Apostila de Instrumentação Aplicada À Radiologia I

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CENTRO DE ESTUDOS FUNDAO SO LUCAS

CURSO TCNICO DE RADIOLOGIA


INSTRUMENTAO APLICADA A
RADIOLOGIA I
PROF. ELISANDRO ANDRADE
2
NDICE
CAPTULO 1: INTRODUO
1.1 INTRODUO HISTRICA
1.2 ELEMENTOS E TOMOS
1.3 NMERO DE MASSA E NMERO ATMICO
1.4 CAMADAS ELETRNICAS
CAPTULO 2: RADIAO
2.1 CONCEITO E CLASSIFICAO
2.2 PARMETROS DAS ONDAS
2.3 TEORIA QUNTICA
CAPTULO 3: RADIAO E RADIOATIVIDADE
3.1 CONCEITOS DE ISTOPOS
3.2 CONCEITO DE RADIOATIVIDADE
3.2.1 RADIAO ALFA
3.2.2 RADIAO BETA
3.2.3 RADIAO GAMA
3.2.4 RADIAO X
3.2.5 PODER DE PENETRAO
3.3 CONCEITO DE ATIVIDADE E DECAIMENTO RADIOATIVO
3.4 MECANISMOS DE TRANSFERNCIA DE ENERGIA
3.4.1 IONIZAO
3.4.2 EXCITAO
CAPTULO 4: RAIOS X
4.1 PROPRIEDADES FUNDAMENTAIS DOS RAIOS X
4.2 PRODUO DE RAIOS X
4.2.1 USO DO EFEITO TERMOINICO
4.2.2 COMO SO GERADOS OS RAIOS X?
4.2.3 RADIAO DE FREAMENTO (BREMSSTRAHLUNG)
4.2.4 RADIAO CARACTERSTICA
4.2.5 A PRODUO DE CALOR
4.3 INTERAO DOS RAIOS X COM A MATRIA
4.3.1 EFEITO FOTOELTRICO OU ABSORO FOTOELTRICA
4.3.2 EFEITO COMPTOM
4.3.3 PRODUO DE PARES
4.4 COEFICIENTE DE ATENUAO LINEAR
4.5 CAMADA SEMI-REDUTORA (HVL)
CAPTULO 5: GRANDEZAS E UNIDADES PARA USO EM RADIOPROTEO
5.1 ATIVIDADE
5.2 AVALIAO DE DOSE
5.2.1 EXPOSIO
5.2.2 DOSE ABSORVIDA
5.2.3 DOSE EQUIVALENTE
3
5.2.4 DOSE EQUIVALENTE EFETIVA
5.3 RESUMO DAS PRINCIPAIS GRANDEZAS E UNIDADES USADAS EM
RADIOPROTEO
CAPTULO 6: DETECO E MEDIDA DAS RADIAES
6.1 DETECTORES
6.1.1 DETECTORES POR IONIZAO
6.1.2 DETECTORES CINTILAO
6.2 DOSMETROS
6.2.1 DOSMETRO FOTOGRFICO
6.2.2 DOSMETRO TERMOLUMINESCENTE (TLD)
6.2.3 CMARA DE IONIZAO DE BOLSO (CANETA DOSIMTRICA)
6.3 CALIBRAO DE DETECTORES
CAPTULO 7: EFEITOS BIOLGICOS DAS RADIAES
7.1 NOES DE BIOLOGIA
7.2 MECANISMOS DE AO DAS RADIAES IONIZANTES
7.3 CARACTERSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLGICOS DAS RADIAES
IONIZANTES
7.3.1 ESPECIFICIDADE
7.3.2 TEMPO DE LATNCIA
7.3.3 REVERSIBILIDADE
7.3.4 TRANSMISSIBILIDADE
7.3.5 DOSE LIMIAR
7.3.6 RADIOSENSIBILIDADE
7.4 CLASSIFICAO DOS EFEITOS BIOLGICOS DAS RADIAES IONIZANTES
7.5 EFEITOS SOMTICOS
7.5.1 SNDROME AGUDA DA RADIAO
7.5.2 EFEITOS SOMTICOS TARDIOS
7.6 EFEITOS HEREDITRIOS
CAPTULO 8: OS BENEFCIOS DA ENERGIA NUCLEAR E DAS RADIAES IONIZANTES
8.1 MEDICINA NUCLEAR
8.2 A RADIOTERAPIA
8.3 APLICAES NA AGRICULTURA
8.4 APLICAES NA INDSTRIA
8.5 OS RAIOS-X E APLICAES
CAPTULO 9: PORTARIA 453/98, NORMA CNEN-NE.3.01 E PROTEO RADIOLGICA
9.1 SISTEMA DE PROTEO RADIOLGICA
9.2 JUSTIFICAO
9.3 OTIMIZAO DA PROTEO RADIOLGICA
9.4 LIMITAO DE DOSES INDIVIDUAIS
9.4.1 EXPOSIES OCUPACIONAIS
9.5 PREVENO DE ACIDENTES
9.6 RESPONSABILIDADES BSICAS
9.6.1 RESPONSABILIDADES DOS TITULARES E EMPREGADORES
9.6.2 RESPONSABILIDADES DOS TCNICOS E AUXILIARES
4
9.7 DOS AMBIENTES
9.8 CONTROLE DE REAS DO SERVIO
9.9 MONITORAO INDIVIDUAL
9.9.1 USO DO DOSMETRO
9.10 NVEIS DE REFERENCIA DE ALGUNS EXAMES
9.11 EQUIPAMENTOS DE RADIOPROTEO
9.12 CONCLUSO
CAPTULO 10: MODOS DE EXPOSIO E PRINCPIOS DE PROTEO RADIAO
10.1 TIPOS DE FONTE
10.2 MODOS DE EXPOSIO
10.2.1 EXPOSIO EXTERNA
10.2.2 EXPOSIO INTERNA
10.3 FATORES DE PROTEO RADIOLGICA
10.3.1 PROTEO CONTRA A IRRADIAO EXTERNA
10.4 CONTROLE DE ACESSO EM REAS RESTRITAS
LISTA DE EXERCCIOS 01
LISTA DE EXERCCIOS 02
LISTA DE EXERCCIOS 03
LISTA DE EXERCCIOS 04
LISTA DE EXERCCIOS 05
LISTA DE EXERCCIOS 06
LISTA DE EXERCCIOS 07
LISTA DE EXERCCIOS 08
LISTA DE EXERCCIOS 09
5
CAPTULO 1: INTRODUO
1.1 INTRODUO HISTRICA
A radioatividade e as radiaes ionizantes no so percebidas naturalmente pelos rgos
dos sentidos do ser humano, diferindo-se da luz e do calor. Talvez seja por isso que a
humanidade no conhecia sua existncia e nem seu poder de dano at os ltimos anos do
sculo XIX, embora fizessem parte do meio ambiente.
Foi no dia 8 de novembro de 1895, que o pesquisador alemo Wilhelm Conrad Roentgen
(1845-1923) quem descobriu e batizou os raios X. Isto ocorreu quando Roentgen estudava o
fenmeno da luminescncia produzida por raios catdicos num tubo de Crookes. Roentgen
estava trabalhando em seu laboratrio no Physical Institute of the University of Wrzburg,
Alemanha, experimentando com o tubo de Crookes.
O tubo bsico de Crookes (ver fig. 1.1) consistia de um tubo de vidro, fechado nas
extremidades, com a sada conectada a uma bomba de vcuo. Dois eletrodos de alumnio eram
colocados dentro do vidro. Os eletrodos podiam ser conectados a uma fonte de alta voltagem ou
uma bateria. A voltagem era aumentada at que a corrente fosse registrada em um ampermetro.
Podia-se mostrar que a corrente (carga negativa) flua do catodo para o anodo.
Figura 1.1: Esquema de um tubo de Crookes.
Este dispositivo foi envolvido por uma caixa de papelo negro e guardado numa cmara
escura. Prximo caixa, havia um pedao de papel recoberto de platinocianeto de brio.
Roentgen percebeu que, quando fornecia corrente eltrica aos eltrons do tubo, este, emitia
uma radiao que velava a chapa fotogrfica, intrigado, resolveu intercalar entre o dispositivo e o
papel fotogrfico, corpos opacos luz visvel. Desta forma obteve provas de que vrios materiais
opacos luz diminuam, mas no eliminavam a emisso desta estranha irradiao induzida pelo
raio de luz invisvel, ento desconhecido.
Surpreso com o fenmeno, ele recobriu a ampola com diferentes materiais e repetiu o
procedimento de aplicao da tenso sobre o gs vrias vezes e a distncias diferentes.
Observando que o brilho sofria pequenas alteraes, mas no desaparecia, conclui ento que
algo saa da ampola e sensibilizava o papel. A essa radiao ele resolveu dar o nome de raios X.
Sua descoberta valeu-lhe o prmio Nobel de Fsica em 1901.
Aps exaustivas experincias com objetos inanimados, Roentgen resolveu pedir para sua
esposa pr a mo entre o dispositivo e o papel fotogrfico. A foto revelou a estrutura ssea
6
interna da mo humana, com todas as suas formaes sseas, foi a primeira chapa de raios X
(ver fig. 1.2), nome dado pelo cientista sua descoberta em 8 de novembro de 1895.
Figura 1.2: Primeira chapa de radiogrfica.
Os raios X atravessavam o corpo humano, provocavam fluorescncia em determinadas
substncias e impressionavam chapas fotogrficas. Eles permitiam obter imagens do interior do
corpo. Sua aplicao foi rpida, pois em 1896 foi instalada a primeira unidade de radiografia
diagnstica nos Estados Unidos.
Naquele mesmo ano, em 1896, Antoine Henri Becquerel anunciou que um sal de urnio
com que ele fazia seus experimentos emitia radiaes espontaneamente. Mais tarde, mostrou
que essas radiaes apresentavam caractersticas semelhantes s dos raios X, isto ,
atravessavam materiais opacos, causavam fluorescncia e impressionavam chapas fotogrficas.
As pesquisas e as descobertas sucederam-se. O casal Pierre e Marie Curie foi
responsvel pela descoberta e isolamento dos elementos qumicos naturalmente radioativos - o
polnio e o rdio.
As idias a respeito da constituio da matria e dos tomos foram sendo elucidadas pelos
estudos e experimentos que se seguiram s descobertas da radioatividade e das interaes
das radiaes com a matria. Os conhecimentos obtidos por muitos pesquisadores e
cientistas contriburam para o desenvolvimento da fsica atmica e nuclear, mecnica quntica e
ondulatria. Podem ser citados Ernest Rutherford, Niels Bohr, Max Planck, Louis de Broglie,
Albert Einstein, Enrico Fermi entre outros.
1.2 ELEMENTOS E TOMOS
Matria: tudo que pode ocupar um lugar no espao, apresentando inrcia e possuir massa,
pode exercer ou ser atuado por uma fora. Apresenta-se em trs estados: slido, lquido e
gasoso.
Os qumicos descobriram, h muito tempo atrs, que todos os tipos de substncias (ou
compostos) encontradas na natureza eram combinaes de um nmero relativamente pequeno
de matria qumica bsica, denominada elemento.
Elementos: agrupamento de espcies simples de tomos. Exemplos: Chumbo, Oxignio,
Hidrognio, Sdio, Ferro, Cloro, Ouro, etc. Existem mais de 110 elementos conhecidos.
Compostos: agrupamentos de dois ou mais tomos diferentes. O sal de cozinha (NaCl), por
exemplo, formado por uma combinao dos elementos sdio (Na) e cloro (Cl); a gua (H
2
O)
que bebemos formada por uma combinao dos elementos hidrognio (H) e oxignio (O).
A menor unidade de um elemento o tomo. O tomo possui todas as propriedades fsicas
e qumicas necessrias para se identificar como um elemento particular.
7
Figura 1.3: Elemento qumico Hidrognio e algumas de suas
propriedades fsica e qumicas.
Os tomos so compostos de pequenas partculas as quais incluem os prtons, os
nutrons e os eltrons. Os prtons e os nutrons so partculas pesadas que so encontradas
no ncleo do tomo.
Figura 1.4: Modelo atmico Bohr: prtons e nutrons no ncleo
e eltrons em rbita ao redor do ncleo.
A diferena bsica entre um prton e nutron a carga eltrica associada. Os prtons
possuem uma carga positiva (+ 1,6.10
-19
Coulombs) e os nutrons no possuem carga (so
neutros).
Os eltrons so bem menores, possuindo carga negativa (- 1,6.10
-19
Coulombs).
Partcula Carga Massa
Eltron - 1,6.10
-19
Coulombs 9,1091.10
-31
kg
Prton + 1,6.10
-19
Coulombs 1,6740.10
-27
kg
Nutron 0 Coulombs 1,6768.10
-27
kg
Tabela 1.1: Carga e massa de prtons, nutrons e eltrons.
Os eltrons encontram-se em rbita ao redor do ncleo, de maneira parecida rbita dos
planetas ao redor do sol (Modelo Atmico de Bohr em homenagem ao cientista Neils Bohr,
que props este modelo). A extenso das rbitas dos eltrons determina o tamanho de um
tomo.
Se um tomo pudesse ser ampliado de tal maneira que o ncleo pudesse ter o tamanho
de uma bola de bilhar, o eltron mais externo seria um pequeno ponto quase 1,5 km
distante. Os prtons e nutrons so muito mais pesados que os eltrons, sendo que o
nmero de prtons mais nutrons no ncleo correspondendo a aproximadamente 99,98% do
peso tot al do tomo. Cada tomo possui um nmero diferente de eltrons nos orbitais ao
redor do ncleo e este fato que resulta em diferentes elementos qumicos.
1.3 NMERO DE MASSA E NMERO ATMICO
Todos os elementos qumicos so representados por um smbolo; por exemplo, o
8
alumnio tem como smbolo Al, o smbolo do ouro Au e o do urnio U. Alm disso, todo
tomo de um elemento qumico possui dois nmeros associados que o identificam. Esses
nmeros so chamados de nmero atmico e nmero de massa.
O nmero atmico, cujo smbolo Z, corresponde ao nmero de prtons presentes no
ncleo do tomo; por exemplo, o alumnio (Al) possui em seu ncleo 13 prtons, portanto
seu nmero atmico (Z) 13. O urnio possui 92 prtons e seu nmero atmico 92.
Z = nmero de prtons
Uma vez que a massa de um tomo encontra-se praticamente concentrada no ncleo
e sabendo-se que os prtons e os nutrons encontram-se no ncleo, o nmero de massa
definido pela soma destas partculas. Portanto, o nmero de massa, cujo smbolo A,
definido como sendo a soma do nmero de prtons e nutrons presentes no ncleo.
A = nmero de prtons + nutrons
O nmero de massa de um tomo indica quo pesado ele em relao a um outro
tomo. Por exemplo, pode-se afirmar que um tomo de alumnio mais leve que um tomo de
ouro porque a soma do nmero de prtons e nutrons do tomo de alumnio 27 (13 prtons
e 14 nutrons) e a soma do nmero de prtons e nutrons do tomo de ouro 197 (79
prtons e 116 nutrons).
Para que um tomo seja eletricamente neutro, o nmero de prtons no ncleo tem que
ser igual ao nmero de eltrons nos orbitais ao redor do ncleo. O nmero de eltrons
caracteriza o comportamento qumico dos elementos. A representao genrica de qualquer
tomo dada por:
Figura 1.5: Representao genrica de qualquer tomo.
Em que:
X o smbolo qumico do elemento
Z o nmero atmico (nmero de prtons no ncleo atmico);
A o nmero de massa (soma de prtons e nutrons no ncleo)
Figura 1.6: Representao do Alumnio, Ouro e Urnio, respectivamente..
1.4 CAMADAS ELETRNICAS
Como j dissemos, os eltrons encontram-se em rbita ao redor do ncleo, de maneira
parecida rbita dos planetas ao redor do sol. Cada uma dessas rbitas chamada de camadas
eletrnicas. So elas as camadas K, L, M, N, O, P e Q (ver fig. 1.7).
9
Ncleo
)
K
)
L
)
M
)
N
)
O
)
P
)
Q
)
Figura 1.7: Representao do modelo atmico
de Bohr com respectivas camadas.
Cada camada suporta um nmero mximo de eltrons. Temos ento K: 2; L:8; M:18; N:32;
O:32; P:18; Q:2.
Para remover um eltron de uma determinada camada necessria uma energia maior
que a fora de atrao exercida pelo ncleo. Essa energia chamada de energia de ligao do
eltron.
Quanto maior o nmero atmico Z, maior a energia de ligao, maior o nmero de prtons,
maior a fora de atrao nuclear.
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CAPTULO 2: RADIAO
2.1 CONCEITO E CLASSIFICAO
Num sentido amplo, radiao aquilo que irradia (sai em raios) de algum lugar. Em Fsica,
o termo refere-se usualmente a partculas e campos que se propagam (transferindo energia) no
espao (preenchido ou no por matria). A radiao pode ser de natureza particulada ou
ondulatria:
Particulada ou Corpuscular: caracterizada por sua carga, massa e velocidade. Pode ser
carregada ou neutra, leve ou pesada, lenta ou rpida. So originadas de desintegraes
radioativas. Transmitem energia cintica por meio de suas pequenas massas, movimentando-se
em altas velocidades. Exemplos de radiaes particuladas: radiao alfa (), radiao beta (),
raios catdicos (eltrons), etc.
Energia cintica K =
2
1
2
mv (m: massa e v: velocidade)
Unidades: Energia cintica K: Joule (J)
Massa m: quilograma (kg)
Velocidade v: metros por segundo (m/s)
Exemplo: calcule a energia cintica de um prton que se move a 300 m/s.
Dado: massa do prton: 1,6740.10
-27
kg.
K =
2 27 2 23
1 1
.1,6740.10 .(300 m/s) 7,533.10
2 2
mv kg J

