350 0,7 -1061
0,3 -524 0,8 -878
0,4 -719 0,9 -503
0,5 -923
100
(1-N)Fe
()
+ N
Ni(s)
= Fe
(1-N)
Ni
N()
Tabela 2: Quantidade parciais molares paras ligas slidas a 1200K
NFe aFe Fe GFe GFe
EXC
0,9 0,865 0,960 -347 -96
0,8 0,768 0,960 -629 -96
0,7 0,690 0,986 -884 -33
0,6 0,616 1,027 -1156 62
( 0,023) ( 0,039) ( 90) ( 90)
Fe
()
= Fe(na liga)(
)
3
Tabela 3: Energia livre total de mistura para as ligas lquidas a 1300K
NNi G G
EXC
NNi G G
EXC
0,1 -1369 -159 0,6 -3225 -721
0,2 -2160 -298 0,7 -2973 -700
0,3 -2704 -431 0,8 -2437 -574
0,4 -3061 -556 0,9 -1548 -338
0,5 -3240 -661
( 90) ( 90)
(1-N)Fe
(l)
+ N
Ni(l)
= Fe
(1-N)
Ni
N(l)
Tabela 4: Quantidades parciais molares para as ligas lquidas a 1873K
NNi
Componente de Fe Componente de Fe
Fe(l) = Fe(na liga) l Ni(l) = Ni(na liga) l
aFe Fe GFe GFe
EXC
aNi Ni GNi GNi
EXC
0,0 1,000 1,000 0 0 0,000 0,617 - -1800
0,1 0,897 0,996 -407 -15 0,068 0,675 -10032 -1462
0,2 0,794 0,992 -860 -29 0,138 0,692 -7363 -1373
0,3 0,693 0,990 -1366 -39 0,209 0,697 -5826 -1345
0,4 0,587 0,978 -1985 -84 0,285 0,712 -4674 -1264
0,5 0,470 0,941 -2805 -225 0,373 0,745 -3676 -1096
( 0,008) ( 0,016) ( 60) ( 60) ( 0,013) ( 0,025) ( 125) ( 125)
0,6 0,343 0,858 -3978 -568 0,481 0,802 -2723 -822
0,7 0,218 0,726 -5675 -1194 0,614 0,877 -1815 -488
0,8 0,116 0,581 -8014 -2024 0,756 0,945 -1042 -212
0,9 0,045 0,454
-
11509 -2939 0,888 0,987 -442 -50
1,0 0,000 0,355 - -3860 1,000 1,000 0 0
A energia livre de formao do xido de nquel :
Ni
(S)
+ O
2
NiO
(S)
GNi= -5500 + 20,01*(298-1726 K)
Ni
(S)
+ O
2
NiO
(S)
GNi= -5500 + 20,01*(1726-2000 K)
1.2- Matrias primas para a produo de Ferro-Nquel
O principal mineral constituinte dos minrios laterticos a garnierita. A garnierita
um hidro-silicato de nquel e magnsio. Estudos mineralgicos definiram a garnierita
como uma variedade de serpentina onde o nquel substitui o magnsio. Muitos outros
nomes como noumeita, nepouita, gymnita e genthita so utilizados para as diversas
espcies de silicatos de nquel, mas o termo genrico garnierita o mais usado.
Limonita niquelfera um termo usado para xidos frricos niquelferos em
depsitos laterticos. A goethita o principal constituinte das limonitas niquelfera. O
contedo de gua varia bastante.
4
1.3- Aquecimento Eltrico- Forno Eltrico
Forno eltrico todo aparelho de aquecimento que serve para se obter uma
determinada temperatura numa carga predeterminada , por meio da energia trmica
produzida pela energia eltrica. Compreendendo uma cmara isolada, ou no, pode
produzir aquecimento por fuso, refino, tratamento trmico, etc., ou para uma reao
qumica de reduo, decomposio ou combinao, etc.
Generalizadamente os fornos eltricos a arco se dividem em duas classes distintas:
fornos eltricos a arco aberto (ou direto) e fornos eltricos a arco imergido (ou de arco
resistncia), ou ainda de reduo.
Os fornos eltricos de arco aberto so caracterizados pelo fato de os arcos se
fecharem entre os eletrodos e a carga, ou entre os eletrodos, servindo como fusores da
carga e do seu refino.
Os fornos eltricos de ao emergidos so caracterizados pelo fato de os eletrodos
estarem imersos na carga de matria-prima, e a corrente eltrica passar no apenas atravs
dos arcos que se descarregam entre as pontas dos eletrodos e o banho fundido, mas
tambm lateralmente aos eletrodos, atravs da resistncia da carga de matria-prima.
Estes fornos so utilizados principalmente para a produo de ferro-ligas como ferro-
silcio, silcio metlico, ferro-mangans, ferro-cromo, ferro slico-mangans ferro slico-
aluminio, ferro boro, etc., bem como para a produo de produtos qumicos como
carboneto de clcio, silicato de clcio, carboneto de silcio, eletrofundidos de alta alumia,
etc.
No nosso caso especfico do aquecimento eltrico pelo arco voltaico,
desenvolvido em fornos apropriados de fuso e0ou reduo, o aquecimento tem como
definio a caracterstica do calor desenvolvido principalmente pela radiao do arco e,
em conseqncia, pela conduo e conveco desse calor, que transferido ao seio dos
ambientes que rodeiam. O arco em si ser definido posteriormente em captulo prprio.
O aquecimento eltrico envolve vantagens cuja simplicidade e preciso de
controle, particularmente nos fornos de fuso e reduo, se caracterizam como
inigualveis quando comparadas com as de qualquer outro forno cuja energia provenha
do combustvel carbono.
Um forno eltrico ligado a um sistema eltrico pode ser operado 24 horas por dia e
pode ser desligado desse sistema quantas vezes forem necessrias, sem maiores
conseqncias, salvo quanto ao consumo de energia no que se refere ao nvel de potncia,
que envolve o preo dessa energia. Cada operao pode ser representada num diagrama
de carga em eixos cartesianos da potncia em funo do tempo, qual permite aumentos de
potncia do forno nos momentos de fraca demanda (quando pr-acordado entre usurio e
a concessionria da energia eltrica), ou para demandas j programadas para operaes
contnuas de potncia com pequenas oscilaes. o caso da utilizao de fornos eltricos
a arco que trabalham em regime contnuo de fuso ou de reduo, como refino e/ou
tratamentos trmicos executados noutros tipos de fornos eltricos auxiliares.
Os fundamentos da produo de calor pela eletricidade so sui generis na
concepo, porm em termos de conseqncia so idnticos aos outros processos de
produo de calor, como no caso da produo de calor pelo carbono, pela energia solar,
nuclear, etc.
Porm, preciso ressaltar que, em qualquer dos casos, o aquecimento eltrico
pode ser efetuado livre de ponderaes de gravidade, ambiente ou presso.
5
1.4- Caractersticas do Aquecimento Eltrico
O calor produzido eletricamente tem certas caractersticas distintas, a saber:
A preciso da regulagem eltrica se estende transmisso do calor. fcil
alcanar uma temperatura uniforme entre reduzidos limites.
Seu desenvolvimento no implica combusto de nenhuma espcie,
portanto no polui o ambiente.
As temperaturas que podem ser alcanadas no tm outro limite superior
do que o determinado pelas caractersticas do materiais que devem
suportar o calor.
As vantagens derivadas destas caractersticas variam de valor, segundo as
condies de cada caso. As mais importantes entre elas so:
Aplicao no ponto exato onde se necessita.
Flexibilidade; compreende uma fcil subdiviso, liberdade de colocao e
uma grande facilidade de operao.
Boas condies de trabalho, limpeza, funcionamento silencioso, escassa
influncia da temperatura ambiente, etc.
Resposta rpida.
Segurana.
Altos nveis de temperatura, se necessrio.
1.5- Temperatura e transmisso do calor
Os dois princpios bsicos do aquecimento industrial so: temperatura e forma de
transmisso de calor. Neste segundo caso, reduz-se o campo em que se pode escolher o
mtodo de aquecimento para um processo determinado. Em geral, existem sempre vrios
mtodos para se obter um mesmo resultado, tendo-se em contra fatores econmicos entre
s quais, alm do capital para a implantao ou instalao, comodidade e custos da energia,
incluem-se os estudos das vantagens que oferecem os diferentes mtodos e que influem
no custo total da produo.
Uma classificao conveniente de nveis de temperatura pode se, segundo
Knowlton:
I. Baixas temperaturas: at 400C;
II. Temperaturas mdias: de 400C at 1150C;
III. Altas temperaturas: Pontos de fuso dos metais refratrios e superiores.
O calor transmite-se por conduo, radiao e conveco.
Frequentemente, a transmisso do calor efetua-se por combinao dos trs
sistemas, com predominncia, porem, de um deles.
1.6- Conduo do calor
A conduo do calor pode-se efetuar nos trs estados da matria: slido, liquido e
gasoso. A condutividade trmica define-se como a quantidade de calor que circula na
6
unidade de tempo, atravs de uma rea-unidade, numa placa que tenha uma espessura-
unidade, e em cujas superfcies exista uma diferena de temperatura igual unidade.
A lei da condutividade trmica para um gradiente de temperatura constante se
expressa como segue:
Equao 1 h1=
l
t K A
m
'
. .
em que h1 a quantidade de calor transmitido por conduo na unidade de tempo; A a
rea da seo transversal do caminho seguido pelo calor; t o gradiente de temperatura; l
o comprimento do caminho; e K
m
o valor mdio da condutividade trmica do material,
na qual se estabeleceu um gradiente de temperatura para uma determinada temperatura.
1.6.1- Fator de forma
A equao 1, tal como est indicada, aplicvel uniformemente em percursos de
seo transversal uniforme. Se a rea da seo transversal do caminho por onde o calor
flui varia ao longo do seu comprimento, pode-se aplicar a equao apresentada se tomada
a mdia logartmica das reas do caminho a percorrer.
