Projeto Mato Seco
Projeto Mato Seco
Projeto Mato Seco
2 edio
UM PROJETO
ESSE TRABALHO DE DOMNIO PBLICO PERMITIDA A REPRODUO TOTAL OU PARCIAL DESDE QUE CITADA A FONTE Grupo de Espeleologia Laje Seca Rua Sen. Jos Ermrio de Moraes, 298 18200-000 Itapetininga SP
[email protected]
(015) 32732108 - 32734412 - 97010170
MARCELO DOS SANTOS SILVRIO MARCOS DOS SANTOS SILVRIO ELISEU DINIZ MONTEIRO SRGIO RAVACCI DE OLIVEIRA JR. CLUDIO SUARDI DE OLIVEIRA MARCELO MASTROMAURO GUILHERME XAVIER DE BARROS
Sumrio
0. Agradecimentos 1. Introduo 2. Metodologia utilizada para a elaborao do projeto 3. Como so os outros parques Carlos Botelho Intervales PETAR Parque do Varvito Stio do Carroo Ilha Comprida 4. Proposta que se enquadra essa cidade 5. Nova apresentao do Parque So Francisco de Assis 6. Observao de algumas plantas atualizadas do parque Mapa de trilhas e rea 7. Localizao e funo das reas e construes j existentes Praa de alimentao Acesso ilha Crianas e adolescentes no parque Carros e nibus Recursos financeiros ecologicamente corretos A represa Questes cientficas, educativas e histrico culturais Projeto para reforma da casa branca Complementando o projeto Folder Gruta Guarda parques, guias e outros profissionais Localizaes 8. Bibliografia 9. Fotos do grupo GELS
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AGRADECIMENTOS
A elaborao desse projeto deve-se principalmente ao empenho de todos os elementos do Grupo de Espeleologia Laje Seca, que no mediram esforos para tentar propor a Itapetininga um marco em Parque Ecolgico e Cultural do Estado de So Paulo. O grupo agradece a todos aqueles que, com suas sugestes e aes, tornaram esse projeto vivel. Em especial agradecemos: ao sr. Jos Antnio Soares, que apostou do incio ao fim em nosso trabalho e nos forneceu apoio sem o qual no teramos realizado esse projeto; ao sr. Manoel dos Santos Silvrio Neto, pelas idias dadas ao projeto e por ter, junto com os elementos do grupo GELS, participado do mapeamento das trilhas do parque; ao sr. Luiz Carlos Annunciato, pelas informaes prestadas, sugestes anotadas e pelos contatos que conseguiu para o grupo; ao sr. Jos Vicente Gomes, pelo histrico que nos forneceu do Servio Autnomo de gua de Esgoto de Itapetininga; a biloga Alzira Camargo Farah Loretti, por ter aberto ao grupo as portas de acesso ao Stio do Carroo, em Tatu. ao bilogo Fbio Holtz de Paula, por ter nos acompanhado em visita ao Stio do Carroo e ao Parque do Mato Seco, contribuindo com idias importantes ao projeto; aos engenheiros civis Manoel de Camargo Pinto Jr e Kohei Tanaka, por terem nos dedicado a ateno e nos acompanhado em uma visita reserva do Mato Seco; ao administrador do Parque do Varvito, sr Zlio Francisco Alves de Mello, pela ateno e disposio em que nos recebeu, e pelas informaes prestadas; ao ex-diretor do Parque Intervales, sr. Lucimar, tambm pelas informaes prestadas e por ter se colocado a disposio do grupo para esclarecimento de dvidas quanto a implantao do viveiro de mudas; ao sr. Mendona, da Associao dos Proprietrios de Imveis de Ilha Comprida, pelas informaes e dicas prestadas ao grupo; ao sr. Mrcio Roberto dos Santos, pelo apoio dado ao projeto e por idias essenciais ao mesmo. Agradecemos tambm s nossas esposas: Nilcia, Josiane, Waldira, Cristina e Viviane, pela pacincia que tiveram devido as nossas ausncias em muitos momentos, inclusive nos finais de semana e feriados durante a elaborao desse projeto.
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1.
Introduo
Por considerar a rea do Parque Municipal So Francisco de Assis, no bairro do Mato Seco, em Itapetininga, com grande potencial turstico, cultural e ecolgico, o Grupo de Espeleologia Laje Seca GELS utilizao racional. Notamos que a populao dessa cidade necessita de uma rea de lazer compatvel com seus 125.000 habitantes, conforme projeo do ltimo censo. Com isso, a imprensa local e da regio passou a cobrar do poder pblico a criao dessa rea. Os integrantes do grupo GELS, que desenvolveram esse projeto de forma voluntria, completamente isentos de qualquer remunerao, resolveram buscar na experincia de seus membros e nos modelos de parques e fazendas da regio, quais seriam as melhores maneiras de utilizao turstica, ambiental e cultural da reserva. Esse projeto teve como fundo a histria da nossa cidade, que sempre foi conhecida como terra das escolas e da cultura. Em vista disso, buscamos na simplicidade de cada etapa do projeto o embasamento terico necessrio para p-lo em prtica e a real projeo de um parque que atraia alm da nossa populao em finais de semana, tambm turistas de outras cidades do Estado. desenvolveu esse projeto para sua
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O Grupo de Espeleologia Laje Seca, composto por sete elementos, tem boa experincia em trabalhos voluntrios e conhecedor de vrios projetos em parques tursticos da regio. Seus integrantes j realizaram trabalhos no PETAR - Parque Estadual e Turstico do Alto Ribeira junto ao CAV - Corpo de Ao Voluntria, tanto no Ncleo Santana quanto no Ncleo Caboclos. Nesse ltimo, o trabalho culminou com um estudo acerca das caractersticas dos visitantes do Ncleo, permitindo assim que se faam projees sobre a melhor forma de controle racional do turismo nessa rea muito frgil, com cavernas, matas primrias, rios e cachoeiras . Os integrantes do grupo tambm j participaram de congressos e encontros, hora individual, hora coletivamente, para discutir vrios tpicos da rea ambiental, cultural e social. Participaram de reunio de planejamento da criao da Uniparque, Universidade Parque Livre de Iporanga, com fins ambientalistas e culturais em parceria com a Prefeitura de Iporanga SP. Tambm participaram da topografia de alguns sales da Gruta da Tapagem - Caverna do Diabo durante o PROCAD II, III e IV. Alm disso, realizaram e realizam prospeces a procura de diversas cavernas em vrias regies, conhecendo-as e divulgando-as quando julgam necessrios. Com essa experincia, os elementos do grupo GELS resolveram oferecer seu trabalho voluntrio para a elaborao de um projeto ambiental e cultural para a cidade em que esto sediados e que lhes empresta o nome: Laje Seca. Por se tratar de um trabalho voluntrio, o grupo determinou funes distintas para cada um de seus integrantes, culminando em encontros nos finais de semana para o reconhecimento profundo do potencial do local e o mapeamento das suas trilhas e nascentes. Todas as propostas e trabalhos realizados foram discutidos, mesmo que informalmente, com profissionais qualificados de cada rea. Os elementos do grupo
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reuniram-se hora com engenheiros, hora com bilogos, hora com administradores de outros parques, hora com profissionais ligados prefeitura, hora com comerciantes locais, hora com agrnomos, e muitos outros profissionais. O trabalho realizado foi aberto participao, atravs de idias e crticas, de muitas pessoas capacitadas para isso. Esses profissionais que muitas vezes sero citados e outros que, no menos
importantes com suas sugestes, podero ter seus nomes omitidos por imperdovel descuido nosso, tm papel fundamental nesse projeto.