= =
Ondulatria: constituda por campos eltricos e magnticos variando no espao e no
tempo. caracterizada pela amplitude e pela freqncia ou pelo comprimento de onda da
oscilao. Ex: luz visvel, radiao gama (), raios X, etc.
2.2 PARMETROS DAS ONDAS
Comprimento de onda a distncia entre valores repetidos num padro de onda.
usualmente representado pela letra grega lambda (/).
Figura 2.1: Representao de uma onda plana
e de uma onda eletromagntica.
11
Numa onda, o comprimento de onda a distncia entre picos (ou mximos) (ver fig. 2.1)
Na fig. 2.1, temos no eixo x a distncia, e o eixo y alguma quantidade peridica, como por
exemplo, o campo eltrico para ondas eletromagnticas ou a altura da gua para uma onda no
mar profundo. A altura no eixo y tambm chamada de amplitude (A) da onda.
Conhecendo-se o comprimento de onda e o tempo que leva para uma crista da onda se
repetir em um dado ponto do eixo x, por exemplo, se estamos observando uma onda no mar,
podemos calcular sua velocidade como:

= v
T
Unidades mais usadas: v: velocidade (m/s),
T: perodo (s)
: comprimento de onda (m)
O termo T chamado de Perodo da onda e seu inverso, 1/T, chamado de freqncia da
onda, ou freqncia de onda e mede o nmero de ciclos (repeties) por segundo executados
pela onda. medida em Hertz (ciclos/segundo).

=
v
f
Unidades mais usadas: f: freqncia (Hertz ou 1/segundo)
Cada tipo de radiao eletromagntica possui comprimento () e freqncia (f) de onda
caractersticos.
Figura 2.2: Representao de uma onda eletromagntica no infravermelho.
Para ondas no vcuo: v = velocidade da luz (c: 3.10
8
m/s ou 300 000 km/s).
Raios X, raios gama (), ondas de rdio, luz, etc, so ondas de energia de influncia eltrica
e magntica. Elas so chamadas de ondas eletromagnticas e viajam a enorme velocidade -
aproximadamente 3.10
8
m/s.
Todas estas formas de radiao eletromagntica so agrupadas de acordo com o seu
comprimento de onda no que se chama de espectro eletromagntico (ver fig. 2.3).
12
Figura 2.3: Representao do espectro eletromagntico.
2.3 TEORIA QUNTICA
A transferncia de energia das radiaes eletromagnticas feita atravs de um fluxo de
pequenas quantidades de energia, chamados ftons. Cada fton possui um "quantum (pacote)
de energia na dependncia do seu comprimento de onda.
Temos que:
. E h f =
Em que f a freqncia em Hertz (ou 1/segundo), h a chamada constante de Planck e vale
6,63.10
-34
Joule.segundo (J.s) ou 4,15.10
-15
eltron-volt.segundo (eV.s).
J vimos que

=
v
f e como para ondas eletromagnticas v = c (velocidade da luz: 3.10
8
m/s).
Ento:
. h c
E

=
Em que o comprimento de onda em metros.
OBSERVAO 1: Submltiplos da unidade de comprimento de onda ()
1 centmetro (cm) = 10
-2
m
1 milmetro (mm) = 10
-3
m
1 micrometro (m) = 10
-6
m
1 nanometro (nm) = 10
-9
m (mais usado)
1 ngstron () = 10
-10
m
OBSERVAO 2: Unidades de energia (E) mais usadas.
1 eltron-volt (eV) = 1,6.10
-19
Joules (J)
Definio de eltron-volt: a energia de um eltron quando acelerado por uma diferena
de potencial de 1 volt.
OBSERVAO 3: Submltiplos da unidade de energia (E).
1 micro eltron-volt (eV): 10
-6
eV
1 mili eltron-volt (meV): 10
-3
eV
13
1 kilo eltron-volt (KeV): 10
3
eV
1 mega eltron-volt (MeV): 10
6
eV
1 giga eltron-volt (GeV): 10
9
eV
Exemplos:
a) Qual a energia (em eV) de um feixe de raio infravermelho de comprimento de onda
= 100 m?
= 100 m = 100.10
-6
m
h = 4,15.10
-15
eV
c = 3.10
8
m/s
15 8
6
. 4,15.10 ( . ).3.10 ( / )
0,01245 eV
100.10 ( )
h c eV s m s
E
m

= = =
b) Qual a energia (em eV) de um feixe raio ultravioleta de comprimento de onda = 300
nm?
= 300 nm = 300.10
-9
m
h = 4,15.10
-15
eV
c = 3.10
8
m/s
15 8
9
. 4,15.10 ( . ).3.10 ( / )
4,15 eV
300.10 ( )
h c eV s m s
E
m