Quando as superfcies-limite a considerar no apresentam contornos suaves, o termo A/l
da equao 1 deve ser substitudo por um fator de forma S tal que:
Equao 2 h1= S.Km.t
So duas equaes para o fator de forma S:
a) Para recintos retangulares, de acordo com a Figura 2:
Figura 2- Recintos retangulares
Equao 3 S = t l
t
A
. 20 , 1 . 54 , 0 + +
Onde A a rea da superfcie interior; t a espessura das paredes, e l a soma
dos comprimentos de todas as arestas interiores.
b) Para recintos cilndricos, de acordo com a .
t
d
h
A
A
W
Seco A-A
7
Figura 3- Recintos cilndricos
Equao 4 S =
,
_
+ +
a
b
h
l
t
A
10
log . 30 , 2
. . 2
. 54 , 0
Onde A a rea das superfcies das bases superior e inferior; t a espessura das
paredes; l a soma dos comprimentos dos bordos superiores e inferiores; h a altura
interior; b o dimetro exterior; e a o dimetro interior.
1.7- Radiao de calor
um fenmeno que se produz nas superfcies. As superfcies, conforme a sua
natureza emite ou absorvem energia radiante, com diferentes intensidades.
A maior parte dos corpos slidos opaca radiao. O quartzo uma exceo
notvel, bem como os corpos transparentes ou translcidos. Os lquidos transmitem a
radiao em certo grau. Somente dois gases, vapor de gua e andrico carbnico absorve
radiao em graus sensveis.
A quantidade de calor transmitido por radiao nas condies correntes, na
prtica, vem expressa pela seguinte Equao 5:
Equao 5 hr = ( )
11 4 4
0
10 . . 57 .
a
T T
Onde h
r
so watts por decmetro quadrado; o coeficiente de absoro da superfcie
receptora; T
0
a temperatura absoluta da superfcie emissora; e T
a
a temperatura
absoluta da superfcie receptora.
t
a
h
t
b
8
1.8- Conveco de calor
A transmisso do calor por conveco natural se efetua at uma superfcie ou
desde ela por movimento de um fluido, quando este movimento se deve exclusivamente a
diferenas de densidade do fluido.
Para a conveco natural no ar, a quantidade de calor transmitida vem expressa
por:
Equao 6 hc = 223 (t)
1,25
.10
-4
Onde hc so watts por decmetro quadrado e i o gradiente de temperatura. Esta equao
se aplica a planos verticais, cuja altura seja maior que 30 cm. Para alturas inferiores a 30
cm, deve multiplicar-se o coeficiente da Equao 6 por uma constante cujos valores so:
Tabela 5- Constantes de ajuste
Altura em cm Constante
20 1,36
15 1,54
10 1,77
5 2,80
A quantidade de calor transmitido por unidade de tempo por conveco natural
desde uma superfcie horizontal de 35% superior transmitida por uma superfcie
vertical, se esta encarada para cima, e de 30% inferior, se est para baixo. Portanto, para
condies mdias, e considerando todas as superfcies de um corpo, a mdia da
quantidade de calor transmitido por unidade de tempo por conveco natural pode ser
calculada com suficiente aproximao mediante a Equao 6. Na conveco forada, a
transmisso do calor funo predominante da velocidade do fluido. Este efeito da
velocidade e a facilidade com que pode regular-se, assim como o poder de penetrao dos
gases, fazem com que a conveco forada seja um mtodo eficaz para a transmisso de
do calor na maioria dos casos. Tratando-se de aquecimento eltrico, a transmisso de
calor na maioria dos casos. Tratando-se de aquecimento eltrico, a principal limitao que
se ope ao emprego da conveco forada nos gases o limite mximo de temperatura de
trabalho do ventiladores, acima de 650 C. Em alguns casos, o gs pode aquecer-se
sada do ventilador, e, portanto, podem empregar-se temperaturas superiores s indicadas.
Para cada aplicao da conveco forada se requerem novos passos definidos para a
circulao do gs.
1.9- As Indstrias Eletroqumicas, Eletrotrmicas,
Eletrometalrgicas, Eletrolticas e a Energia Eltrica
As indstrias eletroqumicas so as indstrias que produzem produtos qumicos
atravs da eletricidade, mas tambm as que produzem os ferro-ligas diversos, pois pela
eletricidade que conseguimos a reao de reduo do xido metlico que faz parte da
matria-prima para formar o ferro-liga desejado.
A reao no forno tambm pode ser feita por decomposio eletroltica para se
atingir a formao de um produto qumico determinado.
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As indstrias eletrotrmicas so as que so capazes de produzir calor em elevados
nveis de temperatura para fundir e, se necessrio, refinar o produto que se deseja.
As indstrias eletrometalrgicas so as que produzem ou refinam metais ferrosos e
no ferrosos atravs de processos eletrotrmicos, eletroqumicos ou eletrolticos.
1.10- Classificao dos Processos Eletroqumicos,
Eletrotrmicos e Eletrolticos
Os processos eletroqumicos, eletrolticos, eletrometalrgicos e eletrotrmicos
podem ser agrupados em quatro grandes grupos:
1.10.1- Processo Eletroqumico
Neste processo, a reao qumica vem determinada pelo efeito de Joule, quer seja
alimentado por corrente contnua ou por corrente alternada.
Esta categoria, a mais importante, compreende a produo de :
Carboneto de clcio, de brio, de silcio, de alumnio, etc;
No metlicos (grafita,silcio metlico, fsforo, etc.);
Metais (mangans, zinco, etc.);
Corndon, carborundo, cimento fundido;
Compostos azotados (cido ntrico, calciocianamida, etc.);
Compostos fosfatados.
1.10.2- Processo Metalrgico
Este processo engloba os processos eletroqumicos, eletrolticos e eletrotrmicos.
Atravs deles poder-se- fabricar metais ferrosos e no ferrosos, alem de ligas metlicas,
tais como:
Gusa eltrico;
Gusa sinttico;
Ao;
Ferro-ligas;
Metais no ferrosos e ligas metlicas.
1.10.3- Processo Eletroltico
S alimentado a corrente contnua e utilizado com um eletrlito;
1.10.3.1- Em soluo aquosa
10
Para a produo de hidrognio e oxignio;
Para a fabricao de gua oxigenada e sais (persulfato e percarbonato);
Para a fabricao da soda custica e potassa custica, com simultnea produo de
cloro e de hidrognio;
Para a fabricao de hipocloritos, de cloratos e de perclorato alcalino;
Para a fabricao de zinco, de cobre, de nquel, de ferro, etc. (eletrolticos);
Para processos de oxidao e reduo.
1.10.3.2- Em eletrlito fundido
Para a fabricao do alumnio;
Para a fabricao do slido;
Para a fabricao do magnsio;
Para a fabricao do clcio;
Para a fabricao do berilo;
Para a fabricao do Mischmetal ( ou metais das terras raras lantandeos).
1.10.4- Processo Eletrotrmico
o que compreende todo o processo em que a corrente eltrica tem ao
exclusivamente trmica:
Fuso e tratamento trmico de metais e de leitos metlicos;
Cozedura de cermica e de refratrios;
Tratamento do vidro;
Reaquecimento eltrico;
Soldadura eltrica.
De todos estes processos, alguns possuem atuao somente por energia eltrica,
enquanto outros podem ser obtidos tambm por fornos a combustveis.
Neste segundo caso, a escolha recai somente na vantagem econmica.
1.11- Vantagens tcnico-econmicas do forno eltrico
As vantagens tcnico-econmicas do forno eltrico em relao ao forno a
combustvel so principalmente as seguintes:
I. O valor complementar do interesse, a amortizao e a renovao da instalao do
forno eltrico so, geralmente, inferiores aos de um forno a combustvel.
II. A despesa de operao, isto , a despesa de mo-de-obra e consumo de refratrios,
etc., resulta inferior de um forno a combustvel.
III. O rendimento do forno eltrico notavelmente superior ao que se pode obter com
um tipo perfeito do forno a combustvel.
IV. As perdas por volatilizao e vaporizao so menores do que no forno a
combustvel.
11
V. As temperaturas alcanadas com o forno eltrico so notavelmente mais elevadas
e muito mais uniformes do que aquelas obtidas com o forno a combustvel.
VI. O forno eltrico promete uma tima regularizao da temperatura e uma fcil
desgaseificao.
VII. A instalao do forno eltrico requer um espao mais limitado, seja pela dimenso
propriamente do forno, seja pela eliminao do depsito de combustvel, fornalha
e chamin.
VIII. A instalao do forno eltrico pode ser feita em qualquer lugar, graas quase
completa eliminao de fumos, p e cinza.
IX. O material produzido pelo forno eltrico mais puro, mais homogneo e de
caractersticas mais constantes do que as obtidas com o forno combustvel.
X. O forno eltrico permite obter certos produtos, que no podem ser obtidos com o
forno a combustvel.
XI. O forno eltrico permite obter produtos com matria-prima de to baixo teor, que
no pode ser empregada no forno a combustvel.
XII. O forno eltrico permite obter mais facilmente um ambiente de reao
completamente neutra, ou, ao contrrio, oxidante ou redutora, fazer reagirem
sobre o produto fundido os gases determinantes (azoto oxignio, etc).
Tais vantagens devem assegurar tendenciosa escolha no emprego da energia eltrica
em relao ao combustvel quando o preo da energia o justificar.
1.12- Classificao generalizada dos fornos eltricos
A classificao dos fornos eltricos pode ser feita de muitas maneiras, dada a sua
diversidade nos vrios setores de utilizao, nas vrias formas de funcionamento, nos
vrios tamanhos, potncias e demais caractersticas.
Apesar de existirem diferentes tipos de fornos eltricos, torna-se necessrio um
bom mtodo de classificao. Vamos optar primeiramente por um mtodo que pode ser
feito como segue.
1.13- Classificao segundo o modo de utilizao de energia
1.13.1- Fornos por processo eletroqumico
So fornos que funcionam por efeito Joule, atingindo a temperatura necessria
para provocar a reao qumica no material que constitui a carga, para produzirem o
produto que se deseja.
1.13.2- Fornos por processo eletrotrmico
So fornos que utilizam o efeito de Joule para fuso e tratamento trmico do
material a tratar, sem interveno de alguma reao qumica.
12
1.13.3- Fornos ou clulas por processo eletroltico
So fornos que se utilizam do efeito de Joule e que, por meio de um eletrlito,
separam os elementos constituintes da carga, que est dissolvida nesse eletrlito, os quais,
juntos, constituem o banho eletroltico.
1.14- Classificao segundo a Natureza da corrente de
alimentao
1.14.1- Fornos de corrente continua
So fornos empregados para todo processo eletroltico e s raramente para outras
aplicao, alm de ultimamente tambm se empregarem no processo eletrotrmico como
forno a arco ( para a fabricao de ao, etc.).
