Aliahona Dezembro 08
Aliahona Dezembro 08
Aliahona Dezembro 08
A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS • DEZEMBRO DE 2008
PAR A OS JOVENS
7 Pôster: Deus Ama Você de Tal Maneira
12 Um Milagre de Natal Ryan Campbell
15 Calendário do Advento: Profecias da Vinda de Cristo A2 Seguir a Luz
26 Perguntas e Respostas: O Que Posso Fazer para que
Minhas Orações Sejam Menos Repetitivas e Mais A13 Página para Colorir
Significativas?
28 Assombro Me Causa o Amor que Me Dá Jesus O A MIGO: PAR A AS CRIANÇ AS
Élder Jeffrey R. Holland A2 Mensagem de Natal da Primeira Presidência para
as Crianças do Mundo: Seguir a Luz
A4 Tempo de Compartilhar: Conta-me Histórias de Cristo
Deus Ama Você
7 Pôster Linda Christensen
de Tal Maneira A6 Para os Amiguinhos: Demonstrar Nosso Amor a Jesus
Jane McBride Choate
A8 O Nascimento de Jesus
A10 Da Vida do Profeta Joseph Smith:
O Martírio do Profeta
A13 Página para Colorir
A14 O Presenteador Secreto Charlotte Goodman McEwan
o Unigênito
Que Deu Seu Filh ).
(ver João 3:16
NA CAPA
O Nascimento de Jesus, de Jon McNaughton.
CAPA DE O AMIGO
Auto de Natal, de Margie Seager-Olsen.
O Melhor
Natal de Todos
Presidente Thomas S. Monson
N
esta época do ano, as ondas de rádio duradouro renova seu poder sobre nós:
estão cheias de músicas de Natal. estamos de novo em casa”. 2
Meu coração faz muitas vezes uma O Presidente David O. McKay (1873–1970)
viagem no tempo, rumo ao meu lar e a natais declarou: “Só alcançamos a verdadeira felici-
passados, quando ouço algumas de minhas dade quando fazemos os outros felizes — a
canções natalinas prediletas, como esta: aplicação prática da doutrina do Salvador de
perder a própria vida a fim de encontrá-la.
Ah, nada como estar em casa Em suma, o espírito de Natal é o espírito de
No Natal, pois por mais longe Cristo, que faz nosso coração ficar repleto
Que a vida nos leve, de amor fraternal e amizade, e nos impele a
Se quisermos alegria encontrar praticar atos bondosos de serviço.
No Natal nada compete É o espírito do evangelho de Jesus Cristo, É doar, não receber,
Com o lar, doce lar. 1 cuja observância trará ‘paz na Terra’, pois o que faz florescer
implica boa vontade para com todos os plenamente o espírito
Ilustrações: Daniel Lewis; à direita: Reis Magos do Oriente, de Harry Anderson, © Igreja
é Natal, um eterno regresso às origens. É doar, não receber, o que faz florescer nos interessar mais
Esta época, peculiar devido a seu misté- plenamente o espírito de Natal. Perdoamos pelas pessoas do que
rio, aura e magia, parece, de certo modo, os inimigos, recordamos os amigos e obe- pelas coisas.
atemporal. Tudo o que nos é caro e decemos a Deus. O espírito de Natal nos
ilumina a alma e abre os olhos espirituais, o
que nos leva a enxergar além da vida agitada
que temos e a nos interessar mais pelas
pessoas do que pelas coisas. Para compreen-
der o verdadeiro significado do “espírito de
Natal”, basta ter em mente que se trata, na
verdade, do “Espírito de Cristo”.
Lembrar-se de Cristo
Se tivermos o espírito de Natal, recordare-
mos Aquele cujo nascimento comemoramos
4
de barro; (…) sofrerá tentações e dores (…) E ele chamar- aquecida e, apesar das condições humildes da família,
se-á Jesus Cristo, o Filho de Deus”. 5 nunca passaram fome. No verão, cultivavam uma horta
Veio então a noite mais importante de todos os tem- enorme, faziam chucrute, queijo cottage, coalhada e picles
pos em que, aos pastores nos campos, apareceu o anjo a fim de fazerem trocas com os vizinhos. Também criavam
do Senhor que lhes anunciou o nascimento do Salvador. galinhas, porcos e gado de corte. Tinham pouco dinheiro
Depois, reis magos viajaram do Oriente para Jerusa- no bolso, mas podiam trocar essas mercadorias por outras
lém “dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos que não produziam.
judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a A mãe de Margaret tinha amigos que tinham emigrado
adorá-lo. (…) com ela do mesmo país. Esses
E, vendo eles a estrela, regozija- conhecidos tinham um grande
ram-se muito com grande alegria. armazém, que se tornou um verda-
E, entrando na casa, acharam o deiro mercado, em que as pessoas
menino com Maria sua mãe e, pros- da região doavam ou trocavam
trando-se, o adoraram; e abrindo os roupas e sapatos usados e outros
seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: objetos. Muitos desses artigos de
ouro, incenso e mirra”. 6 segunda mão chegavam às mãos da
Os tempos mudam, os anos se família de Margaret.
sucedem em ritmo acelerado, mas o Os invernos na província de
Natal continua sagrado. Nesta mara- Alberta eram muito frios, longos
vilhosa dispensação da plenitude e penosos e, em certo inverno parti-
dos tempos, nossas oportunidades cularmente gelado e difícil, Marga-
de doar de nós mesmos são de fato ret e sua irmã Nellie se deram conta
ilimitadas, mas também efêmeras. Há da pobreza de seus vizinhos, a
corações a alegrar, palavras gentis a família Kozicki, cuja fazenda ficava
proferir, presentes a oferecer, boas a alguns quilômetros de distância.
ações a praticar, almas a salvar. Sempre que o pai da família Kozicki levava os filhos à
escola em seu trenó improvisado, ele entrava no prédio
Um Presente de Natal para se esquentar perto da estufa antes de voltar para casa.
A Natividade, de Antonio Correggio, © Superstock, reprodução proibida
No início da década de 1930, Margaret Kisilevich e sua Os calçados da família consistiam em trapos e sacos gros-
irmã Nellie deram um presente de Natal a seus vizinhos, seiros cortados em faixas e enrolados em volta das pernas
a família Kozicki, que ficou gravado em sua memória por e pés, com enchimento de palha e amarrados com cordas.
toda a vida e se tornou fonte de inspiração para a família Margaret e Nellie resolveram convidar a família Kozicki,
inteira. por intermédio dos filhos, para a ceia de Natal. E decidi-
Na época, Margaret e Nellie moravam em Two Hills, ram não falar do convite a ninguém de sua própria família.
Alberta, Canadá — uma comunidade rural povoada Chegou a manhã de Natal, e todos da família de
principalmente por imigrantes ucranianos e poloneses, a Margaret estavam ocupados com os preparativos para o
maioria muito pobre e com família numerosa. Era a época banquete do meio-dia. O enorme porco assado entrara
da Grande Depressão. no forno na noite anterior. O repolho, as rosquinhas, as
A família de Margaret era formada por pai, mãe e tortas de ameixa e o ponche especial de açúcar queimado
15 filhos. A mãe de Margaret era industriosa e seu pai, tinham sido preparados um pouco antes. O cardápio ter-
empreendedor — e com tantos filhos, tinham mão-de- minaria com chucrute, picles, verduras e legumes. Marga-
obra garantida em casa. Assim, a casa estava sempre ret e Nellie ficaram encarregadas de preparar as verduras
A Caridade em Ação
Margaret e Nellie levaram as crianças dos vizinhos I d é i a s pa r a o s M e s t r e s Fam i l i a r e s
para o quarto e tiraram de debaixo das camas várias
caixas cheias de roupas de segunda mão, doadas pelos D epois de se preparar em espírito de oração, dê esta
mensagem empregando um método que incentive a
participação daqueles a quem for ensinar. Seguem-se alguns
comerciantes amigos de sua mãe. Formou-se uma alegre
confusão, com um desfile de moda improvisado e todos exemplos:
escolhendo as roupas e sapatos que queriam. As crianças 1. Peça a um membro da família que leia em voz alta a
fizeram tanto barulho que o pai de Margaret foi até lá para citação do Presidente McKay. Se quisermos ter o melhor
ver do que se tratava. Ao ver a felicidade das filhas e a ale- Natal de todos os tempos, precisamos seguir os passos do
gria das crianças da família Kozicki com as “novas” roupas, Salvador. Peça aos membros da família que desenhem o
sorriu e disse: “Podem continuar”. contorno dos próprios pés. Em seguida, sugira que a família,
Ainda no meio da tarde, antes de anoitecer e esfriar depois da visita, em espírito de oração, anote em cada pegada
demais com o pôr-do-sol, a família de Margaret se despe- um ato de serviço que os membros da família podem prestar
diu dos amigos, que foram embora bem alimentados, bem ao próximo. Sugira que fixem as pegadas, de modo a condu-
vestidos e bem calçados. zirem a uma gravura do Salvador, para ilustrar que os atos de
Margaret e Nellie nunca contaram a ninguém que serviço nos ajudam a aproximar-nos Dele.
tinham convidado a família Kozicki, e o segredo perdurou 2. Peça aos membros da família que relatem algumas
até o Natal de 1988, quando Margaret Kisilevich Wright, experiências de Natal memoráveis. O que tornou essas
aos 77 anos, revelou o segredo à família pela primeira vez. experiências tão boas? Leia ou conte a experiência da família
Disse que tinha sido seu melhor Natal de todos os tempos. Kozicki. Sugira que neste mês a família encontre maneiras de
Se quisermos ter o melhor Natal de todos os tempos, servir ao próximo, o que a ajudará a desfrutar ao máximo a
devemos ouvir o som das sandálias nos pés do Mestre. época de Natal.
Devemos dar a mão ao Carpinteiro. A cada passo que
6
Deus Ama Você
de Tal Maneira
Detalhe de Porque Deus Amou o Mundo de Tal Maneira, de Simon Dewey. Reprodução proibida.