Nossa regio contm um nmero considervel de atrativos para o turismo ambiental. Com estrutura j firmada e um histrico que lhes do consistncia para investir nesse ramo de turismo, os Parques Estaduais prximos de Itapetininga tem trazido um nmero considervel de turistas. Esse fenmeno est colocando as
comunidades locais como as do Vale do Ribeira num processo de transio de uma economia extrativista profundamente degradante para o meio ambiente e para as prprias comunidades pauprrimas. Essa transio est se dirigindo para o turismo ecolgico, com a formao de monitores ambientais moradores das comunidades locais que se capacitam para conduzir grupos de turistas pelos atrativos das regies. Esse processo desvia do extrativismo a fonte de renda local, e permite que a prpria comunidade se prepare para receber turistas, construindo pousadas, hotis, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais. A cidade de Itapetininga encontra-se na rota desse turismo, e pode se estruturar para receb-lo. Mas faz-se necessrio que reas de lazer transformem-se em atrativos tursticos significativos, tanto para a populao local quanto para os que aqui vierem visitar, se hospedar e consumir.
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Vamos apontar a seguir os atrativos das nossas cidades vizinhas, para que possamos realizar com elas uma harmonia no estilo turstico da nossa regio. H trs grandes regies de preservao ambiental nas nossas proximidades e mais algumas que podemos dizer que seguem nossa rota de turismo. O Parque Estadual de Carlos Botelho abrange as cidades de So Miguel Arcanjo, Sete Barras, Tapira e Eldorado Paulista, com uma rea de preservao de mais de 37.500 ha. Nele, so possveis de se observar animais da nossa fauna como a jaguatirica, a ona parda e a pintada, anta, paca, veado, macaco, porco do mato, jacutinga, tucano, papagaio, e muitos outros. Alm disso, sua
rio cristalino que atravessa o Carlos Botelho
flora exuberante e seus rios de guas cristalinas so timos para banhos, com muitas cachoeiras. Diversos projetos de pesquisa esto sendo realizados no local, com Itapetininga
encontra-se a cerca de 45 km desse parque, podendo se tornar um estratgico ponto de apoio e pousada. O Parque Estadual Intervales situa-se nos municpios de Ribeiro Grande, Guapiara, Iporanga, Eldorado Paulista e Sete Barras, com uma rea de 49.000 ha. O parque foi uma antiga fazenda do No local h
centro de visitantes e museu na Fazenda Intervales
hotis simples e restaurante com refeies caseiras e hortalias produzidas sem agrotxicos. H espao
para convenes e reas de lazer, e um interessante viveiro de mudas nativas da Floresta Atlntica. Alm da possibilidade de se avistar vrias espcies animais, h uma harmonia paisagstica com lagos, trilhas e museu. Guias trabalham no parque para conduzir turistas at as inmeras grutas da regio, um dos seus maiores atrativos tursticos.
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Tambm em Intervales muitos pesquisadores realizam trabalhos. O parque encontra-se h cerca de 90 km de Itapetininga, e a rota turstica So Paulo - Intervales passa por nossa cidade. O PETAR - Parque Estadual e Turstico do Alto Ribeira juntamente com a Estao Ecolgica de Xitu compem, com o Parque Carlos Botelho e Intervales uma das reas prioritrias da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica. Os principais atrativos do PETAR so suas inmeras cavernas com riqussimas formaes. Por possuir uma vasta rea de 36.000 ha, nos municpios de Iporanga e Apia, subdivide-se em atuais quatro ncleos, mas suas reas de camping foram desativadas. No Ncleo Santana, possvel a visitao turstica das cavernas de Santana, Morro-Preto, Couto, gua Suja e Cafezal, alm de trs cachoeiras, duas delas no rio Betari, que corta o parque. O Ncleo Ouro Grosso
quiosque dos guias no PETAR - Santana
encontra-se no Bairro da Serra Iporanga, uma comunidade que se voltou para o turismo ambiental e tem realizado interessantes projetos de adaptao sua nova atividade econmica. O Ncleo Casa de Pedra tem incio prximo rea urbana de Iporanga e contm a caverna com maior abertura natural do mundo, com um portal de quase 200 m de altura. Finalmente o Ncleo Caboclos, prximo a Guapiara, contm mais uma grande quantidade de cavernas e alguns moradores locais. No PETAR, assim como nos outros parques vizinhos, h uma flora e uma fauna riqussimas. Tambm o roteiro turstico para o PETAR passa pela cidade de Itapetininga que pode se aproveitar, tornando-se um centro de apoio logstico para o turista.
Alm dos Parques Estaduais prximos a Itapetininga com os quais os elementos do grupo GELS tm profunda familiaridade, para a elaborao desse projeto fomos buscar idias em outros locais do Estado, procurando parques e atrativos tursticos que
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pudessem, de alguma forma, contribuir e se encaixar s caractersticas do Parque Municipal So Francisco de Assis bairro do Mato Seco. O Parque do Varvito, em Itu, tem recebido uma visitao intensa tanto da populao da cidade quanto de escolas de diversas regies do Estado e do Pas. De acordo com que nos afirmou, na poca, o administrador do local, sr Zlio Francisco Alves de Mello, o parque tem um fluxo na
lago com carpas no Parque do Varvito, em Itu
ordem de 30.000 turistas por ms. Esse controle facilmente feito, visto que h uma
roleta no porto de acesso. Com entrada franca, dezenas de escolas agendam visitas para seus alunos todos os meses. A rea relativamente pequena 44.500 m2 mas o aproveitamento dos espaos mximo. Inaugurado em 1995, foi construdo ao redor de uma pedreira que representa um patrimnio histrico geolgico do Brasil. Houve
certamente um projeto paisagstico no local, que se tornou muito bonito e harmonioso. Com o objetivo de educar e distrair os visitantes, so dadas folhetos explicativos e pequenas pedras. De acordo com que pudemos constatar, as crianas adoram levar como lembrana do local os pedaos do varvito (rocha de um antigo lago glacial). O parque tem ainda piscina com carpas e pequeno chafariz, rvores com placas indicativas da espcie, cachoeiras artificiais, pontes de madeira, bancos, bebedouros, lanchonete, banheiros, anfiteatro ao ar livre, espao aberto para exposies, playground infantil com brinquedos de madeira e outros atrativos. H ainda um pequeno gradeado para criao de mudas e, conforme nos informou o administrador, um projeto de orquidrio. Boa parte do financiamento para a execuo das obras do parque e para sua manuteno foi conseguido atravs de patrocnio de empresas como a Eucatex e a Schincariol.
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O Stio do Carroo, em Tatu, um parque temtico construdo numa fazenda com cerca de 20 alqueires. Tambm possui um fluxo turstico muito intenso, recebendo principalmente alunos de escolas de Sorocaba, So Paulo, Campinas e outras cidades, que vem ao local para passar o dia com atividades
rplica do esqueleto de um Tiranossauro Rex no Stio do Carroo em Tatu
conversarmos com o administrador local, pudemos constatar como realmente o turismo ambiental e cultural pode ser aliado a atrativos para adolescentes e crianas. No local, existem cachoeiras artificiais, labirinto, lago, pontes, pista de corrida para kartes movidos a pedal, cavernas artificiais, avio "cado" no meio da mata, esqueleto de dinossauro em tamanho natural feito com fibra, mini-zoo e outros tantos atrativos. A proposta do Parque Temtico Stio do Carroo que a criana aprenda atravs da emoo. Para atingir esse objetivo, foram criados vrios roteiros e atividades que trabalham o imaginrio das crianas atravs de situaes reais e surpreendentes.
preocupao da prefeitura local em procurar pontos tursticos alternativos s praias. Assim, projetos com monitores ambientais tem procurado solucionar alguns problemas de desemprego na regio. Novas trilhas so
formao rochosa e gruta no extremo sul de Ilha Comprida
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sambaquis (morros compostos por conchas e outros objetos deixados por antigas civilizaes da ilha), pequenas quedas de gua doce, dunas de areia, rios que cortam a ilha, vegetao de mangue e at mesmo formaes rochosas que do origem a pequenas grutas. As alternativas no se justificam por suposies de que a preferncia turstica por praias est saturada, mas sim pela procura da explorao e aproveitamento econmico do potencial da ilha atravs da nova forma de turismo que teve um crescimento acentuado nos ltimos anos: o ecoturismo.