1.14.2- Fornos de corrente alternada
So fornos empregados para todas as utilizaes do forno eltrico, exceo do
processo eletroltico.
1.15- Classificao segundo o Sistema de transformao da
energia eltrica
1.15.1- Fornos a arco
So fornos quais os calores produzido pela passagem da corrente atravs do
espao compreendido entre as extremidades dos dois ou mais eletrodos, ou entre a
extremidade do eletrodo e a carga.
1.15.2- Fornos a Resistncia
So fornos nos qual o calor produzido pela passagem da corrente atravs da
carga, ou massa a tratar ou, no cadinho, pela corrente induzida pelo enrolamento primrio.
1.15.3- Fornos de Induo
So fornos nos quais o calor produzido por efeito de Joule, da corrente induzida
na massa a tratar, ou cadinho, pela corrente induzida pelo enrolamento primrio.
1.15.4- Fornos Mistos
13
So fornos nos qual o calor produzido por efeito simultneo dos precedentes
tipos de fornos deste sistema.
1.15.5- Fornos a Plasma
So fornos nos qual o calor produzido por tochas de plasma que aquecem a
carga a elevadssimas temperaturas, volatilizando-a, para depois condensar seus vapores
por nveis de temperatura, separando seus componentes em altos graus de pureza, ou
somente produzindo calor como nos fornos anteriores.
1.15.6- Fornos Modernos Especiais
Nesta classificao podemos considerar os fornos de aquecimento dieltrico, de
aquecimento por raios infravermelhos, de aquecimento por feixes de eltrons, de
aquecimento por ondas ultra-snicas, de aquecimento por laser, etc.
1.16- Classificao segundo o Sistema de Alimentao de
energia eltrica
1. Forno de corrente continua;
2. Fornos de corrente continuam ligados em paralelo;
3. Fornos de corrente continuam ligados em srie;
4. Fornos de corrente alternada;
5. Fornos de corrente alternada monofsica;
6. Fornos de corrente alternada bifsica;
7. Fornos de corrente alternada trifsica;
8. Fornos de corrente alternada exafsica;
9. Fornos de corrente mista, de plasma e especiais.
O acerto do tipo mais conveniente do forno a ser empregado para um determinado
processo eletrotrmico depende de um complexo de circunstncias, que devero ser
examinadas, caso por caso, seja pela descrio das caractersticas de cada tipo de forno,
seja pela descrio do principal processo eletroqumico ou eletrotrmico industrial.
1.17- Classificao dos fornos eltricos a arco direto
14
Os fornos eltricos a arco direto empregam-se principalmente para fundir metais,
e, se necessrio, para refin-los. So usados para a produo de aos comuns, aos-ligas e
para a refuso do gusa ou ferro fundido.
Em relao transmisso do calor, eles podem classificar-se em dois tipod fundamentais:
Fornos de arco indireto; e
Fornos de arco direto
1.17.1- Fornos de arco indireto ou radiante
So do velho tipo os fornos a arco Stassano, Bassanese e derivados, nos quais os
eletrodos so dispostos horizontalmente (Stassano), ou inclinados para baixo (Bassanese).
O aquecimento do material advm da radiao na parte de reverberao e do movimento
circular do arco, porm torna-se necessrio que o eletrodo esteja afastado do banho de
uma distncia no inferior a 5 ou 6 cm.
Destes tipos de fornos, o que ainda se encontra em uso generalizado o forno a arco
basculante, conhecido por forno Detroit. Consta de dois eletrodos horizontalmente
dispostos no mesmo eixo, que atravessam o forno, com formato de um barril, pelos
tampos. Internamente revestido de material refratrio, com uma porta nica de carga e
corrida, com bica, na parte bojuda. Tem um mecanismo que lhe permite a basculagem
oscilante. alimentado por corrente monofsica ou bifsica, sem neutro. Os eletrodos
esto afastados um do outro no centro do barril, de maneira a permitirem a formao do
arco que, por radiao direta ou refletida pelas paredes refratrias, aquece a carga a
fundir.
Os eletrodos tm um mecanismo que lhes permite, automaticamente, esse
afastamento, por regulagem provocada pela intensidade de corrente do arco.
empregado para fuso de vrios metais ou para fabricao e refino do ao. a
tenso de servio deste tipo de forno de 100 a 150 volts. Consumo especifico de energia
varia de 400 a 500 kWh/t para bronze e de 800 a 1000 kWh/t para gusa ou ao.
O forno a arco radiante encontra aplicao em pequenas fundies, nas quais se
devem assegurar corridas dirias de peso so superior a 100 a 150 kg cada uma.
1.17.2- Fornos de arco indireto ou radiante
Pertencem a esta categoria os modernos fornos a arco, nos quais os eletrodos se
posicionam verticalmente a poucos centmetros da carga.
O calor obtido pela dissipao de sua natural radiao e pelas constantes
mudanas de posio do arco, tanto na ponta do eletrodo como na carga a aquecer, e
tambm, atravs da carga fechando o circuito, o que, motivado pela resistncia eltrica do
arco e carga, ir fazer com que a corrente eltrica produza calor pelo efeito de Joule.
O forno a arco direto se distingue por duas categorias:
1.17.2.1- Fornos de soleira no condutora e arco em srie
o forno tipo heroult, de trs eletrodos, no qual o arco salta entre um eletrodo e
a carga. A corrente percorre o eletrodo, saltando do eletrodo para o banho ou para a carga
15
e destes para o eletrodo seguinte, ou vice-versa. Num sistema trifsico, a corrente de
qualquer arco se fecha em estrema atravs do banho ou carga, Figura 4.
Figura 4- Forno HEROULT
1.17.2.1- Fornos de soleira no condutora e arco em paralelo
o forno tipo Girod ou derivados. Nele, quase sempre, a corrente passa do
eletrodo, atravs do arco, para a carga e vai alcanar o contra-eletrodo mergulhado na
soleira refrigerada, Figura 5 , (para um forno monofsico) ou de dois eletrodos para o
contra-eletrodo submerso na carga (para o forno trifsico).
Figura 5- Forno GIROD
O primeiro tipo resulta mais seguro e de mais fcil conduo. A regulagem
independente da altura da carga do forno e a sonoridade caracterstica do funcionamento
no eliminada como com o eletrodo envolvido pela carga, no inicio da operao.
O segundo tipo apresenta, por sua vez, as seguintes vantagens: tem mais equilbrio
entre a carga e a fase; permitem que se forme s dois arcos, pois o terceiro eletrodo (
ou melhor, contra-eletrodo) se encontra imerso na carga, mais propriamente na mistura do
banho por efeito das correntes induzidas, provocadas pelos numerosos fluxos das
correntes que, atravessando o banho, permitem uma via de retorno da corrente resultante
da carga eltrica desequilibrada, permitindo mais fcil manobra do forno, por concentrar,
na zona de trabalho do forno, o calor gerado por efeito de Joule das correntes que
percorrem o banho.
Tais vantagens, no caso do forno do tipo de soleira condutora, propiciaram a criao do
tipo misto, cujo centro do secundrio do transformador (quando este tem o seu secundrio
16
ligado em estrela) ligado a um eletrodo mergulhado na soleira. Este eletrodo ligado a
terra, de modo que, no inicio ou durante o funcionamento, sendo provocado o equilbrio
entre suas trs fases, atravs da carga.
1.18- Classificao dos fornos eltricos a arco imerso
Os fornos eltricos a arco imergido, denominado tambm de aquecimento direto
ou de arco-resistncia, so, construtivamente, similares ao forno a arco aberto, salvo que,
operacionalmente, so completamente diferentes. Nestes os eletrodos esto sempre
submersos na carga, como suas pontas terminais. O calor desenvolvido nestas pontas
tambm se processa por efeito Joule.
Tais fornos so, por isso, classificados como fornos de resistncia de aquecimento
direto, porque se comportam como tais. Neles a resistncia constituda pelo conjunto de
materiais que constitui a carga a tratar, e o calor, provocado pela passagem da corrente na
carga do forno, transmite-se principalmente por conduo e parcialmente por conveco.
Os arcos se manifestam na parte inferior dos eletrodos formando, volta de cada um, uma
cavidade que designada por Zona de Reao do eletrodo.
1.18.1- Fornos Eltricos de arco imergido de aquecimento direto
Estes fornos so construtivamente anlogos aos fornos a arco. Segundo a natureza
da resistncia que os caracteriza, dividem-se em:
Forno de arco imergido de resistncia da carga e ebulio do produto;
Forno de arco imergido de resistncia da carga e produto fundido.
1.18.1.1- Fornos de soleira no condutora e arco em paralelo
A esta categoria pertencem os fornos destinados produo do zinco e do fsforo
e fabricao do sulfeto de carbono. So similares ao alto-forno, ou seja, possuem uma
cmara superior de preaquecimento da carga por meio do gs da reao uma cmara
intermediria de fuso e, em baixo, um cadinho para a escria. Os vapores de zinco, ou
fsforo, ou sulfeto de carbono so condensados, em forma de p, numa cmara esfriada,
de formato toroidal circular, em forma de anel externo, acima da cmara de fuso.
Podem tambm ser do tipo convencional de arco imergido fechado com abbada,
tendo a cmara de condensao independente para a condensao desses vapores
desenvolvidos.
1.18.1.2- Fornos de soleira no condutora e arco em paralelo
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A esta categoria pertencem todos os fornos para a fabricao do carboneto de
clcio, ferro-ligas, gusa, etc., bem como os fornos eletrolticos do alumnio, comportando-
se todos eles como reatores.
Os fornos para carboneto de clcio e ferro-ligas so geralmente constitudos por
uma tina cilndrica ou tronco cnico, chamada de carcaa ou cuba, de fundo chato, tronco
de cone ou ovalado, constituda em chapas de ao e nervuras de chapa ou perfilados de
ao, revestida internamente com material refratrio slico-aluminoso, encostado chapa,
ou ainda tendo de entremeio uma fina camada de quartzito. Estes revestimentos so
chamados de revestimento refratrio permanente. O cadinho destes fornos formado por
blocos moldados de carbono amorfo, ou, em vez destes, por uma pasta carbonosa de
antracito calcinado, ou de coque de petrleo ou coque metalrgico, aglutinados com
piche. Esta pasta carbonosa chamada de pasta Soderberg para soleira. Este tipo de
revestimento de cadinho empregado para a fabricao de carboneto de clcio, ou ferro-
ligas de alto-carbono.