N
uma tarde fresca e luminosa, começa- o tempo de viagem a passar mais rápido.
mos a viagem rumo à casa da missão A cada hora que passava, Kristen e Derek
em Bordeaux, na França. Era o dia 24 ficavam mais animados ao pensarem nas
de dezembro de 1990 e pretendíamos passar surpresas que a manhã de Natal lhes reser-
o Natal em casa. vava. Quase sentíamos o cheiro do peru que
Eu e Kathy, minha esposa, juntamente com estava sendo preparado para a ceia na casa da
nossos quatro filhos — Camey, de 14 anos, missão por um bondoso casal missionário que Numa situação em
Brandt, de 13, Kristen, de 10, e Derek, de aguardava nossa volta. O Natal estava no ar. que somente Ele pode-
8 — tínhamos acabado de viver uma semana Foi só no fim da tarde que percebemos ria nos levar para
inesquecível. Devido às grandes distâncias que talvez houvesse um problema. Em boa casa, ouviu nossas
em nossa missão, não tínhamos reunido os parte da manhã, tivéramos certa dificuldade orações.
missionários para comemorar o Natal. Em para trocar de marcha. Paramos para verificar
vez disso, tínhamos viajado com a família o nível do fluido de transmissão, mas tudo
para todas as cidades da missão, o que uniu parecia em ordem. Agora, já estava escure-
a família, pois envolvemos as crianças num cendo e ainda a duas horas de Bordeaux,
programa de Natal especial. Nossa família se a terceira, quarta e quinta marchas tinham
alegrara com cada missionário no grandioso parado de funcionar totalmente.
privilégio de proclamar o evangelho restau- Na segunda marcha, avançamos len-
rado de Cristo nessa gloriosa época do ano. tamente pela via rural ladeada de árvores.
No último dia, tivemos a companhia de Seria impossível chegar a Bordeaux
Ilustrações: Richard Bird
10
O
Sr. Darroze
logo sacudiu
a cabeça e o
dedo para recusar.
Sua alma estava
repleta do espírito
generoso do Natal.
“Não”, protestou,
“não vou aceitar
nada.”
O Sr. Darroze olhou para as crianças. Ele nos conhecera por hora e não tenho certeza se o aquecedor funciona
apenas minutos antes, mas seu coração fora tocado pela bem. Mas se quiser, vamos juntos à fazenda a 16 quilôme-
fraternidade que atravessa todos os oceanos e nos torna tros para buscá-lo.”
uma grande família. Sua alma estava repleta do espírito As crianças saltaram de alegria. Pus a mão no bolso em
generoso do Natal. “Sr. Andersen”, respondeu, “claro que busca de dinheiro ou cartões de crédito e ele logo sacudiu
tenho quartos disponíveis; mas passar a véspera de Natal a cabeça e o dedo para recusar.
numa pousada não é o ideal. As crianças adorariam estar “Não”, protestou, “não vou aceitar nada. Pode devolver
em casa, aguardando entusiasmadas as surpresas da meu furgão quando tiver tempo depois do Natal. Hoje é a
manhã de Natal. Vou emprestar-lhes meu carro e assim véspera de Natal. Leve a família para casa.”
poderão ir para Bordeaux ainda hoje”. Pouco depois da meia-noite, avistamos as luzes de Bor-
Fiquei perplexo com tamanha bondade. Em geral, as deaux. As crianças e os missionários já tinham caído no
pessoas são muito cautelosas com estranhos, principal- sono na traseira do furgão do dono da pousada. Ao pas-
mente estrangeiros como nós. Agradeci, mas expliquei sarmos pelas ruas conhecidas que levavam a nossa casa,
que éramos 10 pessoas e simplesmente não caberíamos Kathy e eu agradecemos ao bom Pai Celestial por nosso
num carro francês pequeno. próprio milagre de Natal. Numa situação em que somente
Ele hesitou por alguns instantes, mas não para diminuir Ele poderia nos levar para casa, ouviu nossas orações.
o presente e sim aumentá-lo. Passamos a noite de Natal em casa, embora em
“Em minha fazenda, a 16 quilômetros daqui, tenho um Villeneuve-de-Marsan houvesse lugar na estalagem. ◼
velho furgão. Utilizo-o apenas na fazenda e ele só tem os Este artigo foi publicado originalmente em Christmas Treasures
dois bancos dianteiros. Anda no máximo a 70 quilômetros (Deseret Book, 1994).
nhas, mas as demais continuaram com o olhar fixo nas estado de espírito no vagão mudou. Quase se podia sentir
janelas geladas. Senti pena dos artistas e fiz uma pequena algo no ar. Os passageiros pareciam embevecidos. Os
contribuição. outros missionários começaram a cantar “Noite Feliz”:
Pouco depois, chegamos à estação próxima de nosso
apartamento e fomos correndo para casa. Assim que Noite feliz! Noite feliz!
entramos e fechamos a porta, o telefone tocou. Atendi Ó Senhor, Deus de amor
14
Calendário do Advento
Profecias da
Vinda de Cristo: Você pode preparar-se hoje para o Natal recordando como outras
pessoas se prepararam para a vinda Dele no passado.
M
uitos profetas da Bíblia e do Livro de Mórmon predisseram o nas-
cimento e o ministério de Jesus Cristo séculos antes desses aconte-
cimentos. Nos 12 dias que antecedem o Natal, este calendário do
advento servirá de referência com escrituras sobre o nascimento e a vida
do Salvador e atividades que você pode realizar para ser mais semelhante
a Cristo. Leia diariamente as escrituras indicadas e, se desejar, tente fazer a
atividade correspondente. Com a permissão de seus pais, poderia usar
idéias deste calendário na noite familiar.
O Presidente Thomas S. Monson nos aconselhou: “Por alguns
momentos, deixemos de lado os catálogos de Natal, com seus
presentes exóticos. Deixemos de lado até as flores para a mamãe,
a gravata especial para o papai, a linda boneca, o trenzinho que
apita, a tão esperada bicicleta — até mesmo os livros e as fitas de
vídeo — e voltemos nossos pensamentos às dádivas duradouras
que recebemos de Deus”. 1
Nota
1. Thomas S. Monson, “Dádivas Preciosas”, A Liahona, dezembro de 2006, p. 4 .
Quando o Natal
terminar, conserve na
mente e no coração
o que aprendeu e
comemore o Natal o
ano inteiro servindo
ao próximo.
Ilustrações: Scott Greer
15
13 de Dezembro 14 de Dezembro 15 de Dezembro
Isaías, profeta do Velho Testa- Néfi teve uma visão da virgem Os profetas testificaram a respeito
mento, predisse que uma mulher pura Maria e do menino Jesus: da missão de Cristo na Terra. A seguir
daria à luz o Filho do Pai Celestial. “E disse-me ele: Eis que a virgem vemos o que disse o profeta Abinádi,
Essas escrituras foram escritas mais de que vês é a mãe do Filho de Deus, que viveu por volta de 150 a.C.:
700 anos antes de Seu nascimento. segundo a carne. “E assim a carne, tornando-se
“Eis que a virgem conceberá, e E aconteceu que eu a vi ser arre- sujeita ao Espírito, ou o Filho ao Pai,
dará à luz um filho, e chamará o seu batada no Espírito. E depois de haver sendo um Deus, sofre tentações e
nome Emanuel” (Isaías 7:14; ver tam- sido ela arrebatada no Espírito por não cede a elas, mas sujeita-se a ser
bém 2 Néfi 17:14). um certo espaço de tempo, o anjo escarnecido e açoitado e expulso e
“Porque um menino nos nasceu, falou-me, dizendo: Olha! rejeitado por seu povo.
um filho se nos deu, e o principado E eu olhei e tornei a ver a virgem E depois de tudo isso, após haver
está sobre os seus ombros, e se carregando uma criança nos braços. realizado grandes milagres entre os
chamará o seu nome: Maravilhoso, E disse-me o anjo: Eis o Cordeiro filhos dos homens, (…)
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eter- de Deus, sim, o Filho do Pai Eterno!” (…) será conduzido, crucificado e
nidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6; (1 Néfi 11:18–21). morto, a carne sujeitando-se à morte,
ver também 2 Néfi 19:6). a vontade do Filho sendo absorvida
Faça uma lista natalina de coisas pela vontade do Pai” (Mosias 15:5–7).
Em espírito de oração, escolha que você gostaria de dar em vez
um amigo, familiar ou membro de receber. Prepare uma iguaria de Natal
de sua ala ou ramo. Em segredo e ofereça-a a uma família
deixe para ele um pequeno de sua ala ou ramo: os atos
presente, como um petisco, um de generosidade ajudarão a
pensamento das escrituras ou aumentar a união e a amizade
um cartão de Natal num lugar na ala.
onde ele vá encontrar.
16
16 de Dezembro 17 de Dezembro 18 de Dezembro
Alma profetizou o seguinte ao Jesus Cristo ama cada um dos Embora Jesus Cristo fosse perfeito,
povo de Gideão por volta de 83 a.C.: filhos de Deus e jamais esqueceria de precisou ser batizado para cumprir
“O Filho de Deus nascerá na face um único deles. Ezequiel profetizou toda a justiça. Segue o relato da pro-
da Terra. (…) que o Senhor seria um pastor e reuni- fecia de Leí, registrada por Néfi:
“E eis que nascerá de Maria, (…) ria Suas ovelhas perdidas. “E disse meu pai que ele [ João
sendo ela uma virgem, um vaso “Porque assim diz o Senhor Deus: Batista] batizaria em Betabara, além
precioso e escolhido; e uma sombra Eis que eu, eu mesmo, procurarei do Jordão; e também disse que ele
a envolverá; e conceberá pelo poder pelas minhas ovelhas, e as buscarei. batizaria com água; que ele batizaria
do Espírito Santo e dará à luz um Como o pastor busca o seu reba- o Messias com água.
filho, sim, o Filho de Deus. nho, no dia em que está no meio das E depois de haver batizado o
E ele seguirá, sofrendo dores e suas ovelhas dispersas, assim busca- Messias com água, ele reconheceria e
aflições e tentações de toda espécie; rei as minhas ovelhas; e livrá-las-ei de testificaria haver batizado o Cordeiro
e isto para que se cumpra a palavra todos os lugares (…) de Deus que iria tirar os pecados do
que diz que ele tomará sobre si as E tirá-las-ei dos povos (…) e as tra- mundo” (1 Néfi 10:9–10).
dores e as enfermidades de seu povo. rei à sua própria terra, e as apascen-
E tomará sobre si a morte, para tarei nos montes de Israel” (Ezequiel Dê um presente na forma de
soltar as ligaduras da morte que pren- 34:11–13). sua companhia e atenção a uma
dem o seu povo; e tomará sobre si as pessoa doente, idosa ou viúva de
suas enfermidades, para que se lhe Passe algum tempo com um sua ala ou bairro. Peça-lhe que
encham de misericórdia as entranhas” irmão mais novo, parente ou conte qual foi seu Natal favorito.