Itapetininga e as cidades vizinhas possuem atrativos tursticos naturais que so pouco aproveitados e que poderiam, num trabalho conjunto, fortalecer e atrair o turismo para a regio. H um amplo projeto de turismo em andamento que procura fortalecer no apenas uma cidade, mas uma rota turstica nos municpios de Itu, Salto, Cabreuva e Porto Feliz. As prefeituras de cada um desses municpios esto desenvolvendo, conforme constatou um elemento do grupo GELS, um projeto de turismo da Rota dos Bandeirantes, com cidades s proximidades do rio Tiet. Uma rota turstica ambiental tambm pode ser desenvolvida com a criao de atrativos municipais entre Itapetininga e as cidades vizinhas. So Miguel Arcanjo
possui bonitos rios e quedas d'gua cristalinas. Guare, apesar de j ter apostado no turismo em sua represa, pode, alm de melhorar sua infra estrutura, criar projetos para seus cannions, morros e grutas. Capo Bonito possui mata e corredeiras, Tatu tem seu parque temtico no Stio do Carroo e o camping Maria Tuca. Angatuba tem a felicidade de possuir trs encantadoras cachoeiras, que j so bastante visitadas pela populao local mas pode criar uma estrutura turstica para receber pessoas de outras cidades. Alm disso, a cidade de Angatuba foi includa pela EMBRATUR e o Instituto Brasileiro de Turismo em 1997 entre os Municpios com Potencial Turstico (MPT), ou seja, entre aqueles possuidores de recursos naturais e culturais expressivos que encontram no turismo diretrizes para seu desenvolvimento scio econmico.
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Com tudo isso por perto, podemos agora lembrar que Itapetininga, alm de pequenas cachoeiras, mata ciliar nas marginais bastante exuberante, lagoas maravilhosas, um cannion com at 25 m de altura na estrada do antigo porto, um rio que enche de orgulho a cidade, possui tambm uma pequena em rea, mas potencialmente grande reserva ecolgica: O Parque Municipal So Francisco de Assis, no bairro do Mato Seco. Em virtude disso, o grupo GELS sente realmente a possibilidade de se criar na regio uma estrutura poltico-econmica voltada para o ramo de atividade que tem se desenvolvido rapidamente: o turismo ambiental e cultural.
Itapetininga foi bero da cultura do Estado de So Paulo em seu perodo ureo: Terra das Escolas ou Atenas do Sul, como to carinhosamente a chamavam. O reforo a esses ttulos pode ser feito desenvolvendo-se na cidade atrativos tursticos que integrem o homem ao meio ambiente e que tenham um sentido profundamente tico e pedaggico. A educao ambiental mostra s pessoas que os recursos naturais esto disponveis tambm para o homem, que tem a responsabilidade de conserv-los por que os ecossistemas naturais so muito frgeis. Um projeto dessa natureza no seria pioneiro pois as atuais opes econmicas e sociais do homem tm se dirigido para a busca dessa nova relao com ambiente em que vivemos. Os modelos econmicos que se baseiam na utilizao desigual dos recursos que o meio nos oferece comeam a dar sinais de esgotamento. Esse fato tem feito do ecoturismo uma fonte de divisas alternativas para regies anteriormente com economia extrativista, mas, sobretudo, tem se tornado fonte de riquezas para todas as regies que dele se aproveitam racionalmente. Por outro lado, o Parque Municipal So Francisco de Assis, no Bairro do Mato Seco, em Itapetininga, faz parte no s do potencial de nossa reserva biolgica, mas
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tambm pertence ao patrimnio histrico municipal por ter sido a antiga captao de gua da cidade. De acordo com que nos disse o senhor Jos Vicente Gomes, que trabalhou no local a partir de 1967, o Bairro do Peixoto ou Mato Seco por ter um lenol d'gua muito bom teve sua gua represada para atender parte da populao de Itapetininga. O sistema utilizado era a canalizao por gravidade, e o que se obtinha era natural, no tendo tratamento. "Em dias de chuva a gua ficava turva", como nos contou. A represa revestida com pedras de paraleleppedo e sua limpeza era feita por funcionrios do Departamento de guas da Prefeitura, que escovavam e colocavam produtos para desinfeco do local. A canalizao, saindo do Mato Seco, passava por vrios terrenos de propriedades particulares, e hoje muitas casas da Vila Arlindo Luz, Vila Prado, Jdm Vieira de Moraes, Vila Lagoa Seca, Vila Judith e Vila Larizzatti, esto construdas sobre as tubulaes de ferro fundido. Por gravidade a gua passava ainda sob o campo do CASI e na rua Virglio de Resende juntava-se com aquela que vinha da Captao do Tenente Carrito, recebendo ento melhorias para o consumo na antiga Estao de Tratamento. O Departamento de gua da Prefeitura passou a ser autnomo no incio de 1968, tornando-se Autarquia Municipal: Departamento Autnomo de gua e Esgoto que fazia parte do oramento do municpio e cujo primeiro Diretor foi o Eng Jos Carlos Tardelli. Passou a se chamar posteriormente Superintendncia de gua e Esgoto - SAE at 31 de Outubro de 1980 quando foi extinto, passando as responsabilidades de tratamento para a SABESP. Como pudemos notar naquilo que nos relatou o sr. Jos Vicente, a Histria de Itapetininga tambm viva na memria do Parque do Mato Seco e tambm registra aqueles que ali trabalharam, como o Sr. Ferrari, o Sr. Aldo Pucci, Sr. Alcides Dias Batista, Sr. Jos Carlos Tardelli, Cel. Joinville, Sr. Mauro Rolim, Sr. Zenon Moreira Branco, Sr. Durval Reis, Sr. Nestor Martins, Sr. Sebastio de Oliveira, Sr. Joo Gilverto
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da Rocha Carvalho, o Sr. Benedito Bento, o Sr. Antonio Ribeiro e outros tantos antigos funcionrios da SAE todos fizeram e fazem parte da Histria da cidade. Em 1969, com a cidade crescendo, a demanda aumentando e havendo constantes faltas de gua, o ento Prefeito Municipal Eng Valter T. Curi, levantou o "sonho de colocar o rio Itapetininga na Av. Peixoto Gomide". Construiu-se ento a nova Captao e Estao de Tratamento de gua no Bairro da Chapadinha que existe at os dias de hoje. Com essa obra aos poucos foram se extinguindo as captaes pequenas, como a do Mato Seco. No incio da dcada de 80, a reserva tornou-se um interessante Parque Municipal de lazer, com grande visitao da populao da cidade, principalmente nos finais de semana. O Grupo GELS, diante de fatores ambientalistas e histrico-culturais achou-se fortemente embasado para elaborar esta proposta de reabertura do Parque Municipal So Francisco de Assis (Parque do Mato Seco) com critrios muito bem planejados.
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inteligncia emocional das crianas e permite que elas criem no futuro um mundo com muito mais imaginao e sensibilidade. Baseado nesses princpios, depois de diversas reunies entre os elementos do grupo GELS, visitas de vistoria e mapeamento topogrfico de trilhas, entrevistas com administradores de Parques Estaduais, Municipais e Particulares, consulta aos materiais bibliogrficos pertinentes, discusso de idias com bilogos, agrnomos e engenheiros, pesquisa histrica com moradores de Itapetininga, diversas visitas a locais de preservao ambiental, patrimnio histrico e atrativos tursticos educacionais, e acmulo de sugestes recebidas; nos encontramos em condies de expor as propostas que mais se tornaram viveis para manter as caractersticas locais e abrir para a visitao pblica/turstica o Parque Municipal So Francisco de Assis. A seguir, pretendemos mostrar quais as condies atuais da reserva, apresentando os devidos mapas obtidos junto ao departamento de obras do Municpio de Itapetininga,
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atravs da intermediao do, na poca, sr. Secretrio de Esporte Cultura e Turismo, Jos Antnio Soares e o mapa das trilhas feitos por Marcelo dos Santos Silvrio, Marcos dos Santos Silvrio, Cludio Suardi Oliveira, Srgio Ravacci de Oliveira Jr, Eliseu Diniz Monteiro integrantes do Grupo GELS e Manoel dos Santos Silvrio Neto que cooperou com os trabalhos de topografia. Para executar os trabalhos de medio e mapeamento de trilhas e locais considerados importantes, o Grup utilizou uma bssola, trena, papel quadriculado, prancheta, rgua milimetrada, transferidor e lpis. Por julgar no necessria absoluta preciso topogrfica e sim necessidade de constatar distncia e percurso das trilhas, o grupo dispensou nessa fase do projeto o uso de clinmetros ou instrumentos mais exatos como teodolitos ou GPS.