Quando se tratar de fabricao de ferro-ligas de baixo carbono, a soleira
constituda de refratrios aluminosos, ou magnesianos, ou cromo-magnesianos, ou mesmo
silicosos, sob a forma de massas ou tijolos.
Este tipo de forno tambm empregado para a fabricao de gusa, ganhando o
nome de baixo forno de reduo.
A capacidade destes fornos, conforme se vm construindo, vai aumentando de ano para
ano, e cada vez com melhores rendimentos, melhores sistemas de operao, controles
mais sofisticados e automatizados, com maior confiabilidade, etc.
Os fornos de grande capacidade so providos de abbadas idnticas s dos fornos
de arco aberto, para a total captao dos seus gases. Dentre esses gases, predomina o CO
(monxido de carbono), que, pela sua presena, justifica a sua utilizao como
combustvel ou redutor para combusto em fornos de reaquecimento, ou de sinterizao,
ou em caldeiras, ou outra utilizao. Ultimamente, estes gases so utilizados, muito
economicamente, como elemento redutor em instalaes de reduo direta para a
fabricao de ferro-esponja, depois de sofrerem uma depurao ou limpeza.
A carcaa provida de uma bica, quando o forno de pequenas dimenses, ou,
ento, quando de carcaa fixa. Os fornos de grande dimenso geralmente tm a carcaa
mvel, isto , susceptvel de rodar sobre um piv no centro. Esta rotao dada por
sistema de transmisso de movimento, por meio de cremalheiras circulares, engrenagens e
um redutor e variador de velocidade acionado por motor eltrico. A cremalheira fica
disposta prxima s rodas do tipo vagoneta, que se assenta em um trilho circular,
sustentado, por meio de mancais e eixos, a carcaa. As rodas ficam prximas da periferia
do forno.
Com este mecanismo, o forno tem possibilidade de rodar em torno do seu eixo
muito lentamente (cerca de uma volta em 24,96 ou mais horas), ou ento em fraes de
rotao, oscilantes e lentas, isto , num e noutro sentido. Para fornos de carcaa ou cuba
rotativa, so empregadas trs ou mais bicas dispostas na carcaa e uniformemente
distribudas.
Alm das clulas eletrolticas para a reduo da alumina (alumnio), que so
sempre retangulares (paralelepipdicas), tambm existem, de fabricao da DEMAG,
fornos a arco imergido para ferro-ligas retangulares.
Estes fornos, dependendo do produto a ser fabricado, podero ser de pequena ou
grande capacidade. Podero ter 3 eletrodos em linha, ou duas filas de 3 eletrodos em
linha, ou 6 eletrodos em linha.
18
Presentemente, os referidos fornos se empregam para a reduo da galena
(chumbo) com fornos de 2 x 7 MVA, 6 eletrodos em linha, ou para a fabricao de ferro-
nquel com fornos de 2 x 82 MVA, 6 eletrodos em linha, ou para outras redues.
Em qualquer destes tipos de fornos, os eletrodos so suspensos da estrutura do
prdio, com mecanismo de subida e descida do mesmo, mecanicamente por meio de
guinchos, ou hidraulicamente por meio de macacos hidrulicos e com um ou outro
sistema de comando distncia de dentro da cabine de controle do forno.
Os eletrodos so constitudos por cilindros de carbono amorfo de comprimento
padro, tendo condio de serem contnuos por ligao de outros cilindros atravs de
niples roscados cilndricas ou bitronco-cnico. Mais generalizadamente podem ser
constitudos tambm de pasta Soderberg para eletrodos, qual formada por coque de
petrleo calcinado ou antracito calcinado, aglutinado com piche, que se moldam dentro de
uma camisa de chapa de ao, com nervuras tambm de chapas de ao pela parte interna
(costelas). Este tipo de eletrodo tambm constitudo e de autocozimento.
Os eletrodos so presos aos mecanismos de sustentao por meio de placas de
contato e colar, ou anel de contacto. Tanto as placas quanto o anel de contacto so de
bronze cuja composio de 85% de cobre e 15% de zinco. Todas essas peas so
resfriadas por gua. A energia eltrica passa para o eletrodo atravs dessas placas de
contato, vindo do secundrio do transformador por barramentos de cobre rgidos e
flexveis.
A instalao deste tipo de forno compreende um complexo de equipamentos e
aparelhos diversos, como: ventiladores, exaustores, bombas de gua, bombas de leo, ar
comprimido, etc.
1.19- Natureza fsica do arco
Num forno a arco, o calor produzido por efeito de Joule, pela passagem da
corrente atravs do espao compreendido entre as extremidades dos eletrodos ou entre
eletrodos e a carga. A transmisso do calor matria a aquecer advm principalmente
pela irradiao e s um pequena parte por conveco e conduo.
Figura 6- Forno eltrico
A cmara do forno tem um revestimento refratrio onde se operam as
temperaturas que so apropriadas para o material a aquecer.
O revestimento contido por uma carcaa de chapa de ao, no fundo e nas
paredes. Geralmente as paredes so de formato cilndrico.
19
Usualmente o forno constitudo de duas partes: a cmara ou forno propriamente dito e a
abbada.
Para fornos de arco aberto, a abbada destacvel, para se proceder carga do
forno.
Para fornos de arco-resistncia ou arco imergido, a carga se processa geralmente
atravs da abbada, se o forno a tiver. Fornos de arco imergido de carcaa fixa podem ter
abbada. So fornos fechados. Porm, se giram em torno de seus eixos verticais, no tm
abbada. So fornos abertos.
Excepcionalmente, o forno de arco imergido pode ter abbada e girar em torno do
seu eixo vertical, como o caso dos fornos de pesquisa ou de instalaes-piloto.
Unicamente nos fornos de arco irradiantes e basculantes, nenhuma pea destacvel.
Um transformador de potncia usado para reduzir a tenso de distribuio de
13800 volts ou mais para as tenses mais baixas, apropriadas para a operao.
Barramentos pesados, de cobre ou alumnio, so necessrios para transportarem a corrente
eltrica do transformador para o forno. Para facilitar a basculagem de forno ou a
acomodao dos eletrodos, os barramentos, na proximidade dos eletrodos, so flexveis.
A posio do eletrodo determina o comprimento do arco para uma dada tenso, o que
resulta num certo valor da corrente e da potncia. A posio do eletrodo controlada por
um dispositivo automtico que mantm a corrente ou a tenso num certo valor.
1.20- Estudo do arco
Ao estudarmos a regulao de um forno a arco, devemos de acordo com as
expresses que nos do a potncia til (Ru) p ser constituda, inteiramente ou no, pela
resistncia do arco.
A principal caracterstica de um arco eltrico, alimentado por corrente alternada,
aquela que ele possui de no constituir por si s um circuito eltrico estvel. Isto se deve
ao que podemos chamar de caracterstica negativa, isto , a tenso e a corrente no so
proporcionais.
Na Figura 7 temos traada a curva A, caracterstica de um determinado arco. Esta
curva nada mais do que um diagrama tenso-corrente. A primeira vista, podemos
observar que o arco no pode existir abaixo de certa tenso E
1
, cujo valor corresponde a
uma diminuio de corrente e da alguns autores considerarem a curva caracterstica do
arco como sendo a hiprbole. Neste caso, o produto E.I constante e podemos concluir
que o arco tem uma potncia constante e determinada para cada valor do seu
comprimento. Modificando a distncia entre os eletrodos, teramos outras curvas
caractersticas: A
1
,A
2
, etc.
Como a curva A
1
corresponde a uma aproximao dos eletrodos e a curva A
2
corresponde a um afastamento deles, o mtodo de variao da potncia de um arco
simplesmente realizado pela modificao do seu comprimento.
A opinio de que a potncia do arco permanece constante, ao longo das curvas A
1
,
A
2
, etc., no seguida por todos os estudiosos.
Y
Y
CM
C
2
C
1
C
D
2
D
1
D
DM
A
2
A
A
1
E
1
I
E
Ru
X X
B
20
Figura 7- Curvas caractersticas de arco
Arco silencioso, para o qual E
a
diminui de modo notvel com o aumento de I. Para
esta rea valida a Equao 7 de Ayrton:
Equao 7
I
h D C
h B A E
a
.
.
+
+ +
Onde E
a
a queda de tenso no arco, I a corrente absorvida, h o comprimento do arco,
e A, B, C, D so constantes positivas que dependem do dimetro e da natureza fsica do
eletrodo e do meio gasoso que o envolve.
Zona instvel, para a qual o arco intermitente e instvel.
Arco sibilante, para o qual E
a
permanece praticamente constante ao variar a
corrente I, que deixa de variar mesmo variando o comprimento do arco. Para esta rea a
frmula para o efetivo valor da tenso do arco , aproximadamente, a correspondente ao
primeiro binmio da frmula de Ayrton.
Equao 8 Ea.I = A.I + B.h.I + C + D.h
Ou seja, a potncia do arco uma funo do seu comprimento e da corrente, A Figura 8
nos do as curvas caractersticas de acordo com a expresso acima.
Os mesmos autores consideram que a corrente no arco est em fase com a tenso,
como se ele fosse uma resistncia hmica pura, mas que desde que aquelas grandezas no
so senoidais, as harmnicas resultantes do ao arco uma defasagem, cujo fator de
potncia :
Equao 9
I E
I E
n n n
.
cos . .
cos
Onde os ndices representam a ordem das harmnicas. O fator de potncia,assim
expresso, varia com diversas causas, sendo a principal a relao entre a potncia do arco e
a capacidade do forno.
I h h
P P
E
a
h
3
h
2
h
1
I
3
I
2
I
1
I
3
I
2
I
1
21
Figura 8- Curvas caractersticas da Equao 9
Com este fator de potncia, a potncia do arco seria ento:
Equao 10 ( ) cos . . . . . cos . . h D C I h B I A I E P
a
+ + +
Para efeito de comparao, damos na Figura 9 a correspondente a Figura 8 , onde,
porm, adotamos apara a construo a hiptese da potncia constante, analisada em
primeiro lugar.
Da primeira hiptese, resulta como resistncia do arco:
Figura 9- Curvas caractersticas da Equao 10
Equao 11
2
I
K
R
u
(onde K uma funo de h)
Da frmula de Ayrton:
Equao 12
2
. .