(Alma 7:9–12). amigo. Leia para essa pessoa a
história do Natal que se encontra
Preste um ato de serviço a em Lucas 2.
alguém que precisar. Peça a sua
família que lhe ajude a identificar
o que poderia fazer.
Consagra
Tuas Ações
Élder Neal A.Maxwell (1926 –2004) assustadora. Aqueles de nós que são cons-
E
consagração na conferência geral de abril de 2002. cada um, os inerentes graus de dificuldade.
stas palavras são dirigidas aos que,
embora imperfeitos, ainda se mantêm Ser Plenamente Submisso
diligentes na família da fé. Como sem- A humildade espiritual não é obtida ins-
Ao ponderar e pro- pre, meu público imediato sou eu mesmo. tantaneamente, mas por meio de aperfeiçoa-
curar a consagração, Tendemos a considerar a consagração mento gradual, degrau por degrau. Afinal é
é compreensível que como sendo renunciar, por orientação divina, para isso mesmo que servem os degraus,
estremeçamos inter- às nossas posses materiais. Porém, a con- para serem galgados um de cada
namente ao pensar sagração suprema, é entregar-se a Deus. vez. Por fim, nossa vontade pode
em tudo que pode ser Coração, alma, e mente foram as palavras ser “absorvida pela vontade do
exigido de nós, mas o abrangentes que Cristo usou para descrever o Pai” se estivermos dispostos
Senhor, para nos con- primeiro mandamento, que está sempre, não a ser submissos “como uma
solar, disse: “Porque periodicamente, em vigor (ver Mateus 22:37). criança [que] se submete a
minha graça Se cumprido, nossas ações serão totalmente seu pai” (Mosias 15:7;
vos basta” consagradas ao eterno bem de nossa alma
(ver 2 Néfi 32:9).
Essa plenitude envolve a convergência
submissa de sentimentos, pensamentos,
palavras e atos, que é o oposto extremo de
afastamento. “Pois como conhece um homem
o mestre a quem não serviu e que lhe é
estranho e que está longe dos pensamentos e
desígnios de seu coração?” (Mosias 5:13).
Muitos ignoram a consagração porque
ela lhes parece excessivamente abstrata ou
20
O
Salvador 3:19). Do contrário, embora nos esforçando, Talvez, por exemplo, tenhamos um con-
alcançou continuaremos a sentir a influência do mundo junto de habilidades específicas que pode-
um grau de e perderemos parcialmente o rumo. mos erroneamente supor serem propriedade
submissão admirá- Os exemplos de consagração econômica nossa. Mas apegar-nos mais a elas que a
vel quando enfren- são relevantes. Quando Ananias e Safira ven- Deus, é vacilar diante do primeiro manda-
tou a angústia e a deram suas propriedades, retiveram “parte do mento de consagração. Como é Deus quem
agonia da Expiação preço” (ver Atos 5:1–11). Muitos de nós nos nos dá “alento… de momento a momento”,
e desejou “não ter de agarramos tenazmente a certa “parte” a ponto não é recomendável que nos prendamos a
beber a amarga taça de tratar nossas obsessões como se fossem essas coisas que nos desviam de nosso pro-
e recuar”. posses. Sendo assim, seja lá o que for que já pósito (Mosias 2:21).
tenhamos dado, a última porção é a que mais Uma pedra de tropeço surge quando
nos custa ceder. É verdade que uma doa- servimos a Deus generosamente com nosso
ção parcial já é louvável, mas essa atitude se tempo e dinheiro, mas ainda retemos por-
parece muito com a desculpa: “Já fiz a minha ções de nosso próprio eu, demonstrando que
parte” (ver Tiago não somos inteiramente Dele!
1:7–8). Alguns têm dificuldades especialmente
quando determinado papel que desempe-
nha vai chegando ao fim. João Batista, no
entanto, é um modelo positivo, ao dizer ao
crescente número de seguidores de Cristo:
“É necessário que ele cresça e que eu dimi-
nua” ( João 3:30). Considerar erronea-
mente nosso chamado atual como a
única indicação do quanto Deus nos
Não Se Faça a Minha Vontade, Mas a Tua, de Harry Anderson, © Igreja Adventista do Sétimo Dia, reprodução proibida.
ama só fará aumentar nossa relutância
em aceitar seu fim. Irmãos e irmãs,
nosso valor individual já foi definido
divinamente como “grande”; esse valor
não flutua, não é como as ações na bolsa.
Não galgamos outros degraus porque,
como o jovem rico e cumpridor dos
mandamentos, ainda estamos dispostos a
ver aquilo que ainda nos falta (ver Marcos
10:21). Demonstramos com isso um resí-
duo de egoísmo.
Nossa hesitação se mostra de inúmeras
maneiras. O reino terrestrial, por exemplo,
conterá os “homens honrados”, que obvia-
mente não prestaram falso testemunho. No
entanto, ainda assim, eles não foram “valen-
tes no testemunho de Jesus” (D&C 76:75, 79).
A melhor maneira de prestar corajosamente
testemunho de Jesus é tornar-se cada vez
mais semelhantes a Ele, e é essa forma de
consagração que molda o caráter daquele
que se esforça para emular o Senhor (ver
3 Néfi 27:27).
Não Ter Outros Deuses Acima de Deus plenamente para que realizemos aquilo que podemos
Ao procurarmos vencer esses desafios, a submissão fazer de melhor.
espiritual é, felizmente, de grande valia — às vezes nos Dos dois grandes mandamentos, declarou Jesus enfa-
ajudando a “abrir mão” de algumas coisas, até mesmo da ticamente, tudo o mais depende, e não o contrário (ver
vida mortal, e outras vezes, a “agarrar-nos com firmeza”, Mateus 22:40). O primeiro mandamento não fica suspenso
e ainda em outras, a galgar o degrau seguinte (ver 1 Néfi só porque estamos altamente empenhados em alcançar
8:30). um bem menor, pois não adoramos a um deus menor.
Porém, se perdermos a perspectiva, os poucos metros
restantes podem parecer insuperáveis. Embora cônscios Reconhecer a Mão de Deus
de que Deus havia abençoado a antiga Israel para que Antes de colher os frutos do trabalho honesto com algo
escapasse do poderoso Faraó e seus exércitos, Lamã e louvável, reconheçamos a mão de Deus. Do contrário, sur-
Lemuel, tendo uma perspectiva limitada, não tinham a gem as racionalizações, e essas incluem: “A minha força, e
fé necessária em Deus para lidar com Labão, uma mera a fortaleza da minha mão, me adquiriu este poder” (Deu-
autoridade local. teronômio 8:17). Ou então nos jactamos, como teria feito a
Podemos também perder o rumo se estivermos ansio- antiga Israel (exceto no caso do exército deliberadamente
sos em demasia para agradar as pessoas influentes em pequeno de Gideão), exaltando-se ao proclamar: “A minha
nosso meio profissional ou de lazer. Agradar a “outros mão me livrou” ( Juízes 7:2). Quando nos vangloriamos de
deuses” em vez de agradar ao Deus real constitui uma nossa própria “mão” torna-se duplamente difícil para nós
violação do primeiro mandamento (Êxodo 20:3). confessarmos a mão de Deus em todas as coisas (ver Alma
Às vezes defendemos nossas idiossincrasias como se 14:11; D&C 59:21).
elas fossem a marca de nossa individualidade. De certa Em um lugar chamado Meribá, Moisés, um dos maiores
maneira, ser discípulo é praticar um “esporte violento”, que já existiu, cansou-se do clamor do povo por água. Por
como testificou o Profeta Joseph Smith: um instante, ele falou precipitadamente, dizendo: “Porven-
“Sou como uma enorme pedra bruta (…) quando, tura tiraremos água desta rocha para vós?” (Salmos 106:33;
com força e aceleração, colide contra os obstáculos. (…) Números 20:10; ver também Deuteronômio 4:21). O
Assim me tornarei um dardo polido na aljava do Todo- Senhor, porém, guiou o notável Moisés para além do pro-
Poderoso” 1. blema causado por essas palavras e o engrandeceu ainda
É verdade que muitas vezes os joelhos cedem muito mais. Faríamos bem em ser tão mansos quanto Moisés (ver
antes do intelecto, mas é a sonegação desse lado nosso Números 12:3).
que impede que alguns dos intelectos mais privilegiados Jesus nunca, nunca mesmo, perdeu o foco! Embora Ele
da raça humana ajudem na obra de Deus. É muito melhor andasse fazendo tanto bem a tantas pessoas, estava sem-
ser manso como Moisés, que aprendeu coisas que “nunca pre consciente de que a Expiação O aguardava e, por isso,
havia imaginado” (Moisés 1:10). No entanto, irmãos e rogava sabiamente: “Pai, salva-me desta hora; mas para
irmãs, a triste verdade é que no jogo sutil de arbítrio e isto vim a esta hora” ( João 12:27; ver também 5:30; 6:38).
identidade, há hesitação demais. A sujeição da mente é, na À medida que nós, vocês e eu, desenvolvemos mais
realidade, uma vitória, porque ela então nos descortina os amor, paciência e mansidão, mais temos a oferecer a Deus
caminhos mais amplos e “mais altos” de Deus (Isaías 55:9). e à humanidade. Além disso, ninguém mais foi colocado
Por ironia, uma atenção exacerbada, mesmo às coisas exatamente onde estamos, cada um na esfera humana que
boas, pode enfraquecer nossa devoção a Deus. Há, lhe cabe.
por exemplo, quem se envolva demais com o esporte Sem dúvida os degraus do crescimento nos levam a
e com as formas de culto do corpo comuns entre territórios que, às vezes, não desejamos percorrer. Por isso,
nós. Há quem reverencie a natureza enquanto negli- os que os galgam com sucesso são um forte incentivo para
gencia o Deus que a criou. Há quem se concentre na o restante de nós. Em geral, prestamos mais atenção àque-
boa música ou numa atividade profissional louvável les que admiramos secretamente. O filho pródigo, faminto,
e em mais nada. Em casos assim, “o mais importante” lembrou-se dos banquetes de seu lar, mas foi também
é muitas vezes esquecido (Mateus 23:23; ver também atraído por outras lembranças e disse: “Levantar-me-ei, e
I Coríntios 2:16). Somente o Altíssimo pode orientar-nos irei ter com meu pai” (Lucas 15:18).