Grupo GELS durante trabalhos de mapeamento das trilhas do Parque do Mato Seco a partir dos coqueiros centrais - DEZ 1998
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6.
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Na planta da pgina anterior possvel observarmos a represa (piscina), o lago da ilha e algumas vertentes e crregos d'gua, incluindo a maior delas chamada Bica Trs Irmos, que d origem a maioria das guas que alimentam a represa. Essa planta data de 1985. Em projetos realizados posteriormente, obtidos junto ao Departamento de Obras do Municpio, a rea total do Parque corresponde a 32 hectares, ou seja, cerca de 13 alqueires; a distncia da estrada at o aude corresponde a 500 m e o desnvel de 9,1 % A rea do bosque grande o suficiente para ser considerada uma reserva ecolgica. Existem trilhas nas quais os visitantes podem percorrer o bosque e os locais prximos aos lagos e construes. Essas trilhas foram mapeadas e nomeadas pelo grupo GELS. Abaixo apresentamos uma cpia da planta obtida.
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Atualmente, quando um visitante adentra ao Parque, desce pela estrada principal, passando ao lado de uma bica e segue em sentido antiga lanchonete (casa verde). possvel a partir dali percorrer as pequenas trilhas da ponte e da escada. A Trilha da Ponte o conduz at a casa branca (antigo restaurante) e a da Escada o leva diretamente da casa verde at a represa (piscina). Essas pequenas trilhas possuem por si s atrativos aos turistas, visto que so circundadas por uma floresta exuberante e por lagos e correntezas de gua cristalina. So, entretanto, a Trilha do Cano e a Trilha da rvore Grande que mais adentram na mata. natureza. A Trilha do Cano possui esse nome pois ladeada pelo antigo cano de captao de gua da cidade de Itapetininga (tubos de 175 mm), do Servio Autnomo de gua e Esgoto do Municpio, conforme j dissemos anteriormente. A caminhada por ela nos leva at a divisa do Parque, culminando num pequeno lago. uma trilha no meio da mata com atraes ecolgicas e tambm histricas, sendo possvel observar ainda os antigos tubos de ferro para conduo de gua (apenas por queda) de 175 mm, hoje desativados. A Trilha da rvore Grande recebeu essa denominao por conter trs rvores exuberantes, alm de outras tantas no bosque. So rvores gigantescas, de encantar qualquer turista. Alm disso, dela pode ser avistada uma bela nascente de gua. A continuao dessa trilha foi chamada de Trilha do Labirinto, e mais adiante iremos justificar essa denominao. A trilha precisa de uma limpeza simples, com a retirada de galhos e rvores cadas. H ainda as trilhas Inferior e Superior do Lago da Ilha, que o circundam, permitindo uma bela vista do mesmo. Do lago da ponte para a represa h uma bela queda d'gua, que pode ter seu potencial turstico ainda mais aproveitado. Tambm h guas que chegam na represa Nelas o visitante com certeza sentir-se- em completa harmonia com a
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pelo lado leste, logo abaixo da casa branca. Essas guas podem ser aproveitadas para harmonizar ainda mais o local. Podemos perceber qual a condio atual da reserva atravs do esboo abaixo:
Convm lembrarmos que foi chamada de casa verde a antiga lanchonete e casa central ou casa branca o antigo restaurante, prximo represa (piscina), ambos bastante degradadas pelo tempo. A rea de 13 alqueires da reserva possui um potencial turstico muito significativo, porm, precisamos maximizar suas possibilidades. A proposta que o grupo GELS tem para o local o do aproveitamento mximo racional da rea, minimizando entretanto o impacto tanto ambiental quanto paisagstico. Por esse motivo, proporemos cada nova modificao nas formas atuais do local justificando a opo. importante relembrarmos que aspiramos por um Parque
Municipal que atenda a populao de Itapetininga, com seus cerca de 118.000 habitantes, e possibilite a expanso do turismo educacional (ecolgico, social e cultural) na nossa regio, podendo tornar a cidade interessante rota turstica do Estado.
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Nas pginas a seguir esse projeto apresentar propostas ao Parque Municipal So Francisco de Assis consideradas viveis pelo grupo GELS e por pessoas capacitadas em diversas reas. Cada proposta ser feita juntamente com justificativas acerca da sua escolha. Essa primeira proposta data de 1999 e consideramos que deve ser revista para essa nova Administrao Municipal.
Praa de alimentao
A casa verde, antiga lanchonete, tem uma localizao privilegiada no meio do bosque. Atualmente, muitos crregos dgua esto passando por suas estruturas, que esto completamente comprometidas. Portanto, precisam ser desviados ou canalizados imediatamente. Nossa proposta prev uma reativao e transformao dessa lanchonete. A existncia de um local de alimentao imprescindvel para um Parque Municipal que no se encontra no permetro urbano da cidade. Alm disso, as razes de sua existncia se acentuam ainda mais quando fazemos uma projeo de um parque com visitao intensa da populao local e de turistas de outras cidades, muitos deles em forma de excurses escolares. Esse projeto prev tudo isso j a partir do seu primeiro ano de existncia (nos moldes propostos atualmente). Essa lanchonete (casa verde) poder comercializar, alm de produtos alimentcios, souvenirs que se identifiquem com a rea e com Itapetininga, como por exemplo, cartes postais, camisetas com estampas do parque e de animais da regio, chaveiros, canetas, folders, etc. Alm disso, pequenas convenincias como filmes para mquinas
fotogrficas, pilhas, canivetes, etc. Essa proposta no inovadora, pois j existe e tem mostrado eficincia (com lucro moderado, porm importante) em alguns parques e locais de visitao turstica.
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A regio da mata sua frente tem vegetao rasteira secundria e escassa. Isso nos permite propor a limpeza da rea o que no comprometeria sensivelmente o ambiente sem, contudo, cortar as rvores. No local, podem ser colocados vrios bancos de madeira e pelo menos duas mesas, tornando-se assim uma bonita praa de alimentao em harmonia com meio ambiente . Os bancos podem ser espalhados sobre a sombra das rvores e pelo menos alguns deles ao lado das mesas. Com a experincia de alguns administradores de parques que entrevistamos, propomos que os bancos e as mesas sejam fixos, impedindo assim constrangimento com sua retirada para locais distantes da lanchonete. A administrao da loja de convenincia - lanchonete, deve ser bem planejada, pois o lucro geralmente no alto, porm sua importncia para o local devido a visitao turstica fundamental. Esse projeto no prev uma soluo para essa questo, podendo ser terceirizada, ter sua administrao sobre responsabilidade do administrador do parque, ter seu pequeno lucro revertido para as prprias pessoas que iro trabalhar no local, ou outra proposta qualquer. Transferimos essa responsabilidade sobre os fins lucrativos da lanchonete para discusses futuras, quando da implantao do projeto. A construo da casa verde contm uma rea coberta porm aberta na frente, um cmodo no fundo e dois sanitrios. A sua reativao s ser possvel atravs de um planejamento de engenharia civil, com uma soluo vivel para o esgoto sanitrio, que no pode estar prximo de nascentes e crregos d'gua. Como o local muito prximo do riacho que alimenta a represa e de nascentes, uma fossa sptica nas proximidades torna-se completamente invivel e no recomendada. A soluo que propomos uma tubulao de esgoto que desvie os dejetos para um local apropriado e seguro para a abertura da fossa. Esse local pode ser melhor apontado por engenheiros civis
capacitados. O Grupo GELS no disps de elementos suficientemente convincentes para indicarmos o local, cuja capacidade recai sobre profissionais de qualificao distintas das nossas.
