AFO - DISCURSIVA exemple

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PECAS DISCURSIVA ARO – LRF

00 - A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) objetiva ser o


elo entre planejamento estratégico (PPA) e o planejamento operacional
(LOA). Sua relevância reside no fato de ter conseguido diminuir a
distância entre o plano estratégico e as LOAs;
Para obrigar os administradores públicos a ampliar os horizontes do
planejamento, as metas devem ser estimadas para o exercício a
que se referem e os dois seguintes. As metas fiscais são valores
projetados para o exercício financeiro e que, depois de aprovados
pelo Poder Legislativo, servem de parâmetro para a
elaboração e a execução do orçamento
000 - A limitação de empenho, que costuma ser utilizada como
sinônimo de contingenciamento, é uma espécie de bloqueio de
despesas previstas na LOA. É um procedimento empregado pela
Administração para assegurar o equilíbrio entre a execução das despesas
e a disponibilidade efetiva de recursos financeiros, pois a realização das
despesas depende diretamente da arrecadação das receitas.

É importante destacar que, conforme art. 4º, inc. I, alínea b, os critérios


e a forma de limitação de empenho serão definidos na Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO). Ainda, a LDO também será
responsável por ressalvar as despesas que não serão
submetidas à limitação de empenho (art. 9º, §2º, da LRF).

Observe também que o Anexo de Metas Fiscais deve prever as


metas de resultado primário e nominal, as quais servirão de
parâmetro para análise da realização da receita. Portanto, saiba
que nesse anexo serão estabelecidas metas, para o exercício a que se
referirem e para os dois seguintes, relativas a:
Receitas;
Despesas;
Resultado nominal;
Resultado primário;
Montante da dívida pública.
Falando em limitação de empenho, esta também deverá ser promovida
pelo ente que ultrapassar o limite para a dívida consolidada, para que
obtenha o resultado primário necessário à recondução dessa dívida ao
limite. (art. 31, § 1º, inc. I, da LRF)

Por fim, é importante destacar o que prevê o art. 65 da LRF:


"Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública reconhecida
pelo Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas Assembléias
Legislativas, na hipótese dos Estados e Municípios, enquanto
perdurar a situação:
I - serão suspensas a contagem dos prazos e as disposições
estabelecidas nos arts. 23 , 31 e 70;
II - serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e
a limitação de empenho prevista no art. 9º.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput no caso de
estado de defesa ou de sítio, decretado na forma da
Constituição.
A - Despesas orçamentárias de agregação neutra, como dívidas e
ressarcimentos, são assim denominadas porque são funções que não
agregam, não são típicas ou principais do órgão. São classificadas como
encargos especiais pois não estão ligadas ao processo produtivo
corrente e, por isso, não integram o plano plurianual.

De acordo com o Manual Técnico do Orçamento (MTO), a classificação


funcional da despesa é formada por funções e subfunções e busca
responder basicamente à indagação “em que áreas de despesa a ação
governamental será realizada?”. Cada atividade, projeto e operação
especial identificará a função e a subfunção às quais se vinculam.

A classificação funcional é representada por cinco dígitos, sendo os dois


primeiros relativos às funções e os três últimos às subfunções

A função Encargos Especiais engloba as despesas que não podem ser


associadas a um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo
corrente, tais como dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins,
representando, portanto, uma agregação neutra

0 - (não caracteriza renúncia de receita, ainda que na prática caracterize


perda de receita para os entes políticos afetados, já que realizada no
âmbito constitucional, não se submetendo a regras fixadas em lei
complementar vigente)

Vejam, pessoal, que conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal (LC


101/01) a alteração de compentências constitucionais tributárias via
emenda constitucional não caracteriza, de fato, uma renúncia de
receita!

Vamos ao dispositivo que define as espécies de renúncias de receita:


Art. 14.
§1º A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito
presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de
alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução
discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que
correspondam a tratamento diferenciado.

Observem que todas as citadas espécies de renúncia (anistia, remissão,


subsídio, isenção, etc) correspondem a favorecimentos fiscais de caráter
infraconstitucional (autorizados por meio de lei ou mesmo decreto).
Ademais, estamos a falar de uma alteração à nível constitucional de
"competências tributárias" que não corresponde a renúncias de
receita.
Afinal, o ente só pode renunciar àquilo que possui. Ora, se houve uma
alteração de competência tributária, o ente deixa de ter tal competência,
não havendo que se falar mais em possibilidade de receita e, portanto,
de 'renúncia de receita'.

Vale lembrar também que as renúncias de receita circunscrevem-se a


concessão de benefício que correspondam a tratamento diferenciado.
Quando estamos a falar em uma alteração constitucional de
competências, não há, portanto, uma correspondência com concessão de
tratamento diferenciado/redução discriminada.

Lembremos, ademais, que por estarmos diante de uma alteração


constitucional via emenda, as leis devem a ela obediência, inclusive
aquelas que disponham sobre renúncias de receitas, benefícios, etc. É a
pirâmide hierárquica normativa.