A
E quando entregamos em retribuição a Deus 17:8). Será que acreditamos mesmo em Suas
essa única dádiva que temos a ofertar, a quem multiplica- palavras? Ele prometeu também tornar fortes
for plenamente fiel será dado “tudo o que [Ele] ção dos pães as coisas fracas (ver Éter 12:27). Estaremos
possui” (D&C 84:38). Nenhum investimento e dos peixes mesmo dispostos a nos submeter a esse pro-
tem retorno maior! alimentou uma cesso? Se desejamos a plenitude, não pode-
Enquanto isso, algumas realidades persis- multidão faminta. mos reter uma parte!
tem: Deus concedeu-nos a vida, o livre-arbítrio, Mesmo assim, em Ter nossa vontade cada vez mais absor-
os talentos e as oportunidades; concedeu-nos pouco tempo esses vida pela vontade do Pai significa alcançar
nossos bens e um período de vida mortal e até que foram alimenta- uma individualidade acentuada, ampliada e
o ar que respiramos (ver D&C 64:32). Se enca- dos voltaram a sentir mais pronta para receber “tudo o que [Deus]
rarmos as coisas dessa maneira conseguiremos fome, porém os que possui” (D&C 84:38). Além disso, como nos
evitar sérios erros de perspectiva; alguns dos comeram o Pão da poderia ser confiado “tudo” o que Ele possui
quais muito menos divertidos do que ouvir um Vida nunca mais sem que nossa vontade fosse muito mais
octeto e achar que é o Coro do Tabernáculo! terão fome (ver João semelhante à Dele? Esse “tudo” nem poderia
Não admira que o Presidente [Gordon B.] 6:51, 58). ser plenamente apreciado por aquele que só
Hinckley tenha enfatizado que somos um se comprometeu parcialmente.
povo que faz convênios, salientando o convê- Francamente, traímos a pessoa que podería-
nio do sacramento, do dízimo e do templo, mos vir a ser quando retemos “uma parte”, seja
Sacramento, ilustração fotográfica de Grant Heaton; A Vida de Cristo, de Robert T. Barrett, reprodução proibida.
e dito que o sacrifício é a “própria essên- ela qual for. Não adianta portanto perguntar:
cia da Expiação” 2. “Porventura sou eu, Senhor?” (Mateus 26:22).
Em vez dessa indagação, perguntemos sobre
O Exemplo de Submissão de Jesus nossas próprias pedras de tropeço:
O Salvador alcançou um grau de “Porventura é esta, Senhor?” Talvez já
submissão admirável quando conheçamos a resposta há muito
enfrentou a angústia e a tempo e precisemos apenas nos
agonia da Expiação e desejou decidir a fazer o que já sabemos
“não ter de beber a amarga taça ser correto.
e recuar” (D&C 19:18). Em uma A maior felicidade possível no
escala bem menor e imperfeita, nós generoso plano de Deus está reser-
enfrentamos provações e desejamos vada, em última instância, para aqueles
que, de alguma forma, sejam eliminadas. que estão dispostos a pagar o preço exigido
Pensem no seguinte: O que teria sido para entrar em Seu reino. Irmãos e irmãs, “tenhamos ânimo
do ministério de Jesus se Ele tivesse feito e retomemos a jornada”.3
mais prodígios, porém sem o transcendente Em nome do Senhor, que estende os braços para nós
milagre do Getsêmani e do Calvário? Seus outros milagres D&C 103:17; 136:22) nós, sim, de Jesus Cristo. Amém. ◼
trouxeram o tão desejado prolongamento da vida e o Subtítulos acrescentados; ortografia, estilo e referências de citações
alívio do sofrimento … de alguns. Porém, como comparar padronizados.
Notas
tais milagres ao mais grandioso de todos: o milagre da Res- 1. James R. Clark, ed., Messages of the First Presidency of The Church of
Jesus Christ of Latter-day Saints, 6 vols. (1965–1975), vol 1, p. 185.
surreição universal? (Ver I Coríntios 15:22). A multiplicação 2. Teachings of Gordon B. Hinckley (1997), p. 147.
dos pães e dos peixes alimentou uma multidão faminta. 3. “Come, Let Us Anew,” Hymns, nº. 217.
24
M e n s a g e m da s P r o f e s s o r a s V i s i t a n t e s
sereis conduzidos à terra da promis- 11:5). Sua Ressurreição e Expiação nos processo de mudança pessoal. (…)
são; e sabereis que sois conduzidos salvam tanto da morte física quanto A segunda grande esperança é
por mim.” espiritual” (ver “A Luz e a Vida”, A Lia- a Ressurreição. Todas receberam
Élder Dallin H. Oaks, do Quórum hona, dezembro de 1997, pp. 42–43). a promessa de que por intermé-
dos Doze Apóstolos: “Jesus Cristo é dio de nosso Salvador Jesus Cristo,
a luz e a vida do mundo. Todas as Como Posso Ter Esperança em Jesus ressurgirão. (…)
coisas foram feitas por Ele. Agindo Cristo? Tendo esperança na Expiação e na
sob a direção e segundo o plano de Presidente Dieter F. Uchtdorf, Ressurreição, vamos à terceira grande
Deus, o Pai, Jesus Cristo é o Criador, Segundo Conselheiro na Primeira Pre- esperança, que é a esperança da vida
a fonte da luz e da vida de todas as sidência: “O evangelho de Jesus Cristo eterna. (…) Por terem um Salvador,
coisas. (…) tem o poder divino de erguê-los vocês também crêem em uma feliz
Jesus Cristo é a luz do mundo muito acima do que, por vezes, lhes vida eterna de criação, de serviço e
porque é a fonte da luz que ‘procede parece um fardo ou fraqueza insupor- aprendizado. Vocês já se encontram
da presença de Deus para encher a tável. O Senhor conhece suas circuns- no caminho estreito e apertado, e há
imensidade do espaço’ (D&C 88:12). tâncias e dificuldades. Ele garantiu a um esplendor de esperança sor-
Sua luz é ‘a verdadeira luz que Paulo e a todos nós: ‘A minha graça te rindo à sua frente. (…) Tudo o que
ilumina todo homem que vem ao basta’. E assim como Paulo, podemos precisam fazer é permanecer nela
mundo’ (D&C 93:2). Seu exemplo e responder: ‘O meu poder se aper- [a Igreja], e prosseguir com firmeza,
Seus ensinamentos iluminam o cami- feiçoa na fraqueza. De boa vontade, tendo o esplendor da esperança” (“Há
nho que devemos trilhar. (…) pois, me gloriarei nas minhas fraque- um Esplendor de Esperança Sorrindo
Jesus Cristo é a vida do mundo por zas, para que em mim habite o poder Diante de Nós”, A Liahona, maio de
causa de Sua posição única no que as de Cristo’ (II Coríntios 12:9)” (“Não 2003, pp. 103–105). ◼
s o f a z e r p a r a
“O que pos s e j a m
m i n h a s o r a ç õ e s
q u e s
p e t i t i v a s e m a i
m e n o s r e
sign i fi c a t i v a s ? ”
A
s escrituras esclarecem que o problema são as Orações Altruístas
vãs repetições (ver Mateus 6:7). Às vezes será Às vezes, quando oramos, acho que
preciso repetir coisas importantes em suas somos egoístas: pensamos apenas em nós
orações. Mas se repetirmos palavras sem pensar, não mesmos e no que queremos. Pense também
estaremos nos comunicando de verdade com o Pai nos outros e em suas necessidades. Conte
Celestial. Para evitar as vãs repetições, aprenda a orar cada bênção e agradeça ao Pai Celestial por
com “verdadeira intenção” (ver 2 Néfi 31:13; Morôni elas. A oração não é apenas o meio de o Pai Celestial ouvir
7:9; 10:4) — isto é, orar com sinceridade e com a nossos desejos e queixas, mas também de O ouvirmos.
determinação de agir com fé. Como vamos receber revelações se apenas manifestarmos
Em 3 Néfi, os discípulos do Salvador oraram “sem rapidamente nossos anseios e depois saltarmos na cama
cessar”, mas “não repetiam muitas palavras, porque para dormir? Pergunte-Lhe o que Ele deseja que você faça.
lhes era manifestado o que deviam dizer” (3 Néfi Assim se tornará uma pessoa melhor.
19:24). O Espírito Santo pode orientar suas orações Rebecah W., 16 anos, Idaho, EUA
divagações mentais. É mesmo como com atenção. ASSINATURA DOS PAIS (para menores de 18 anos)
uma conversa com o Pai Celestial. Raúl A., 20 anos, Cidade do México,
México
Élder Marra, 20 anos, Missão Colorado
Colorado Springs
que Me Dá Jesus
Élder Jeffrey R. Holland o peso da carga que levava para o alto do
U
Do Quórum dos Doze Apóstolos Calvário, disse: “Pai, perdoa-lhes, porque não
m de meus hinos favoritos começa sabem o que fazem” (Lucas 23:34).
com as palavras: “assombro me Se há um momento que de fato me
causa” 1. Quando pensamos na vida assombra, é este. Quando penso Nele sob o
de Cristo, ficamos assombrados de muitas fardo de todos os nossos pecados e per-
maneiras. Ficamos assombrados com Seu doando aqueles que o pregaram na cruz, em Quando pensamos
papel pré-mortal como o grande Jeová, vez de perguntar “Como Ele fez isso?”, indago na vida de Cristo,
agente de Seu Pai, Criador da Terra, guardião “Por que Ele fez isso?” Se contemplo minha ficamos assombrados
de toda a família humana. Maravilhamo-nos vida em contraste com a misericórdia que de muitas maneiras.
com Sua vinda à Terra e com as circunstân- Ele demonstrou, percebo o quanto ainda Jesus Cristo foi a pes-
cias de Seu advento. preciso fazer para seguir o Mestre. soa mais pura que já
Admiramo-nos que, com apenas 12 anos Para mim, isso é ainda mais assombroso. viveu e a única que
Escultura de Dee Jay Bawden, fotografada por Robert D. Talbot, Iconbronze.com
de idade, Ele já estava cuidando dos negó- Fico muito surpreso com Sua habilidade de foi perfeita.
cios de Seu Pai. Ficamos impressionados curar os doentes e reviver os mortos, mas já
com o início formal de Seu ministério, Seu tive algumas pequenas experiências com a
batismo e Seus dons espirituais. cura. Somos todos vasos menores e, ainda
Ficamos profundamente maravilhados assim, vemos os milagres do Senhor repeti-
em saber que Jesus expulsou e derrotou as rem-se em nossa vida e em nosso lar e isso
forças do mal em todo lugar aonde foi, fez os com a nossa porção do sacerdócio, mas ter
coxos andarem, os cegos verem, os surdos misericórdia? Perdoar? Expiar? Reconciliar?