= = =
Em radiografia mdica se empregam comprimentos de onda de aproximadamente 0,01 a
0,05 nm. Quais as energias desses raios X ?
Podemos perceber que quanto menor o comprimento de onda (ou maior freqncia) maior
ser a energia dos ftons em questo.
14
CAPTULO 3: RADIAO E RADIOATIVIDADE
3.1 CONCEITOS DE ISTOPOS
Pode-se dizer que istopos so tomos que possuem o mesmo nmero atmico
(tomos de um mesmo elemento qumico), mas que possuem nmeros de massa diferentes.
Esses tomos possuem o mesmo comportamento qumico, porm um mais pesado que o
outro.
Supondo a adio de um nutron extra no ncleo de alumnio, de maneira que se
tenha 15 nutrons e 13 prtons no ncleo do tomo, o novo nmero de massa passa a ser 28
enquanto que o nmero atmico que igual ao nmero de eltrons nos orbitais ao redor do
ncleo permanece inalterado, igual a 13, e o tomo, como um todo, comporta-se quimicamente
como o alumnio. As duas espcies diferentes do tomo do alumnio so denominadas
istopos do alumnio.
3.2 CONCEITO DE RADIOATIVIDADE
Pode-se encontrar tomos com o mesmo nmero de massa (A) e com diferentes nmeros
de prtons (Z) e de nutrons (n), ou seja, tomos com mesmo nmero de massa (A) mas com
uma razo entre o nmero de prtons (Z) e nutrons (n), razo Z / n, diferentes.
Por exemplo, pode-se citar o silcio (
28
Si), o alumnio (
28
Al), e o fsforo (
28
P), todos com
mesmo nmero de massa (A = 28), porm o silcio (
28
Si), contm em seu ncleo 14 nutrons
e 14 prtons (Z / n = 14/14), enquanto o alumnio, (
28
Al), contm em seu ncleo 15 nutrons e 13
prtons (Z / n = 13/15) e o fsforo, (
28
P), contm em seu ncleo 15 prtons e 13 nutrons (Z / n =
15/13).
Para cada nmero de massa existe somente uma razo Z / n para a qual o ncleo
estvel, ou seja, no radioativo. Todos os outros tomos com mesmo nmero de massa, porm
com razo Z / n diferentes so instveis, ou seja, radioativos, e buscam a estabilidade emitindo
radiao e transformando-se em outro tomo. No exemplo citado, o silcio (
28
Si), o tomo
estvel, enquanto o alumnio (
28
Al) e o fsforo (
28
P) so radioativos e buscam a estabilidade,
transformando-se (decaindo) em silcio (
28
Si).
Tudo que existe na natureza tende a permanecer num estado estvel. Os tomos instveis
passam por um processo que os tornam mais estveis. Este processo envolve a emisso do
excesso de energia do ncleo e denominado radioatividade ou decaimento radioativo. Portanto,
a radioatividade a alterao espontnea de um tipo de tomo em outro com a emisso de
radiao para atingir a estabilidade.
A energia liberada pelos tomos instveis, radioativos, denominada radiao ionizante.
Os termos radiao e radioativo frequentemente so confundidos. Deve-se ter sempre em mente
que estes dois termos so distintos: tomos radioativos so aqueles que emitem radiao.
Existem trs tipos principais de radiao ionizante emitida pelos tomos radioativos:
Radiao Alfa -
Radiao Beta -
Radiao -
As radiaes alfa e beta so partculas que possuem massa e so eletricamente
carregadas, enquanto os raios gama so ondas eletromagnticas.
15
3.2.1 RADIAO ALFA
Dentre as radiaes ionizantes, as partculas alfa so as mais pesadas e de maior
carga e por isso elas so menos penetrantes que as partculas beta e a radiao gama. As
partculas alfa so ncleos do tomo do gs hlio (2 prtons + 2 nutrons) e so
completamente barradas por uma folha comum de papel e seu alcance no ar no ultrapassa
mais que 10 a 18 cm.
Figura 3.1: Representao de emisso de raios alfa.
3.2.2 RADIAO BETA
As partculas beta possuem a mesma massa e a mesma carga do eltron, portanto, so
menores e mais leves que as partculas alfa, movimentam-se muito mais rpido, e apresentam
maior poder de penetrao em qualquer material.
As partculas beta podem penetrar vrios milmetros na pele, mas no penetram uma
distncia suficiente para alcanar os rgos mais internos do corpo humano.
Figura 3.2: Representao de emisso de raios beta.
3.2.3 RADIAO GAMA
Os raios gama no possuem nem massa nem carga (ondas eletromagnticas) e por isso
tm um poder de penetrao infinito, podendo atingir grandes distncias no ar e atravessar vrios
tipos de materiais.
A radiao gama ou raios gama so radiaes eletromagnticas, tais como a luz, ondas
de rdio e microondas. As caractersticas fsicas da radiao eletromagntica incluem o
comprimento e a freqncia de onda. Cada tipo de radiao eletromagntica possui
comprimento e freqncia de onda caractersticos. Pela medida destas caractersticas, pode ser
identificado o tipo de radiao.
16
As principais diferenas entre a radiao gama e estas formas mais familiares de
radiao eletromagntica que a radiao gama originada no ncleo do tomo, possue
pequeno comprimento de onda e alta freqncia.
Figura 3.3: Representao de emisso de raios gama.
3.2.4 RADIAO X
Os raios X so semelhantes aos raios quanto as suas propriedades, ou seja, so ondas
eletromagnticas de alta freqncia (alta energia: E = h.f) e pequeno comprimento de onda (
= c/f). A principal diferena entre eles que os raios so produzidos no ncleo do tomo
enquanto os raios X podem ter origem na eletrosfera (raio X caracterstico) ou por meio do
freamento de eltrons (raio X artificial). Todos os equipamentos utilizados para fins mdicos e
industriais produzem raios X artificiais.
Figura 3.4: Produo de raios X.
Os raios X artificiais so gerados a partir da coliso de um feixe de eltrons contra um alvo
metlico. Quando esses eltrons se chocam contra o alvo, sofrem um processo de desacelerao
e liberam sua energia na forma de calor e raio X (ver fig. 3.4).
As mquinas geradoras de radiao X artificial so equipamentos eltricos de alta tenso
que podem ser desligadas, deixando de produzir os raios X. Esta caracterstica distingue o raio X
das fontes radioativas como, por exemplo, as fontes emissoras de radiao gama que emitem
radiao espontnea e constantemente.
3.2.5 PODER DE PENETRAO
As radiaes ionizantes possuem poder de penetrao diferentes na matria, como
ilustrado na figura 3.5. Pode-se verificar que as radiaes eletromagnticas (gama e X) possuem
17
um poder de penetrao muito maior do que das partculas alfa e beta. A partcula alfa no
consegue ultrapassar uma folha de papel, enquanto a partcula beta atravessa o papel, mas pode
ser barrada completamente por uma folha fina de alumnio.
Figura 3.5: Poder de penetrao de raios alfa, beta, gama e X.
3.3 CONCEITO DE ATIVIDADE E DECAIMENTO RADIOATIVO
Atividade a grandeza utilizada para expressar a quantidade de um material radioativo e
representa o nmero de tomos que se desintegram, por unidade de tempo. A unidade
empregada o becquerel (Bq). Uma taxa de desintegrao de 1 desintegrao por segundo, 1
dps, definida como sendo igual a 1 Bq.
Antigamente era utilizada uma unidade de atividade chamada de curie (Ci), que equivale a
37 bilhes de dps ou 3,7 x 10
10
Bq.
A atividade de uma amostra radioativa diminui ou decai com uma taxa fixa que uma
caracterstica de cada radionucldeo. O tempo necessrio para que esta atividade diminua para
a metade do seu valor inicial denominado de meia-vida fsica (T
1/2
). Por exemplo, o
131
I tem uma meia-vida fsica de aproximadamente 8 dias. Uma atividade de 1000 Bq de
131
I ter
decado para 500 Bq aps 8 dias, para 250 Bq aps 16 dias, para 125 Bq aps 24 dias e assim
sucessivamente. A figura 3.6 ilustra a quantidade de material radioativo aps cada perodo de
uma meia-vida.
Figura 3.6: Quantidade de material radioativo aps
cada perodo de uma meia-vida.
18
3.4 MECANISMOS DE TRANSFERNCIA DE ENERGIA
Ao atravessar um material (gs, lquido ou slido), as partculas alfa ou beta e as
radiaes eletromagnticas, raios X e raios gama, cedem parte ou toda sua energia para os
tomos do material. Essa transferncia de energia das radiaes para os materiais ocorre
principalmente por excitao ou ionizao, processos esses que sero explicados mais adiant
e.
O mecanismo de absoro da energia das radiaes de importncia fundamental no
campo de radioproteo devido s seguintes razes:
A absoro pelos tecidos do corpo pode dar origem a danos biolgicos
A absoro pelos materiais o princpio empregado na deteco da radiao
O grau de absoro e o tipo de interao da radiao nos materiais so os fatores
principais na escolha de blindagens.
3.4.1 IONIZAO
Ionizao o processo que resulta da remoo de um eltron de um tomo ou molcula,
deixando-o com uma carga positiva. O resultado deste processo a criao de um par de ons
composto de um eltron negativo e um tomo ou molcula com carga positiva. Uma molcula
pode permanecer intacta ou ser rompida, dependendo se o eltron retirado ou no fundamental
para a ligao molecular.
A figura 3.7 apresenta esquematicamente uma partcula ionizante liberando um eltron da
camada L
Figura 3.7: Diagrama de ionizao de um tomo.
3.4.2 EXCITAO
O processo de excitao pode se dar pela interao da radiao com um eltron ou com o
ncleo de um tomo. A excitao de um eltron se d quando a radiao promove este
eltron para um nvel de energia mais elevado, ou seja, transfere o eltron de uma camada
eletrnica mais interna para uma camada eletrnica mais externa. O eltron permanece ligado
ao tomo e no so produzidos ons.
A figura 3.8 mostra esquematicamente uma partcula alfa interagindo com um eltron de
uma camada mais interna e transferindo-o para uma camada mais externa de um tomo,
deixando este tomo em um estado excitado.
19
Figura 3.8: Diagrama de excitao de um tomo.
A excitao nuclear qualquer processo que adiciona energia a uma partcula do ncleo
de um tomo, de modo que esta ocupe um estado energtico superior. O ncleo continua a
possuir o mesmo nmero de partculas nucleares e pode continuar com o mesmo comportamento
qumico.
20
CAPTULO 4: RAIOS X
4.1 PROPRIEDADES FUNDAMENTAIS DOS RAIOS X
1. Por causa de seu comprimento de onda extremamente curto, eles so capazes de
penetrar materiais que absorvem ou refletem luz visvel.
2. Fazem fluorescer algumas substncias; isto , fazem com que elas emitam radiao de
maior comprimento de onda (por exemplo, radiao visvel e ultravioleta).
3. Assim como a luz, eles podem produzir uma imagem em um filme fotogrfico que
poder ento se tornar visvel atravs da revelao.
4. Eles produzem mudanas biolgicas valiosas em radioterapia, mas necessitam cuidado
no seu uso.
5. Eles podem ionizar os gases: isto , eles removem eltrons dos tomos para formar
ons, os quais podem ser usados para medir e controlar a exposio.
Apenas um ms aps Roentgen tirar
a primeira radiografia, o professor Michael
I. Pupin, da Universidade de Columbia,
radiografou a mo de um caador que
sofrera um acidente com sua espingarda.
As bolinhas negras representam cerca de
40 pedaos de chumbo que estavam ali
alojadas.
Estas especiais propriedades tm
aplicaes em radiografia mdica e
industrial, em radioterapia e em pesquisa.
Figura 4.1: Uma das primeiras radiografias.
21
4.2 PRODUO DE RAIOS X
4.2.1 USO DO EFEITO TERMOINICO
Quando um metal aquecido no vcuo, muitos eltrons desprendem-se dele
formando uma nuvem negativa e deixando carregado positivamente (efeito termoinico).
A aplicao de uma diferena de potencial (ddp) elevada (kV) entre o catodo e o anodo
acelera a nuvem eletrnica em direo ao anodo, acelerando-os enquanto viajam.
O surgimento de ampolas de elevado vcuo com catodo aquecido estabeleceu um
divisor na produo de raios X. Os eltrons do feixe catdico provm do catodo
(filamento) e no do bombardeio dos ons positivos contra o eletrodo.
4.2.2 COMO SO GERADOS OS RAIOS X?
Os raios X so produzidos quando eltrons em alta velocidade (partculas
minsculas, cada uma carregando uma carga eltrica negativa) chocam-se com matria
em qualquer forma.
Dentro de um tubo de raios X isto feito pela direo de uma corrente de eltrons
em alta velocidade contra um objeto de metal. Conforme eles se chocam com os tomos
do objeto, os eltrons liberam a maior parte de sua energia na forma de calor.
Para condies normais de exposio usadas em radiografia mdica,
aproximadamente um por cento de sua energia emitida em forma de raios X.
1% da energia cintica dos eltrons tranformada em raios X
99% da energia cintica dos eltrons tranformada em calor X
Os Raios X, destinados ao uso industrial e mdico, so gerados numa ampola de
vidro, denominada tubo de Coolidge. Este componente um tubo oco e evacuado, ainda
possui um catodo incandescente que gera um fluxo de eltrons de alta energia. Estes so
acelerados por uma grande diferena de potencial e atingem ao nodo ou placa.
Figura 4.1: Esquema de tubo de raios X.
22
Quando o tubo ligado, uma corrente eltrica no filamento faz com ele se aquea e
emita eltrons, que so atrados e acelerados em direo ao alvo.
Na interao dos eltrons com os tomos do alvo ocorre a
desacelerao dos eltrons, transformando a energia cintica adquirida
em radiao eletromagntica (Raios X) e em calor.
A maneira mais eficiente de se gerar raios X atravs de um tubo de raios X. A
forma mais simples de tubo de raios X um invlucro de vidro vedado vcuo. As duas
partes mais importantes do tubo so o catodo e o anodo.
4.2.3 RADIAO DE FREAMENTO (BREMSSTRAHLUNG)
Quando uma partcula se choca com um obstculo, ou freada, parte de sua
energia se transforma em radiaes eletromagnticas, mais precisamente em um fton de
radiao.
O comprimento de onda da radiao emitida depende da quantidade de energia
perdida pela partcula. Quanto maior essa energia, maior a freqncia da radiao emitida
(e menor, portanto, seu comprimento de onda).
.
.
h c
E h f

= =
Figura 4.2: Produo de Ftons de raios X de freamento.
Um eltron livre, movendo-se no espao, ao ser acelerado por um canho
eletrnico ou outro tipo de acelerador, pode assumir qualquer valor de energia cintica.
Inversamente, pode perder uma quantidade de energia ao sofrer uma frenagem. Por isso,
pode emitir raios X dotados de qualquer valor de freqncia.
Freando diversos eltrons, todos dotados de energias diferentes, obtm-se uma
radiao X que contm todos os comprimentos de onda. Ela denominada radiao
contnua (ou radiao de freamento).
23
Figura 4.3: Espectro de radiao de freamento (Bremsstrahlung)
gerando raios X contnuos.
4.2.4 RADIAO CARACTERSTICA
Pode-se imaginar que os eltrons de um tomo giraram em torno do ncleo em
diversas rbitas circulares (modelo atmico de Bohr). Os eltrons cujas rbitas esto mais
prximas ao ncleo so ligados mais fortemente a ele. Retirando um desses eltrons, o
tomo fica instvel e, rapidamente, outro eltron, que anteriormente estava livre ou
situado em uma rbita mais externa, toma seu lugar. Nesse processo libera-se energia,
que emitida pelo tomo sob forma de radiao X (ver fig. 4.4).
Figura 4.4: Produo de raios X caractersticos.
24
A freqncia dessa radiao depende da estrutura atmica e da posio de onde
provinha o eltron livre ou ligado que efetuou a troca.
Raios x caractersticos so emitidos de elementos pesados quando seus eltrons
fazem transies para nveis eletrnicos mais baixos. So linhas estreitas no
espectro.
Figura 4.5: Espectro mostrando raios X caractersticos
e raios X de freamento (contnuos).
Quando vacncias so produzidas na camada K, n = 1, do tomo e os eltrons
fazem transies da camada n = 2 1 o raio x produzido chamado de raio X K-alfa (K

)
, e aquele da transio de n = 3 1 chamado de raio X K-beta (K

).
tomos iguais emitem raios X de mesmo comprimento de onda quando o eltron
prximo ao ncleo extrado. As radiaes emitidas possuem comprimentos de onda
bem definidos, e no em toda a faixa, como o caso da radiao de freamento.
Observa-se ento que o espectro de emisso da radiao
caracterstica dos tomos composto de radiaes de
comprimentos de onda bem definidos, em contraposio
ao espectro de radiao de freamento,
que um espectro contnuo.
4.2.5 A PRODUO DE CALOR
O calor (assim como os raios X) so gerados pelo impacto de eltrons. Somente
aproximadamente 1% da energia resultante deste impacto emitida do anodo em
forma de raios X. A maioria da energia se dissipa em forma de calor.
Este calor deve ser retirado do anodo de maneira mais eficiente possvel. Do
contrrio o metal poder se derreter e o tubo destrudo.
25
4.3 INTERAO DOS RAIOS X COM A MATRIA
J vimos anteriormente que a radiao eletromagnticas tem a propriedade de
atravessar a matria slida que opaca luz. Vimos tambm que medida que o feixe
de radiao atravessa um certo material sua intensidade diminui. Experimentalmente,
sabe-se que a intensidade de um feixe que penetra na matria diminui conforme a
equao:
0
x
I I e

=
Em que:
"I
o
a intensidade da radiao que incide sobre uma barreira (radiao incidente);
"e a base dos logaritmos neperianos;
"x a espessura atravessada pela radiao na matria (espessura do
absorvedor);
" a intensidade do feixe que emerge pelo lado oposto da barreira (radiao
transmitida);
" o coeficiente de absoro linear, relacionado com o nmero atmico "Z e a
densidade especfica do absorvedor.
A quantidade de radiao absorvida por um material se torna maior medida que
aumentamos a espessura desse material.
Figura 4.6: Absoro de radiao por um material.
Quanto maior a espessura de um material, maior a quantidade de radiao que ela
absorve, ou seja, menor a intensidade do feixe que atravessa o material.
Um fato interessante, que a intensidade de radiao que emerge do lado oposto
a barreira nunca completamente eliminada, por maior que seja a espessura utilizada.
Como a absoro obedece a uma lei exponencial, a intensidade diminui, porm nunca se
anula completamente. Anteriormente vimos, tambm, que a capacidade de absoro varia
de material para material. Isso se explica atravs de coeficiente de absoro ", que
uma caracterstica de cada material em particular. Esse coeficiente determinado
experimentalmente e depende principalmente de duas caractersticas do material
(densidade "d) e da energia da radiao (ver tab. 4.1).
26
Isso explica, por exemplo, porque uma certa espessura de alumnio absorve menos
que chumbo. Observando uma barreira feita de chumbo (Z = 82 e d = 11,348 g/cm
3
) e
uma barreira feita de alumnio (Z = 13 e d = 2,78 g/cm
3
), para uma radiao de energia
aproximadamente 0,409 MeV (vide tabela 3), notaremos que o coeficiente " de
atenuao do chumbo dez vezes mais elevado que a do alumnio, para esta faixa de
energia.
OBSERVAO 1:
Unidades de energia (E) mais usadas.
1 eltron-volt (eV) = 1,6.10
-19
Joules (J)
Definio de eltron-volt: a energia de um eltron quando acelerado por uma
diferena de potencial de 1 volt.
OBSERVAO 2:
Submltiplos da unidade de energia (E).
1 micro eltron-volt (eV): 10
-6
eV
1 mili eltron-volt (meV): 10
-3
eV
1 kilo eltron-volt (KeV): 10
3
eV
1 mega eltron-volt (MeV): 10
6
eV
1 giga eltron-volt (GeV): 10
9
eV
A radiao interage com a matria atravs de trs processos principais: o efeito
fotoeltrico, o espalhamento Compton e a formao de pares.
4.3.1 EFEITO FOTOELTRICO OU ABSORO FOTOELTRICA
O efeito fotoeltrico ocorre quando um raio X ou gama incide sobre um eltron,
transferindo-lhe toda a sua energia e desse modo, arrancando-o do tomo e ganhando
energia cintica.
Figura 4.7: Efeito fotoeltrico.
Esse efeito predominante, ou seja, tem maior probabilidade de ocorrer quando a
energia do raio incidente menor que 100 keV.
27
4.3.2 EFEITO COMPTOM
Quando a radiao possui uma energia maior do que 100 keV o efeito
predominante o espalhamento Compton ou Efeito Comptom (ver fig. 4.8). Nesse efeito o
raio incidente cede parte da sua energia a um eltron do tomo que ganha velocidade,
porm, ainda resta uma certa quantidade de energia em forma de radiao, do raio
incidente, que percorre dentro do material em outra direo e com uma energia menor.
Figura 4.8: Efeito Comptom.
4.3.3 PRODUO DE PARES
Quando o raio incidente possui uma energia maior que 1,02 MeV pode ocorrer o
processo de produo de pares (ver fig. 4.9). Neste caso ao passar perto de um ncleo
atmico o raio produz um par de partculas: um eltron e um psitron (partcula com
mesma massa do eltron, mas com carga de + 1,6.10
-19
C), ambos dotados de uma certa
velocidade. Posteriormente o psitron se desintegra gerando dois raios com 0,51 MeV
cada.
Figura 4.9: Produo de pares.
Conclumos portanto que a probabilidade de ocorrncia de um dos efeitos citados
acima, depende do nvel de energia das radiaes incidentes, que pode ser visualizado
na figura 4.10.
28
Figura 4.9: Grfico mostrando que a probabilidade de ocorrncia de cada um dos efeitos,
fotoeltrico, Compton e Produo de Pares, so dependentes da energia .
4.4 COEFICIENTE DE ATENUAO LINEAR
Levando-se em conta que a interao da radiao com a matria ocorre de uma
forma diferente conforme a energia que a mesma possui, verificamos que o coeficiente de
atenuao apresenta valores diferentes para diferentes energias de radiao.
Tabela 4.1: Valores do coeficiente de atenuao linear .
Portanto podemos concluir duas regras simples:
quanto mais alta a espessura, a densidade e o nmero atmico de um certo
material, maior ser a quantidade de radiao eletromagntica capaz de ser
absorvida;
quanto maior a energia de radiao eletromagntica incidente, menor ser a
quantidade de radiao absorvida pelo material.
4.5 CAMADA SEMI-REDUTORA (HVL)
A camada semi-redutora ou meia espessura ou ainda em ingls "Half Value Layer -
HVL, definida como sendo a espessura do material capaz de absorver metade da
intensidade de radiao medida sem barreira, simbolizada por "X
1/2
. O conhecimento
29
desse valor se torna prtico para o clculo imediato da espessura do material necessrio
para reduzir o nvel da radiao num local a ser protegido a nveis recomendados.
A camada semi-redutora inversamente proporcional ao coeficiente de atenuao
linear, e calculado pela relao:
1/2
0,693
ou X HVL