Insta destacar que a agregação dos impostos de competência municipal


e estaduais em um único imposto de competência da União não
necessariamente culminará na redução de arrecadação, porquanto
a receita auferida poderá (e deverá) ser automaticamente e
obrigatoriamente distribuida entre os entes federados. É esse, inclusive,
o projeto do atual governo federal (2020), com a instituição de um IVA -
Imposto sobre Valor Agregado:

Este sistema tributário aplica sobre bens e serviços um imposto geral


sobre a compra exatamente proporcional ao preço oferecido, ou seja,
uma porcentagem aplicada sobre o preço.
O valor agregado, ou "valor adicionado", é o preço que um produto
adquire desde o início de sua produção, ou também, o preço que dá
valor a algum serviço.
Até chegar ao consumidor final, a tributação incide somente no valor que
foi adicionado de uma cadeia à outra, sendo não cumulativo.
No caso de uma indústria, por exemplo, existe o custo de produção e a
adição de valor para venda ao varejista, que do mesmo modo, adiciona
valor para o cliente final.

A ideia por trás da implementação deste imposto é melhorar a


transparência em como os produtos e serviços são tributados, além de
facilitar todo o processo de tributação.

Este mesmo imposto já é praticado há muitos anos pelo bloco da União


Europeia pela facilidade da aplicação e recolha entre países. Em Portugal
é conhecido como Imposto sobre o Valor Acrescentado, sob a mesma
sigla IVA. (fonte: https://www.dicionariofinanceiro.com/iva/)

Portanto, alunos, podemos concluir não se tratar de uma 'reforma


inconstitucional', pois que não necessariamente estaremos diante de
uma renúncia de receita! Teremos, na verdade, uma nova formatação
tributária, com profundas alterações no sistema e no processo que, de
acordo com uma parcela dos especialistas, gerará mais transparência e
eficência na arrecadação, diminuindo custos burocráticos e, até mesmo,
elevando a arrecadação geral que será redistribuída a todos os entes
federados.

1 - A Constituição Federal de 1988 adotou o princípio da participação


popular na elaboração e formulação das políticas públicas da saúde,
assistência social, educação e direitos da criança e do adolescente, entre
outras.

A capacidade conferida à sociedade organizada de interagir com o Estado na


definição de prioridades e na elaboração de políticas pública constitui uma
forma democrática de controle social, que se dá, sobretudo, por meio dos
conselhos de políticas públicas, também chamados conselhos gestores de
políticas setoriais ou conselhos de direitos instituídos no âmbito da União,
dos Estados e dos Municípios.

Para regulamentar as normas pertinentes à gestão democrática das políticas


públicas previstas na Constituição Federal, leis ordinárias específicas foram
editadas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Não são todos os conselhos que têm sua composição tratada por lei
complementar. Por exemplo, o Conselho Nacional de Educação, o Conselho
Nacional de Saúde, dentre inúmeros outros, são regidos por leis ordinárias.

Quanto ao Conselho de Gestão Fiscal, este é regido pela Lei


Complementar 101/2000 (LRF).

2 - Segundo o site do Senado Federal, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)


estabelece um conjunto de normas de finanças públicas voltadas para a
responsabilidade na gestão fiscal, mediante ações para prevenir riscos e
corrigir desvios que possam afetar o equilíbrio das contas públicas.

De acordo com o Ministério da Fazenda, a LRF (Lei Complementar


101/2000) tem como premissas básicas o planejamento, o controle, a
transparência e a responsabilização.

A lei estabelece, em regime nacional, parâmetros para gasto público de cada


ente federativo. As restrições orçamentárias visam preservar a situação fiscal
de União, estados e municípios e do Distrito Federal, de acordo com seus
balanços anuais, com o objetivo de garantir a saúde financeira da
administração pública, a aplicação de recursos nas esferas adequadas e uma
boa herança administrativa para os futuros gestores.

De acordo com a medida, cada aumento de gasto precisa estar previsto em


fonte de financiamento correlata, e os gestores precisam respeitar questões
relativas ao fim de cada mandato, não excedendo o limite permitido e
entregando contas saudáveis para seus sucessores.

Entre as normas criadas pela LRF, está o limite de gastos com pessoal. A União
só pode gastar até 50% da receita líquida corrente. Já estados, municípios e
Distrito Federal, 60%. Caso a despesa chegue a 95% do limite estabelecido,
são vedados a concessão de vantagens, a criação de cargos e empregos e o
pagamento de horas extras, entre outros itens.