I
h D C
I
h B
I
A
R
u
+
+ +
Outras frmulas foram propostas, como:
Equao 13
h
I
c
I
b
I
a
R
u
+ +
2
E a do engenheiro Catani:
Equao 14
5
.
0565 , 0
KA kA
u
I I
R
Onde I KA a intensidade de corrente expressa em quilo-ampres.
P
I
h
3
h
2
h
1
P
h
I
3
I
2
I
1
E
a
h
I
3
I
2
I
1
22
Quaisquer dos valores acima indicados confirmam a instabilidade do arco, ou
seja, a sua caracterstica negativa, da qual resulta o seu principal inconveniente,. R
u
a
resistncia til do arco.
At agora ns temos considerado o arco puro. Este, porm, no existe na prtica.
Em srie com o arco existe sempre uma resistncia ou reatncia como seja a dos
eletrodos, barramentos, etc., inerente construo do forno ou propositadamente colocada
no seu circuito, com a finalidade precpua de criar ou aumentar a estabilidade do arco.
Se no diagrama da Figura 7, colocarmos a curva caracterstica de uma resistncia
R
p
, esta nos ser dada pela reta B. A composio das curvas A e B ou A
1
, e
B1
, etc., nos
dar uma srie de curvas resultantes C, C
1
, C
2
, etc., que correspondem cada
caracterstica resultante do sistema.
O ponto mais baixo da curva C, ou seja, C
m
, nos d o limite da estabilidade do
conjunto, pois esquerda do mesmo a curva tem a caracterstica negativa do arco puro e
continua, portanto, instvel. direta, a caracterstica positiva e possui a estabilidade dos
circuitos normais.
A famlia de curvas C, compostas para o mesmo valor da resistncia Rp e diversos
comprimentos de arco, nos mostra que a curva C e, portanto, para cada comprimento de
arco, existe um valor de tenso e conseqentemente de corrente, abaixo do qual, o arco,
ou de uma maneira geral o circuito, se torna instvel.
Esta concluso muito importante, pois durante a regulao devemos ter em
mente que devemos ajustar o comprimento do arco, para um valor de tenso, a fim de o
mantermos sempre alm do ponto crtico.
Podemos traar outra famlia de curvas D, que nos daro o limite de estabilidade
para os valores da corrente.
Evidentemente que ambas a famlias de curva do resultados idnticos.
Convm lembrar que a instabilidade do arco pode sobrevir, devido ao tipo de
produto que est sendo operado no forno.
Na fabricao do ao, no inicio da operao, a flutuao do produto, dentro do
cadinho, pode provocar a instabilidade e deve-se, ento, recorrer, como j foi assinalado,
insero de elementos estabilizadores adicionais.
Estes elementos sero reatncias ou resistncias com vantagens e inconvenientes a
elas inerentes, no s de ordem tcnica como tambm econmica.
1.21- Consideraes Trmicas Bsicas
As ocorrncias trmicas num forno a arco podem agrupar-se dentro de sistemas
que, entretanto, devero ser tratados com algumas extenses, independentemente, noutra
ocasio. Estes sistemas so (a) gerao de calor, (b) transmisso de calor para a carga e
paredes, e (c) perdas de calor.
23
Figura 10 - Representao esquemtica de um forno a arco-aberto com gerao do calor
A Figura 10, acima, representa esquematicamente parte de um forno a arco-aberto
com a gerao do calor, transmisso do calor e as perdas indicadas esquematicamente.
1.21.1 - Gerao do calor
Indicamos, pelas letras A, B e C, a gerao do calor, respectivamente, no arco (A),
eletrodo (B) e banho (C).
1.21.2 - Calor Gerado no arco
Decididamente a grande porcentagem do calor total gerado proveniente do arco.
O espao fsico do arco no bastante desenvolvido para permitir uma anlise
exata. generalizadamente admitido que a alta concentrao de energia ( energia, por
unidade de comprimento do caminho percorrido pelo arco) est entre os dois extremos do
arco (isto , da ponta do eletrodo superfcie do banho). Mas, a grande soma de energia
gerada na coluna central do arco ou plasma. A queda de tenso entre os extremos do arco
(isto da ponta do eletrodo superfcie do banho). Mas, a grande soma de energia
gerada na coluna central do arco ou plasma. A queda de tenso entre os extremos da parte
central do arco da ordem de grandeza de 5 a 15 V/cm. A tenso do arco tem uma
posio usualmente entre 35 a 850 V, ou mais. Considerando-se a soma dos fluxos da
corrente atravs das extremidades do arco, assim como na coluna central, a potncia
proporcional queda de tenso. Conseqentemente, nos dois extremos do arco, a queda
de tenso ser de 8 a 35% do total da potncia produzida. Os desenhos da Figura 11, que
nos mostram o arco e o conjunto da interface do eletrodo, so esquemticos. Atualmente,
A
C
B
24
o dimetro do arco muito menor do que o dimetro do eletrodo. Alm do mais, devido
ao das foras magnticas, ele se move na superfcie do topo inferior do eletrodo,
quando antigamente isto s ocorria numa pequena rea. Similarmente, o fundo do arco
no tem uma posio fixa; como o metal est fundido e em estado lquido, existem na
configurao geomtrica da superfcie trocas, isto , simultaneidade com as foras
magnticas: trocas de rea de contacto sero estabelecidas entre o arco e a carga.
Figura 11- Ilustrao do arco e conjunto da interface do eletrodo
Por outras palavras: nas adjacncias do anodo e do catodo existem considerveis
concentraes de potncia, as chamadas quedas catdicas e andicas, em conseqncia
das quais a zona externa do arco, tambm chamada de zona de gotejamento, chega a
atingir temperaturas superiores a 2000C. Existe ainda um gradiente de potencial
relativamente constante na zona central, chamada de coluna central ou plasma, em que a
temperatura oscila entre 3000C a mais de 4000C, graficamente representada na Figura
11, indicando que a resistncia perto do anodo e do catodo alta, enquanto que a
resistncia por unidade de comprimento da coluna baixa.
O que um plasma eltrico? Consideremos um gs que se manifesta por processo
qualquer como, por exemplo, por uma descarga eltrica de determinada freqncia entre
dois condutores metlicos imersos nesse gs. Parte dos tomos desse gs se ioniza,
constituindo assim um meio condutor de corrente eltrica entre os dois condutores
metlicos (o gs torna-se um chamado condutor de terceira classe). Se mantivermos uma
diferena de potencial conveniente entre eletrodos, circular corrente eltrica atravs do
gs. Com isso teremos simultaneamente, pela energia fornecida ao gs, uma maior
ionizao e um aquecimento. O que acontece uma decomposio das molculas em seus
tomos e estes se ionizam, perdendo alguns suas camadas externas (que formam a
valncia e a covalncia). O gs passa a se constituir de ons positivos, eltrons, tomos
Catodo Anodo
T
e
n
s
o
d
o
A
r
c
o
V
a
V
I
V
C
Plasma
Comprimento do arco
Anodo
Catodo
Banho
25
neutros, etc. Este pandemnio eletrnico conhecido como plasma, que constitui o quarto
estado da matria.
Apesar de as temperaturas do arco serem elevadas, o ao, ou outro metal,
aquecido e fundido, de acordo com as leis da Fsica, por calorias fornecidas pelos kWh de
energia eltrica. Isto devido ao seguinte: um arco eltrico um condutor eltrico um
condutor eltrico extremamente flexvel que pode ser desviado devido a um grande
nmero de fatores. Normalmente como o arco est a ser alimentado por uma corrente
alternada, o fluxo varivel do arco orientado ao longo do eixo do eletrodo, ou melhor,
ao longo da menor distncia entre eletrodo e a carcaa, naturalmente como em qualquer
circuito eltrico, envolvido por um campo magntico. Quaisquer variaes nas grandezas,
tais como freqncia, fluxo magntico, tenso, intensidade de corrente, resistncia
eltrica, indutncia, capacitncia, etc., relacionadas com arco, fazem variar o seu campo
magntico pelo auto-induo, criando foras eletromagnticas que impulsionaro
correntes. Essas, por sua vez, criaro fluxos e, portanto, campos magnticos antagnicos
aos originais, dando ao arco movimentos convulsivos. Por estes motivos, o arco, ou
melhor, a coluna central, ou plasma de um forno eltrico a arco aberto alimentado por
corrente alternada, move-se a alta velocidade sobre a carga lquida, numa rea adjacente e
projetada para fora do eletrodo em relao ao centro do forno, motivado pela induo
mtua (entre fases), difundindo calor sem afetar com suas elevadas temperaturas o metal
ou ligas manipuladas. Em adio ao irregular impacto do arco, na superfcie do metal ou
ligas fundidas e/ou escria, promove foras inerentes que ocasionam uma agitao
mecnica, tendo como conseqncia a transferncia de calor para a carga e reao da
escria. Isto de especial importncia para operaes de refino, pois os arcos
estacionrios, produzidos por corrente continuam perfeitos, parecem-nos primeira vista
que seriam menos eficientes no que se refere transferncia de calor, pela localizao
constante da radiao.
A distribuio da energia sobre o comprimento do arco segue a disposio
caracterstica da tenso, com concentraes tpicas do catodo e do anodo.
Os valores dessa queda de tenso no catodo da ordem de 10V, enquanto que a
queda de tenso atribuda ao anodo da ordem de 30V, segundo o original W. Schwabe e
C. Robinson.
A tenso do arco poder ento representar-se matematicamente (de acordo com a
Equao 7 de Ayrton, simplificada) como:
Equao 15 L E
a
. +
Onde:
= quedas de tenso catdica e andicas, totalizando V
c
+V
a
=10+30= 40V;
= queda de teno por unidade de comprimento, variando de 5 a 15 V/vm, de pendendo
de vrios fatores como: ndice de basicidade da escria, estado de ionizao do gs no
qual se manifesta o arco, temperatura, etc.;
L = comprimento do arco em centmetros.
Multiplicando-se ambos os membros da Equao 15 po I.t (produto da corrente pelo
tempo), obtm-se.
Equao 16 t I L t I t I E
a
. . . . . . . +
Sendo:
E
a
.I.t= energia dissipada no arco;
.I.t= energia dissipada no catodo e anodo;
26
.L.I.t= energia dissipada na parte central do arco.
A Equao 16 mostra que quanto maior o comprimento do arco, maior ser a
energia dissipada na sua coluna.
