Relatório 3.docx

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 12

Universidade de São Paulo

Instituto de Física

Disciplina: 4300377 – Laboratório de Física Moderna

1o Semestre de 2016

Experimento 3

Difração de elétrons e Raios X

Roberto Silva

São Paulo

09/05/2016
RESUMO

Neste relatório embarcamos os procedimentos experimentais, as


contextualizações, os resultados das medições e as conclusões concernentes
aos experimentos de difração de raios-X e de elétrons os quais contemplam um
momento da história que nos remete ao início da mecânica quântica.

No experimento de difração de raios-X, o objetivo principal era analisar o


comportamento tanto ondulatório quanto corpuscular de raios-X quando
emitidos em diferentes regimes de tensões e correntes, sendo possível
determinar o valor da constante de Planck a partir dos dados do experimento.
No experimento de difração de elétrons, por sua vez, o principal objetivo era
estudar o comportamento de um feixe de elétrons sendo difratado por uma
rede cristalina (de alumínio e grafite), medindo seu comprimento de onda e
realizando uma comparação com o resultado previsto por De Broglie, usando a
Lei de Bragg.

Como resultados gerais, concluímos que a distância interplanar do KBr


calculada experimentalmente é d=2,81(1) E-07 m e a constante de planck
h=4,49 (13) E-15 eV/s.

INTRODUÇÃO

Ao estudar a radiação proveniente de tubos de raios catódicos em 1895,


Roentgen verificou que raios de natureza desconhecida eram emitidos. Desta
forma, Roentgen descobriu acidentalmente os Raios-X. Um dos processos
mais utilizados para se produzir Raios-X é fazer com que elétrons de alta
energia colida com um alvo metálico e, desta forma, seja desacelerado
bruscamente. Esse fenômeno é denominado “bremsstrahlung” que em alemão
significa “radiação de frenamento”.
Figura 1: Aparato experimental usado por Roentgen em 1895 quando foi descoberta a
existência dos Raios X.

A verificação do comportamento ondulatório dos elétrons, e de sua possível


difração, tem importância e significado comparáveis á da descoberta dos
Raios-X. O fenômeno da difração ocorre quando uma onda encontra uma rede
difrataria (uma rede cristalina com várias de fendas regularmente separadas
que podem dispersar a onda e têm espaçamentos comparáveis com o
comprimento dessa onda).

A lei de Bragg diz que: “Quando os átomos estão regularmente espaçados em


um reticulado cristalino e a radiação incidente tem comprimento de onda da
ordem desse espaçamento ocorrerá interferência construtiva para certos
ângulos de incidência e interferência destrutiva para outros”.

Figura 2: Representação de uma difração de onda


Assim, temos a expressão da Lei de Bragg para interferência construtiva
numa rede de difração.

nλ = dsenθ (Equação 1)

Onde λ é o comprimento de onda “d” é a distância entre as fendas da rede de


difração, θ é o ângulo em relação do feixe incidente, “n” é a ordem do máximo
considerado.

Figura 3: Figuras de difração para a montagem mostrada em (a). Em (b), temos a


difração nos caso do feixe incidente ser Raios-X; e em (c), temos o caso de elétrons.

DESCRIÇÃO EXPERIMENTAL

Para realizar o experimento de difração de Raios-X, foi utilizado o equipamento


experimental conforme está representado na Figura 4, que possui um tubo de
raios X com ânodo de molibdênio, equipado com: goniômetro com suporte para
cristal difrator movido por motor de passo, tela fluorescente de tungstato de
cálcio, detector de radiação tipo Geiger-Müller ou detector espectrométrico
semicondutor (silício PIN).
Com o objetivo de obter as medidas, usamos o software de controle e medida
X-ray apparatusade para regular a tensão e a corrente, assim como o ângulo
do detector e o ângulo dos cristais.

Figura 4: Equipamento de Raios-X usado no experimento.

O contato direto com a radiação proveniente dos raios X são


prejudiciais. Contudo, às blindagens e aos sistemas de segurança do
equipamento experimental, nos proporcionaram total segurança já que todos os
vidros que permitem visualizar a câmara de medidas e o tubo de raios X são
vidros blindados, com espessura e teor de chumbo adequados às intensidades
de raios X emitidas pelo tubo. Antes de produzir o feixe há um teste de
segurança que exige que todas as portas estejam fechadas - em caso
negativo, o feixe não é produzido. Com o aparato experimental descrito à cima,
aceleramos um conjunto de elétrons que foram emitidos por um filamento
aquecido (que funciona como catodo no tubo). O “alvo” foi o metal Molibdênio,
colocado no ânodo do tubo. Esse processo ocorreu em um invólucro em vácuo
conforme Figura 5.
Figura 5: Representação de um tubo de emissão raios X.