é possível a vinculação de impostos para operações de crédito por


antecipação de receita.
B
3 - De acordo com Sérgio Mendes em seu curso de Direito Financeiro do
Estratégia Concursos, as operações de crédito por antecipação de receita
orçamentária compõem a dívida flutuante; logo, não compõem a
dívida fundada do ente, tampouco entram nos limites ao endividamento
público. As operações de crédito por ARO também não serão
computadas para efeito do que dispõe a regra de ouro, desde que
liquidadas com juros e outros encargos incidentes, até o dia 10
de dezembro de cada ano.
As AROs realizadas por estados ou municípios serão efetuadas
mediante abertura de crédito junto à instituição financeira vencedora em
processo competitivo eletrônico promovido pelo Banco Central do
Brasil, o qual manterá um sistema de acompanhamento e controle do
saldo do crédito aberto e, no caso de inobservância dos limites, aplicará
as sanções cabíveis à instituição credora, conforme os incisos presentes
na Lei de Responsabilidade Fiscal.
De acordo com Sérgio Mendes em seu curso de Direito Financeiro do
Estratégia Concursos, as operações de crédito por antecipação de receita
orçamentária compõem a dívida flutuante; logo, não compõem a
dívida fundada do ente, tampouco entram nos limites ao endividamento
público. As operações de crédito por ARO também não serão
computadas para efeito do que dispõe a regra de ouro, desde que
liquidadas com juros e outros encargos incidentes, até o dia 10
de dezembro de cada ano.
As AROs realizadas por estados ou municípios serão efetuadas
mediante abertura de crédito junto à instituição financeira vencedora em
processo competitivo eletrônico promovido pelo Banco Central do
Brasil, o qual manterá um sistema de acompanhamento e controle do
saldo do crédito aberto e, no caso de inobservância dos limites, aplicará
as sanções cabíveis à instituição credora, conforme os incisos presentes
na Lei de Responsabilidade Fiscal.

4 - A Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF - criou um dispositivo legal para


adequação dos gastos do governo aos limites estabelecidos em
situações em que ocorra crescimento real baixo ou negativo do Produto
Interno Bruto - PIB - nacional, regional ou estadual por período
igual ou superior a quatro trimestres.
Tal dispositivo disciplina novos prazos para adequação dos gastos aos
limites estabelecidos em lei no âmbito federal, estadual ou municipal.

A dilatação dos prazos se refere as seguinte situações de


adequação:

1. despesa total com pessoal acima dos limites estabelecidos


(artigo 23).
2. recondução da dívida consolidada ao limites estabelecidos para
um quadrimestre (artigo 31).
3. despesa total com pessoal dos órgãos descritos no artigo 20
acima dos limites até a vigência da referida lei complementar - LRF
(artigo 71).

5 - Conforme o artigo 29, inciso I, da LRF, é o montante total, apurado


sem duplicidade, ou seja, excluem-se as dívidas do ente com ele
próprio[fundos, autarquias, fundações e empresas estatais]

6 - Se a União não instituir, prever e efetivamente arrecadar o imposto


sobre grandes fortunas deixará de cumprir requisito essencial da
responsabilidade fiscal, no que se refere a sua receita. Os requisitos
essenciais são a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os
tributos da competência constitucional do ente da Federação. O imposto
é uma espécie de tributo, portanto a assertiva está correta.

A LRF prevê que:

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão


fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos
da competência constitucional do ente da Federação.

7 - Restos a pagar são as despesas empenhadas, mas não pagas dentro


do exercício financeiro, logo, até o dia 31 de dezembro. Os restos a
pagar, excluídos os serviços da dívida, constituem-se em modalidade de
dívida pública flutuante e são registradas por exercício e por credor,
distinguindo-se as despesas processadas (empenhadas, liquidadas e não
pagas) das não processadas (empenhadas, não liquidadas e não pagas).

A origem dos restos a pagar está ligada ao princípio da continuidade dos


serviços públicos, pois visa adequar o fim do exercício financeiro ao
pagamento de despesas que extrapolem esse período, de
forma a não prejudicar o bom andamento da Administração Pública,
tampouco causar interrupções nos serviços públicos.
No entanto, com o decorrer do tempo, os restos a pagar passaram a ser
usados para a rolagem de dívidas. A fim de se evitar tal herança fiscal, o
principal foco do art. 42 da LRF são os restos a pagar.

8 - Art. 98. A divida fundada compreende os compromissos de


exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender a
desequilíbrio orçamentário ou a financeiro de obras e serviços públicos.

§ 3° Também integram a dívida pública consolidada as operações de


crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham
constado do orçamento.

De acordo com a LRF, dívida pública consolidada ou fundada é


montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações
financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis,
contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de
crédito, para amortização em prazo superior a doze meses;

Ainda, para fins de aplicação dos limites ao endividamento, os


precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento
em que houverem sido incluídos integram a dívida consolidada.

Assim, a divida consolidada ou fundada são aquelas com exigibilidade


inferior a dois meses, MAS SOMENTE SE ESTIVER CONSTANDO NO
ORÇAMENTO, e também com exigibilidade superior a dois meses, mesmo
que não conste no orçamento.

ATENÇÃO!!! Não confunda divida consolidada ou fundada com a


flutuante que tem sua definição no Art. 92 da Lei 4.320/64:

Art. 92. A dívida flutuante compreende:

I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;


II - os serviços da dívida a pagar;
III - os depósitos;
IV - os débitos de tesouraria.

ATENÇÃO!!
a) Dos restos a pagar, EXCLUEM-SE os serviços da dívida
b) Os serviços da divida A PAGAR não são excluídos
c) os DÉBITOS de tesouraria estão incluídos no conceito, CRÉDITOS de
tesouraria não estão

A Dívida Flutuante, também chamada Administrativa ou não consolidada,


é aquela que o Tesouro contrai por um breve ou indeterminado
período de tempo, quer para atender a eventuais insuficiências de
caixa, quer como administrador dos bens e valores de terceiros.
9 - Assim, como estabelece o princípio da não vinculação da receita de
impostos, a regra é a impossibilidade da vinculação de receita de
impostos a órgão, fundo ou despesa. Entretanto, dentre outras exceções,
permite-se a vinculação da receita de impostos estaduais (Art. 155,
CF/88) para a prestação de contragarantia à União.