ouvirem e os fracos firmarem-se. Quando Muitas vezes para nós, as coisas não são bem
penso no ministério do Salvador, eu me per- assim.
gunto: “Como Ele conseguiu?” Como Ele conseguiu perdoar Seus algo-
zes naquele momento? Com toda aquela
Ele Perdoa dor, com sangue vertido de cada poro, Ele
Fico profundamente impressionado com ainda pensava nos outros. Essa é mais uma
o momento em que Jesus, após tropeçar sob evidência surpreendente de que Ele era
O
única que foi perfeita. Ele foi a única pessoa Joseph Smith disse: “Abel ofereceu a Deus
em todo o mundo, desde Adão até o presente, s cordeiros um sacrifício que foi aceito e que consistia
que mereceu adoração, respeito, admiração e primogênitos, nas primícias dos rebanhos. Caim ofereceu
amor e, apesar disso, foi perseguido, abando- puros e sem os frutos da terra, e não foi aceito, porque
nado e morto; e, ao passar por tudo isso, Ele manchas, perfeitos em ele (…) não podia exercer fé [de uma forma]
não condenou os que O perseguiam. tudo, eram oferecidos contrária ao plano do céu. Era necessário o
sobre os altares de derramamento do sangue do Unigênito para
Ele É o Sacrifício Perfeito pedra, ano após ano e se realizar a expiação do homem, pois esse
Depois que nossos primeiros pais, Adão geração após geração, era o plano de redenção, e sem o derra-
e Eva, foram expulsos do Jardim do Éden, simbolizando o grande mamento de sangue não havia remissão. E
o Senhor ordenou-lhes que “adorassem ao Cordeiro de Deus, Seu como o sacrifício foi instituído como símbolo
Senhor seu Deus e oferecessem as primícias Filho Unigênito, Seu pelo qual o homem reconheceria o grande
de seus rebanhos como oferta ao Senhor” Primogênito, perfeito Sacrifício que Deus havia preparado, não era
(Moisés 5:5). O anjo disse a Adão: “Isso é à e imaculado. possível exercer fé no oferecimento de um
semelhança do sacrifício do Unigênito do Pai sacrifício contrário a esse, porque a redenção
que é cheio de graça e verdade” (Moisés 5:7). não foi adquirida dessa maneira, tampouco o
O sacrifício era um lembrete constante da humilhação poder da expiação foi instituído segundo essa ordem. (…)
e do sofrimento que o Filho sofreria para nos resgatar. Era Sem dúvida, o derramamento do sangue de um animal
um lembrete constante da mansidão, da misericórdia e da não poderia de modo algum ser benéfico a ninguém,
bondade — sim, do perdão — que deviam ser a marca exceto se fosse à semelhança, como símbolo ou explica-
registrada da vida de cada cristão. Por todas essas razões e ção da dádiva que seria oferecida pelo próprio Deus. 2
outras mais, os cordeiros primogênitos, puros e sem man- Da mesma forma, em nossos dias, à maneira de Caim,
chas, perfeitos em tudo, eram oferecidos sobre os altares depois de tomar o sacramento, alguns voltam para casa e
30
o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros”
(I Samuel 15:15, 22).
Saul ofereceu um sacrifício sem compreender o significado
dele. Os santos dos últimos dias que vão fielmente à reunião
sacramental, mas não mostram misericórdia ou perdão como
resultado, estão fazendo o mesmo. Essas pessoas cumprem o
ritual das ordenanças sem compreender os propósitos pelos quais
elas foram estabelecidas. O propósito das ordenanças é ajudar-
nos a ser obedientes e bondosos em nossa busca pelo perdão
de nossos pecados.
Alegre Reencontro
Lembro-me de que, há alguns anos,
observei uma cena desenrolar-se no Aero-
porto Internacional de Salt Lake. Naquele
dia, eu tinha acabado de desembarcar e
caminhava pelo terminal. Ficou claro que
um missionário voltava para casa, pois o
aeroporto estava cheio de pessoas que
tinham todo o jeito de serem amigos e
parentes do missionário.
Tentei ver se conseguia adivinhar
quem eram seus parentes mais próxi-
mos. Lá estava um pai que não parecia
sentir-se confortável em um terno mal-ajustado e um economizara na vida. Naquele raro momento não foi difí-
pouco fora de moda. Parecia óbvio que era agricultor, cil imaginar o Pai dizer com emoção aos que estavam ao
queimado de sol e com mãos grandes e calejadas. alcance de Sua voz: “Este é o meu Filho amado, em quem me
A mãe era muito magra, e tinha um ar de quem havia comprazo” (Mateus 3:17). Foi-me também possível imaginar o
trabalhado muito toda a vida. Nas mãos, trazia um lenço Filho, em triunfo, dizer: “Está consumado” ( João 19:30). “Pai,
— acho que era de linho, mas de tão velho parecia de nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lucas 23:46).
papel — que estava a ponto de se rasgar de tanto que ela
S
o retorcia em meio à ansiedade que só a mãe Assombro Me Causa
de um missionário à espera da chegada do endo assim, o Mesmo com minha imaginação limitada,
filho pode sentir. que podemos consigo visualizar esse reencontro no céu,
Dois ou três irmãos e irmãs mais novos fazer para ter e rogo que o reencontro seja assim, tanto o
estavam correndo pelo terminal, praticamente certeza de que nunca seu como o meu. Rogo que sejamos mais
alheios à cena que se desenrolava. ignoraremos, tratare- profundamente cristãos e desenvolvamos o
Surpreendi-me tentando adivinhar quem mos levianamente nem caráter que precisamos ter para ser capa-
seria o primeiro a sair do grupo para abraçar esqueceremos a maior zes de mais plenamente desfrutar de um
o missionário. Uma simples olhada no lenço dádiva que Ele nos deu momento assim.
da mãe me convenceu de que ela seria prova- — a vida de Seu Filho Causa-me assombro que mesmo para um
velmente a primeira. Primogênito? Consegui- homem como eu, ainda haja esperança. Se
Ainda sentado ali, observei quando o mos isso demonstrando ouvi corretamente as “boas novas”, há uma
missionário apareceu. Dava para saber que nosso desejo de receber chance — para mim e para vocês, assim
era ele pelos sons de entusiasmo que o grupo a remissão de nossos como para todos os que estejam desejosos
emitia. Ele parecia o Capitão Morôni: puro, pecados e, demons- de manter acesa a esperança, continuar
imponente, empertigado e alto. Sem dúvida trando nossa gratidão tentando, e conceder aos outros o mesmo
ele sabia quanto sacrifício seus pais tinham eterna pela oração mais privilégio.
feito para ele servir em uma missão. corajosa já proferida:
Enquanto ele caminhava em direção ao “Pai, perdoa-lhes, por- Surpreso estou que quisesse Jesus baixar
grupo, alguém, é claro, não se conteve. Não que não sabem o que Do trono divino e minh’alma resgatar. (…)
foi a mãe, e não foi nenhum dos outros filhos. fazem”. Conseguimos Relembro que Cristo na cruz se deixou
Foi o pai. Aquele gigante enorme, meio desa- isso quando aderimos pregar;
jeitado, caladão e queimado de sol, correu e à atitude de perdoar os Pagou minha dívida, posso eu ouvidar?
tomou o filho nos braços. pecados. Não! Não! E por isso a Cristo exaltarei
O missionário teria quase um metro e A vida e tudo o que tenho eu lhe
noventa de altura, mas o pai o agarrou, darei. (…)
ergueu-o no ar e o segurou ali por um bom tempo. Ele Que assombroso é! Assombroso sim! 5 ◼
simplesmente o abraçou sem dizer uma palavra. O rapaz
pôs os braços em torno do pai e os dois ficaram ali abra- Extraído de um discurso para oficiantes e funcionários do Templo de
Salt Lake, proferido em 24 de novembro de 1985.
çados. Parecia que a eternidade havia feito uma pausa. Era
como se o mundo todo tivesse feito respeitoso silêncio
Notas
diante daquele momento sagrado. 1. “Assombro Me Causa”, Hinos, nº 112.
2. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith (Curso de
Aí imaginei então Deus, o Pai Eterno, observando Seu estudo do Sacerdócio de Melquisedeque e da Sociedade de Socorro,
Filho ao deixá-Lo para servir e sacrificar-Se sem ter a obri- 2008), p. 51.
3. Melvin J. Ballard: Crusader for Righteousness (1966), pp.136–137.
gação de fazê-lo, custeando as próprias despesas, por 4. Dietrich Bonhoeffer, The Cost of Discipleship, 2ª ed. (1959), p. 100.
assim dizer, despesas essas que custariam tudo o que já 5. Hinos, nº 112.
Q
Da Presidência dos Setenta
uando Benedito Carlos do Carmo delas”, afirma, “principalmente da ordenança
Mendes Martins decidiu levar sua de selamento a minha esposa e três filhos.”
família ao templo mais próximo em Antes de Manaus passar a fazer parte do
Para muitos san-
1992, precisava de 15 dias de folga no traba- Distrito do Templo de Caracas, na Vene-
tos dos últimos
lho para fazer a árdua viagem de ida e volta zuela, em 2005, o templo mais próximo era
dias mundo afora,
de sua casa em Manaus, no Norte do Brasil, o de São Paulo, Brasil, situado a milhares de
a freqüência ao
até São Paulo. Mas era um período de grande quilômetros de distância, na região Sudeste
templo continuará
movimento na firma, e o chefe se recusou a do país. Alguns membros da Igreja em
a representar um
liberá-lo. Manaus estavam tão determinados a ir ao
enorme sacrifício.
Como a família já se preparara, fizera sacri- templo que vendiam casa, meio de locomo-
Ao organizarem a
fícios e economizara para a viagem, todos ção, ferramentas de trabalho — qualquer
primeira caravana
oraram para que, de alguma forma, pudes- coisa de valor — para angariar a quantia
para o templo de
sem ir. Suas orações foram logo atendidas. necessária.
Caracas, os santos
“Na véspera da viagem, recebi um diag- Para chegarem a São Paulo, os membros
de Manaus disseram
nóstico de parasitose”, conta o irmão Martins. viajavam de barco pelo Rio Negro até a con-
com alegria: “Agora
“Como fiquei feliz por estar doente!” fluência próxima com o Amazonas e de lá
levamos apenas 40
O médico prescreveu imediatamente seguiam na direção leste para o Rio Madeira
horas para chegar ao
remédios e uma licença de duas semanas — uma distância de cerca de 115 quilôme-
templo!”
que, por lei, a companhia era obrigada a tros. Viajavam então quase mil quilômetros
conceder. No dia seguinte, a família seguiu pelo Rio Madeira na direção sudoeste, até a
viagem para o templo. Cidade de Porto Velho. De lá pegavam um
“Levei os medicamentos e tomei injeções ônibus e percorriam mais 2.400 quilômetros
durante a viagem”, relata o irmão Martins, até São Paulo. Depois de servirem na casa
Ilustração: Steve Kropp
que, quando regressou, estava livre dos do Senhor, iniciavam a viagem de volta, que
parasitas. durava sete dias.