Após ser feita uma familiarização com o equipamento experimental, colocamos


um cristal de Cloreto de Sódio (NaCl) e fixado na base do braço do goniômetro.
Com o software de controle do equipamento, calibramos o cristal de forma que
o cristal, detector e medidor de ângulos estejam alinhados. Assim, foi feita
medidas das radiações após os Raios-X ser difratados, em função do ângulo
do cristal, assim como da tensão.

Em seguida, realizamos o procedimento análogo ao relatado acima, contudo


alterando o cristal NaCl. Desta forma, substituímos o cristal de Cloreto de Sódio
pelo Brometo de Potássio.

Para realizar o experimento de difração de elétrons, usamos um equipamento


experimental representado na Figura 6.

Figura 6: Equipamento usado para medida de difração de elétrons


Variamos uma tensão entre 10kV e 6kV, um filamento aquecido libera elétrons
que são acelerados e incide sobre um alvo contendo filmes finos de cristais de
grafite ou alumínio, sendo assim difratados. Sobre a tela fluorescente do tubo
aparece então uma figura de difração conforme a Figura 7. Desta forma,
medimos com uma régua a distância entre os pontos de máxima intensidade
da figura de difração para cada voltagem. Pela Lei de Bragg, foi possível
determinar o comprimento de onda associado ao feixe de elétrons.

Figura 7: Imagem de uma figura de difração

RESULTADOS DAS MEDIÇÕES, CÁLCULOS E ANÁLISE DE DADOS

Fazendo o gráfico da radiância pelo ângulo de deflexão dos dois cristais (KBr e
NaCL), temos:
Calculando os comprimentos de onda (𝜆𝛽 e 𝜆𝜃) referentes as energias dos picos
(K𝛽 e K𝜃).
Ajustando uma gaussiana em torno do primeiro pico (K𝛽) e determinando o 𝜃
médio para esse pico e aplicando na equação nλ = 2dsenθ proveniente da Lei
de Bragg assim como apresentado no gráfico a seguir.
Também foi ajustado a gaussiana sobre o segundo pico que é referente ao K𝛼
e determinado o 𝜃 médio para esse pico também.

Com isso, obteve-se o valor de d = 2,81(1) E-07 m para a distância interplanar


para o KBr.

Após o ajuste das retas na região linear de todos os gráficos onde a radiância
tende a 0, como mostrado no exemplo do gráfico a seguir.
A partir do
Energia (eV) Erro Energia (eV) Frequência (1/s) λ mín (m) θ mín (º)

25,0 0,2 5,65E+15 5,31E-08 5,50

28,0 0,2 6,35E+15 4,72E-08 4,89

30,0 0,2 6,80E+15 4,41E-08 4,57

32,0 0,2 7,23E+15 4,14E-08 4,29

35,0 0,2 7,99E+15 3,75E-08 3,89

Foi possível obter o gráfico da energia máxima pela frequência máxima, sendo
esta obtida através do cálculo do comprimento de onda mínimo através do
método explicado acima.
Sendo o coeficiente angular do ajuste acima a constante de plank, foi obtido
para essa constante o valor de h = 4,31 (11) E-15 eV/s.

10 V 9V 8V 7V
d1 d2 d1 d2 d1 d2 d1 d2
11 19 11 19 12 21 13 23
Grafite
22 30 22 30 24 32 26 35

CONCLUSÕES

Para o valor das distâncias interplanares do KBr encontrou-se o valor de


d=2,81(1) E-07 m e para o calculo da constante de planck verificou-se que
apesar de estar compatível com a ordem de grandeza, não pode-se dizer que o
valor h = 4,49 (13) E-15 eV/s é compatível com o valor aceito para a constante,
pois se enquadra apenas em 3 sigmas, o que é um valor muito alto. Esse
resulta concorda que para as análises será necessário correções nos ajustes
para uma análise mais adequada.

BIBLIOGRAFIA

1. Eisberg R.M., Resnick, R., Física quântica, Ed. Campus, Rio de Janeiro,
1983

2. Vuolo, J. H. Introdução à Teoria de Erros – 3ª Edição – Universidade de


São Paulo – Instituto de Física

3. Munhoz, M. G., Notas de aula do curso de Laboratório de Física


Moderna, Instituto de Física, Universidade de São Paulo, 2016

Você também pode gostar