Garantia é meio de assegurar o direito de o credor receber o que tem


direito em caso de inadimplemento do devedor. Contragarantia é uma
garantia referente a outra garantia. Assim, quando a União aceita ser
garantidora de um empréstimo concedido a um Município junto a uma
instituição financeira, ela pode exigir, condicionalmente, uma outra
garantia concedida pelo Município em favor da União. As garantias e
contragarantias são oferecidas como uma forma de fortalecimento do
crédito.

Além disso, também são exceções ao princípio previsto no Art. 167, IV,
da CF/88: a) transferências constitucionais; b) destinação de recursos
para as ações e serviços públicos de saúde; c) para manutenção e
desenvolvimento do ensino; d) para realização de atividades da
administração tributária; e) prestação de garantias às operações de
crédito por antecipação de receita - ARO.

É bom lembra que os impostos estaduais estão previstos no Art. 155, da


CF/88: a) ITCMD; b) ICMS e; c) IPVA.

10 - A Lei Orçamentária Anual é composta de 3 orçamentos, de


acordo com a Constituição Federal:

Art. 165, § 5º A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos,


órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta


ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades


e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem
como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

Nesse sentido, integram as as despesas da União não só os gastos da


Administração direta como também, em regra, os da Administração
indireta da União.

Nesse ponto vale destacar que o BACEN é uma autarquia em regime


especial e, portanto, integra a administração indireta. Por consequência,
deve integrar o orçamento da União.

Reforçando essa ideia, o art. 5º, §6º, da Lei de Responsabilidade


Fiscal dispõe da seguinte forma:

Art. 5º, § 6o Integrarão as despesas da União, e serão incluídas na


lei orçamentária, as do Banco Central do Brasil relativas a pessoal e
encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os destinados a
benefícios e assistência aos servidores, e a investimentos.

Por fim, saiba que a Lei de Responsabilidade Fiscal dá um tratamento


especial para o resultado do Banco Central do Brasil, sendo que, no
caso de resultado positivo após a constituição/reversão de reservas
(superávit), o BACEN vai transferir o resultado para o Tesouro Nacional.
Caso o BACEN tenha tido prejuízo (déficit) em suas operações, esse
resultado negativo (déficit) será uma obrigação do Tesouro Nacional.

Art. 7o O resultado do Banco Central do Brasil, apurado após a


constituição ou reversão de reservas, constitui receita do Tesouro
Nacional, e será transferido até o décimo dia útil subseqüente à
aprovação dos balanços semestrais.

§ 1o O resultado negativo constituirá obrigação do Tesouro para


com o Banco Central do Brasil e será consignado em dotação específica
no orçamento.

11 - Essa é a famosa regra de ouro. O objetivo dificultar a contratação


de empréstimos para financiar gastos correntes, evitando que o ente
público tome emprestado de terceiros para pagar despesas de pessoal,
juros ou custeio.

Mas veja que ela tem uma ressalva, que são as operações de crédito
autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com
finalidade precisa e aprovados pelo Poder Legislativo por maioria
absoluta. Logo a questão erra ao dizer que é sempre vedada

12 - As receitas orçamentárias são entradas de recursos que o Estado


utiliza para financiar seus gastos, transitando pelo patrimônio do Poder
Público. Serão classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas
próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de
operações de crédito, ainda que não previstas no orçamento (exceto as
classificadas como extraorçamentárias).

De acordo com o inciso III do art.167 da Constituição Federal, é vedada a


realização de operações de créditos que excedam o montante das
despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo
Poder Legislativo por maioria absoluta.

Essa vedação se refere à regra de ouro, de modo que impede que as


receitas de capital excedam o montante das despesas de capital. No
entanto, há exceção a essa regra através de créditos suplementares ou
especiais, com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por
maioria absoluta.

13 - A operação de crédito por antecipação de receita orçamentária


(ARO) é uma espécie peculiar de operação de crédito, que possui regras
extras para sua efetivação, além daquelas regras comuns a todas as
operações de crédito. Isso se deve ao fato de que os entes federativos
podem dar suas próprias receitas orçamentárias como garantia
para a contratação, conforme Art. 167, IV da Constituição Federal, o
que exige uma maior rigidez normativa, de forma a evitar atos
irresponsáveis por parte dos gestores públicos.
A
Por serem uma espécie peculiar de operação de crédito, na qual o ente
público pode dar suas próprias receitas em garantia, as operações de
ARO não podem ser abertas enquanto ainda houver outra
operação de ARO ainda não integralmente resgatada. Essa regra
se destina a evitar o superendividamento e o comprometimento total das
receitas do ente público com o pagamento de dívida.