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Acesso Ilha
A pequena ilha que existe no lago maior do parque pode se tornar um atrativo parte. Sugerimos a construo de uma pequena ponte pnsil sobre o lago na regio em que a margem mais prxima da ilha. Para isso, torna-se fundamental a limpeza e o desassoreamento do local. A rea manteve por vrios anos seu desenvolvimento quase natural. Com isso, a regio entre a ilha e a margem da lagoa foi assoreado e o biri, uma vegetao tpica de alagado, cresceu no local. Portando, ela deve ser cortada para que o fluxo da gua da represa volte a passar por ali. Na ilha, a grande quantidade de bananeiras que l se desenvolveram, caracterizam apenas uma vegetao extica (portanto no harmnica) com a rea. Sugerimos o corte das bananeiras e a construo no local de um pequeno quiosque, para que famlias possam ali curtir a sombra e at mesmo fazerem um piquenique.
Muitos parques possuem pontes pnsil que podem nos servir de exemplo. Realmente crianas, adolescentes e adultos se encantam com a simplicidade que uma bela ponte pnsil pode mostrar e sentem enorme curiosidade em transpla. Esse tipo de ponte tem se mostrado eficiente em vrios aspectos, inclusive no que se refere a atrativo turstico.
ponte pnsil sobre o rio Pederneiras, no Stio do Carroo, um parque temtico da cidade de Tatu, localizado na estrada velha Tatu-Itapetininga.
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Apenas um tronco de madeira d acesso ilha no Parque do Mato Seco. Nota-se na foto a vegetao que cresceu no local, que descaracteriza totalmente o parque
Existe uma grande ponte pnsil em Itariri que considerada ponto de visitao turstica da cidade. Tambm no Stio do Carroo, em Tatu, existe ponte pnsil que encanta as crianas. Na Estao Ecolgica Juria-Itatins, que divide os municpios de Iguape e Perube, h locais de intensa visitao turstica, como por exemplo a Cachoeira do Paraso. Prximo a esse local est em fase de construo uma ponte pnsil que atravessar o rio Paraso.
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Com isso, podemos notar que at mesmo locais que possuem por si s atrativos naturais aos turistas, o recurso da construo de uma ponte pnsil tem sido considerado e posto em prtica. Com essa experincia em observao de Parques, possvel conjecturarmos que existiro pessoas que se deslocaro at o Parque Municipal So Francisco de Assis somente para levarem seus filhos para atravessarem a pequena ponte pnsil que os leva ilha.
Toda cidade que busca no turismo sua fonte de riquezas reconhece que agradar crianas e adolescentes significa despertar a simpatia dos adultos. Por esse motivo, o grupo GELS tambm pesquisou nos Parques e cidades visitadas como se pode despertar a curiosidade, a imaginao e a alegria das crianas. H vrios meios para isso, claro. Porm, nosso objetivo seria encontrar quais deles se encaixariam s caractersticas tursticas do Parque So Francisco de Assis. A construo de um playground fundamental para o parque. A Fazenda
Intervales, o Parque do Varvito e tantas outras cidades com potencial turstico possuem sua rea de lazer para as crianas. Reconhecemos que Itapetininga j possui um parque dessa natureza ao lado do Ginsio de Esportes da Vila Barth. Mas possvel tambm observar o quanto o local j est saturado, no mais comportando o nmero de visitantes. No Parque do Mato Seco, uma rea de recreao infantil levaria pais, crianas e escolas. Sugerimos entretanto, que as caractersticas desses brinquedos se encaixem s
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do parque. Podemos observar na foto a seguir um atrativo interessante no Parque do Varvito, em Itu.
Construes em madeira (cedidas pela Eucatex) onde as crianas podem brincar - Itu SP.
Outros atrativos comuns de playgounds podem ser construdos, como por exemplos balanos, gangorras, gira-gira e tneis feitos com tubos. O local ideal para sua instalao na rea hoje destinada a um campo de futebol. Nossos argumentos em relao a isso podem ser facilmente justificados. A proposta da criao do novo Parque Municipal So Francisco de Assis de que tenha um turismo familiar e educacional. Por essa razo, a existncia de um campo de futebol na rea pode descaracterizar o parque. Alm disso, um playground no local o torna prximo do estacionamento, permitindo que alguns pais fiquem observando os seus carros ou que escolas que para l se dirijam mantenham seus alunos, na hora da recreao, por perto dos nibus l estacionados. Toda a rea do campo realmente extensa para o parque infantil, mas existe uma proposta por parte do grupo GELS da utilizao daquela rea com um atrativo infantojuvenil muito interessante para a regio.
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Algumas cidades europias descobriram que a construo de labirintos como forma de recreao tem despertado grande interesse turstico. O labirinto desperta principalmente no adolescente e na criana o prazer da descoberta, da curiosidade e do desafio. Pode auxiliar no desenvolvimento mental do seu senso de direo, atravs de simples brincadeiras. Jornais sempre trazem em seus suplementos infantis passatempos na forma de desenhos com labirintos para as crianas completarem com caneta, seguindo o caminho correto. So inmeros os vdeo-games e jogos em software que exploram o raciocnio e a habilidade juvenil em labirintos chamados 3-D (que na realidade so 2-D uma vez que ocorrem no plano da tela do vdeo). A idia de tornar real um labirinto, onde a criana e o adolescente possam viver o papel do heri do jogo no computador, extremamente atual e pode, com baixo custo, tornar o parque conhecido em todo o Estado de So Paulo simplesmente por conter essa diverso.
A questo essencial seria como harmonizar um labirinto com o Parque que estamos propondo e com o playground na sua proximidade. Para isso, visitamos um dos nicos labirintos do interior de So Paulo, no Amazing Park, no Stio do Carroo. A foto ao lado mostra que o labirinto foi construdo com blocos em local escavado no solo. Ele possui uma arquitetura medieval e tem seu sistema de drenagem atravs de ralos e tubulaes que escoam as guas da chuva para o rio Pederneiras, uma vez que se se situa na parte superior do terreno. Sua construo rebaixada permite que adultos acompanhem, pelo menos em parte, qual a localizao dos jovens nos labirintos.
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Entretanto, buscamos em modelos europeus a forma de labirinto que melhor se adapta nossa proposta de parque ecolgico/cultural. Acreditamos que possvel
O labirinto acima atualmente o maior do mundo, e situa-se no interior da Inglaterra. J no labirinto ao lado, que pertence ao palcio Hamton Court em Londres, reis e rainhas j tiveram o prazer de percorrer seus caminhos.
fonte: Revista Veja Kid+
desenvolver um labirinto com a utilizao de cercas vivas, com arbustos como o cedrinho ou ps de teixo. Sabemos hoje que h enormes labirintos na Inglaterra, na Espanha, na Itlia e outros pases europeus. O labirinto em Villa Pisani por exemplo, em Stra, na Itlia, onde Napoleo se perdeu em 1807, possua 6,4 km de caminhos. Observando cidades tursticas como Monte Sio, em Minas Gerais, pudemos notar o quanto possvel em alguns arbustos "esculpir" formas mais variadas, como por exemplo anjos, coelhos, taas, etc. Tudo isso em praa pblica. Por esse motivo, modelar tais arbustos para a construo de um labirinto perfeitamente possvel. Com certeza, podemos apostar no retorno turstico que tal empreendimento traria ao parque e cidade de Itapetininga. Sugerimos, por fim, que o playground e o labirinto fiquem situados no local onde se encontra o abandonado campo de futebol, pois j existe na rea uma terraplanagem adequada para o seu aproveitamento imediato.