As radiaes de calor do catodo e anodo so essencialmente focadas dentro da
rea do arco, enquanto que a radiao da coluna ou plasma se espalha sobre reas
circunvizinhas mais distintas, como a carg, paredes e abbada.
Por pesquisadores do IRSID, foi desenvolvida a tenso do arco, que nos dada em
funo da corrente do arco em kA, pela Equao 17:
Equao 17 Ea = 4,12.I + 40
Onde o nmero 40 o valor atribudo a = V
c
+V
a
.
1.21.3- Calor Gerado no eletrodo
O calor gerado no eletrodo devido corrente que passa no eletrodo, sendo,
todavia, distribudo ao longo do seu comprimento. Este calor s contribui indiretamente
para a fuso da carga e, por radiao, reflete-se no banho, providenciando energia para
reduzir as perdas de calor. A temperatura distribuda no eletrodo o resultado do calor
gerado pelo eletrodo e o calor de conduo, proveniente do arco, que sobe por ele.
Devido ao efeito de skin, e temperatura, dependentes das propriedades
eltricas e trmicas, a relao do calor gerado no uniforme em relao ao dimetro e
comprimento do eletrodo.
1.21.4- Efeito de Skin
Tambm conhecido por efeito pelicular ou efeito de Kelvin, explicado da
seguinte maneira: a resistncia hmica verdadeira a resistncia oferecida por um
condutor passagem da corrente eltrica. Por seu lado, a resistncia especifica mesma,
tanto para corrente alternada como para corrente continua, para um mesmo condutor. A
resistncia total de um condutor maior para a corrente alternada que para a corrente
continua. Isto devido ao fato de que em um condutor, submetido a fluxo alternado,
engendram-se foras eletromotrizes; estas foras eletromotrizes so maiores no centro do
condutor que na periferia, de maneira que a diferena de potencial tende a estabelecer
correntes parasitas que se opem corrente principal no centro e que reforam a corrente
principal na periferia. O resultado deste fenmeno que a corrente se v repelida para a
periferia, reduzindo a rea efetiva da seo do condutor.
Este fenmeno se denomina efeito pelicular, efeito de Kelvin ou efeito skin.
Portanto, efeito pelicular um fenmeno que se apresenta nos condutores que
transportam correntes de intensidades instantneas que variam periodicamente, como o
caso de correntes alternadas, o que no ocorre com correntes continua. produzido pelo
fato de que os elementos de corrente varivel no encontram a mesma indutncia em
distintos pontos da seo do condutor. O elemento central encontra a mxima indutncia
e, em geral, a indutncia dos elementos diminui quando a distancia ao centro aumenta,
chegando a ser mnima na periferia do condutor. Isto tende a fazer com que a densidade
de corrente no seja uniforme em toda a seo; a densidade mnima no centro e mxima
na periferia. Essa distribuio da corrente produz um aumento na resistncia efetiva e uma
27
diminuio da indutncia interna efetiva. A primeira conseqncia de muito maior
importncia que a segunda. No caso de condutores grossos de cobre, com freqncia
industriais, e no caso da maioria dos condutores com udio e radiofreqncias, o aumento
da resistncia deve ser levado em conta.
1.21.5- Coeficiente do efeito pelicular
A relao K entre a resistncia de um condutor com corrente alternada senoidal R
e a resistncia com corrente contnua R, de um condutor cilndrico reto, :
Equao 18
R
R
K
'
Onde K o coeficiente de efeito pelicular, em funo do valor do x, que nos vem dado
pela Equao 19:
Equao 19
. . 2
. . . 2
f
a x
Onde a o raio do condutor em cm, f a freqncia em Hertz, a permeabilidade
magntica do condutor (suposta como constante) e a resistividade em abohm-cm
(abohm=10
-9
ohm).
Na pratica, a Equao 19 pode ser expressa:
Equao 20
R
f
x
.
. 050136 , 0
Onde R a resistncia, em corrente continua, temperatura de trabalho, em ohms por km.
Se L a indutncia efetiva de um condutor linear para uma corrente alternada
senoidal de uma freqncia determinada,
Equao 21
2 1
'. ' L K L L +
Onde L
1
a indutncia externa, L
2
a indutncia da parte interna (devido ao campo
magntico no interior do condutor).
A indutncia total efetiva por unidade de comprimento :
Equao 22
2
'. log . 2 '
K
a
d
L
e
+
,
_
tg
sen
tg
sen
sen
a X
E
+
Onde 0,1708.
F
tg
sen
tg
sen
sen
,
_
2 2
2
cos . . 2
. cos
Vindo, ento,
R
f
=ndice de Desgaste de Refratrio (VW/cm
2
)
E =Tenso secundria entre fases em funcionamento que igual tenso medida
no primrio, dividida pela relao de transformao n
1
/n
2
, em volts.
X =Reatncia do circuito secundrio em funcionamento, por fase, medida no
primrio do transformador do forno funcionando com banho plano, mas baseada sobre o
circuito secundrio; em geral, X = (1,05 a 1,15).X
2
, donde X
2
= reatncia senoidal medida
com os eletrodos em curto-circuito ou calculada, em ohms.
a =Distncia do arco a parede em cm (Figura 65).
(Visto que P
mx
=
X
E
. 2
2
e E
2
= 2XP
mx
ou
mx
P X E . . 2 )
Figura 66- Fator de potncia de funcionamento- Multiplicador F, como funo do fator de potncia
de funcionamento, cos , para diferentes circuitos, cos
P
mx
o mximo valor da potncia real trifsica do forno, medida no primrio do
transformador do forno.
Daqui,
Equao 31-
2
3
. . . 2 . 2
a
F
P X R
mx f
Com o fim de determinar o efeito dos parmetros de desenho eltrico, tais como P
mx
ou a.reatncia de funcionamento por fase X sobre o ndice de desgaste de refratrios
R
f
, na Figura 67 mostram-se valores relativos de:
122
Equao 32-
3
2
. . 2 . 2
mx
f
P X
a
F
R
,
_
e
E
R
X
tg
Os pontos de interseo dos diversos valores de I com a reta MN permitem-nos
tirar do diagrama caractersticas das potncias ativa e reativa, da corrente e dos fatores de
potncia da energia, levantados da reta, em funo da resistncia equivalente
complementar do circuito transformador-forno.
Para se obter do diagrama a potncia til P
u
em funo de I e de R
u
, basta
considerar que para I = 0, isto , R
u
= infinito, P
u
= 0 e R
p
. I
2
= 0, para I de 0
,
2 2
e p
X R
E
+
Pu= P-R
p
.I
2
; R
p
.I
2
=P-P
u
;
Para I=
2 2
e p
X R
E
+
, isto , R
u
=0, P
u
=0 e
2 2
2
2
. .
e p
p p
X R
E
R I R
+
(escala da corrente) e
2 2
2
.
e p
p
X R
E
R y
+
(escala da potncia)
E de fato OC
2
=OA x OB, isto ,
te Cons
X
E
I
OB
OC
OA
e
tan
2 2
. I
2
Isto , a posio do vetor corrente OC=I sobre o eixo das abscissas proporcional
a I
2
. Por isso mesmo, para qualquer valor de I, temos:
Equao 40
n n n
p
n n
A P
PA
I R
I R
I
I
OA
OA
. .
.
2
2
2
2
Isto , o ponto P
n
situado sobre OPC
o
.
Isto , o ponto P
n
situado sobre a reta OPC
o
.
A reta OC
o
por isso a representao grfica da potncia perdida e divide o
semicrculo representando a potncia utilizada em dois campos:
setor circular OC
o
A
o
= campo de potncia de perdas;
setor circular OCC
o
= campo da potncia til.
143
Toda a vez que a tenso de alimentao for varivel, pode-se tratar a curva
anloga de dimetro
., , ,
2 1
etc
X
E
X
E
e e
e assim, toda a vez que a resistncia for varivel,
pode-se traar uma curva anloga de dimetro
. , ,
2 1
etc
X
E
X
E
e e
Com tal diagrama circular pode-se determinar a curva caracterstica do
funcionamento de um forno em funo de I, de R, de E, e de X.
5.2- Curva caracterstica em funo da corrente para E e X
constantes
5.2.1- Diagrama da potncia ativa e reativa
Do diagrama circular resulta que a potncia ativa tirada da reta AC x E aumenta
com o aumento da corrente OC at a um mximo A
m
C
m
x E e sucessivamente diminui,
tendendo a zero para I = OB = E/X., enquanto a potncia reativa tirada da rede
corresponde a I = OC
m
= E/
2
. X
e
e igual a:
Equao 41- ) . 2 /(
2
e m m
X E xE C A
O valor mximo da potncia reativa utilizada da rede corresponde a I = OB = E/X
e
e igual OB x E = E
2
/Xe.
A potncia ativa til representada pelo segmento CP e essa assume o valor
mximo C
i
P
i
, sendo C
i
o ponto de tangencia da paralela a OC
o
.
A tal potncia til mxima corresponde a potncia-limite utilizada C
i
A
i
.
5.2.2- Diagrama do fator de potncia
Do diagrama circular, resulta que 0 fator de potncia diminui com a aumento de I
para cos = 1, para I = 0 a cos = 0, par ser I = OB = E/X
e
.
5.2.3- Diagrama do rendimento
O rendimento do diagrama circular dado pela relao entre o segmento CP e CA.
Ele igual a zero para R
u
= 0, isto e, para I = I
cc
=
2 2
p p
X R
E
+
e aumenta com a
diminuio de I tendendo a I para I = 0.
144
Figura 91- Rendimento e fator de potncia
5.3- Curva caracterstica em funo da resistncia para E e X
constantes
5.3.1- Diagrama da potncia ativa e reativa
Do diagrama circular resulta que a potncia ativa tirada da reta nula para R =
zero e aumenta com o aumento da resistncia MN at a um mximo A
m
C
m
x E = E
2
/(2.
Xe) para R
e
=M.N
m
= X
e
e depois diminui at zero para R = infinito, enquanto a potncia
reativa tirada da reta alcana o valor mximo OB x E = E
2
/X
e
para R = zero e diminui com
o aumento de R
e
, at se anular para R
e
= infinito.
A potncia ativa til alcana seu valor mximo para
. .