A operação de crédito por antecipação de receita deve obedecer a todos


os requisitos de uma operação de crédito comum, inclusive previsão na
lei orçamentária ou créditos adicionais:

A exigência da LRF visa ao cumprimento e obediência ao princípio


orçamentário da Universalidade, segundo o qual todas as receitas e
despesas devem estar previstas no orçamento. Por isso é necessário a
previsão orçamentária para a efetivação de operações de
crédito, seja no próprio texto da lei orçamentária(Art. 165, § 8º da
Constituição Federal) ou em créditos adicionais, ou lei específica que
autorize sua inclusão no orçamento.

14 - Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição


financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na
qualidade de beneficiário do empréstimo.

Perceba que nesse dispositivo o legislador buscou eliminar uma


operação que haveria claro conflito de competência. Pois se o ente puder
tomar empréstimo com uma empresa que estiver no seu controle, fica
claro que haverá conflitos de interesse.

15 - A questão se refere ao tema endividamento público e concessão de


benefícios fiscais.
A Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu art. 14, preceitua que a
concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza
tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada
de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que
deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto
na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes
condições:

I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada


na estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará
as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de
diretrizes orçamentárias;

II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período


mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente
da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou
criação de tributo ou contribuição.

Já a Resolução n.º 43/2001 do Senado Federal, que dispõe sobre as


operações de crédito interno e externo dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, inclusive concessão de garantias, seus
limites e condições de autorização, preceitua em seu artigo 5.º, V, que é
vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios conceder
qualquer subsídio ou isenção, redução da base de cálculo, concessão de
crédito presumido, incentivos, anistias, remissão, reduções de alíquotas
e quaisquer outros benefícios tributários, fiscais ou financeiros, não
autorizados na forma de lei específica, estadual ou municipal, que
regule exclusivamente as matérias retro enumeradas ou o
correspondente tributo ou contribuição.

A Resolução n.º 48/2007 do Senado Federal, que dispõe sobre os


limites globais para as operações de crédito externo e interno da União,
de suas autarquias e demais entidades controladas pelo poder
público federal e estabelece limites e condições para a concessão de
garantia da União em operações de crédito externo e interno, vai no
mesmo sentido, exigindo lei específica que regule a concessão de
benefícios.

A questão é incorreta ao afirmar que ao contrair empréstimo público, o


Estado não poderá conceder incentivos fiscais ao mutuante, no que diz
respeito à mencionada avença, pois não há na legislação pátria a
vedação expressa a esse ato, sendo exigida, para o caso concreto, lei
específica que regule a concessão dos incentivos.

16 - Como forma de evitar a dilapidação do patrimônio público, a CF/88


em seu art. 167, III, veda a realização de operações de créditos que
excedam o montante das despesas de capital.
Portanto, como regra, é vedado aplicar receita de capital em despesa
corrente! Também conhecida como "regra de ouro", essa proibição visa
inibir o aumento de endividamento para financiar despesa corrente.

Ocorre que a própria CF/88 relativiza essa regra em relação aos créditos
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo
Poder Legislativo por maioria absoluta.

Em sintonia com essa norma da CF/88, a LRF também restringiu o uso


de receita de capital em despesa corrente.

Vejamos o dispositivo da LRF:


Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada da
alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para
o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei
aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores
públicos.

Assim, em regra, a receita de capital proveniente da alienação (venda)


de bens só pode ser aplicada em investimentos (despesas de capital).

Mas a LRF também trouxe uma exceção, qual seja, se destinada por lei
aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores
públicos. Perceba que a LRF exige que seja por meio de uma lei!

Para melhor visualização dessa exceção, o mestre Carvalho¹ cita o


seguinte exemplo: constituição de reserva técnica para fins de
pagamento de benefícios previdenciários (despesa corrente).

Pois bem! Correta, portanto, LETRA A.

Por fim, destaco que a LRF foi mais além e determinou em seu art. 50,
VI, que na DVP (demonstração das variações patrimoniais) seja
destacada a origem e o destino dos recursos provenientes da alienação
de ativos. Vejamos:
Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a
escrituração das contas públicas observará as seguintes:
VI - a demonstração das variações patrimoniais dará destaque à origem
e ao destino dos recursos provenientes da alienação de ativos.

17 - O caráter federativo do SUS exige a cooperação entre União,


Estados e Municípios para o funcionamento do sistema, e isso inclui
repasse de recursos. Por isso, a LRF exclui do conceito de transferência
voluntária os repasses relativos ao SUS.

A LRF estabelece que são exigências para a realização de


transferência voluntária, além das estabelecidas na lei de diretrizes
orçamentárias:
Existência de dotação específica;
Não podem ser usadas para pagamento de pessoal ativo e inativo;
Comprovação, por parte do beneficiário, de que se acha em dia
quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos
devidos ao ente transferidor, bem como quanto à prestação de
contas de recursos anteriormente dele recebidos;
Cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à
saúde;
Observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de
operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, de
inscrição em Restos a Pagar e de despesa total com pessoal;
Previsão orçamentária de contrapartida.
Além disso, é vedada a utilização de recursos transferidos em finalidade
diversa da pactuada, e não se aplicam as sanções de suspensão de
transferências voluntárias às transferências destinadas a ações
de educação, saúde e assistência social.