=
Assim sendo, como o coeficiente de atenuao linear conhecido e tabelado (ver
tabela 4.1), a camada semi-redutora tambm conhecida (ver tabela 4.2), para os
materiais mais comuns.
Tabela 4.2: Valores da camada semi-redutora para algumas energias e materiais.
30
CAPTULO 5: GRANDEZAS E UNIDADES PARA USO EM
RADIOPROTEO
H dois tipos de grandezas utilizadas na Proteo Radiolgica: atividade e dose. A
grandeza atividade determina a quantidade de radiao emitida por uma determinada
fonte radiativa. A grandeza dose descreve a quantidade de energia absorvida por um
determinado material ou por um indivduo.
5.1 ATIVIDADE
A grandeza atividade, cujo smbolo A, utilizada para expressar a quantidade de
material radioativo. A atividade de um material radioativo medida em termos de
desintegraes por unidade de tempo.
Se considerarmos um certo nmero de tomos N, num instante de tempo t, e
supondo que depois de um intervalo de tempo muito pequeno (t) o nmero de tomos N
diminui de um valor (N) , a relao entre N e t dar o nmero de desintegraes
desses tomos por unidade de tempo, que denominada atividade do material radioativo.
A unidade atual da grandeza atividade o Becquerel (Bq) e 1 Bq corresponde a
uma desintegrao por segundo. A unidade antiga, ainda empregada, o curie (Ci) que
corresponde a 3,7.10
10
desintegraes por segundo (dps).
As relaes existentes entre o Becquerel e o Curie so:
1 Bq = 1 dps = 2,7.10
-11
Ci
1 Ci = 3,7x10
10
dps = 3,7x10
10
Bq
A toda grandeza fsica est associada uma ou mais unidades e os valores das
medidas muitas vezes so expressos com mltiplos e submltiplos destas unidades.
As tabelas 5.1 e 5.2 mostram os submltiplos do Curie e os mltiplos do Becquerel
mais frequentemente empregados.
Unidade Abreviatura Relao com o Ci dps
curie Ci 1 3,7.10
10
milicurie mCi 0,001 (1.10
-3
) 3,7.10
7
microcurie Ci 0,000001 (1.10
-6
) 3,7.10
4
nanocurie nCi 0,000000001 (1.10
-9
) 3,7.10
1
picocurie pCi 0,000000000001 (1.10
-12
) 3,7.10
-2
Tabela 5.1: Submltiplos do Curie.
Unidade Abreviatura Relao com o Ci dps
becquerel Bq 1 1
quilobecquerel kBq 1000 (1.10
3
) 1.10
3
megabecquerel MBq 1000000 (1.10
6
) 1.10
6
gigabecquerel GBq 1000000000 (1.10
9
) 1.10
9
terabecquerel TBq 1000000000000 (1.10
12
) 1.10
12
Tabela 5.2: Mltiplos do becquerel
31
5.2 AVALIAO DE DOSE
O conceito de dose foi introduzido em Proteo Radiolgica em analogia ao seu
uso em farmacologia, uma vez que queremos determinar o efeito causado por uma dose
de radiao ionizante.
O termo dose usado na farmacologia significa a quantidade de uma substncia
aplicada em um ser vivo por unidade de peso do corpo humano para se obter um certo
efeito biolgico.
A dose de radiao recebida por um indivduo pode ser avaliada por meio das
seguintes grandezas: exposio, dose absorvida, dose equivalente e dose equivalente
efetiva.
5.2.1 EXPOSIO
A grandeza exposio, cujo smbolo X, foi a primeira grandeza definida para fins
de Radioproteo. Esta grandeza uma medida da habilidade ou capacidade dos raios X
e em produzir ionizaes no ar. Ela mede a carga eltrica total produzida por raios X e
em um quilograma de ar.
A unidade atual da grandeza exposio o Coulomb por quilograma (C/kg). A
unidade antiga o Roentgen (R) que equivale a 2,58.10
-4
C/kg. Os instrumentos de
medida da radiao, em sua maioria, registram a taxa de exposio que a medida por
unidade de tempo, isto , C/(kg.h) ou C/(kg.s).
5.2.2 DOSE ABSORVIDA
Esta grandeza foi definida para suprir as limitaes da grandeza exposio e
possui como smbolo D. A grandeza dose absorvida mais abrangente que a grandeza
exposio, pois vlida para todos os tipos de radiao ionizante (X, , , ) e valida
para qualquer tipo de material absorvedor. Ela definida como a quantidade de energia
depositada pela radiao ionizante na matria, num determinado volume conhecido.
A unidade atual da grandeza dose absorvida o gray (Gy) que equivale a 1 J/kg. A
unidade antiga o rad que equivale a 10
-2
J/kg, ou seja, 10
-2
Gy. A medida da taxa de
dose absorvida tem por definio a medida da dose absorvida por unidade de tempo, ex:
Gy/h.
5.2.3 DOSE EQUIVALENTE
As grandezas definidas at agora levaram em conta a energia absorvida no ar e no
tecido humano, porm no do uma idia de efeitos biolgicos no homem. Foi ento
definida a grandeza dose equivalente, cujo smbolo H, que considera fatores como o
tipo de radiao ionizante, a energia e a distribuio da radiao no tecido, para se poder
avaliar os possveis danos biolgicos.
A dose equivalente numericamente igual ao produto da dose absorvida (D) pelos
fatores de qualidade Q e N.
32
H = Q . D . N
O fator de qualidade Q relaciona o efeito de diferentes tipos de radiao em termos
de danos aos tecidos. Por exemplo, 1 Gy de dose absorvida de radiao alfa produz no
tecido um dano vinte vezes maior do que 1 Gy de radiao gama. Este Q representa na
realidade o poder de ionizao dos diferentes tipos de radiao ionizante no meio e os
valores obtidos para Q so apresentados na tabela 5.3.
Tipo de Radiao Valor de Q
Raios X, , e eltrons 1
Nutrons rpidos e prtons 10
Partcula e ons pesados 20
Tabela 5.3: Valores adotados para Q.
O N o produto de outros fatores modificadores, que permitem avaliar a influncia
na dose de um radionucldeo depositado internamente. Atualmente o valor utilizado para o
fator N 1.
A unidade antiga da dose equivalente o rem. A unidade nova o sievert (Sv) e
1Sv equivale a 100 rems. A medida da taxa de dose equivalente tem por definio a
medida da dose equivalente por unidade de tempo, ex: Sv/h.
5.2.4 DOSE EQUIVALENTE EFETIVA
Com o objetivo de se limitar o risco dos efeitos estocsticos, foi introduzido o
conceito de dose equivalente efetiva. Esta grandeza est baseada no princpio de que
para um certo nvel de proteo, o risco deve ser o mesmo se o corpo inteiro for irradiado
uniformemente, ou se a irradiao localizada em um determinado rgo. A dose
recebida em cada rgo do corpo humano multiplicada por um fator de ponderao
(W
T
), o qual leva em conta o risco de efeitos estocsticos.
H
E
= W
T
. H
T
A tabela 6.4 apresenta os valores de fatores de ponderao para os diversos
rgos do corpo humano.
rgo Fator de ponderao (W
T
)
Gnadas 0,25
Mamas 0,15
Medula ssea 0,12
Pulmo 0,12
Tireide 0,03
Osso 0,03
Restante do corpo 0,06
Tabela 6.4: Fatores de ponderao para rgos do corpo humano.
As unidades de medida da Dose Equivalente Efetiva so o rem e o Sv.
33
5.3 RESUMO DAS PRINCIPAIS GRANDEZAS E UNIDADES USADAS
EM RADIOPROTEO
34
CAPTULO 6: DETECO E MEDIDA DAS RADIAES
A deteco e medida das radiaes so fundamentais para a Proteo
Radiolgica, tanto para obteno de medidas precisas quanto para a avaliao do grau de
risco envolvido em atividades com exposies radiao. A radiao por si s no pode
ser medida diretamente, portanto, a deteco realizada pela anlise dos efeitos
produzidos pela radiao quando esta interage com um material.
Um sistema de deteco de radiao constitudo de duas partes: um mecanismo
detector e outro de medida. A interao da radiao com o sistema ocorre no detector e o
sistema de medida interpreta esta interao. De maneira geral, os sistemas de deteco
de radiao so chamados de detectores.
Muitos detectores utilizados em Proteo Radiolgica so de natureza eletrnica e
indicam a intensidade da radiao num determinado ponto e num determinado instante de
tempo. So principalmente os detectores por ionizao, os detectores a cintilao e os
detectores semicondutores. Existem tambm os detectores que indicam a radiao total a
que uma pessoa foi exposta. Estes instrumentos so chamados dosmetros.
6.1 DETECTORES
6.1.1 DETECTORES POR IONIZAO
Em detectores por ionizao, a radiao incidente cria pares de ons no volume de
medida do detector. Este volume de medida geralmente preenchido com um gs ou
uma mistura de gases. A quantidade de pares de ons criados so contados em um
dispositivo de medida da corrente eltrica. Como exemplos deste tipo de detector pode-se
citar a cmara de ionizao, o contador proporcional e o contador Geiger-Muller. A figura
6.1 apresenta um esquema de um detector por ionizao.
Figura 6.1: Esquema de um detector por ionizao.
35
6.1.2 DETECTORES CINTILAO
Os detectores cintilao baseiam-se na propriedade de fluorescncia ou
cintilao, que o fenmeno observado em certas substncias que emitem luz quando
bombardeadas por um feixe de radiao ionizante. As cintilaes produzidas pela
radiao nos cristais cintiladores so amplificadas em uma vlvula fotomultiplicadora,
que gera um pulso eltrico que medido. Os detectores de iodeto de sdio (NaI) se
enquadram-se nesta categoria (figura7.2).
Figura 7.2: Esquema de um detector cintilao.
6.2 DOSMETROS
A dosimetria a avaliao quantitativa da dose de radiao recebida pelo corpo
humano. Os dosmetros so os instrumentos utilizados para esta avaliao, e indicam a
exposio ou a dose absorvida total a que uma pessoa foi submetida. So tambm
chamados de dosmetros integradores. As principais caractersticas que um bom
dosmetro deve apresentar so:
a resposta deve ser independente da energia da radiao incidente,
deve cobrir um grande intervalo de dose,
deve medir todos os tipos de radiao ionizante e
deve ser pequeno, leve, de fcil manuseio, confortvel para o uso e econmico
quanto fabricao.
At hoje no existe um dosmetro que preencha todos esses requisitos de forma ideal,
mas apenas parcialmente. Os principais tipos de dosmetros so: fotogrfico,
termoluminescente (TLD) e cmara de ionizao de bolso (caneta dosimtrica).
6.2.1 DOSMETRO FOTOGRFICO
O dosmetro fotogrfico um dos detectores de radiao mais simples que
existem. constitudo de um filme (chapa fotogrfica) acondicionado em uma embalagem
de proteo, que protege a parte fotossensvel contra os efeitos da luz, agentes qumicos
e mecnicos. Esta embalagem contm pequenos discos metlicos que funcionam como
filtros que permitem a estimativa da dose e uma distino entre os vrios tipos de
radiao.
Os filmes dosimtricos utilizam a propriedade das radiaes ionizantes de
impressionarem chapas fotogrficas. Mediante a medida do grau de enegrecimento da
36
pelcula revelada, pode-se relaciona-lo com a quantidade de radiao absorvida, e desta
forma avaliar a dose recebida pelo indivduo.
Os filmes dosimtricos oferecem a vantagem de assegurar uma informao
permanente (podem ser guardados), permitindo desta forma que as medidas, se
necessrio, sejam repetidas. As desvantagens so decorrentes das influncias das
condies ambientais que podem afetar sua resposta, tais como temperatura, umidade e
o desvanecimento do enegrecimento com o tempo.
6.2.2 DOSMETRO TERMOLUMINESCENTE (TLD)
Os dosmetros termoluminescentes so cristais que, quando irradiados,
armazenam a energia da radiao incidente. Se este dosmetro for aquecido, a uma
certa temperatura, aps ter sido irradiado, a energia armazenada ser liberada com
emisso de luz, fenmeno conhecido como termoluminescncia. A quantidade de luz
emitida durante o aquecimento proporcional dose absorvida pelo dosmetro.
Os dosmetros TLD tm o formato de pastilhas e, geralmente, so utilizados num
estojo que acomoda vrios filtros, com a mesma finalidade daqueles utilizados nos
dosmetros fotogrficos. Os TLD's apresentam pouca dependncia energtica e quase
nenhuma dependncia direcional, mas a informao armazenada s pode ser avaliada
uma nica vez. A grande vantagem desses dosmetros que podem ser reutilizados.
6.2.3 CMARA DE IONIZAO DE BOLSO (CANETA DOSIMTRICA)
Os dosmetros de bolso, do tamanho de uma caneta comum, chamados por
isso de canetas dosimtricas, so utilizados como dosmetros complementares, quando
necessrio uma medida direta e rpida, permitindo ao usurio verificar a dose a que
foi submetido durante um determinado trabalho. O princpio de funcionamento deste
dosmetro semelhante aquele descrito no item 6.1.1.
6.3 CALIBRAO DE DETECTORES
Todos os instrumentos utilizados pela radioproteo no so instrumentos
absolutos, necessitando, port ant o de calibrao. Essa calibrao significa determinar
sua resposta a uma exposio de radiao conhecida ou de uma dose absorvida
conhecida, envolvendo sempre o uso de pelo um instrumento de referncia ou padro.
A calibrao dos instrumentos deve ser efetuada em intervalos regulares ou aps
conserto.
37
CAPTULO 7: EFEITOS BIOLGICOS DAS RADIAES
H muitos anos verificou-se que as radiaes ionizantes produziam danos
biolgicos nos seres vivos. Os primeiros casos de dano ao homem (dermatites, perda de
cabelo, anemia) foram relatados na literatura logo aps a descoberta dos raios X.
Ao longo dos anos foram relatados casos de dano em conseqncia da exposio
radiao, entre os quais se incluem os danos que afetaram os primeiros pesquisadores
no campo da energia nuclear, como Marie Curie.
Foi somente aps a segunda Guerra Mundial, em virtude das exploses nucleares
nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagazaki e do uso cada vez maior de
radionucldeos nos mais variados setores de atividades, que se estudou com mais
detalhes os efeitos produzidos por doses repetidas de radiao a longo prazo.
7.1 NOES DE BIOLOGIA
O organismo humano uma estrutura complexa cuja menor unidade com funes
prprias a clula. As clulas so constitudas de molculas e estas por sua vez de
tomos.
As clulas so compostas por vrios tipos de molculas como: aminocidos,
protenas, gua e eletrlitos como o potssio, cloro, sdio, clcio, magnsio, fosfatos.
Podemos dividir as clulas do organismo humano em dois grandes grupos, as clulas
somticas e as clulas germinativas.
As clulas somticas compem a maior parte do organismo, sendo elas responsveis
pela formao da estrutura corprea (ossos, msculos).
As clulas germinativas esto presentes nas gnadas (ovrios e testculos) e se
dividem produzindo os gametas (vulos e espermatozides) necessrios na reproduo.
Essas clulas so muito importantes, pois so as responsveis pela transmisso das
caractersticas hereditrias do indivduo.
7.2 MECANISMOS DE AO DAS RADIAES IONIZANTES
Os efeitos biolgicos produzidos pela ao das radiaes ionizantes no organismo
humano so resultantes da interao dessas radiaes com os tomos e as molculas do
corpo. Nessa interao, o primeiro fenmeno que ocorre fsico e consiste na ionizao e
na excitao dos tomos, resultante da troca de energia entre a radiao e a matria.
Seguindo-se a este, ocorre o fenmeno qumico que consiste de rupturas de ligaes
qumicas nas molculas. A seguir aparecem os fenmenos bioqumicos e fisiolgicos.
Aps um intervalo de tempo varivel aparecem as leses observveis, que podem ser no
nvel celular ou no nvel do organismo como um todo. Na maioria das vezes, devido
recuperao do organismo, os efeitos no chegam a tornar-se visveis ou detectveis.
Um dos processos mais importantes de interao da radiao no organismo
humano com as molculas de gua. Esta importncia conseqncia da quantidade
de gua presente no organismo humano (aproximadamente 70 % do corpo humano).
Quando a radiao interage com as molculas de gua do organismo humano,