“Voltei para casa com fé nas ordenan- Ao se prepararem para a primeira cara-
ças do templo e um testemunho a respeito vana ao Templo de Caracas, os santos de
36
Bênçãos do Templo
NUMA
Família de Membros e
Não-Membros
Ilustrações fotográficas de Craig Dimond. Fotografia do Templo de Cardston Alberta: Jed A. Clark
K ay Prz y bille
Minha freqüência ao
templo me trouxe
inspirações que melhoraram
meu relacionamento com
meu marido, que não
era membro da Igreja,
e nossos filhos.
E
m junho de 1986, levei minha
mãe de carro ao Templo de
Cardston Alberta, Canadá, para
que recebesse a investidura. Eu já
recebera a minha, mas morava com
meu marido, não-membro da Igreja,
numa parte remota da província da
Colúmbia Britânica e, por descuido,
deixara minha recomendação expirar.
Assim, acompanhei minha mãe até a
recepção, mas não pude ir além desse
ponto. Saí do templo, encostei-me na
parede e comecei a chorar.
Após essa experiência, tomei a Antes de nosso casamento, eu me e supliquei por eles por muito tempo
resolução de nunca mais ficar de comprometera a honrá-lo como chefe e com sinceridade. Recebi a certeza
fora do templo de novo. Meu marido da família e a não abandonar nosso profundamente serena de que tudo
apoiou minha decisão, e logo passei relacionamento. Apesar de minha terminaria bem.
a freqüentar o templo com a maior resolução, tinha dificuldade para acei- Ao meditar sobre essa experiência
regularidade possível. Ali aprendi tar as escolhas dele e às vezes per- tempos depois, percebi que o Pai
princípios que tiveram profunda mitia que seus hábitos perturbassem Celestial os amava ainda mais do
influência em minha vida pessoal e minha felicidade. No templo aprendi que eu, pois os compreendia melhor.
em meu relacionamento com familia- que juntos tínhamos o potencial de Ele deseja abençoá-los e levá-los de
res e amigos. ser companheiros eternos perfeitos. volta a Sua presença e lhes conce-
Com esse novo ângulo de visão, derá oportunidades de aprendizado.
Mudanças em Minha Vida percebi que, quando trabalhávamos Hoje em dia, quando começo a me
Primeiramente, notei uma juntos, ficávamos completos. Nos- preocupar, recordo essa experiência
mudança em meu grau de paciên- sos pontos fortes e fracos, e nossos e faço o que posso, sabendo que o
cia. Eu vinha tentando controlar interesses e talentos se complemen- Senhor Se encarregará do restante.
meu temperamento havia anos, mas tavam tão bem que éramos mais Uma quarta transformação em
sem muito sucesso. À medida que fortes como equipe do que como minha vida foi a paz generalizada
minhas visitas ao templo aumen- indivíduos. que passei a sentir, devido em parte
tavam eu aprendia qual era o meu Ao aprender a aceitar as diferen- à melhor perspectiva eterna que
relacionamento com o Pai Celestial ças de meu marido, fiquei menos adquiri ao freqüentar o templo.
e com o próximo, e minha atitude crítica e me imbuí de um espírito de Estou confiante de que o Senhor está
mudou. Percebi que minha família cooperação e trabalho de equipe em no comando, de que há recursos
e meus amigos eram pessoas que nosso casamento. Percebi que estava suficientes na Terra para vivermos
eu já conhecia antes mesmo de vir à me tornando mais rapidamente a confortavelmente, e de que haverá
Terra. Não estavam em minha vida pessoa que desejava ser. Além do oásis de virtude no deserto do mal.
para me atrapalhar ou perturbar, mas mais, quando meu marido sentiu que Deixei de achar que estou sozinha. O
para trabalhar comigo e me ajudar eu estava mais disposta a colaborar, Espírito Santo é meu companheiro, e
a tirar lições de vida. Aumentei meu começou também a se mostrar mais posso conversar com o Pai Celestial
entendimento ao procurar aprender carinhoso comigo. em oração a qualquer hora do dia.
o que eles estavam tentando ensi- A terceira área de aperfeiçoamento Antes eu sofria muito antes de tomar
nar-me e passei a ter mais paciência foi desenvolver fé para permitir que decisões, mas agora busco a influên-
para aceitar que progrediam a seu meus quatro filhos, hoje crescidos, cia do Espírito e ajo de acordo com
próprio ritmo. Também percebi que levassem a vida que quisessem, sem ela ao fazer escolhas. E como não
a vida não era uma luta para ensinar me sentir responsável por fazê-los sinto mais a necessidade de exigir
os outros a serem perfeitos a fim de agir de determinada maneira. Alguns que os outros vivam do modo que
que eu fosse feliz; na verdade, é uma deles estavam menos ativos na Igreja, julgo correto, tenho mais tempo e
alegre jornada rumo à perfeição ao mas, ainda assim, eu desejava influen- energia para operar minha própria
lado das pessoas que amo. ciá-los para o bem sem lhes tolher salvação (ver Mórmon 9:27).
A segunda mudança foi em minha o livre-arbítrio. Certa vez no templo, Essa nova perspectiva me tirou
atitude em relação a meu marido. pus o nome deles na lista de oração um grande peso dos ombros. Não é
38
N
o templo
aprendi que
eu e meu
marido tínhamos
o potencial de ser
companheiros eter-
nos perfeitos. Com
esse novo ângulo de
visão, percebi que
éramos mais fortes
como equipe do que
à toa que o Senhor afirmou: • Em novembro de 1993, nossa segunda como indivíduos.
“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei filha casou-se no templo, e tive o prazer
de mim, que sou manso e humilde de cora- de assistir ao selamento.
ção; e encontrareis descanso para as vossas • Em maio de 2006, após 37 anos de
almas. casamento, meu marido entrou para
Porque o meu jugo é suave e o meu fardo a Igreja. Em agosto de 2007, fomos
é leve” (Mateus 11:29–30). selados um ao outro e a nossa segunda
filha. Nossa filha mais velha, que se
A Família É Abençoada selara ao marido e à filha em novembro
A freqüência contínua ao templo já teria de 2006, foi selada a nós em agosto de
sido essencial para mim se os únicos bene- 2008.
fícios fossem as bênçãos pessoais de paz, Sou eternamente grata a minha mãe,
serenidade e paciência, mas houve outras que foi a pioneira da família ao ser bati-
experiências — muitas outras — que favore- zada quando eu tinha sete anos de idade,
ceram a mim e minha família. e que depois me inspirou a renovar minha
• Passei a me envolver na história da família recomendação para o templo. Seguir o
e tive muitas experiências maravilhosas seu exemplo trouxe-me inúmeras bênçãos
ligadas a familiares, tanto vivos quanto os pessoais, e essas bênçãos se estenderam a
que estão além do véu. outros membros da família. ◼
Joseph
40
À direita: Emmeline Blanche Wells
escreveu: “No Profeta Joseph Smith,
creio que reconheci o grande poder
espiritual que proporcionou alegria e
consolo para os santos. (…) O poder
de Deus estava com ele de tal modo
que em muitas ocasiões ele parecia
transfigurado. (…) A glória de seu
semblante está além de qualquer
descrição”. 2
42
À direita: Parley P. Pratt escreveu: “No dia 21 de feve-
reiro de 1835, fiz o juramento e convênio do apostolado
e fui designado e ordenado solenemente a esse ofício e a
integrar esse quórum, pelas mãos de Joseph Smith, Oliver
Cowdery e David Whitmer”. 8
Joseph Smith Ordena Parley P. Pratt ao Apostolado, de Walter Rane, © 2002 IRI
Deus revelara por meio dele. (…) Ouvi-o dizer várias vezes
que estava fadado a selar seu testemunho com o próprio
sangue”. 9 ◼
Notas
1. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith (Curso de
estudo do Sacerdócio de Melquisedeque e da Sociedade de Socorro,
2007), p. 524.
2. Ensinamentos: Joseph Smith, p. 527.
3. Ensinamentos: Joseph Smith, p. 123.
4. Ensinamentos: Joseph Smith, pp. 369–370.
5. Mercy R. Thompson, “Recollections of the Prophet Joseph Smith”,
Juvenile Instructor, julho de 1892, p. 399.
6. Ensinamentos: Joseph Smith, p. 454.
7. Eunice Billings Snow, “A Sketch of the Life of Eunice Billings Snow”,
Woman’s Exponent, setembro de 1910, p. 22.
8. Parley P. Pratt, Autobiography of Parley P. Pratt, ed. Parley P. Pratt Jr.
(1938), p. 95.
9. Lucy Walker Kimball, “Lucy Walker Kimball (Autobiography)”,
Woman’s Exponent, novembro de 1910, p. 34.
O Profeta Freia Seu Cavalo e Lança um Último Olhar à Bela Nauvoo, de Harold Hopkinson, reprodução proibida
O Pouco que
Tínhamos Era
o Bastante
Sueli de Aquino
O
Natal estava chegando, mas
naquele ano não íamos
comemorar com alimento
e brinquedos em abundância. Meu
pai tinha falecido, e minha mãe
começara a receber uma modesta
pensão, complementada por uma
pequena renda proveniente de um
C
aluguel.
Estávamos em silêncio na sala de horamos de
nosso apartamento no Rio de Janeiro, gratidão, pois
Brasil. De repente, ouvimos um o pouco que
barulho que levava a crer que alguém tínhamos era o bas-
chegara e estava ali fora.
tante para dar ale-
Levantei-me e olhei pelas persia-
gria a alguém ainda
nas da janela, de onde via a entrada
menos favorecido.
do edifício. Avistei uma moradora de
rua, maltrapilha e carregando sacolas.
Fiquei observando-a por alguns
instantes, curiosa para ver o que faria.
Ela abriu um saquinho de papel,
tirou alguns biscoitos e começou a
comê-los. Pouco depois, abriu outro
saquinho com moedas e começou a
contá-las.