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Carros e nibus
Alm disso, nossa proposta que se aproveite a rea logo ao lado do campo para o estacionamento de nibus e carros. H espao suficiente para isso, pelo menos para a projeo de visitao turstica diria que estamos fazendo. Caso, nos prximos anos, tal nmero de turistas supere nossas expectativas o que engrandeceria ainda mais a cidade possvel o aproveitamento de outras reas prximas ao campo, sem,
contudo, precisar cortar nenhuma rvore da reserva. O calamento do local destinado ao estacionamento, no lado sul do campo, completamente invivel, no recomendado e passvel de severas crticas. So diversas as minas d'gua da Reserva do Mato Seco, e a cobertura por asfalto ou concreto no local s iria impermeabilizar o solo e prejudicar a infiltrao de gua no terreno. Por isso,
nossa sugesto que se cubra o local com pedregulho, apenas para evitar o barro e os transtornos que ele possa causar em dias de chuva.
A utilizao racional do meio ambiente requer do homem a procura de um modo para preserv-lo, antes de explor-lo. Ns do grupo GELS acreditamos que podemos construir um futuro mais prspero, mais justo e mais seguro. Para isso, apostamos na possibilidade de uma nova era de crescimento econmico, que tem que se apoiar em polticas que mantenham e expandam a base de recursos ambientais. Acreditamos ser cada vez mais importante a conscientizao da impossibilidade de separar as questes relativas ao desenvolvimento econmico de uma regio das questes relativas ao meio
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ambiente. Muitas formas de desenvolvimento desgastam os recursos ambientais nos quais deviam se fundamentar, e a deteriorao do meio ambiente pode prejudicar o ambiente econmico. Dessa forma, propomos a criao na rea do Parque Municipal So Francisco de Assis um viveiro de mudas nativas da regio. Seus moldes podem se basear naqueles utilizados no Parque Estadual da Fazenda Intervales. Sua implantao nessa rea em Itapetininga foi levada em considerao pelo GELS devido principalmente a trs elementos importantssimos. Em primeiro lugar, por se tratar tambm de uma reserva ecolgica, perfeitamente plausvel se pensar em desenvolver no local mudas nativas para reflorestar as margens dos nossos rios e riachos, ou mesmo reflorestar outras reas degradadas do Estado. Em segundo lugar, por planejarmos no parque um turismo educacional, um viveiro de mudas onde as crianas possam tomar contato com a germinao e o crescimento de algumas plantas que hoje s conhecem em livros, torna-se extremamente instrutivo, causando-lhes um impacto positivo que jamais iro esquecer. Em terceiro lugar, possvel ao parque conseguir recursos prprios que auxiliem na sua subsistncia atravs da venda de mudas nativas para empresas interessadas em reflorestamento, para prefeituras com planos similares e para a populao, que geralmente adora ter em sua casa bromlias, palmitos, pau-brasil e outras plantas tpicas da nossa mata
A figura ao lado mostra um gradeado utilizado como viveiro de mudas no Parque do Varvito, em Itu. O prximo empreendimento do local, de acordo com o administrador Zlio Francisco, ser a criao de um orquidrio, cujas divisas com a venda de mudas sero revertidas ao parque.
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educao ambiental e recursos financeiros procuramos conhecer e resgatar idias para a implantao de um viveiro de mudas no Parque do Mato Seco. A rea que melhor se destina a esse empreendimento um local com terraplanagem j realizada, prxima lanchonete, h 260m do porto de entrada, seguindo pela estrada principal (ver mapa das trilhas). A rea parece ser tima para esses fins, exigindo apenas uma limpeza do local, a colocao de um sombrite (na forma de tela fina) e a construo de um pequeno cmodo, que pode ser de containner ou mesmo de madeira, para guardar materiais agrcolas (jamais produtos agrotxicos), e uma mangueira para irrigao. Podemos nos basear no processo utilizado na Fazenda Intervales, visitada pelo grupo GELS unicamente com fins de pesquisa. Numa conversa realizada com o sr. Lucimar, diretor do Parque, ele se mostrou bastante receptivo idia e se props a fornecer algum know how necessrio a implantao do projeto do viveiro de mudas nativas no Mato Seco em Itapetininga. As fotos abaixo mostram como simples a idia e como rica sua utilizao ambiental e educacional.
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foto ao lado: observa-se que na rea aberta, as mudas maiores esto prontas para o replantio
Na Fazenda Intervales, h uma preocupao com a produo de mudas e tambm com a educao daqueles que vo conhecer o viveiro, atravs de placas explicativas em cada grupo de plantas que esto germinando.
Intervales produz seus prprios nutrientes para o solo atravs de adubo orgnico e hmus de minhoca. Todas as plantas produzidas no local, inclusive as medicinais, no recebem qualquer tipo de pesticida, tendo sua harmonia com a natureza preservada.
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A irrigao das mudas no pode ser um problema num local conhecido pelas inmeras nascentes. possvel, inclusive, aproveitar a prpria bica que se encontra na estrada principal do Parque, 150 m da entrada, para abastecer uma caixa d'gua no local do viveiro. Um planejamento de engenharia civil bastante simples pode
determinar at mesmo qual a altura da caixa para que a bica a abastea por queda, se no se desejar utilizar bomba d'gua.
A represa
So vrios os passeios pblicos, praas e parques de cidades do Estado que desenvolvem projetos enormes de construo de lagos s para a criao de peixes ornamentais que embelezam a rea e atraem turistas. Assim em guas de Lindia, Poos de Caldas, So Paulo, Rio de Janeiro, Itu, Campinas, Piraju, Ponta Grossa, So Carlos, e centenas de outras cidades. Itapetininga j possui uma rea adequada para isso: a represa do Parque
Municipal So Francisco de Assis. Se em outras cidades, pessoas jogam pedaos de pes para alimentar e ver os peixes, isso significa que se trata de um atrativo turstico muito interessante. Devemos e podemos explorar essa idia. O GELS no recomenda a prtica da pesca, mesmo que esportiva, pelo menos no local do Parque Municipal do Mato Seco pois, em se tratando de uma reserva ecolgica, a captura de peixes para quaisquer fins no cientficos seria seriamente criticada por bilogos e ecologistas. A pesca esportiva pode ser explorada em pesque-pagues (ou pesque e solte) particulares ou em outras reas pblicas da cidade, a serem devidamente planejadas para esses fins. Entretanto, no recomendamos tal prtica na reserva que estamos propondo que se abra.
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Por outro lado, a criao ou simplesmente exibio de peixes ornamentais na rea no traria nenhum prejuzo significativo uma vez que essa represa j existia h muito tempo e j uma construo humana. Em vistas disso, o grupo desenvolveu uma srie de anlises de gua com o objetivo de verificar a acidez e identificar quais espcies teriam um convvio adequado no local.
Em discusses realizadas com criadores de peixes e comerciantes ligados essa rea da cidade, constatamos que realmente a carpa seria a melhor espcie ornamental indicada para a piscina.
local
bica da estrada cano da casa verde (lanchonete) pequena represa na trilha da ponte lago abaixo da ponte piscina (represa) lago da ilha crrego no lado leste da piscina
PH
6,8 6,2 6,9 6,9 7,0 6,9 7,0
tipo
normal cida alcalina alcalina alcalina alcalina alcalina
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Com esses dados em mos o grupo pde discutir com pessoas ligadas criao de peixes acerca da adequao da colocao de carpas na piscina (represa). A proposta se mostra conveniente e vivel. Porm necessrio a limpeza da represa atravs do esgotamento da gua e a lavagem da mesma com a utilizao de cal no fundo, para auxiliar ainda mais na alcalinidade da gua. O excesso de cal deve ser depois eliminado antes da colocao dos peixes. Tambm preocupante a oxigenao da represa. Apesar de ser verdade que a gua corrente no local abundante, procuramos questionar a possibilidade do aumento do nmero de peixes e a insuficincia de oxignio num local bastante profundo (cerca de 3 m). Podemos observar que, at mesmo no Parque do Varvito em Itu, onde h gua corrente para o lago do local, existe uma fonte no mesmo que, alm da funo esttica tem tambm a funo de oxigenao da gua.
No Parque do Varvito, em Itu, carpas coloridas enfeitam o lago de gua corrente, mas uma fonte esteticamente bem projetada auxilia na oxigenao da gua.