essas molculas se quebram formando uma srie de produtos danosos ao organismo,
38
como os radicais livres e a gua oxigenada. Esse processo chamado de radilise da
gua.
7.3 CARACTERSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLGICOS DAS
RADIAES IONIZANTES
7.3.1 ESPECIFICIDADE
Os efeitos biolgicos das radiaes ionizantes podem ser provocados por outras
causas que no as radiaes, isto , no so caractersticos ou especficos das radiaes
ionizante. Outros agentes fsicos, qumicos ou biolgicos podem causar os mesmos
efeitos. Exemplo: O cncer um tipo de efeito que pode ser causado tanto pelas
radiaes ionizantes como por outros agentes.
7.3.2 TEMPO DE LATNCIA
o tempo que decorre entre o momento da irradiao e o aparecimento de um dano
biolgico visvel. No caso da dose de radiao ser alta, esse tempo muito curto. Os
danos decorrentes da exposio crnica, doses baixas com tempo de exposio longo,
podem apresentar tempos de latncia da ordem de dezenas de anos. O tempo de latncia
inversamente proporcional dose.
7.3.3 REVERSIBILIDADE
Os efeitos biolgicos causados pelas radiaes ionizantes podem ser reversveis. A
reversibilidade de um efeito depender do tipo de clula afetada e da possibilidade de
restaurao desta clula. Existem, porm, os danos irreversveis como o cncer e as
necroses.
7.3.4 TRANSMISSIBILIDADE
A maior parte das alteraes causadas pelas radiaes ionizantes que afetam uma
clula ou um organismo no so transmitidos a outras clulas ou outros organismos.
Devemos, porm, citar os danos causados ao material gentico das clulas dos ovrios
e dos testculos. Esses danos podem ser transmitidos hereditariamente por meio da
reproduo.
7.3.5 DOSE LIMIAR
Certos efeitos biolgicos necessitam, para se manifestar, que a dose de radiao seja
superior a um valor mnimo, chamada de dose limiar. Temos tambm os efeitos que no
necessitam de uma dose mnima para se manifestar. Como exemplo podemos citar a
anemia cuja dose limiar de 1 Sv e todas as formas de cncer que teoricamente no
necessitam de uma dose limiar.
39
7.3.6 RADIOSENSIBILIDADE
Nem todas as clulas, os tecidos, os rgos e os organismos respondem igualmente
mesma dose de radiao. As diferenas de sensibilidade observadas seguem a "lei de
Bergonie e Tribondeau a qual diz: "a radiosensibilidade das clulas diretamente
proporcional a sua capacidade de reproduo e inversamente proporcional ao seu grau
de especializao. Por exemplo, a pele e as clulas produtoras de sangue.
7.4 CLASSIFICAO DOS EFEITOS BIOLGICOS DAS RADIAES
IONIZANTES
Os efeitos biolgicos das radiaes ionizantes (efeitos deletrios) so classificados
em estocsticos e determinsticos.
Os efeitos estocsticos so aqueles para os quais a probabilidade de ocorrncia
funo da dose, no apresentando dose limiar. Como exemplo podemos citar o cncer e
os efeitos hereditrios. A curva caracterstica deste tipo de efeito mostrada na figura
7.1.
Figura 7.1: Curva caracterstica de efeito estocsticos.
Os efeitos determinsticos so aqueles cuja gravidade aumenta com o aumento
da dose e para os quais existe um limiar de dose, como exemplo, podemos citar a
anemia, a catarata, as radiodermites etc. A curva caracterstica deste tipo de efeito
mostrada na figura ao lado.
Figura 7.2: Curva caracterstica de efeito determinsticos.
40
Podemos tambm apresentar os efeitos biolgicos em somticos e hereditrios.
Os efeitos somticos so alteraes que ocorrem nas clulas somticas e se
manifestam no indivduo irradiado, no sendo transmissveis aos descendentes.
Os efeitos hereditrios podem ser transmitidos aos descendentes e so
conseqncia de alteraes nos cromossomos (DNA) dos gametas (vulos e
espermatozides) do indivduo irradiado.
7.5 EFEITOS SOMTICOS
Os efeitos somticos das radiaes podem ser divididos em imediatos e tardios. Os
efeitos somticos imediatos so aqueles que apresentam um tempo de latncia muito
curto e so conseqncia de uma exposio aguda radiao (dose alta recebida num
curto espao de tempo). Os efeitos tardios so aqueles que apresentam um tempo de
latncia muito longo; alguns efeitos demoram dezenas de anos para se manifestar.
Figura 7.3: Radiodermite.
No caso do indivduo receber uma dose de radiao localizada em uma
determinada regio do corpo, os efeitos observados tero uma relao direta com esta
regio. Por exemplo, uma irradiao localizada nas gnadas poder acarretar uma
esterilidade no indivduo, uma irradiao localizada na pele acarretar uma radiodermite
(queimadura por radiao), como pode ser visto na figura 7.3.
No caso do organismo inteiro receber uma dose alta de radiao num curto espao
de tempo, os efeitos podem se manifesta em um perodo de horas ou dias, com o
aparecimento de um conjunto de sinais e sintomas que levam a um quadro clnico tpico
denominado de "Sndrome Aguda da Radiao.
7.5.1 SNDROME AGUDA DA RADIAO
Sabendo-se que cada tipo de clula apresenta uma sensibilidade diferente frente
radiao, podemos saber qual sistema biolgico ser afetado com diferentes doses de
radiao.
Para doses de aproximadamente 2 Sv (200 rem), as clulas mais danificadas sero
aquelas com maior sensibilidade, como as clulas da medula ssea. Desta forma, os
41
efeitos observveis durante a manifestao deste estgio da sndrome so relativos a
danos nessas clulas. Temos ento a observao de anemia, leucopenia, plaquetopenia,
infeco, febre e hemorragia. Esta conhecida como forma hematopoitica da sndrome
aguda da radiao.
Com doses mais altas, acima de 8 Sv (800 rem), as clulas mais danificadas sero as
clulas do tecido epitelial (mucosa) que revestem o trato gastrointestinal; quando essas
clulas so danificadas, uma barreira biolgica vital quebrada. Tem-se ento uma
perda de lquidos e eletrlitos, infeco e diarria. Esta conhecida como forma gastro-
intestinal da sndrome aguda da radiao.
Para doses acima de 50 Sv (5000 rem), as clulas relativamente resistentes do
sistema nervoso central sero danificadas e o indivduo afetado rapidamente apresentar
sintomas de dano nesse rgo, apresentando convulses, estado de choque,
desorientao. Esta conhecida como forma neuro vascular cerebral ou de sistema
nervoso central da sndrome aguda da radiao.
7.5.2 EFEITOS SOMTICOS TARDIOS
Estes efeitos so chamados tardios, pois apresentam um perodo de latncia muito
longo, manifestando-se muitos anos aps a exposio radiao. Podem ser decorrentes
de uma exposio aguda ou crnica radiao. Dentre os efeitos somticos tardios,
podemos citar como principal exemplo o cncer.
7.6 EFEITOS HEREDITRIOS
Qualquer alterao do material gentico das clulas (DNA) denominada mutao.
A radiao um dos agentes que pode provocar mutaes.
Os efeitos hereditrios podem ocorrer quando as gnadas de um indivduo so
expostas radiao. Neste caso, os genes e os cromossomos das clulas responsveis
pela reproduo (vulos e espermatozides) podem ser danificados pela radiao. Assim
sendo, essas alteraes podem ser transmitidas, de pais para filhos por meio da
reproduo.
Entre os efeitos hereditrios podemos citar: anidria (ausncia da ris do olho),
albinismo, hemofilia (distrbio de coagulao sangunea), daltonismo, sndrome de Down.
42
CAPTULO 8: OS BENEFCIOS DA ENERGIA NUCLEAR E DAS
RADIAES IONIZANTES
Infelizmente so pouco divulgados os grandes benefcios da energia nuclear.
A cada dia, novas tcnicas nucleares so desenvolvidas nos diversos campos da
atividade humana, possibilitando a execuo de tarefas impossveis de serem realizadas
pelos meios convencionais. A medicina, a indstria, particularmente a farmacutica, e a
agricultura so as reas mais beneficiadas.
Os istopos radioativos ou radioistopos, devido propriedade de emitirem
radiaes, tm vrios usos. As radiaes podem at atravessar a matria ou serem
absorvidas por ela, o que possibilita mltiplas aplicaes. Mesmo em quantidades cuja
massa no pode ser determinada pelos mtodos qumicos, a radiao por eles emitida
pode ser detectada. Pela absoro da energia das radiaes (em forma de calor) clulas
ou pequenos organismos podem ser destrudos. Essa propriedade, que normalmente
altamente inconveniente para os seres vivos, pode ser usada em seu benefcio, quando
empregada para destruir clulas ou microorganismos nocivos.
8.1 MEDICINA NUCLEAR
A Medicina Nuclear a rea da medicina onde so utilizados os radioistopos,
tanto em diagnsticos como em terapias.
Radioistopos administrados a pacientes passam a emitir suas radiaes do lugar
(no caso, rgo) onde tm preferncia em ficar.
Um exemplo prtico bem conhecido o uso do iodo-131 (I-131), que emite
partcula beta, radiao gama e tem meia-vida de oito dias.
O elemento iodo, radioativo ou no, absorvido pelo organismo humano
preferencialmente pela glndula tireide, onde se concentra. O funcionamento da tireide
influi muito no comportamento das pessoas e depende de como o iodo por ela
absorvido.
O fato de ser radioativo no tem qualquer influncia no comportamento de um
elemento qumico em relao aos demais elementos.
Para diagnstico de tireide, o paciente ingere uma soluo de iodo-131, que vai
ser absorvido pela glndula. "Passando" um detector pela frente do pescoo do paciente,
pode-se observar se o iodo foi muito ou pouco absorvido em relao ao normal (padro) e
como se distribui na glndula.
O detector associado a um mecanismo que permite obter um "desenho" ou
mapeamento, em preto e branco ou colorido, da tireide.
Um diagnstico, no caso um radiodiagnstico, feito por comparao com um
mapa padro de uma tireide normal.
A mesma tcnica usada para mapeamento de fgado e de pulmo.
8.2 A RADIOTERAPIA
Fontes radiativas (= fontes de radiao) de csio-137 e cobalto-60 so usadas para
destruir clulas de tumores, uma vez que estas so mais sensveis radiao do que os
tecidos normais (sos).
43
Radioterapia = tratamento com fontes de radiao.
Um dos aparelhos de radioterapia mais conhecidos a Bomba de Cobalto, usada
no tratamento contra o cncer, e que nada tem de "bomba" (no explode). Trata-se de
uma fonte radiativa de cobalto-60 (Co-60), encapsulada ou "selada" (hermeticamente
fecha-da) e blindada, para impedir a passagem de radiao. At bem pouco tempo, para
este fim, eram utilizadas fontes de csio-137, que foram substitudas pelas de cobalto-60,
que, entre outras razes tcnicas, apresentam maior rendimento teraputico.
Deve ficar bem claro que:
Um objeto ou o prprio corpo, quando irradiado (exposto radiao) por uma fonte
radiativa, NO FICA RADIOATIVO.
muito comum confundir-se irradiao com contaminao.
A contaminao se caracteriza pela presena de um material indesejvel em
determinado local.
A irradiao a exposio de um objeto ou de um corpo radiao.
Portanto, pode haver irradiao sem existir contaminao, ou seja, sem contato
entre a fonte radiativa e o objeto ou corpo irradiado. No entanto, havendo contaminao
radioativa (= presena de material radioativo), claro que haver irradiao do meio
contaminado.
8.3 APLICAES NA AGRICULTURA
Ainda no campo dos alimentos, uma aplicao importante a irradiao para a
conservao de produtos agrcolas, como batata, cebola, alho e feijo. Batatas irradiadas
podem ser armazenadas por mais de um ano sem murcharem ou brotarem.
8.4 APLICAES NA INDSTRIA
A aplicao de radioistopos mais conhecida na indstria a radiografia de peas
metlicas ou gamagrafia industrial.
Gamagrafia
Impresso de radiao gama em filme fotogrfico.
Os fabricantes de vlvulas usam a gamagrafia, na rea de Controle da Qualidade,
para verificar se h defeitos ou rachaduras no corpo das peas.
As empresas de aviao fazem inspees freqentes nos avies, para verificar se
h "fadiga" nas partes metlicas e soldas essenciais sujeitas a maior esforo (por
exemplo, nas asas e nas turbinas) usando a gamagrafia.
8.5 OS RAIOS-X E APLICAES
Os raios-X so radiaes da mesma natureza da radiao gama (ondas
eletromagnticas), com caractersticas idnticas. S diferem da radiao gama pela
origem, ou seja, os raios-X no saem do ncleo do tomo.
Raios-X no so energia nuclear.
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Os raios-X so emitidos quando eltrons, acelerados por alta voltagem, so
lanados contra tomos e sofrem frenagem, perdendo energia. No tm, pois, origem no
ncleo do tomo.
Raios-X so energia atmica
Toda energia nuclear atmica, porque o ncleo pertence ao tomo, mas nem
toda energia atmica nuclear.
Outro exemplo de energia atmica e no nuclear a energia das reaes qumicas
(liberadas ou absorvidas).
As primeiras aplicaes dos aparelhos de raios-X ocorreram na Medicina, para
diagnstico de fraturas sseas e, logo aps, na Odontologia, para diagnstico de canais
dentrios.
Foram desenvolvidos aparelhos mais potentes para uso em radiografia industrial
(semelhante gamagrafia). As principais desvantagens de tais aparelhos, para a
indstria, so as seguintes:
as peas tm que ser levadas at eles, uma vez que impraticvel deslocar os
aparelhos (de grande porte) e acessrios;
depende de fonte de alimentao (energia eltrica);
tm limitaes, impostas pela forma das peas a serem radiografadas.
Os aparelhos de Raios-X no so radioativos.
S emitem radiao quando esto ligados, isto , em operao.
Em relao ao ser humano, os raios-X requerem os mesmos cuidados que a
radiao gama e, por isso, no podem ser usados indiscriminadamente.
(Smbolo da presena de radiao)
Deve ser respeitado, e no temido.
PERIGO: - REA RADIOATIVA
PERIGO: - MATERIAL RADIOATIVO
PERIGO: - RISCO DE RADIAO
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Aplicaes de raios X na Medicina: Diagnstico
Raios X odontolgicos
Tomografia
Computadorizada (CT)
Mamografia
Aplicaes de raios X na Medicina: Terapia
Radioterapia Acelerador Linear
46
CAPTULO 9: PORTARIA 453/98, NORMA CNEN-NE.3.01 E
PROTEO RADIOLGICA
NORMAS CNEN COMISSO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR
Norma CNEN-NE.3.01-Diretrizes Bsicas de Radioproteo;
Norma CNEN-NN.6.01- Requisitos para o Registro de Pessoas Fsicas para o
preparo, Uso e Manuseio de Fontes Radioativas;
Norma CNEN-NE.6.02- Licenciamento de Instalaes Radioativas;
Norma CNEN-NE.6.05- Gerncia de Rejeitos Radioativos em Instalaes
Radiativas;
Norma CNEN-NN.3.05- Requisitos de Radioproteo e Segurana para Servios
de Medicina Nuclear;
Norma CNEN-NE.5.01- Transporte de Materiais Radioativos;
OBJETIVO DAS NORMAS: Impedir o aparecimento de efeitos biolgicos
determinsticos e limitar a probabilidade de efeitos estocsticos durante a vida
profissional do indivduo.
PORTARIA 453/98 DA SECRETARIA DE VIGILNCIA SANITRIA DO
MINISTRIO DA SADE
"DIRETRIZES DE PROTEO RADIOLGICA EM RADIODIAGNSTICO
MDICO E ODONTOLGICO"
"A Proteo Radiolgica tem por objetivo a proteo do homem e de seu meio ambiente
contra os possveis efeitos deletrios causados pelas radiaes ionizantes provenientes
de fontes produzidas pelo homem, e de fontes naturais modificadas tecnologicamente.
Estabelece os requisitos bsicos de proteo radiolgica em radiodiagnstico;
Disciplina a prtica com os raios-x para fins diagnsticos e intervencionistas;
Visa a defesa da sade dos pacientes, dos profissionais envolvidos e do pblico
em geral.
Motivo principal:
H uma expanso do uso das radiaes ionizantes na medicina e odontologia no
pas.
Riscos inerentes ao uso das radiaes ionizantes e por isso h uma necessidade
de uma poltica nacional de proteo radiolgica.
Outros Motivos:
Exposies radiolgicas para fins de sade constituem a principal fonte de
exposio da populao a fontes artificiais de radiao ionizante;
necessrio de garantir a qualidade dos servios de radiodiagnstico prestados
populao, e de assegurar os requisitos mnimos de proteo radiolgica aos
pacientes, aos profissionais e ao pblico em geral;
Padronizao, a nvel nacional, dos requisitos de proteo radiolgica para o
funcionamento dos estabelecimentos que operam com raios-x diagnsticos.
47
9.1 SISTEMA DE PROTEO RADIOLGICA
Os princpios bsicos que regem este Regulamento so:
a) Justificao da prtica e das exposies mdicas individuais.
b) Otimizao da proteo radiolgica.
c) Limitao de doses individuais.
d) Preveno de acidentes.
9.2 JUSTIFICAO
A justificao o princpio bsico de proteo radiolgica que estabelece que
nenhuma prtica ou fonte adscrita a uma prtica deve ser autorizada a menos que
produza suficiente benefcio para o indivduo exposto ou para a sociedade, de modo a
compensar o detrimento que possa ser causado.
O princpio da justificao em medicina e odontologia deve ser aplicado
considerando:
a) Que a exposio mdica deve resultar em um benefcio real para a sade do
indivduo e/ou para sociedade, tendo em conta a totalidade dos benefcios potenciais em
matria de diagnstico ou teraputica que dela decorram, em comparao com o
detrimento que possa ser causado pela radiao ao indivduo.
b) A eficcia, os benefcios e riscos de tcnicas alternativas disponveis com o
mesmo objetivo, mas que envolvam menos ou nenhuma exposio a radiaes
ionizantes.
Na rea da sade existem dois nveis de justificao: justificao genrica da
prtica e justificao da exposio individual do paciente em considerao.
a) Justificao genrica
(i) todos os novos tipos de prticas que envolvam exposies mdicas
devem ser previamente justificadas antes de serem adotadas em geral.
(ii) os tipos existentes de prticas devem ser revistos sempre que se
adquiram novos dados significativos
acerca de sua eficcia ou de suas conseqncias.
b) Justificao da exposio individual
(i) todas as exposies mdicas devem ser justificadas individualmente,
tendo em conta os objetivos especficos da exposio e as caractersticas do
indivduo envolvido.
Fica proibida toda exposio que no possa ser justificada, incluindo:
a) Exposio deliberada de seres humanos aos raios-x diagnsticos com o objetivo
nico de demonstrao, treinamento ou outros fins que contrariem o princpio da
justificao.
b) Exames radiolgicos para fins empregatcios ou periciais, exceto quando as
informaes a serem obtidas possam ser teis sade do indivduo examinado, ou para
melhorar o estado de sade da populao.
c) Exames radiolgicos para rastreamento em massa de grupos populacionais,
exceto quando o Ministrio da Sade julgar que as vantagens esperadas para os
indivduos examinados e para a populao so suficientes para compensar o custo
econmico e social, incluindo o detrimento radiolgico. Deve-se levar em conta, tambm,
o potencial de deteco de doenas e a probabilidade de tratamento efetivo dos casos
detectados.
d) Exposio de seres humanos para fins de pesquisa biomdica, exceto quando
estiver de acordo com a Declarao de Helsinque, adotada pela 18 Assemblia Mundial
da OMS de 1964; revisada em 1975 na 29 Assemblia, em 1983 na 35 Assemblia e
48
em 1989 na 41 Assemblia, devendo ainda estar de acordo com resolues especficas
do Conselho Nacional de Sade.
e) Exames de rotina de trax para fins de internao hospitalar, exceto quando
houver justificativa no contexto clnico, considerando-se os mtodos alternativos.
9.3 OTIMIZAO DA PROTEO RADIOLGICA
O princpio de otimizao estabelece que as instalaes e as prticas devem ser
planejadas, implantadas e executadas de modo que a magnitude das doses individuais, o
nmero de pessoas expostas e a probabilidade de exposies acidentais sejam to
baixos quanto razoavelmente exeqveis, levando-se em conta fatores sociais e
econmicos, alm das restries de dose aplicveis.
A otimizao da proteo deve ser aplicada em dois nveis, nos projetos e
construes de equipamentos e instalaes, e nos procedimentos de trabalho.
No emprego das radiaes em medicina e odontologia, deve-se dar nfase
otimizao da proteo nos procedimentos de trabalho, por possuir uma influncia direta
na qualidade e segurana da assistncia aos pacientes.
As exposies mdicas de pacientes devem ser otimizadas ao valor mnimo
necessrio para obteno do objetivo radiolgico (diagnstico e teraputico), compatvel
com os padres aceitveis de qualidade de imagem. Para tanto, no processo de
otimizao de exposies mdicas deve-se considerar:
a) A seleo adequada do equipamento e acessrios.
b) Os procedimentos de trabalho.
c) A garantia da qualidade.
d) Os nveis de referncia de radiodiagnstico para pacientes.
e) As restries de dose para indivduo que colabore, conscientemente e de livre
vontade, fora do contexto de sua atividade profissional, no apoio e conforto de um
paciente, durante a realizao do procedimento radiolgico.
As exposies ocupacionais e as exposies do pblico decorrentes das prticas
de radiodiagnstico devem ser otimizadas a um valor to baixo quanto exeqvel,
observando-se:
a) As restries de dose estabelecidas neste Regulamento.
b) O coeficiente monetrio por unidade de dose coletiva estabelecido pela
Resoluo-CNEN n. 12, de 19/07/88, quando se tratar de processos quantitativos de
otimizao.
9.4 LIMITAO DE DOSES INDIVIDUAIS
Os limites de doses individuais so valores de dose efetiva ou de dose equivalente,
estabelecidos para exposio ocupacional e exposio do pblico decorrentes de prticas
controladas, cujas magnitudes no devem ser excedidas.
Os limites de dose:
a) Incidem sobre o indivduo, considerando a totalidade das exposies
decorrentes de todas as prticas a que ele possa estar exposto.
b) No se aplicam s exposies mdicas.
c) No devem ser considerados como uma fronteira entre "seguro" e "perigoso".
d) No devem ser utilizados como objetivo nos projetos de blindagem ou para
avaliao de conformidade em levantamentos radiomtricos.
e) No so relevantes para as exposies potenciais.
49
9.4.1 EXPOSIES OCUPACIONAIS
a) As exposies ocupacionais normais de cada indivduo, decorrentes de todas as
prticas, devem ser controladas de modo que os valores dos limites estabelecidos na
Resoluo-CNEN n. 12/88 no sejam excedidos. Nas prticas abrangidas por este
Regulamento, o controle deve ser realizado da seguinte forma:
(i) a dose efetiva mdia anual no deve exceder 20 mSv em qualquer perodo de 5
anos consecutivos, no podendo exceder 50 mSv em nenhum ano.
(ii) a dose equivalente anual no deve exceder 500 mSv para extremidades e 150
mSv para o cristalino.
b) Para mulheres grvidas devem ser observados os seguintes requisitos
adicionais, de modo a proteger o embrio ou feto:
(i) a gravidez deve ser notificada ao titular do servio to logo seja constatada;
(ii) as condies de trabalho devem ser revistas para garantir que a dose na
superfcie do abdmen no exceda 2 mSv durante todo o perodo restante da
gravidez, tornando pouco provvel que a dose adicional no embrio ou feto exceda
cerca de 1 mSv neste perodo.
c) Menores de 18 anos no podem trabalhar com raios-x diagnsticos, exceto em
treinamentos.
d) Para estudantes com idade entre 16 e 18 anos, em estgio de treinamento
profissional, as exposies devem ser controladas de modo que os seguintes valores no
sejam excedidos:
(i) dose efetiva anual de 6 mSv ;
(ii) dose equivalente anual de 150 mSv para extremidades e 50 mSv para o
cristalino.
e) proibida a exposio ocupacional de menores de 16 anos.
As exposies normais de indivduos do pblico decorrentes de todas as prticas
devem ser restringidas de modo que a dose efetiva anual no exceda 1 mSv.
Tabela 9.1: Limites Primrios Anuais de Dose Equivalente
50
9.5 PREVENO DE ACIDENTES
No projeto e operao de equipamentos e de instalaes deve-se minimizar a
probabilidade de ocorrncia de acidentes (exposies potenciais).
Deve-se desenvolver os meios e implementar as aes necessrias para minimizar
a contribuio de erros humanos que levem ocorrncia de exposies acidentais.
9.6 RESPONSABILIDADES BSICAS
Os empregadores e titulares dos servios so os responsveis principais pela
aplicao deste Regulamento. Constitui obrigao dos responsveis principais tomar
todas as providncias necessrias relativas ao licenciamento dos seus servios.
9.6.1 RESPONSABILIDADES DOS TITULARES E EMPREGADORES
Compete aos titulares e empregadores, no mbito do seu estabelecimento, a
responsabilidade principal pela segurana e proteo dos pacientes, da equipe e do
pblico em geral, devendo assegurar os recursos materiais e humanos e a
implementao das medidas necessrias para garantir o cumprimento dos requisitos
deste Regulamento. Para tanto, os titulares e empregadores devem:
a) Assegurar que estejam disponveis os profissionais necessrios em nmero e
com qualificao para conduzir os procedimentos radiolgicos, bem como a necessria
competncia em matria de proteo radiolgica.
b) Incumbir aos mdicos do estabelecimento (ou odontlogos, no caso de
radiologia odontolgica) a tarefa e obrigao primria de garantir a proteo global do
paciente na requisio e na realizao do procedimento radiolgico.
c) Nomear um membro qualificado da equipe para responder pelas aes relativas
ao programa de proteo radiolgica do servio, com autoridade e responsabilidades
definidas (SPR).
d) Nomear um mdico da equipe (ou odontlogo, em radiologia odontolgica) para
responder pelos procedimentos radiolgicos, levando em conta os princpios e requisitos
de proteo radiolgica estabelecidos neste Regulamento, com autoridade e
responsabilidades definidas (RT).
e) Tomar todas as medidas necessrias para evitar falhas e erros, incluindo a
implementao de procedimentos adequados de calibrao, controle de qualidade e
operao dos equipamentos de raios x.
f) Garantir os recursos necessrios para o treinamento apropriado e atualizao
peridica da equipe sobre tcnicas e procedimentos radiolgicos, incluindo aspectos de
proteo radiolgica.
g) Assessorar-se de um especialista de fsica de radiodiagnstico na execuo das
medidas de proteo radiolgica no mbito do servio, incluindo controle de qualidade.
h) Assegurar que nenhum paciente seja submetido a uma exposio mdica sem
que seja solicitada por um mdico, ou odontlogo, no caso de radiologia odontolgica.
i) Zelar para que as exposies mdicas de pacientes sejam as mnimas
necessrias para atingir o objetivo radiolgico pretendido e que sejam consideradas as
informaes relevantes de exames prvios que possam evitar exames adicionais
desnecessrios.
j) Zelar para que cada profissional tome todas as medidas necessrias para
restringir as exposies ocupacionais e exposies do pblico a valores to baixos quanto
razoavelmente exeqveis, limitados conforme especificado neste Regulamento.
k) Assegurar que a exposio voluntria de acompanhante, ao ajudar um paciente
durante um procedimento radiolgico, seja otimizada de modo que sua dose seja to
51
baixa quanto razoavelmente exeqvel, considerando o nvel de restrio de dose
estabelecido neste Regulamento.
l) Prover monitorao individual e o controle de sade do pessoal
ocupacionalmente exposto, conforme descrito neste Regulamento.
m) Prover as vestimentas de proteo individual para a proteo dos pacientes, da equipe
e de eventuais acompanhantes.
n) Manter as instalaes e seus equipamentos de raios-x nas condies exigidas
neste Regulamento, devendo prover servio adequado de manuteno peridica.
o) Assegurar que todos os procedimentos operacionais estejam escritos,
atualizados e disponveis equipe.
p) Garantir que seja fornecida equipe, por escrito, informao adequada sobre os
riscos decorrentes das exposies mdicas e das exposies ocupacionais.
q) A responsabilidade de obter os histricos de exposies ocupacionais prvias,
como pr-requisito para contratao ou engajamento de pessoal.
r) Manter um exemplar deste Regulamento em cada servio de radiodiagnstico
sob sua responsabilidade e assegurar que cada membro da equipe tenha acesso ao
mesmo.
s) Estabelecer, e assegurar que sejam entendidas, as funes e responsabilidades
de cada profissional, assim como linhas claras de autoridade para tomada de deciso no
mbito do estabelecimento.
9.6.2 RESPONSABILIDADES DOS TCNICOS E AUXILIARES
Compete aos tcnicos e auxiliares:
a) Executar suas atividades em conformidade com as exigncias deste
Regulamento e com as instrues do RT e do SPR.
b) Realizar apenas exposies mdicas autorizadas por um mdico do servio, ou
odontlogo, em se tratando de radiologia odontolgica.
c) Atuar no programa de garantia de qualidade, nas avaliaes de doses em
pacientes e nas avaliaes do ndice de rejeio de radiografias, segundo instrues do
SPR.
d) Assentar os procedimentos radiogrficos realizados.
e) Manter assentamento, em livro prprio, de qualquer ocorrncia relevante sobre
condies de operao e de segurana de equipamentos, das manutenes e dos
reparos.
Compete a cada membro da equipe:
a) Estar ciente do contedo deste Regulamento, dos riscos associados ao seu
trabalho, dos procedimentos operacionais e de emergncia relacionados ao seu trabalho,
e de suas responsabilidades na proteo dos pacientes, de si mesmo e de outros.
b) Informar imediatamente ao SPR qualquer evento que possa resultar em
alteraes nos nveis de dose ou em aumento do risco de ocorrncia de acidentes, assim
como qualquer outra circunstncia que possa afetar a conformidade com este
Regulamento.
c) Submeter-se aos treinamentos de atualizao regularmente oferecidos.
d) Fornecer ao titular informaes relevantes sobre suas atividades profissionais
atuais e anteriores, de modo a permitir um controle ocupacional adequado.
e) Utilizar o dosmetro individual e vestimentas de proteo individual, conforme os
requisitos deste Regulamento e as instrues do SPR.
f) Notificar ao titular sua gravidez, confirmada ou suspeita, de modo a possibilitar os
passos necessrios para garantir a observao do limite de dose estabelecido para o
perodo restante da gestao.
52
g) Notificar autoridade sanitria condies inseguras de trabalho.
h) Evitar a realizao de exposies mdicas desnecessrias.
responsabilidade do mdico ou odontlogo, no caso de radiologia odontolgica,
que prescreve ou solicita um procedimento radiolgico estar ciente dos riscos das
radiaes ionizantes, do princpio de justificao, das proibies, das limitaes e
vantagens da prtica radiolgica comparada com tcnicas alternativas.
Os responsveis legais das empresas prestadoras de servio de manuteno e/ou
assistncia tcnica de equipamentos de raios-x diagnsticos devem:
a) Providenciar o licenciamento de sua empresa junto autoridade sanitria local.
b) Assegurar que sua equipe tcnica esteja treinada e ciente dos requisitos de