18 - Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será


exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
[...]
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de
pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as
nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das
concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas
as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório;

Muita atenção quanto à ressalva: os tribunais de contas não apreciam,


para fins de registro, a legalidade dos atos de melhoria posteriores de
aposentadorias, reformas e pensões que não alterem o fundamento legal
do concessório.
Ou seja, se houve, por exemplo, um mero reajuste inflacionário no valor
da aposentadoria, os tribunais não irão atuar apreciando tal 'melhoria'.
Mas, se o órgão concedente da aposentadoria resolve alterar o
fundamento legal, alterando, por exemplo, a aposentadoria de 'parcial
por invalidez', para 'integral por tempo de contribuição e idade', ao
tribunal de contas compete a fiscalização.

19 - A Constituição Federal de 1988, também chamada de Constituição


Cidadã, adotou o princípio da participação popular na elaboração e
formulação das políticas públicas da saúde, assistência social, educação
e direitos da criança e do adolescente, entre outras.

A capacidade conferida à sociedade organizada (movimentos sociais,


organizações sindicais e profissionais, militância política, etc.) de
interagir com o Estado na definição de prioridades e na elaboração de
políticas pública constitui uma forma democrática de controle social.

Essa capacidade de intervir nas políticas públicas se dá, sobretudo, por


meio dos conselhos de políticas públicas, também chamados
conselhos gestores de políticas setoriais ou conselhos de direitos
instituídos no âmbito da União, dos Estados e dos Municípios.

O instituto da participação popular está presente em vários dispositivos


do texto constitucional, nestes termos:

"Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos,
com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos
membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os
princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
respectivo Estado e os seguintes preceitos:
[...]
XII - cooperação das associações representativas no planejamento
municipal;
[...]
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência
social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar
a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
[...]
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos
empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
[...]
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único,
organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
[...]
III - participação da comunidade.
[...]
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão
realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no
art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes
diretrizes:
[...]
II - participação da população, por meio de organizações representativas,
na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.
[...]
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
[...]
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
[...]
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização,
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da


criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de
entidades não governamentais, mediante políticas específicas e
obedecendo aos seguintes preceitos:"

Para regulamentar as normas pertinentes à gestão democrática


das políticas públicas previstas na Constituição Federal, leis
ordinárias específicas foram editadas pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.

Os conselhos de gestão, portanto, estão previstos na CF/88 como


instrumentos de expressão, representação e participação da população.

No entanto, não são todos os conselhos que têm sua composição


tratada por lei complementar. Por exemplo, o Conselho Nacional de
Educação, o Conselho Nacional de Saúde, dentre inúmeros outros, são
regidos por leis ordinárias.

Quanto ao Conselho de Gestão Fiscal, este é regido pela Lei


Complementar 101/2000 (LRF):

"Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da


política e da operacionalidade da gestão fiscal serão realizados por
conselho de gestão fiscal, constituído por representantes de todos os
Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e de entidades
técnicas representativas da sociedade, visando a:
[...]
§ 2º Lei disporá sobre a composição e a forma de funcionamento
do conselho."

Entendemos que a questão buscou tratar APENAS do Conselho


de Gestão Fiscal que, conforme apresentado, tem sua
composição definida por Lei Complementar, a LRF.

Entretanto, diante do contexto dos Conselhos de Políticas


Públicas apresentado, não faz sentido a Cespe focar apenas no
Conselho de Gestão Fiscal, sendo que os demais Conselhos
podem ter suas composições reguladas por lei ordinária.

Por esse motivo, a questão merecia ser anulada.


20 - Ademais, vale constar que a lei de responsabilidade fiscal impõe
limites de despesas, define regras para orçamentos, obriga a
transparência das contas, gera novo padrão fiscal e cria sanções
para desvios de conduta ao ente publico.

O art. 1°, § 1° da LRF nos traz diversos limites impostos aos entes
públicos, para que haja responsabilidade na gestão fiscal, tal
consta:

§ 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e


transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de
afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de
metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e
condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com
pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária,
operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de
garantia e inscrição em Restos a Pagar.

Outrossim, por toda a LRF, há limitações espalhadas.

21 - Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de


natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar
acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no
exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender
ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das
seguintes condições:
I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada
na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e
de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no
anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;
II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período
mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da
elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou
criação de tributo ou contribuição.

Perceba que as condições dos incisos I e II não precisam ser preenchidas


simultaneamente, sendo suficientes, para a aprovação da renúncia da
receita, a estimativa do impacto orçamentário-financeiro (caput), o
atendimento ao disposto na LDO (caput) e a previsão das medidas de
compensação (inciso II).

É importante comentarmos as disposições do § 1° do art. 14, que


estabelece os benefícios considerados como renúncia de receita.
Vejamos:

§ 1º A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito


presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração
de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução
discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que
correspondam a tratamento diferenciado.

Tenha bastante atenção aos grifos feitos no dispositivo acima.