Para o Parque Municipal So Francisco de Assis, estudamos unir vrios pontos de aproveitamento educacional, esttico e ecolgico. Para isso propomos a colocao de uma fonte no centro da piscina que jorre gua impulsionada por uma bomba acionada por uma roda d'gua. Esse projeto fcil de ser executado, visto que o lago da ponte
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encontra-se bem acima do nvel da piscina e suas guas descem para a mesma atravs de uma pequena queda. A colocao de uma roda d'gua no local permitiria no s a utilizao de uma energia limpa para fazer funcionar a bomba, mas tambm permitiria a visitao educativa de estudantes adolescentes e crianas que iriam conhecer aquela fonte mecnica de energia.
roda d'gua que desperta a curiosidade de jovens e crianas no Amazing Park, em Tatu.
Existem outras possibilidades, at mais simples para se criar a fonte no lago, mas talvez no sejam to eficientes quanto a roda d'gua. possvel, simplesmente atravs de presso por desnvel, trazermos um cano (devidamente camuflado sobre a terra) do lago da ponte at a parte inferior da piscina. certo que esse processo permitiria que a gua jorrasse. Porm, no faria a prpria gua que descansa na piscina jorrar. Em outras palavras, as guas que descem direto do lago da ponte j esto sendo oxigenadas, uma vez que seguem por queda e corredeiras; entretanto, a gua contida na represa no sofreria grande movimentao nesse processo. Alm disso, o esquema de fonte por presso de desnvel no se tornaria por si s mais um atrativo educativo para visitao cultural, uma vez que deveria ficar camuflado para no prejudicar esteticamente a rea.
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Esse projeto prev portanto a colocao inicial de carpas na represa e, depois de se observar o desenvolvimento delas e sua completa adequao ao meio, poderemos decidir sobre a convenincia ou no de se expandir tal proposta para os outros lagos do parque, como o Lago da Ponte e o Lago da Ilha.
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foto do So
ao
lado museu
mostra do
simplicidade Intervales.
Parque
animais
empalhados,
esqueletos, ossos, painis com cpias de reportagens, pegadas registradas em gesso, antigas armadilhas, etc.
Itapetininga tem um registro histrico muito importante referente vrios episdios, como por exemplo Revoluo de 1932. Soldados acamparam na antiga lagoa, hoje chamado Vila Lagoa Seca, onde est construdo o batalho da Polcia Militar e a sede dos Escoteiros. Esse fato que citamos como exemplo e inmeros outros so
suficientes para colocar nossa cidade numa posio de muita importncia histricocultural no Estado. Alm disso, a "Terra das Escolas" ou "Atenas do Sul" precisa ter em seu novo Parque Municipal, cuja projeo de uma grande visitao turstica (turismo de lazer e educacional), um centro de cultura e histria. Tambm, esse centro, cuja proposta que seja realmente um museu, pode contar a histria da prpria reserva: sua funo inicial de represa de captao de gua do municpio e as espcies animais que l vivem.
A transformao de parte da casa branca em laboratrio segue sugesto de profissionais ligados diversas reas com os quais discutimos o projeto. Dessa forma, bilogos sugeriram a colocao de microscpicos para que escolas visitantes possam observar alguns microorganismos existentes no parque. Tambm sugeriram a colocao de aqurios com minhocas em seu habitat, ou de formigas. Outras possibilidades seriam aqurios com diversas fases de girinos. Quase sempre com fins educativos e ilustrativos. Por outro lado, tambm propuseram um centro de atendimento a pequenos animais enfermos, como alguns pssaros da regio.
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Na entrevista com agrnomos, nos foi proposto um laboratrio simples e tambm ilustrativo da germinao de sementes de plantas nativas e de demonstrativos de tipos de solos. Por outro lado, tcnicos qumicos sugeriram laboratrio de anlise de gua, visto que ela fonte abundante da regio. Essa anlise poderia ser superficial, como por exemplo medir apenas o nvel de PH, ou mesmo ser mais profunda, como por exemplo determinar a potabilidade de cada uma das nascentes da regio. De qualquer forma, a criao de um laboratrio permitir dar ao local no apenas um carter turstico de lazer, mas tambm um carter cientfico educacional. Essa proposta d ao Parque um rtulo ainda mais srio, e eleva ou engrandece a cidade. Pr em prtica esse laboratrio questo fcil de resolver, visto que as atuais construes existentes no local j so consideradas adequadas para tanto.
Por fim, a existncia de uma sala de vdeo e de palestras ou conferncias de fundamental importncia no Parque Municipal So Francisco de Assis. Visitantes podem assistir a um vdeo cujo tema pode ser bem diversificado, tais como a cidade de Itapetininga, a reserva do Mato Seco, a fauna e flora da regio, a preservao ambiental, o viveiro de mudas, ou sobre dezenas de outros assuntos possveis de se desenvolver. Alm disso, palestristas consagrados na rea de preservao ambiental podem ser convidados a exporem seus trabalhos para grupos de estudantes ou para a populao itapetiningana ou para grupos como os escoteiros, em visita ao local. Uma sala de vdeo e de conferncias, com carteiras de estudantes, pode at mesmo ser requisitada por professores ou guias que acompanhem as excurses de escolas da regio e de outras cidades. fcil constatar que so inmeros os parques e reservas que possuem uma sala de conferncias. Assim como o laboratrio e o museu, representam um ponto de visitao cultural e erudita. Isso complementa a proposta de um Parque Municipal com fins educativos e ambientais, alm do lazer.
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Com certeza, uma proposta como essa pretende engrandecer ainda mais o nome de Itapetininga do ponto de vista cultural e apresentar tambm nossa cidade com seu potencial turstico, tanto para nossa populao quanto para turistas de outros locais.
Houve um projeto de construo de um apirio no local onde hoje propomos o laboratrio, o museu, o ambulatrio e a sala de vdeo. Entretanto, em diversas conversas que tivemos com pessoas ligadas rea, consideraram que se pretendemos um parque com visitao intensiva, a criao de abelhas no recomendada tanto por questes de segurana dos turistas quanto por inquietaes das abelhas com a presena de pessoas. Alm disso, discutimos os transtornos que um grande nmero delas poderiam trazer s pessoas que viessem consumir refrigerantes e doces na lanchonete.
escada que leva da piscina at a casa branca, onde se pretende fazer um centro de visitantes.
A figura na prxima pgina apenas um esboo de um projeto da reforma da casa branca. O desenho em si deve ser executado por pessoas capacitadas, como
engenheiros, arquitetos ou desenhistas projetistas. Na nossa concepo, acreditamos que o espao destinado ao museu deve separar o possvel silncio da sala de laboratrio do som vindo da sala de vdeo e conferncias. Na figura, com fins apenas ilustrativos, as linhas tracejadas representam a ampliao da rea. Propomos ainda a colocao de mais uma janela na primeira sala de laboratrio e deixamos um espao inicialmente ocioso em frente aos banheiros.
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figura representativa (esboo) da proposta de reforma com melhorias e ampliao da "casa branca".