desempenho e de segurana dos equipamentos, especificados neste Regulamento.
c) Atender aos requisitos de controle ocupacional estabelecidos neste
Regulamento.
9.7 DOS AMBIENTES
Os ambientes do estabelecimento de sade que emprega os raios-x diagnsticos
devem estar em conformidade com as normas estabelecidas pelo Ministrio da Sade
para Projetos Fsicos de Estabelecimentos Assistenciais de Sade, Portaria 1884 de
11/11/94, ou a que vier a substitu-la.
As salas de raios-x devem dispor de:
a) Paredes, piso, teto e portas com blindagem que proporcione proteo
radiolgica s reas adjacentes, de acordo com os requisitos de otimizao, observando-
se os nveis de restrio de dose estabelecidos neste Regulamento. Deve-se observar,
ainda:
(i) as blindagens devem ser contnuas e sem falhas;
(ii) a blindagem das paredes pode ser reduzida acima de 210 cm do piso, desde
que devidamente justificado;
(iii) particular ateno deve ser dada blindagem da parede com "bucky" mural
para exame de trax e s reas atingidas pelo feixe primrio de radiao;
(iv) toda superfcie de chumbo deve estar coberta com revestimento protetor como
lambris, pintura ou outro material adequado.
b) Cabine de comando com dimenses e blindagem que proporcione atenuao
suficiente para garantir a proteo do operador. Deve-se observar ainda os seguintes
requisitos:
(i) a cabine deve permitir ao operador, na posio de disparo, eficaz comunicao e
observao visual do paciente mediante um sistema de observao eletrnico
(televiso) ou visor apropriado com, pelo menos, a mesma atenuao calculada
para a cabine;
(ii) quando o comando estiver dentro da sala de raios-x, permitido que a cabine
seja aberta ou que seja utilizado um biombo fixado permanentemente no piso e
com altura mnima de 210 cm, desde que a rea de comando no seja atingida
diretamente pelo feixe espalhado pelo paciente;
(iii) a cabine deve estar posicionada de modo que, durante as exposies, nenhum
indivduo possa entrar na sala sem ser notado pelo operador;
(iv) deve haver um sistema de reserva ou sistema alternativo para falha eletrnica,
no caso de sistema de observao eletrnico.
53
c) Sinalizao visvel na face exterior das portas de acesso, contendo o smbolo
internacional da radiao ionizante acompanhado das inscries: "raios-x, entrada
restrita" ou "raios-x, entrada proibida a pessoas no autorizadas".
d) Sinalizao luminosa vermelha acima da face externa da porta de acesso,
acompanhada do seguinte aviso de advertncia: "Quando a luz vermelha estiver acesa,
a entrada proibida". A sinalizao luminosa deve ser acionada durante os
procedimentos radiolgicos indicando que o gerador est ligado e que pode haver
exposio. Alternativamente, pode ser adotado um sistema de acionamento automtico
da sinalizao luminosa, diretamente conectado ao mecanismo de disparo dos raios-x.
e) Quadro com as seguintes orientaes de proteo radiolgica, em lugar visvel:
(i) "No permitida a permanncia de acompanhantes na sala durante o exame
radiolgico, salvo quando estritamente necessrio e autorizado";
(ii) "Acompanhante, quando houver necessidade de conteno de paciente, exija e
use corretamente vestimenta plumbfera para sua proteo".
f) Quadro no interior da sala, em lugar e tamanho visvel ao paciente, com o
seguinte aviso: "Nesta sala somente pode permanecer um paciente de cada vez".
g) Vestimentas de proteo individual para pacientes, equipe e acompanhantes, e
todos acessrios necessrios aos procedimentos previstos para a sala, conforme
estabelecido neste Regulamento. Deve haver suportes apropriados para sustentar os
aventais plumbferos de modo a preservar a sua integridade.
Junto ao painel de controle de cada equipamento de raios-x deve ser mantido um
protocolo de tcnicas radiogrficas (tabela de exposio) especificando, para cada exame
realizado no equipamento, as seguintes informaes:
a) Tipo de exame (espessuras e partes anatmicas do paciente) e respectivos
fatores de tcnica radiogrfica.
b) Quando aplicvel, parmetros para o controle automtico de exposio.
c) Tamanho e tipo da combinao tela-filme.
d) Distncia foco-filme.
e) Tipo e posicionamento da blindagem a ser usada no paciente.
f) Quando determinado pela autoridade sanitria local, restries de operao do
equipamento e procedimentos de segurana.
A sala de raios-x deve dispor somente do equipamento de raios-x e acessrios
indispensveis para os procedimentos radiolgicos a que destina.
No permitida a instalao de mais de um equipamento de raios-x por sala.
O servio de radiodiagnstico deve implantar um sistema de controle de exposio
mdica de modo a evitar exposio inadvertida de pacientes grvidas, incluindo avisos de
advertncia como: "Mulheres grvidas ou com suspeita de gravidez: favor informarem ao
mdico ou ao tcnico antes do exame".
As instalaes mveis devem ser projetadas e utilizadas observando-se os nveis
de restrio de dose estabelecidos neste Regulamento.
A cmara escura deve ser planejada e construda considerando-se os seguintes
requisitos:
a) Dimenso proporcional quantidade de radiografias e ao fluxo de atividades
previstas no servio.
b) Vedao apropriada contra luz do dia ou artificial. Ateno especial deve ser
dada porta, passa chassis e sistema de exausto.
54
c) O(s) interruptor(es) de luz clara deve(m) estar posicionado(s) de forma a evitar
acionamento acidental.
d) Sistema de exausto de ar de forma a manter uma presso positiva no
ambiente.
e) Paredes com revestimento resistente ao das substncias qumicas
utilizadas, junto aos locais onde possam ocorrer respingos destas substncias.
f) Piso anticorrosivo, impermevel e antiderrapante.
g) Sistema de iluminao de segurana com lmpadas e filtros apropriados aos
tipos de filmes utilizados, localizado a uma distncia no inferior a 1,2 m do local de
manipulao.
A cmara escura para revelao manual deve ser provida de cronmetro,
termmetro e tabela de revelao para garantir o processamento nas condies
especificadas pelo fabricante dos produtos de revelao.
Deve ser previsto local adequado para o armazenamento de filmes radiogrficos,
de forma que estes filmes sejam mantidos:
a) Em posio vertical.
b) Afastados de fontes de radiao.
c) Em condies de temperatura e umidade compatveis com as especificaes do
fabricante.
A iluminao da sala de interpretao e laudos deve ser planejada de modo a no
causar reflexos nos negatoscpios que possam prejudicar a avaliao da imagem.
9.8 CONTROLE DE REAS DO SERVIO
Os ambientes de servio devem ser delimitados e classificados em reas livres ou
em reas controladas;
As salas onde se realizam os procedimentos radiolgicos e a sala de comando
devem ser classificadas como reas controladas;
NVEIS QUE DEVEM SER ADOTADOS:
a) 5 mSv/ano em reas controladas,
b) 0,5 mSv/ano em reas livres.
55
9.9 MONITORAO INDIVIDUAL
Os titulares devem estabelecer um programa rotineiro de monitorao individual
para:
(i) obter uma estimativa de dose efetiva
(ii) em caso de exposio acidental envolvendo altas doses, fornecer informaes
para investigao e suporte para acompanhamento mdico e tratamento.
(iii) Todo indivduo que trabalha com raios-x diagnstico deve usar, durante sua
jornada de trabalho e enquanto permanecer em rea controlada, dosmetro
individual, trocado mensalmente.
9.9.1 USO DO DOSMETRO
1. O dosmetro individual de uso exclusivo do usurio do dosmetro no servio para
o qual foi designado.
2. O dosmetro dever ser usado na altura do trax durante o trabalho prximo a uma
fonte de radiao ionizante.
3. O dosmetro dever ser guardado em local livre de radiao sempre que o usurio
no estiver trabalhando.
4.
Guarda dos Dosmetros
Durante a ausncia do usurio, os dosmetros individuais devem ser mantidos em
local seguro, com temperatura amena, umidade baixa e afastados de fontes de radiao
ionizante, junto ao dosmetro padro.
Se houver suspeita de exposio acidental, o dosmetro individual deve ser enviado
para leitura de urgncia.
56
Laudo de Doses
9.10 NVEIS DE REFERENCIA DE ALGUNS EXAMES
Os nveis de referncia devem ser utilizados de modo a permitir a reviso e
adequao dos procedimentos tcnicos, quando as doses excederem os valores
especificados (programa de otimizao). Ver tabela 9.2 e 9.3 para Nveis de Referncia
Raios X e Nveis de Referncia Tomografia, respectivamente.
Exames Dose (mGy)
Abdomes, urografia 10
Bacia AP 10
Coluna Lombar AP 10
Coluna Lombar LAT 30
Coluna Torcica AP 7
Coluna Torcica LAT 2
Crnio AP 10
Crnio LAT 3
Mama com grade 10
Mama sem grade 4
Odontolgico 3,5
Trax LAT 1,5
Trax PA 0,4
Tabela 9.2: Nveis de Referncia Raios X.
Tomografia para
paciente adulto
Dose (mGy)
Cabea 50
Coluna lombar 35
Abdmen 25
Tabela 9.3: Nveis de Referncia Tomografia.
57
9.11 EQUIPAMENTOS DE RADIOPROTEO
AVENTAL CIRRGICO
Avental para uso do profissional em centro cirrgico.
Pode ser usado com a roupa cirrgica sob o material.
Equivalncia em chumbo de 0,25 mm Pb ou 0,50 mm
Pb.
Utilizao: Avental especialmente para o mdico
cirurgio, pode ser retirado facilmente por um auxiliar
sem interromper a cirurgia aps o uso dos raios-X.
AVENTAL ODONTOLGICO
Avental odontolgico para paciente em radiografia
periapical. Equivalncia em chumbo de 0,25 mm Pb ou
0,50 mm Pb.
BIOMBO
Em chumbo laminado, com rodzios e visor de vidro
plumbfero de 7x13cm (Pb 1,92 mm).
LENOL PLUMBFERO
Lenol de chumbo para revestimento de portas, paredes
ou divisrias de salas de raios-X, com espessura e
dimenses de acordo com a necessidade.
58
LUVA PLUMBFERA
Luvas de proteo para cirurgias e acompanhamentos.
Em borracha com equivalncia em chumbo de 0,50 mm
Pb, proporciona total movimento e conforto ao usurio.
Utilizao: Para procedimentos cirrgicos, proteo para
acompanhantes e tcnicos de raios-X. Na rea
veterinria utilizada para segurar animais de mdio e
grande porte.
CULOS DE PROTEO
culos com lentes plumbferas, com proteo frontal e
proteo lateral (180), ambos com equivalncia em
chumbo de 0,50 mm Pb.
Utilizao: Os culos so um acessrio de proteo
imprescindvel, considerando que a viso, por
sensibilidade do cristalino, uma das reas mais
afetadas pela radiao.
PROTETOR DE RGOS GENITAIS
Protetor para regio genital, utilizado por paciente em
exames que impossibilitam o uso de outros protetores.
Equivalncia em chumbo de 0,50 mm Pb.
Utilizao: Utilizado em raios-X de trax e outros exames
como, por exemplo, mamografia.
PROTETOR DE TIREIDE
Com equivalncia em chumbo de 0,50 mm Pb, com
fecho em velcro ajustvel na nuca.
Utilizao: O protetor de tireide um acessrio de
proteo utilizado em todos os tipos de exames, exceto
para radiografia odontolgica panormica.
59
9.12 CONCLUSO
Todo profissional, Tcnicos e Tecnlogos em Radiologia esto sujeitos a um
cdigo de tica que inclui responsabilidade pelo controle e limitao da exposio
radiao dos pacientes sob seus cuidados.
Sempre usar um dosmetro. Embora o dosmetro no diminua a exposio do
usurio, a existncia de registros precisos a longo prazo do dosmetro ajuda na avaliao
de um programa de segurana radiolgica.
Para reduzir a exposio do paciente:
1. Repetio mnima de radiografias
2. Filtrao correta
3. Colimao precisa
4. Proteo de rea especifica (proteo das gnadas)
5. Proteo para gestantes
6. Uso de fatores de exposio timos e combinaes cran-filme de alta
velocidade.
Entre os aspectos mais importantes estabelecidos pela Portaria 453/98 est a
diminuio da dose de radiao recebida pelos pacientes, a limitao das doses
ocupacionais, e a preveno de acidentes.
A Portaria estabelece parmetros e regulamenta aes para o controle das
exposies mdicas, das exposies ocupacionais e das exposies do pblico,
decorrentes das prticas com raios-x diagnsticos.
A Portaria estabelece requisitos para o licenciamento e a fiscalizao dos servios
que realizam procedimentos radiolgicos mdicos e odontolgicos no Brasil.
60
LISTA DE EXERCCIOS 01
01 O que matria?
02 O que so elementos? Cite 5 exemplos.
03 O que so compostos? Cite 2 exemplos.
04 Qual a menor unidade de um elemento qumico?
05 Quais as partculas que compem os tomos?
06 Quais partculas encontram-se no ncleo do tomo?
07 Indique a carga das seguintes partculas:
a) Prton: ...........................................
b) Nutron: .........................................
c) Eltron: ..........................................
08 Onde encontram-se os eltrons no tomo?
09 O que representa o nmero atmico Z em um tomo?
10 O que representa nmero de massa A em um tomo?
11 O que necessrio para que um tomo seja eletricamente neutro?
12 Dada a figura, responda as seguintes perguntas:
a) Qual o nmero atmico do Ouro (Au)?
b) Qual o nmero de massa do Alumnio (Al)?
c) Qual o nmero de prtons do Urnio (U)?
13 Como se chamam as rbitas em que esto os eltrons?
14 Como chamada a energia necessria para remover um eltron de uma
determinada camada?
61
LISTA DE EXERCCIOS 02
01 O que radiao?
02 De que natureza pode ser a radiao?
03 Como caracterizada a radiao particulada ou corpuscular? Cite dois exemplos de
radiaes particuladas.
04 O que caracteriza uma radiao ondulatria? Cite dois exemplos de radiaes
ondulatrias.
05 Defina comprimento de onda.
06 O que mede a freqncia?
07 Qual a equao que relaciona freqncia (f), velocidade (v) e comprimento de onda
()?
08 O que so ondas eletromagnticas?
09 Qual a velocidade das ondas eletromagnticas no vcuo?
10 Como elas esto agrupadas?
62
LISTA DE EXERCCIOS 03
01 O que so istopos?
02 O que radioatividade?
03 Como se chama a energia liberada pelos tomos radioativos?
04 O que so tomos radioativos?
05 Quais os trs tipos principais de radiao ionizante emitida pelos tomos
radioativos?
06 Responda V para verdadeiro ou F para falso. Caso seja falso justifique a sua
resposta.
a) ( ) A radiao alfa do tipo corpuscular ou particulada.
b) ( ) A radiao gama do tipo eletromagntica.
c) ( ) As partculas beta possuem mesma massa e carga do eltron.
d) ( ) A partcula alfa formada por 2 prtons + 2 eltrons.
07 Qual a principal diferena entre raios X e raios gama?
08 Como so gerados os raios X artificiais? O que acontece quando os eltrons se
chocam contra o alvo?
09 O que atividade de um material radioativo?
10 O que meia-vida fsica?
11 Quais os principais mecanismos de transferncia de energia.
12 O que ionizao?
13 Explique a excitao de um eltron.
63
LISTA DE EXERCCIOS 04
01 Cite trs propriedades fundamentais dos raios X.
02 Explique o Efeito Termoinico. Qual a importncia dele para a gerao de raios X?
03 Como so produzidos os raios X?
04 Explique o funcionamento de um tubo de Coolidge.
05 Em que transformada a energia cintica dos eltrons depois que ele se choca
contra o alvo? Qual a porcentagem de cada um dos fenmenos?
06 Explique como so gerados os raios X de freamento (ou bremsstrahlung)?
07 Por que os raios X de freamento possuem todos os comprimentos de onda?
08 Explique como gerada a radiao caracterstica (raios X caractersticos).
09 Como o espectro de emisso de radiao caracterstica?
10 Experimentalmente sabe-se que a intensidade de um feixe de radiao que penetra
a matria diminui conforme a equao:
0
x
I I e