Eu era jovem e meu coração se
comoveu, então eu disse baixinho a
minha mãe: “Há uma mulher idosa Fiquei perto de nossa janela e vi mãos enrugadas; depois as levou
lá fora. Venha ver”. Minha mãe olhou as notas caírem. A mulher viu uma ao peito e deu graças pelo presente
e também se comoveu. Mandou-me nota cair e depois várias outras. recebido.
buscar a lata onde guardávamos um Tentando descobrir de onde vinha Por detrás das venezianas, chora-
pouco de dinheiro e, sem alarde, saiu o dinheiro, olhou para as janelas mos de gratidão, pois o pouco que
do apartamento e soltou as notas do prédio. Estavam todas fechadas. tínhamos era o bastante para dar
em silêncio da janela do corredor do Então testemunhei algo maravi- alegria a alguém ainda menos favore-
prédio. lhoso. Ela fitou o céu e ergueu as cido. ◼
44
Cânticos que
natalinas tradicionais com os dois piano da família, cantando a música
filhos pequenos, meus pensamentos “Do You Hear What I Hear?” [“Você
Atravessaram
estavam sempre voltados para meus Ouve o Que Eu Ouço?”], na versão
pais e irmãos. Ao olhar o relógio, mais linda que já ouvi. Eu e meu
o País
soube que naquele momento eles marido ficamos com lágrimas nos
deviam estar todos sentados numa olhos ao ouvirmos a harmonia de
manta estendida cuidadosamente três vozes que saíam do telefone. Era
Heather Beauchamp
A
no chão, num “piquenique natalino” quase como se minha família esti-
música e o canto sempre com frutas, salame, queijo e bolachas vesse conosco na sala.
foram muito importantes enquanto meu pai lia nas escrituras o Aquela música simples trouxe
para minha família. Na minha relato do nascimento de Cristo. Men- a nosso lar, naquela
infância e adolescência, minha irmã talmente, eu visualizava o rosto deles: véspera de Natal,
tocava piano enquanto eu e meus o único que faltava era o meu. um doce espírito
outros cinco irmãos nos reuníamos Ao pensar em tudo isso, orei para que sempre
em volta para cantar nossos hinos achar um meio de me sentir mais recordarei
prediletos da Igreja. Esses momentos próxima do restante da família. De com carinho.
constituem algumas de minhas lem- repente, o telefone tocou e lá estava
branças mais doces. eu falando com minha mãe. Ela me
Depois de terminar a escola disse que tinha algo para escutar-
secundária, morei perto de minha mos. Acionei a função de viva-voz e
família até me casar com um homem ouvimos minhas três irmãs mais
maravilhoso que servia na base da novas, reunidas em volta do
Força Aérea americana de nossa
cidade. Um ano e meio depois, eu e
meu marido, juntamente com nossa
filha de dois meses, fomos transferi-
dos para uma base militar na outra
extremidade do país. Tivemos outro
filho e, devido aos inúmeros gastos
com os dois bebês, não podíamos
viajar para ver nossa família. Meus
A
pais, com seis filhos ainda em
casa, também não tinham condi- quela música
ções de vir nos visitar. Por morar simples trouxe
tão longe da família e sofrer com
a nosso lar
as ausências freqüentes de meu
naquela véspera de
marido, devido a seu serviço na
Força Aérea, muitas vezes sentia Natal um doce espí-
solidão. O período de festas nata- rito que sempre recor-
Ilustrações: Doug Fakkel
E
Arismendi passei a ser membro
u só tinha dois anos da Igreja do Senhor.
de idade quando Outros presentes
minha mãe adoeceu se seguiram. Dois anos
gravemente. Como não tinha depois, conheci um
ninguém com quem me deixar, rapaz que não era mem-
levou-me com ela ao hospital bro da Igreja. Levei-o à Igreja
de Tupiza, Bolívia. Ela morreu comigo e, depois que ele fez
pouco tempo depois, e fiquei seus próprios convênios batismais,
sozinha no mundo. nos casamos. Posteriormente, o Pai
Durante minha infância e início Celestial nos abençoou com três filhos,
da adolescência, passei por muitos selados a nós para esta vida e toda a
lugares diferentes, sem nunca saber eternidade no Templo de Buenos Aires,
N
o que era ter família ou receber na Argentina.
algum tipo de presente — nem aquela noite, Quando eu era pequena, todos
mesmo em meu aniversário ou no recebi meu me chamavam de “pobre orfãzinha”.
Natal. primeiro Quando me lembro disso hoje, sinto
Entregue à própria sorte, presente de Natal, gratidão pela bênção de saber que
enfrentei muitos desafios e peri- tenho um Pai que sempre me amou.
que até hoje é o mais
gos antes de chegar à maturi- Provei também do infinito amor do
precioso: passei a ser
dade. Foi só depois de adulta que Salvador. Ele restaurou Sua Igreja por
membro da Igreja do
aprendi que nunca estive total- meio do Profeta Joseph Smith, esco-
mente sozinha e que uma invisível Senhor. lhido no mundo pré-mortal, que traba-
mão velava por mim. lhou com diligência para traduzir o Livro
Aos 15 anos de idade, fui con- de Mórmon. Sei que este livro contém a
vidada a viver com uma família da plenitude do evangelho.
Igreja. A filha deles, um pouco mais Recebi meu primeiro e melhor pre-
velha que eu, levou-me à Mutual. sente de Natal aos 15 anos de idade
46
e desde aquela época desfruto as dinheiro. Fui bruscamente até o outro educadamente e de bom grado, e os
ternas misericórdias do Senhor. Ainda extremo do vagão e me sentei. Todos dois continuaram a conversa. Saí do
hoje sinto uma gratidão imensa por os outros passageiros fizeram o trem na estação seguinte, tocado pela
essa dádiva e tento manter os olhos mesmo, deixando o homem sozinho. bondade do rapaz. Senti-me culpado
fitos na vida futura, espero agradecer Pouco depois, um rapaz entrou no por meu egoísmo, mas com o desejo
ao Pai e ao Filho, e viver para sempre trem e se sentou bem em frente ao de ser uma pessoa melhor.
com minha amada família. ◼ sem-teto. Sem hesitar, o jovem deu O Rei dos reis veio ao mundo na
um sorriso simpático e um aperto de mais humilde das circunstâncias, num
mão e disse um “oi” alegremente. O pobre estábulo. O mundo recebeu
rosto do homem se iluminou, e eles um presente precioso e salvador:
Uma Lição começaram uma conversa animada.
Conversaram os 15 minutos seguintes,
o Filho de Deus. Sou grato pela
dádiva do Salvador em minha vida e
Inesperada apreciando a companhia um do outro.
Ao observar a cena, lembrei-me
pelas provas de Seu amor e compai-
xão infinitos pelos filhos de Deus.
D S
Erin Wilson do verdadeiro espírito de Natal. No Naquele Natal,
epois de me mudar para a curso da conversa animada, o rapaz senti o desejo em hesitar, o
Cidade de Nova York por se levantou e tirou seu colete, camisa renovado de ser rapaz deu um
motivos profissionais, estava e uma segunda camisa de manga mais bondoso, sorriso simpá-
fazendo compras certa noite de comprida que vestia por baixo. De mais abnegado e tico e um aperto de
dezembro em busca de objetos para pé e usando apenas a camisa de mais semelhante mão e disse um “oi”
meu apartamento. Uma tempestade baixo, deu sua camisa de manga a meu Salvador, alegremente. O rosto
se abatera sobre a cidade pouco comprida ao sem-teto, que a aceitou Jesus Cristo. ◼
do homem se ilumi-
tempo antes, e a neve cobria as ruas
nou, e eles começa-
até a altura dos joelhos. Bem aga-
ram uma conversa
salhado com um espesso casaco fui
até o trem em meio a uma multidão animada.
apressada que fazia compras de Natal.
Aguardei com impaciência a che-
gada do trem, pensando em minha
lista de compras. Quando o trem
finalmente chegou, entrei no vagão e
procurei com os olhos um lugar para
sentar. O assento mais próximo ficava
bem em frente de um idoso sem-
teto. Ele não estava usando casacos
pesados nem outras roupas de frio e
tinha apenas alguns sacos plásticos
cheios de quinquilharias.
Não quis me sentar perto dele por
causa de seu odor desagradável, e
vendo sua má aparência achei que
talvez ele fosse perigoso. Acima de
tudo, não queria que me pedisse
C o m e n t á r i o s
às Influências do Mal”, algo que não Minha Seção Predileta Como Vocês Sabiam?
costumo ler, por estar na seção das É uma grande bênção contar com Em muitas ocasiões tive vontade
crianças. Essa história ajudou a me esta publicação maravilhosa, Liahona. de escrever para a Primeira Presi-
distanciar das influências negativas Graças à revista, podemos receber as dência e para as Autoridades Gerais
que me cercavam naquele dia, e fui palavras dos profetas e aprender com e perguntar: “Como vocês sabiam?”
fortalecida pela mensagem. Incen- as experiências espirituais de nossos Em inúmeras ocasiões, ao ouvir e
tivo todos a lerem todas as seções da irmãos de todo o mundo. Minha seção depois ler os discursos de conferên-
Liahona. predileta é Vozes da Igreja. É impos- cia, é como se o Senhor estivesse
A Liahona é uma luz e proteção sível não sentir o Espírito quando leio falando diretamente para mim sobre
para mim. É a primeira ferramenta essas histórias maravilhosas. dúvidas e problemas específicos
que uso para proclamar o evangelho Em meu computador, gravo as que tenho. Com essas experiências,
a meus amigos. versões em PDF da revista que se aprendi o quanto o Pai Celestial me
Arlette Azi, Costa do Marfim encontram no site da Igreja. Antes de ama e deseja que eu seja uma pessoa
começar meu dia, leio um artigo a fim melhor. As mensagens das conferên-
O Segredo Mais Bem Guardado de me encher do Espírito. Obrigado cias me tocaram em todos os lugares
Ao preparar minha aula das Moças pela Liahona. e situações por que passei, mesmo
certo dia, percebi que havia partes da Oscar Javier Álvarez Gómez, Colômbia em locais distantes. Em certos casos,
lição que precisavam ser complemen- as mensagens foram uma chamada
tadas. Foi aí que recorri ao segredo Instrumento Eficaz ao arrependimento, outras vezes
mais bem guardado dos líderes Creio que a Liahona é um instru- foram fonte de orientação, outras,
de jovens de sucesso: os Guias de mento eficaz, pois nos dá a conhecer de consolo. Muitas vezes me senti
Recursos para o Sacerdócio Aarônico o testemunho e as experiências de como se eu fosse a filha preferida do
e Moças. Esses materiais contêm refe- membros do mundo inteiro. Também Pai Celestial, ao ver o profundo zelo
Ilustração: Daniel Lewis
rências de histórias e artigos atuais sou grata por ouvir histórias de outros com que Ele vela por mim por meio
dos profetas e outras autoridades membros, bem como receber conse- dessas mensagens.
gerais que podem ser acrescentados lhos de nossos líderes. Suas palavras Charleen Crenshaw, Montana, EUA
48
O Amigo
Pa r a a s C r i a n ç a s • A I g r e j a d e J e s u s C r i s t o d o s S a n t o s d o s Ú lt i m o s D i a s • D e z e m b r o d e 2 0 0 8
Mensagem de Na t al da Primeira Presidência
para as Crianças do Mu n d o
Seguir a Luz
E,
“ tendo nascido Jesus em Belém de Judéia,
no tempo do rei Herodes, eis que uns
magos vieram do oriente a Jerusalém.