2 2
1 p e p
R X R N M R + +
145
Figura 92- Corrente x resistncia
5.3.2- Diagrama da corrente
Do diagrama circular resulta que a corrente assume o valor te6rico mximo I =
OB = E/X
e
para R = zero, e diminui com o aumento de R
e
tendendo a zero para R
e
=
infinito (Figura 92).
O mximo valor efetivo resulta, no entanto, com um valor:
2 2
e p
o mx
X R
E
OC I
+
146
5.3.3- Diagrama do Fator de Potncia
Do diagrama circular resulta que o fator de potncia zero para R
e
= zero e aumenta com
o aumento de R
e
tendendo ao cos=1 para R
e
= infinito.
5.3.4- Diagrama do rendimento
O diagrama do rendimento executado a partir do diagrama circular como relao
entre CP e CA. Resulta = 1 para R
e
= infinito e se anula para R
u
= zero, ou seja, R
e
= R
p
.
Deste diagrama pode ser facilmente referida a resistncia til R
u
= R
e
- R
p
,
supondo-se como origem a abscissa do segmento N
o
M = R
p
.
O diagrama caracterstico em funo da tenso para R
e
e X
e
constantes ou em
funo da freqncia, ou seja, da reatncia para E e R
e
constantes, deduzido facilmente,
seja da frmula anteriormente atribuda, seja do diagrama circular referido ao dimetro
E/X
e
.
Tal diagrama em funo da tenso e da freqncia demonstra que variaes da
tenso e da freqncia que possam verificar-se na rede de alimentao do forno, contidas
num limite normal, isto , em mais ou menos 10%, no trazem nenhuma influncia
aprecivel no funcionamento do forno, enquanto que variaes mais elevadas podem s
vezes ser danosas, precisamente:
Uma tenso muito elevada ou uma freqncia muito baixa podem ser
eletricamente desvantajosas quanta aos efeitos da mxima potncia til do rendimento e
do fator de potncia, obrigando a um funcionamento na parte inferior da curva
caracterstica do forno, por no superar a potncia especifica do cadinho e, por isso,
piorando a caracterstica eltrica do forno;
Uma tenso muito baixa ou uma freqncia muito elevada so ainda mais danosas
porque reduzem a potncia til, piorando o rendimento e o fator de potncia, e no
consentindo utilizar razoavelmente a capacidade do cadinho.
Nota- A potncia til atinge o valor mximo:
Equao 42-
( )
2 2
2
2
p e p
umx
R X R
E
P
+ +
Para
2 2
p e u
R X R + e, de fato, do diagrama circular, Figura 93, para AO = X, AB = R
p
,
OH = 2.r =E/X e OF = r = E/2X
147
Figura 93- Diagrama circular
Resulta para E constante:
Potncia absorvida mxima = FG = E/2X x E = E
2
/2X
Potncia til mxima = ED = EC - CD
E sendo:
2 2
2
. .
p
R X
X
E
X
OB
EF
OA EC
+
( )
1
1
]
1
+
2 2
.
2 2
. . .
p
p p p
R X
R
X
E
X
E
X
R
CF OF
X
R
OC
OA
AB
CD
De onde:
,
_
+
+
+
1
1
]
1
,
_
+
+
2 2 2
2
2
2 2 2 2 2 2
.
1
.
2
1
2
p
p p
p p
p p
p
R X X
R
X
R
R X
E
R X
R
X
R
R X
X
X
E
ED
( )
+
+ +
+
+ +
2 2 2
2 2
2
2
2 2 2
2 2 2 2
.
.
.
2
.
.
.
2
p
p p p
p
p p p
R X X
R X R R X
E
R X X
R R X R X
E
( ) ( )
+ + +
+
+
+
p p p p
p p
p p
p p
R R X R R X
R R X
E
R R X
R R X
E
2 2 2 2
2 2
2 2 2
2 2
.
.
2
.
2
Equao 43-
( )
2 2
. 2
p p
R X R
E
+ +
148
E, multiplicando pela constante E, tem-se:
Equao 44- Potncia til mxima
( )
2 2
2
. 2
p p
R X R
E
+ +
Como dissemos atrs, costuma-se supor, para simplificao dos clculos, que a
reatncia equivalente do forno constante e igual reatncia senoidal. Porm, durante a
operao normal dos fornos eltricos a arco, a presena inconstante do arco, que uma
resistncia no linear, introduz ondas harmnicas de variadas freqncias no circuito,
ocasionando um acrscimo na reatncia aparente deste.
Portanto, as curvas caractersticas, traadas na Figura 97, deixam de representar
as condies normais de funcionamento do forno, para representarem uma aproximao
relativamente correta.
O clculo exato da reatncia operacional no pode ser feito com preciso. Porm,
atravs de leituras simultneas de corrente, tenso, potncia ativa e potncia reativa, lidas
nos instrumentos de medida do forno, durante uma operao a tenso considerada, em
intervalos de tempo cronometrados, podemos atingir uma grande aproximao da
realidade de operao do forno.
Mais adiante voltaremos a referirmo-nos reatncia do forno com mais detalhe,
para um clculo mais preciso. Porm, voltamos a insistir no teste de curto-circuito para o
clculo imediato da reatncia do forno.
Durante o teste de curto-circuito, o fator de potncia do circuito estar,
normalmente, com um valor muito reduzido, digamos entre 0,15 a 0,30. Assim sendo, os
fasmetros normais no poderiam ler valores to baixos. Sugere-se ento tomar a leitura
dos medidores de potncia reativa, ou instalar-se, durante o teste, fasmetros adequados.
Como j frisamos anteriormente, em vez de um clculo aproximado, este teste
pode-nos permitir um clculo mais preciso, se usarmos, em vez das Equaes 45 e 46, a
determinao da impedncia mdia por fase, por:
( )
1 . 2 3 . 2 2 . 1
.
3
1
E E E E
mdia
+ + e ( )
3 2 1
.
3
1
I I I I
mdia
+ +
155
A impedncia mdia por fase ser:
Z=R+jX
Onde
Equao 47-
mdia
w
p
I n
P
R
. . 3
2
Equao 48-
2
1
2
2
2
. . 3 1
1
]
1
,
_
p
mdia
mdia
e
R
I n
E
X
Onde n a relao de transformao do transformador do forno, P
w
a leitura do
waltmetro e I
mdia
e E
mdia
so as medidas das correntes e tenses nas trs fases,
respectivamente.
De posse dos valores de R
p
e X
e
entramos com os mesmos valores nas frmulas
atrs apontadas.
5.6.1- Escolha do tap para o teste de curto-circuito
Como para as leituras do teste de curto-circuito h a necessidade de algum tempo,
teremos de escolher uma tenso de "tap" que permita que o curto-circuito prevalea
alguns segundos, sendo essa tenso a mais alta possvel. Como os sistemas de proteo da
alimentao eltrica do fomo so geralmente ajustados de forma a suportarem uma frao
a mais da intensidade de corrente nominal durante uns segundos, para se evitarem
desligamentos desnecessrios durante a fuso, h convenincia em se conhecer qual
essa tenso.
Para isso teremos de calcular uma aproximao preliminar da reatncia do sistema
secundrio em (m /fase), que pode ser obtida da seguinte maneira:
Usaremos a frmula emprica:
Equao 49-
3
10
. 18 , 0 92 , 1
D
X
e
+
Onde (D) o dimetro do forno em mm para a freqncia de 60Hz.
Para exemplificar, suponhamos que temos um forno de 4115 mm de dimetro:
Equao 50- m Xe 67 , 2
1000
4115
. 18 , 0 92 , 1 +
Considerando, por hiptese, a resistncia do sistema secundrio como igual a 25%
da reatncia, teremos:
67 , 0 67 , 2 . 25 , 0
p
R
m
A impedncia ser:
75 , 2 67 , 2 67 , 0 .
2 2 2 2
+
e p
X R Z m
156
A Tabela 17, abaixo, nos fornece os dados do transformador de um forno de 28t,
do exemplo que estamos considerando, com um dimetro de 4115 mm.
Tabela 17- Dados caractersticos do transformador de um forno a arco de dimetro de carcaa = 4115
mm e 28t de capacidade por corrida
Considerando o primeiro tap em estrela de 162 V:
Como E=162 volts e
3
E
V
e
xZ
E
Z
V
I
3
vem:
Z
E
I E P
a
. 3
.
2
onde
006 , 0
162 . 15460 . 73 , 1
162
. 3
2 2
a
base
P
E
Z
Mas
577 , 0 % 77 , 5
Pu
Z
Portanto:
Z=0,0577.0,006=0,0003462 =0,3462m
A impedncia total ser:
Z=2,75+0,346=3,098 m ou aproximadamente Z=3,1 m
A corrente de curto-circuito para o tap de 162 V ser:
30171
0031 , 0 . 73 , 1
162
. 3
Z
E
I
cc
A
Como a corrente nominal do transformador de 15.460 A, o sistema de proteo
e1trica de alta-tenso do transformador (disjuntor automtico) ajustado de forma a
suportar 1,8 x I
n
(ou = 27.828 A) por aproximadamente 10 segundos, antes de se desligar
o transformador.
Isto quer dizer que 30.171 A corresponde a Ice: 1,9 X I
n
, portanto,
desaconselhvel utilizarmos o "tap" 162 V. Utilizando-se o "tap" 136 V, teremos: I
cc
=
26.173 A ou I
cc
= 1,7 x I
n,
isto , teremos tempo suficiente para se fazerem, com relativa
tranqilidade, as medies necessrias.
Resta-nos observar (para as correntes de curto-circuito em questo) se os valores
das mesmas esto aproximadamente a 2/3 da escala dos aparelhos de medida.
5.7- Diagramas operacionais e eficincia
157
A interdependncia dos vrios parmetros do forno mostrada, ou melhor,
relacionada por meio do Diagrama Operacional. Ele , certamente, o meio empregado
tanto por usurios quanto por projetistas, para se conseguir o aumento da produo, e,
caso possvel, para se melhorar a eficincia do forno. Em geral, o primeiro interesse nos
dado pelo aumento da produo, mas em segundo lugar e to importante quanto este o
conceito da eficincia. Isto compreensvel pelo fato de alguns itens de custos de energia
serem completamente ou quase completamente independentes da produo, e, por essa
razo, sua relativa importncia por tonelada de produo diminui se a produo aumenta.
De qualquer modo, um estudo cuidadoso destas consideraes mostra-nos que, no forno a
arco, a produo esta intimamente ligada com a eficincia.