* esta figura no segue critrios de medida e proporo
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Complementando o projeto
Nosso projeto prev outras melhorias no Parque, alm daquelas j citadas. Um parque ecolgico como esse, que pretende colocar a populao em contato com o meio ambiente pode ter uma rea para camping. Em virtude disso, propomos que a rea com terraplanagem j executada, localizada abaixo da casa do vigia e acima da bica trs irmos seja usada para esse fim. Alm disso, essa rea fica prxima entrada do parque e prximo ao estacionamento, permitindo que aqueles que vierem com seus carros para Itapetininga, acampem e desfaam suas bagagens prximos ao camping. preciso, contudo, fazer uma drenagem do local e transform-lo em gramado, retirando a vegetao rasteira que agora toma conta da rea. Os recursos financeiros arrecadados com o camping (pela cobrana em dinheiro) pode ser revertida ao parque. No propomos a cobrana para ingresso de pessoas ao parque, exceto daqueles que iro acampar. No caso do camping, preciso a construo de pelo menos dois sanitrios e um chuveiro. Mais uma vez recamos no problema do esgoto que no pode, de forma alguma, ser despejado numa fossa prximo s nascentes. Duas propostas so lanadas ento: ou se leva o esgoto por tubulaes at uma fossa numa rea no prejudicial ao ambiente (como j se props na lanchonete), ou se projeta sanitrios qumicos, em forma de containers, muito comuns em cidades litorneas e em competies esportivas de rua. Entretanto, essa segunda opo requer manuteno diria da prefeitura ou da administrao do parque. O grupo GELS tem observado que a busca de pessoas das cidades grandes por reas prximas natureza para passarem finais de semana, feriados ou suas frias bastante intensa. Numa pesquisa realizada pelo grupo no Ncleo Caboclos do PETAR,
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em Fevereiro de 1998, foi possvel constatar que, dos 80 campistas no local, 18,5 % vieram de Ribeiro Preto, 33,5 % de So Paulo e 11% de Campinas. Dessa forma, a criao de uma rea de camping no local interessante para o Parque.
Ao se constituir rea de turismo o Parque Municipal So Francisco de Assis, recomendado a elaborao de um folder explicativo e ilustrativo. de praxe todo parque ou cidade turstica dar aos visitantes um folheto explicativo. Alm de auxiliar e guiar o turista, alegra-o guardar consigo uma lembrana to significativa do local. O folder um excelente meio de se divulgar o parque, uma vez que ele ser levado para diversas cidades do Estado pelos prprios turistas ou estudantes que aqui vierem. Ele pode conter a histria do local na pedra beira da represa ainda possvel de se ler: "O povo de Itapetininga ao Prefeito Municipal Major Joo Soares Hungria - Empresa G Pellegrino Laghi - 5 - 1911" sua fauna e flora atuais pssaros, pequenos roedores, bromlias, palmitos, etc. e o mapa do parque.
Muitas vezes esses folhetos so feitos com patrocnios de empresas preocupadas com o meio ambiente e com sua prpria imagem. A Editora Didtica Paulista, por exemplo, patrocinou a publicao de um livro sobre o Parque do Varvito em Itu, que hoje doado para escolas que visitam o local (foto ao lado).
A figura que segue mostra alguns dos folders adquiridos por integrantes do grupo GELS durante o trabalho de elaborao desse projeto.
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folhetos que auxiliam os visitantes pelos pontos tursticos e so guardados como recordaes. Na figura: Juria-Peruibe, patrocnios, PETAR, Stio Carroo, Intervales, Juria-Itatins, Itanham, Parque do Varvito, mapa de localizao.
Como complemento tudo aquilo que for realizado no Parque do Mato Seco, propomos a colocao de placas indicativas aos turistas, tais como: no retirar plantas do local, proibido pescar, nome de rvores, nome de trilhas, distncia de cada trilha, mapa com as trilhas e localizaes, explicaes sobre o cano de gua e sua histria na cidade, nome de nascentes, etc. Alm disso, recomendado a colocao de corrimes de madeira em alguns locais das trilhas e escadas com o objetivo de segurana ao turista e mata, que deve ser preservada e no invadida pelo visitante.. Tambm se faz necessrio a colocao de bebedouros aos turistas em alguns pontos do parque. A gua para isso pode ser aproveitada da prpria bica, desde que sua anlise confirme ser potvel. Propomos a reativao dos banheiros prximos ao Lago da Ilha, no incio da Trilha do Cano. aconselhvel a colocao de uma grade baixa ao redor da piscina. Sua
profundidade grande e h o risco de crianas carem no local. Uma grade com altura de
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80 cm seria suficiente para evitar que crianas, na inocncia de jogar po aos peixes, corra risco de vida. O ambulatrio existe no para cuidar de casos graves, mas sim com remdios simples como analgsicos, faixas, gazes, absorventes femininos, pinas para retirar espinhos, e outros materiais decididos por profissionais competentes. Propomos ainda que um parque ecolgico deve ter coleta de lixo seletiva. Como isso ainda no uma realidade clara na nossa cidade, no adiantaria nada recolher o lixo em lixeiras distintas e as juntar novamente no caminho de coleta. Por isso, a proposta do grupo que esse processo se faa paulatinamente: em primeiro lugar dois lates em cada um dos locais estratgicos, como em trilhas, prximo aos lagos, na lanchonete, na rea do playground, no estacionamento, no camping, nos banheiros e no museu. Um dos lates para lixo comum e outro para latas de alumnio, cuja reciclagem ou venda conveniente para todos.
O grupo GELS possui ainda uma srie de outras sugestes para o local, que propomos serem executadas no decorrer dos prximos anos, aps a abertura do parque. O local em frente lanchonete poder ser gramado, evitando o barro em excesso em dias muito midos. Os cabos com energia eltrica poderiam ser subterrneos, o que daria uma esttica melhor ao parque, harmonizando-o ainda mais com a natureza. Futuramente, algumas placas solares poderiam ser instaladas para mostrar aos visitantes opes de energia alternativa e limpa. Quem sabe, num futuro prximo, com o Parque Municipal So Francisco de Assis tendo uma visitao acima das nossas expectativas no se possa fazer, num acordo com a Companhia Ferroviria, a reativao da Estao do Peixoto, para turistas que quiserem ir de trem. Propostas desse tipo mostram como possvel imaginarmos uma Itapetininga de braos abertos ao turismo.
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Alm disso, opes mais imediatas podem ser estudadas pelo futuro administrador do parque, como por exemplo criaes pequenas como ranrios, minhocrios, escargot, e outros. O objetivo no seria apenas comercial, com pequenas divisas para o parque, mas tambm educacional, para visitao pblica. O mesmo pode ocorrer com pequenas plantaes de cogumelos, hortas, orquidrio e outros, sempre com objetivos econmicos e educativos. Com o decorrer dos meses, acreditamos que o Parque tornar-se- um grande atrativo turstico da regio, com visitao intensa principalmente de escolas e da populao da nossa cidade. Em vistas disso, podemos elaborar novos projetos no local, ampliando os atrativos tursticos. Pode ser construda, por exemplo, uma gruta artificial no lado leste do lago. Como a rota turstica do Vale do Ribeira um percurso que leva a cavernas da regio, nada mais natural que se construa no parque uma rplica de uma caverna em tamanho natural para que as crianas que nos visitem conheam elementos interessantes dos subterrneos da Terra como estalactites, estalagmites, travertinos e outros.
claro que temos conscincia que na conjuntura econmica atual, grandes obras tornam-se inviveis. Por outro lado, estamos planejando a criao de um Parque que ser um marco na regio centro sul do Estado e, se no decorrer dos anos, realmente nossa perspectiva se confirme, no h por que j no mantermos sobre possibilidades outros atrativos mais para a rea. Para mostrar que tal sugesto no absurda, o Stio do Carroo - Amazing Park, em Tatu, possui trs cavernas artificiais, subterrneas, e que fazem a alegria das crianas que l freqentam. Apesar do alto preo cobrado pela permanncia de 6 dias (R$ 690,00 por criana), o local est constantemente repleto de estudantes e com agenda cheia pelo resto do ano. Isso mostra como
atrativos tursticos que encantem as crianas podem fazer com que pais venham a Itapetininga.
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Localizaes
Na figura abaixo possvel localizar alguns dos atrativos tursticos sugeridos pelo grupo GELS e sua localizao no parque. conveniente frisar que o projeto como um todo muito mais amplo do que apenas a sua representao apresentada no mapa abaixo, pois foram realizados estudos comparativos dos elementos que mais se identificariam com a regio, considerando uma maximizao do potencial turstico, cultural e ecolgico.
Por fim, todos os elementos do Grupo de Espeleologia Laje Seca sentem-se honrados por terem participado da elaborao desse projeto e vem com ansiosidade e brilho nos olhos a possibilidade dele tornar-se real para o engrandecimento de Itapetininga.
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BIBLIOGRAFIA PERTINENTE
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