Normalmente, as bancas trocam os termos "não geral" por "geral" e "
redução discriminada" por "redução indiscriminada". A ideia do
legislador foi considerar somente os benefícios que correspondam ao
conceito de tratamento diferenciado. Logo, uma isenção de caráter geral
ou um benefício que gere redução indiscriminada de tributos ou
contribuições não se enquadra nesse conceito

22 - Art. 27. Na concessão de crédito por ente da Federação a pessoa


física, ou jurídica que não esteja sob seu controle direto ou indireto, os
encargos financeiros, comissões e despesas congêneres não serão
inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação.
Assim, pode ser igual ou superior, o que não pode é ser
inferior.
Custo de Captação: é o custo que uma empresa ou uma
instituição financeira tem para captar recursos que serão
usados para alguma finalidade, nesse caso, na concessão do
crédito
Pois dessa maneira, a legislação evita que o ente federado tenha
um "prejuízo" na concessão de crédito para "lucro" de uma
empresa privada;
Por exemplo, quando a União concede um crédito para uma
empresa privada (que não esteja sob seu controle - pode ser
direto ou indireto), tais encargos financeiros e outras despesas
NÃO SERÃO INFERIORES ao custo de captação

Pela transcrição literal do exposto acima, percebe-se que a questão


está correta

23 - Conforme art. 49 da LRF, as contas ficarão disponíveis, na realidade,


no Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração.
Primeiramente, vejamos o dispositivo da lei:
"Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo
ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo
Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua
elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e
instituições da sociedade."
Esse é um artigo que aparece com uma certa frequência em provas,
sendo muito comum que o examinador altere o período no qual as
contas devem ficar disponíveis ou o local, como aconteceu nessa
afirmativa.

É importante destacar, ainda, que o parágrafo único do art. 49 prevê que


a prestação de contas da União deverá conter demonstrativos do
Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais de fomento,
incluído o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES).

Nesse caso, devem ser especificados os empréstimos e financiamentos


concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da seguridade
social e, no caso das agências financeiras, a avaliação circunstanciada
do impacto fiscal de suas atividades no exercício.

Quanto a esse inciso, é importante destacar o conceito dos


demonstrativos contábeis citados:
Balanço patrimonial: evidencia, qualitativa e
quantitativamente, a situação patrimonial da entidade pública
por meio de contas representativas do patrimônio público, bem
como os atos potenciais, que são registrados em contas de
compensação.

Demonstração das variações patrimoniais: evidencia as


alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou
independentes da execução orçamentária, e indicará o
resultado patrimonial do exercício.

Assim, a LRF exige que a DVP destaque a origem e o destino dos


recursos que sejam provenientes da alienação de ativos, visto que essa
medida facilita o controle desses recursos, os quais possuem algumas
restrições quanto à destinação.

O art. 44 da LRF, por exemplo, dispõe que é vedada a aplicação da


receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que
integram o patrimônio público para o financiamento de despesa
corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social,
geral e próprio dos servidores públicos.

24 - O art. 17 da LRF conceitua a Despesa Obrigatória de Caráter


Continuado – DOCC como despesa corrente derivada de Lei, Medida
Provisória ou Ato Administrativo Normativo que fixem para o Ente a
obrigação legal de sua execução por um período superior a dois
exercícios.

Portanto, para a LRF despesa de capital não se insere no conceito


de despesa obrigatório de caráter continuado. Ademais, a
obrigação legal de sua execução deve ser por um período superior a
dois exercícios.

25 - Na verdade, cabe à própria lei de diretrizes orçamentárias


(LDO) proteger determinadas dotações orçamentárias contra
possíveis processos de limitação de empenho e movimentação
financeira, procedimento também conhecido como contingenciamento
orçamentário. É o previsto no § 2º do Art. 9º da Lei de Responsabilidade
Fiscal, que trata sobre as limitações orçamentárias que devem ser
adotadas quando a realização da receita não comportar o cumprimento
das metas de resultado primário ou nominal previamente estabelecidas.

26 - Assim, se a maioria do capital social com direito a voto da entidade


pertence indiretamente ao Estado do Ceará e ela recebeu recursos
financeiros do referido ente da Federação para pagamento de despesas
com pessoal, deve ser classificada como empresa estatal dependente,
estando correta a alternativa "C", sendo que as demais alternativas
versam sobre conceitos inexistentes/não previstos em lei.

Complementando, é importante destacar que, de acordo com o que


prevê o art. 1º, § 3º, Inc. I, alínea "b", as empresas estatais dependentes
estão obrigadas a observar, no que couber, as regras previstas na LRF.

Em relação ao assunto da questão, também é necessário destacar que o


orçamento de investimentos, previsto no art. 165, § 5º, Inc. II, da
CF/88, trata apenas das despesas de investimentos nas empresas
estatais controladas. Assim sendo, as despesas de custeio das
empresas estatais estão dispensadas de serem apresentadas no
referido orçamento, pois essas empresas necessitam de maior
flexibilidade para poder concorrer com as empresas privadas.

Atente-se, portanto, que o dispositivo constitucional refere-se apenas


às empresas estatais controladas, ou seja, aquelas em que o ente
público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com
direito a voto.

Assim, considerando um enfoque mais específico, as empresas estatais


podem ser divididas, conforme a LRF, em dois tipos:
Empresa estatal dependente: empresa controlada que receba
do ente controlador recursos financeiros para pagamento de
despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de
capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de
aumento de participação acionária. Assim, devemos considerar
que o orçamento dessas empresas faz parte do orçamento
fiscal e do orçamento da seguridade social;

Empresa estatal não dependente: é a empresa que NÃO receba


do ente ao qual está vinculada recursos financeiros para
pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de
capital. Assim, devemos considerar que o orçamento dessas
empresas faz parte do orçamento de investimentos.
Ainda, saiba que o art. 35 da LRF prevê que é vedada a realização de
operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou
por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal
dependente, e outro, inclusive suas entidades da administração
indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou
postergação de dívida contraída anteriormente.