=
a. Defina I:
b. Defina I
o
:
c. Defina :
d. Defina x:
Faa um desenho esquemtico.
11 De que depende o coeficiente de absoro linear ?
12 Qual a definio de eltron-volt (eV)?
13 Explique o Efeito Fotoeltrico. Faa um desenho esquemtico.
14 Explique o Efeito Comptom. Faa um desenho esquemtico.
15 Quais as duas regras simples que devemos saber sobre a atenuao da radiao.
16 O que camada semi-redutora (HVL ou X
1/2
)?
17 Qual a relao entre camada semi-redutora e (HVL ou X
1/2
) e o coeficiente de
atenuao linear ?
64
LISTA DE EXERCCIOS 05
01 Quais os dois tipos de grandezas utilizadas na Proteo Radiolgica?
02 Defina atividade (A) de um material radioativo.
03 O que se pretende avaliar determinando a dose?
04 Por meio de quais grandezas pode-se avaliar a dose de radiao recebida por um
indivduo?
05 Defina exposio (X)
06 Defina Dose Absorvida (D)
07 Defina Dose Equivalente (H)
08 O que representa os fatores de qualidade D e N?
09 Defina Dose Equivalente Efetiva (H
E
)
10 Preencha a tabela:
Unidade Nova
Grandeza Smbolo
Nome Smbolo
Atividade A
Exposio X
Dose Absorvida D
Dose Equivalente H
65
LISTA DE EXERCCIOS 06
01 Por que importante a deteco e medida das radiaes ionizantes para a Proteo
Radiolgica?
02 Quais os principais tipos de detectores?
03 Como funciona um Detector por Ionizao?
04 Como funciona um Detector de Cintilao?
05 O que Dosimetria?
06 O que so Dosmetros?
07 Qual propriedade das radiaes ionizantes empregada nos Dosmetros
Fotogrficos relacion-lo com a quantidade de radiao absorvida?
08 Como funciona um dosmetro Termoluminescente?
66
LISTA DE EXERCCIOS 07
01 O que so clulas somticas?
02 O que so germinativas?
03 De que so resultantes os efeitos biolgicos produzidos pela ao das radiaes
ionizantes no organismo humano?
04 Em que consiste o fenmeno fsico de interao da radiao na matria?
05 Em que consiste o fenmeno qumico de interao da radiao na matria?
06 Defina tempo de latncia.
07 Defina dose limiar.
08 O que diz a "lei de Bergonie e Tribondeau?
09 Como esto classificados os efeitos biolgicos das radiaes ionizantes?
10 Defina efeito estocstico. Cite dois exemplos.
11 Defina efeito determinstico. Cite dois exemplos.
12 O que so efeitos somticos?
13 O que so efeitos somticos imediatos?
14 O que so efeitos somticos tardios?
15 O que so efeitos hereditrios?
67
LISTA DE EXERCCIOS 08
01 Diferencie irradiao de contaminao.
02 Cite algumas aplicaes das radiaes ionizantes.
03 Escreva V para verdadeiro e F para Falso. Caso seja falso justifique a sua resposta.
( ) Fontes radioativas de csio-137 e cobalto-60 so usadas para destruir clulas de
tumores.
( ) Alfa, beta e gama so tipos de fontes radioativas.
( ) Um objeto ou o prprio corpo, quando irradiado (exposto radiao) por uma fonte
radiativa,no fica radioativo.
( ) Pode haver irradiao sem existir contaminao.
( ) A aplicao de radioistopos mais conhecida na indstria a radiografia de peas
metlicas ou gamagrafia industrial.
( ) Raios-X so energia nuclear.
( ) Os aparelhos de Raios-X so radioativos.
( ) Os aparelhos de Raios-X s emitem radiao quando esto ligados, isto , em
operao.
( ) Os raios-X podem ser usados indiscriminadamente.
04 Cite algumas aplicaes dos raios-X na medicina.
68
LISTA DE EXERCCIOS 09
01 O que significa a sigla CNEN?
02 De que trata a norma CNEN-NE 3.01?
03 Qual o objetivo das normas da CNEN?
04 De que trata a portaria 453/98 da Secretaria de Vigilncia Sanitria do Ministrio da
Sade?
05 Qual o objetivo da Proteo Radiolgica?
06 Qual o motivo principal para criao da Portaria 453/98?
07 Quais os princpios bsicos do Sistema de Proteo Radiolgica?
08 A justificao o princpio bsico de proteo radiolgica, o que ela estabelece?
09 Quais os nveis de Justificao?
08 O estabelece o princpio de otimizao?
09 O que so os limites de doses individuais?
10 Qual o limite de dose ocupacional de dose anual?
11 Qual o limite de doses e as restries ocupacionais para gestantes?
12 Qual o limite de doses e restries ocupacionais para menores?
13 Cite cinco responsabilidades bsicas dos titulares e empregadores.
14 Cite cinco responsabilidades bsicas dos tcnicos e auxiliares.
15 Como deve dispor a sala de raios-X com relao sala de comando?
16 Quais os requisitos devem ser considerados com relao cmara escura.
17 Os ambientes de servio devem ser delimitados e classificados em reas livres ou
em reas controladas. Diferencie rea livre de rea controlada.
18 Cite cinco equipamentos de radioproteo.
69
BIBLIOGRAFIA
IPEN INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGTICAS E NUCLEARES. Noes Bsicas
de Proteo Radiolgica. So Paulo, 2002.
ANDREUCCI, R. Curso Bsico de Proteo Radiolgica Aspectos Industriais. So
Paulo, 2001.
SECRETARIA DE VIGILNCIA SANITRIA DO MINISTRIO DA SADE. Portaria
453/98 - Diretrizes de Proteo Radiolgica em Radiodiagnstico Mdico e Odontolgico.
Braslia, 1998.
COMISSO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. Norma CNEN-NE-3.01: Diretrizes
Bsicas de Radioproteo. Rio de Janeiro, 1988.
COMISSO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. Norma CNEN-NE-3.02: Servios de
Radioproteo. Rio de Janeiro, 1988.
COMISSO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. Apostila Educativa: Aplicaes da
Energia Nuclear. Rio de Janeiro, 1988.

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