A produo no pode ser impulsionada alem de certo limite, seno a eficincia cai.
Um aparente aumento na quantidade resultaria num aumento de perdas, com um
excessivo consumo de energia.
Torna-se evidente que consideraes cuidadosas devem ser dadas s perdas
trmicas como tambm s perdas eltricas dos fornos a arco para se obter a mxima
produo.
Os mais importantes parmetros no projeto do forno so a mxima potncia de
operao, a impedncia de curto-circuito e a tenso de fase. Colocando estes parmetros e
relacionando-os entre si, que nos d a potncia mxima absorvida:
2 .
. 2
cos . . cos .
2 2
2
2
sen
X
E
sen
X
E
R
E
P
e e e
w
( quando cos o fator de potncia do circito).
Como:
Z
X
sen
e
e
2
.
.
cos
E
Z P
I E
P
w w
temos:
Equao 51- 2 .
2
1
. . cos .
2 2
sen
E
X
P
E
Z P
Z
X
sen
e
w
w e
Portanto esta afinidade torna possvel a parcela P
w
= X
e
/E
2
que como que uma
funo do fator de potncia (Figura 98). A corrente pode ser expressa em termos
ilimitados, como os da relao I/I
x
. I obtida da expresso E . sen / X
e
e a corrente de
referncia I
x
definida por E/X
e
. Portanto I/I
x
= sen. A relao pode ser proposta como
opondo-se ao fator de potncia mostrado na Figura 99. Desde que a impedncia do
circuito, exclusiva da carga eltrica, praticamente toda reativa, I
x
quase igual
corrente de curto-circuito. A curva tambm se apresenta para a corrente nas trs fases.
158
Figura 98- Potncia como uma funo do fator de potncia num circuito monofsico ou num circuito
trifsico com e sem arco
Figura 99- Corrente em circuitos mono ou trifsicos como uma funo do fator de potncia
Os fornos a arco direto tm uma importante caracterstica que os distingue de
todos os outros fornos eltricos e que determina o comportamento do circuito.
Este circuito complicado pela presena das harmnicas introduzidas pela no
linearidade do arco como um elemento do circuito. Num arco, a corrente e a tenso no
so proporcionais, embora numa impedncia elas o sejam. O comportamento do arco
eltrico pode ser estudado pela colocao de suas caractersticas. Assim, num arco de
corrente alternada de comprimento constante, a tenso de onda do arco no corresponde
onda da corrente, mas fica quase constante durante cada meio cicio e troca de sinal
quando a corrente passa por zero. A onda se aproxima de uma onda retangular, quando
delineada contra o tempo, onde E a tenso recebida, i a corrente do arco, e E
a
a
tenso do arco (Figura 100).
159
Figura 100- Forma de ondas da corrente e tenso num arco de corrente alternada
O valor efetivo da tenso do arco dado, aproximadamente, pela formula de Ayrton:
E
a
=+.L
Com os mesmos valores que lhe foram atribudos. Da tenso efetiva do rea
relacionado o comprimento do arca que requer o emprego de um mecanismo controlador
do eletrodo usando a tenso do arco como sinal de controle; pequenas variaes no
comprimento do arco resultaro em alteraes da tenso e da potncia. O diagrama do
circuito para um circuito compreendendo principalmente uma indutncia, uma resistncia
linear e um arco nos mostrado na Figura 101.
Figura 101- Circuito monofsico compreendendo indutncia, resistncia e arco
Para este caso, a equao diferencial do circuito :
Equao 52-
a e
E t sen E i R
dt
di
L + + ) ( . . 2 .
Onde E
m
=
2
. E o mximo de tenso recebida, E a tenso eficaz, L a indutncia. R
e
a resistncia equivalente, E
a
a tenso do arco e o ngulo de defasamento entre a
tenso e a corrente. Resolvendo a Equao 52, encontra-se o valor instantneo da corrente
absorvida, pela frmula:
160
Equao 53-
,
_
+
+
.
. .
1
. 2
1 . ) . ( .
e
e
e
e
R
X
a
t
X
R
a
e
a m
E
E
R
E
t sen
Z
E
i
Onde:
E
m
= Forno Monofsico = Valor mximo da tenso de alimentao; Forno trifsico =
Valor mximo da tenso (em estrela) de alimentao;
Z=R
e
+jX
e
( para o forno trifsico, vale para uma fase)
E
a
= Queda de tenso no arco;
= Arc cosR
e
/Z;
X
e
=L da freqncia fundamental.
A curva mostra a onda da corrente, juntamente com a tenso de alimentao para
um dado valor de E
a
/E
m
e R
e
/X
e
, mostrado na Figura 102. Nota-se que o arco distorce a
forma da onda da corrente, de tal modo que a ltima no senoidal, apesar de continuar
senoidal a tenso de alimentao.
Figura 102- Forma de onda de corrente do circuito mostrado na Figura 101, para Ea/Em=0,406, =60
e Re/L=0,578
Com o propsito de simplificar, a resistncia do circuito R
p
pode usualmente ser
negligenciada, porque ela pequena em comparao com a reatncia do circuito X
e
. Pela
Equao 53, temos, ento:
Equao 54-
) .
2
.( ) . cos( . t
X
E
t
X
E
i
e
a
e
m
+ +
Os valores instantneos da corrente, arco e tenso de alimentao so delineados
na Figura 103 para vrios valores de E
a
/E
m
. Quando o ngulo diminui para um valor
crtico, igualmente E
a
/E
m
aumenta at atingir um ponto quando E
a
igual a E
m
.sen ou
161
quando E
a
/E
m
=0,538. Quando E
a
/E
m
aumenta alm deste valor, a corrente flui ao longo
dos condutores para completar um meio-ciclo.
Figura 103- Formas de ondas de corrente do circuito mostrado na Figura 101, para vrios valores de
Ea/Em (Re=0)
Quando isto ocorre num circuito de um arco aberto, acontece a instabilidade,
porque o arco se desioniza e, na reversidade da tenso, esta insuficiente para a reignao
do arco.
O ampermetro mede a corrente no circuito, indicando o valor eficaz de I, que
pode ser calculada por integrao do quadrado da corrente (Equao 54), dividindo o
resultado por , ou seja:
Equao 55- t d i I
.
1
0
2 2
Temos
Equao 56-
2 2
2
. 178 , 1 1 . .
12
2 1 .
,
_
,
_
,
_
E
E
X
E
E
E
X
E
I
a
e
a
e
0,76)
Esta corrente, multiplicada pelo valor eficaz da tenso do arco, beneficia a
potncia, que pode ser alterada dependendo a relao E
a
/E
m
. Assim, se a linha de tenso
restar constante, a principal varivel que controla a potncia a tenso do arco.
A potncia mdia P
w
, num arco de uma fase, obtida por integrao das potncias
instantneas P
w
, dividindo-as por :
162
Equao 57- Pw=Ea.i
onde temos:
Equao 58-
1
]
1
+ +
0 0 0
) ( . . ) ( . .
2
) ( ). . cos( . . t d t E t d E t d t E X
E
P
a a m e
a
w
ou
Equao 59-
2
2
.
8
1 .
. .
2
,
_
,
_
E
E
X
E
E P
a
e
a
m w
,
_
,
_
E
E
E I P
a
a x w
,
_
,
_
E
E
E
E
E
E
E
E
E
X
P
a a a a e
w
Os volt-ampres totais sero:
Equao 62-
2
. 178 , 1 1 . .
,
_
E
E
E
E
I E
a a
De modo que o fator de potncia F ser:
Equao 63-
2
2
2
) / .( 178 , 1 1
) . .( 232 , 1 1
.
/
/ . . 9 , 0
.
E E
E E
X E
X E E
I E
P
F
a
a
e
e a w
A nota F usada para o fator de potncia, porque o conceito do ngulo de fase no
pode ser aplicado racionalmente no caso da no senoidade(arco) da tenso (isto F
cos). Para valores de E
a
/E<0,9:
Equao 64-
E
E
F
a
. 9 , 0
Introduzindo esta aproximao de F na Equao 61, obtm-se:
Equao 65-
2
2
. 52 , 1 1 ( . . F F
E
X
P
e
w
Esta equao nos mostrada Figura 104.
,
_
+ + t
X
E
t
X
E
E P
e
a
e
a
m w
.
2
. ) . cos( . .
2
163
Com base nos resultados obtidos, possvel construrem-se curvas caractersticas
de fornos a arco em funo de grandezas adimensionais I/I
cc
relativas aos diversos
parmetros eltricos de funcionamento.
Figura 104- Andamento da potncia ativa absorvida por um forno a arco monofsico em funo do
cos(Pw.Xe/E
2
=cos.(1-1,5.cos
2
)
1/2
Considerando E
a
=0 (eletrodo em curto-circuito) e I
cc
=E/X
e
da Equao 56,
podemos escrever:
2
. 178 , 1 1 .
,
_
E
E
I I
a
cc
, ou em forma adimensional:
Equao 66-
2
. 178 , 1 1
,
_
E
E
I
I
a
cc
A escolha das grandezas adimensionais torna as referidas curvas vlidas para
todos os fornos a arco monofsico ou trifsico (considerando-se somente uma fase). Para
tra-las bastar extrair-se da Equao 66 o valor de:
2
1 . 92 , 0
,
_
cc
a
I
I
E
E
164
Da Equao 62 podemos considerar a potncia aparente tambm como grandeza
adimensional.
Substituindo-se nas Equaes 61,62 e 64, teremos:
85 , . 1 . 232 , 1 1 . 1 . 92 , 0 . 9 , 0 .
2 2
2
o
I
I
I
I
E
X
P
cc cc
e
w
1
1
]
1
,
_
,
_
Onde passamos a ter:
a) Potncia ativa absorvida
2
2
1 . . 828 , 0 .
,
_
cc cc
e
w
I
I
I
I
E
X
P
b) Potncia aparente
cc cc
e
a
I
I
I
I
E
X
P
1
1
]
1
,
_
85 , 0 . 1 . 178 , 1 1 .
2
2
c) Potncia reativa
2
2 2
. 7 , 0 3 , 0 . . . .
,
_
+
cc cc
e
a
e
r
I
I
I
I
sen
E
X
P
E
X
P
d) Fator de potncia
2 2
1 . 828 , 0 1 . 92 , 0 . 9 , 0 cos
,
_
,
_
cc cc
I
I
I
I