Destaca-se também que, de acordo com o art. 48, § 6º, da LRF, as


empresas estatais dependentes também devem utilizar sistemas
únicos de execução orçamentária e financeira, mantidos e
gerenciados pelo Poder Executivo, resguardada a autonomia.

Por fim, saiba que a LRF, ao dispor sobre a escrituração e consolidação


das contas, prevê que as demonstrações contábeis
compreenderão, isolada e conjuntamente, as transações e
operações de cada órgão, fundo ou entidade da administração
direta, autárquica e fundacional, inclusive empresa estatal
dependente. (art. 50, Inc. III)

27 - Por conseguinte, se um programa executado por entidade do setor


privado for financiado com recursos do orçamento público, a avaliação
desse programa deverá mesmo obedecer às normas estabelecidas na
LDO.

Saiba, ainda, que a LDO surgiu a partir da CF/88, sendo concebida com o
objetivo de aproximar o planejamento estratégico (Plano Plurianual -
PPA) do planejamento operacional (Lei Orçamentária Anual - LOA).
Observe, ainda, que a LDO prevê metas e prioridades (MP) e orienta a
elaboração da LOA.

Lembre-se de que a LDO é anual, pois temos uma para cada ano. No
entanto, é importante observar que a vigência da LDO extrapola o
exercício financeiro a que se refere, visto que ela deve ser aprovada
até o encerramento do 1º período legislativo (17 de julho de cada
ano) para que oriente a elaboração da lei orçamentária. A CF/88 prevê,
inclusive, que a sessão legislativa não poderá ser interrompida sem a
aprovação da LOA (art. 57, § 2º).

A título exemplificativo, a LDO elaborada em 2020 terá vigência já


em 2020, pois deve orientar a elaboração da LOA 2021, e também
durante todo o ano de 2021, quando ocorrerá a execução do
orçamento. Vistos alguns conceitos básicos relacionados à LDO, vamos
focar nossa análise em relação ao que a LRF dispõe sobre esse
instrumento.

Portanto, saiba que a LRF prevê que a LDO deve dispor sobre:
Equilíbrio entre receitas e despesas;
Critérios e forma de limitação de empenho;
Normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados
dos programas financiados com recursos dos orçamentos;
Demais condições e exigências para transferências de recursos a
entidades públicas e privadas.
É importante destacar que integrará a LDO o Anexo de Metas
Fiscais, no qual serão estabelecidas metas, para o exercício a que se
referirem e para os dois seguintes, relativas a:
Receitas;
Despesas;
Resultado nominal;
Resultado primário;
Montante da dívida pública.
Saiba que a LDO conterá o Anexo de Riscos Fiscais, no qual serão
avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as
contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se
concretizem.

Ainda, conforme previsto no art. 4º, § 4º, da LRF, a mensagem que


encaminhar o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias da
União apresentará, em anexo específico, os objetivos das
políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros
e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as
metas de inflação, para o exercício subsequente.

Segundo a LRF, a LDO estabelecerá a forma de utilização e montante,


definido com base na receita corrente líquida (RCL), da reserva de
contingência contida na LOA.

Por fim, saiba que a LRF faz muitas outras referências à LDO,
principalmente definindo que esse instrumento servirá de parâmetro em
diversas situações. Portanto, vejamos algumas situações previstas na lei:
• O impacto e o custo fiscal das operações realizadas pelo Banco
Central do Brasil deverão ser demonstrados trimestralmente e nos
termos em que dispuser a LDO da União;

Até 30 dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em


que dispuser a LDO, o Poder Executivo estabelecerá a
programação financeira e o cronograma de execução mensal de
desembolso;

A LDO deverá dispor sobre a despesa considerada irrelevante para


fins de aplicação do art. 16 da LRF;

A LOA e os créditos adicionais só incluirão novos projetos após


adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as
despesas de conservação do patrimônio público, nos termos em
que dispuser a LDO.
28 - Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, os entes federativos
deverão contabilizar no limite de despesas com pessoal o somatório dos
gastos relativos a pessoal ativo e inativo e pensionistas,
incluídos os gastos com ativos, os inativos e os pensionistas,
com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e
vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria,
reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e
vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e
contribuições

29 - De acordo o Art. 16 da LRF, para que as despesas NÃO sejam


consideradas NÃO AUTORIZADAS, IRREGULARES OU LESIVAS, a criação,
expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete
AUMENTO (somente AUMENTO) da despesa DEVE ser acompanhada de
estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que
deva entrar em vigor e nos dois subsequentes (LEMBRE que o
período é o exercício que está em vigor e os DOIS SUBSEQUENTES) E
declaração do ORDENADOR da despesa de que o aumento tem
adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e
compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes
orçamentárias. São as duas características juntas, uma não anula a
outra.

30 -

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