Dizendo: Onde está aquele que é nascido
rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no
oriente, e viemos a adorá-lo” (Mateus 2:1–2).
Os Reis Magos seguiram a luz de uma estrela
para encontrar e adorar o Salvador. Nós O ado-
ramos seguindo a luz de Seu exemplo. Jesus
Cristo, o Filho de Deus, é perfeitamente obe-
diente, misericordioso e bom. Passou Seu tempo
na Terra servindo e deu Sua vida para nos abrir
as portas do arrependimento e da vida eterna.
Por Ele ter vindo à Terra, sabemos quem somos:
filhos amados do Pai Celestial.
Neste Natal, cantemos com alegria, oremos
com gratidão e pratiquemos boas obras. Se ten-
tarmos nos tornar mais semelhantes ao Salvador,
teremos alegria e felicidade durante esta época
maravilhosa e paz em cada dia do ano.
Até Mesmo Homens Sábios da Terra Precisam Seguir a Orientação Divina, de J. Leo Fairbanks,
cortesia do Museu de História e Arte da Igreja.
25 D&C 76:22–24
PGE 240
17 Mateus 26:36–45 18 Marcos 14:42–46
PGE 227 PGE 228
Conta-me
Histórias de Cristo
“E falamos de Cristo, regozijamo-nos em Cristo, pregamos do Pacote de Gravuras do Evangelho (PGE) que pode
a Cristo, profetizamos de Cristo e escrevemos de acordo acompanhar a história. Conte suas histórias favoritas de
com nossas profecias”, (2 Néfi 25:26). Jesus à família.
falamos de Cristo, regozijamo-nos em Cristo, pregamos colorir. Preste testemunho de que as escrituras são a palavra de
a Cristo, profetizamos de Cristo e escrevemos de acordo Deus e de que testificam do nascimento de Jesus Cristo.
com nossas profecias” (2 Néfi 25:26). O Pai Celestial 2. Escreva o princípio do evangelho da semana no quadro-
deu a Seus profetas o mandamento de testificar de Seu negro e leia-o com as crianças: “As profecias se cumpriram.
Filho, Jesus Cristo, e manter registros sagrados a fim de Jesus Cristo nasceu e os justos se rejubilaram”. Defina a palavra
aprendermos a respeito de Jesus. profecia. Use dramatizações para envolver as crianças no
Os profetas nos incentivam a ler as escrituras todos aprendizado dos acontecimentos narrados na Bíblia e no Livro
os dias. Durante o mês de dezembro, leia sobre o nasci- de Mórmon, por ocasião do nascimento de Jesus (ver “Dramati-
mento de Jesus e os milagres que Ele realizou. Fale com zações”, Ensino, Não Há Maior Chamado [1999], pp. 165–166).
a família sobre o precioso dom da Expiação. Ao apren- Use as escrituras de Lucas 2 e 3 Néfi 1:8–21. Leia novamente
der as histórias de Jesus, terá a bênção de sentir o amor o princípio do evangelho da semana. Peça às crianças que
que Ele tem por você e seu testemunho do evangelho pensem nas histórias do nascimento de Jesus, que se encontram
Dele crescerá. na Bíblia e no Livro de Mórmon. Cite alguns dos justos que se
rejubilaram com Seu nascimento. Ajude as crianças a reconhe-
Atividade cerem que os justos também se alegram hoje ao celebrarmos o
Em cada dia do mês de dezembro, procure a passa- nascimento de Jesus. Fale de como podemos nos regozijar ao
gem que se encontra nas pequenas escrituras do dia, na comemorarmos Seu nascimento. Ensine o refrão de “Erguei-vos
página A4 e leia as histórias de Jesus. Em seguida, pinte Cantando” (Hinos, nº 122). Preste testemunho dos relatos das
as escrituras do dia. Cada dia traz também uma gravura escrituras sobre o nascimento de Jesus. ●
Nota: Se não quiser destacar páginas da revista, faça uma cópia da atividade ou
imprima-a da Internet em www.lds.org. Para o inglês, clique em Gospel Library.
Para outros idiomas, clique em Languages.
Pa r a o s A m i g u i n h o s
Jenay ajudou a mãe a limpar a pia e lavar a louça. Jenay e a mãe espalharam uma cobertura branca e macia sobre
o bolo.
A6
Depois da ceia, o pai pediu à família que se reunisse na sala
de estar. Um por um, os membros da família abriram seus presentes para
Jesus e leram o que tinham escrito numa tira de papel. Com a
ajuda da mãe, Jenay escrevera: “Ser mais reverente na Igreja”.
Apesar de sabermos que Jesus nasceu em abril, gostamos
de comemorar Seu aniversário nesta época do ano.
A mãe leu a história do nascimento de Jesus na Bíblia e A mãe partiu o bolo e o serviu em pratos de festa. Jenay
no Livro de Mórmon. Em seguida, o pai prestou testemu- comeu um pedaço de bolo e sorriu.
nho da Expiação e Ressurreição de Jesus.
AA8
8
o amigo DEZembrO de 2008 A9
D a V ida do P r o f eta J oseph S m ith
O Martírio do Profeta
Tropas foram até Nauvoo para prender Joseph e Hyrum. Os habitan- Um guarda prendeu Joseph e Hyrum e
tes de Nauvoo ficaram preocupados com o que os soldados fariam, os mandou para a Cadeia de Carthage.
assim, Emma enviou homens para informar Joseph e Hyrum, que Muitas pessoas visitaram o Profeta lá.
resolveram ir para Carthage. Joseph sabia que morreria lá.
A10
Naquela tarde, o quarto estava muito quente. Os homens abri- Uma turba de homens enraivecidos se reuniu
ram as janelas para se refrescar um pouco. Hyrum estava lendo em volta da prisão. Em seguida entraram e
um livro, ao passo que Joseph conversava com um guarda. correram escada acima, atirando. Hyrum foi
John Taylor cantou “Um Pobre e Aflito Viajor” (Hinos, nº 15). assassinado.
Adaptado de Reed Blake, “Martyrdom at Carthage”, Ensign, junho de 1994, pp. 30–38; ver o amigo DEZembrO de 2008 A11
também Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith (Curso de estudo do Sacerdócio de
Melquisedeque e da Sociedade de Socorro, 2007), pp. xx, 25–27, 484–485, 555–557.
Para instruções, ver p. A8.
Ilustrações: Dilleen Marsh
P á g i n a p a r a C o l o r i r
A
“Deus ama ao que dá com alegria” (II Coríntios 9:7).
doro tudo relacionado ao Natal: a iluminação,
os cânticos, o tempo que passamos com a família,
— tudo o que fazemos para comemorar o nasci-
mento de Jesus. E, acima de tudo, adoro ganhar presen-
tes. Começo a fazer minha lista de pedidos de Natal em
setembro.
Certo ano, minha lista era quase tão longa quanto
meu braço. E eu não parava de pensar em coisas para
adicionar a ela. Não via a hora de mostrá-la a meu pai.
“Então, Davi, vejo o que você quer ganhar no Natal”,
disse ao consultar a lista. “Mas o que você vai dar?”
“Estou fazendo presentes na escola para você e a
mamãe. Na sexta-feira, a mamãe vai me levar para com-
prar algo para a Sara e o João. Já tenho tudo planejado.”
“Hummm”, foi tudo que o pai disse. Por algum
motivo ele não ficara satisfeito com minha resposta.
Não gostei muito do “hummm”.
Na noite familiar seguinte, meus pais abordaram a
idéia de dar e receber e o verdadeiro significado do
Natal. A cada minuto que passava, tinha a impressão
de que minha lista de pedidos encolhia. Perguntaram
se tínhamos idéias que nos ajudavam a lembrar de
doar mais. Sara levantou a mão, alvoroçada. Eu e João,
meu irmão mais velho, suspiramos. As idéias da Sara
costumavam girar em torno de coisas a fazer para os
outros, como arrancar as ervas daninhas do jardim dos
vizinhos.
“Vamos escolher algumas pessoas solitárias ou neces-
sitadas e deixar anonimamente presentes na frente da
porta deles,” sugeriu Sara com entusiasmo.
“Até que não é má idéia,” elogiou João. “E seria
segredo de estado.”
“Acho que vai ser divertido,” pensei.
Todos concordamos que era um excelente plano.
Escolhemos duas famílias. Uma era a família Souza, de
nossa ala. Como o pai da família voltara a estudar, pare-
cia que eles nunca tinham dinheiro suficiente. Também
tinham muitos filhos, que adorariam ganhar surpresas
de Natal. A outra família era o Sr. Gilberto e a dona
Maria Perez, um casal idoso que morava na nossa rua.
Eles pareciam sempre um pouco solitários. voz surpresa deles ao acharem o “Se buscarmos a
Fomos todos juntos comprar os presen- presente. Achei que fosse explodir Cristo, O encontrar-
tes. Concordamos que para isso usaríamos de entusiasmo e alegria. Era o iní- mos e O seguirmos,
parte do dinheiro que teríamos gasto com cio de minha carreira de Presen- teremos o espírito de
Natal. (…) Aprende-
nossos próprios presentes. Aceitei bem a teador Secreto. remos a esquecer de
situação. Achei muito divertido escolher As coisas só tenderam a melho- nós mesmos. Nossos
brinquedos para os filhos mais novos da rar — e a se complicar. Tivemos pensamentos estarão
família Souza. Por algum motivo, meus que ir em horários diferentes voltados primeiramente para o bem do
próprios presentes não pareciam mais tão a cada noite e às vezes até de próximo.”
Ilustrações: Matt Smith; fotografia: Busath Photography
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