Movimentos Oscilatórios
Movimentos Oscilatórios
Movimentos Oscilatórios
Capítulo 6
Movimentos Oscilatórios
Por serem regulares, estes sistemas têm uma natural simetria de trans-
lação temporal e por isso conservam a energia. Vimos, logo quando intro-
duzimos o oscilador harmónico, que isto é verdade. Claro que o modelo
que introduzimos é apenas uma aproximação: como sempre existem for-
ças de atrito que vão dissipar a energia, o que implica que a mais ou me-
nos longo prazo todos os osciladores vão parar a menos que recebam es-
tímulos externos. Isso contudo não invalida que durante um tempo mais
ou menos longo as propriedades de elasticidade dos corpos façam com
que estes oscilem e transmitam essa oscilação a corpos ou meios que com
eles estejam em interacção. Se esta interacção existir a perturbação perió-
dica transmitir-se-á a distâncias mais ou menos longas com a consequente
transferência de energia.
267
268 Movimentos Oscilatórios
onde χ é uma constante com dimensões1 N.m−1 .s. Com este termo assume-
se que o atrito é provocado pelo escoamento laminar (isto é, não turbu-
lento) de um fluido a baixa velocidade à volta do sistema. A equação do
movimento (5.15) do oscilador harmónico simples é então substituída por
m ẍ = −k x − χẋ , (6.1)
ou ainda,
χ k
ẍ + ẋ + x = 0 . (6.2)
m m
Tal como fizemos em (5.18), vamos introduzir a frequência angular ω0 de-
finida em (5.19) e, por conveniência de cálculo e notação, vamos definir
também a quantidade
χ
2ρ = , (6.3)
m
que, como o leitor facilmente verificará, tem dimensões de frequência. A
equação (6.2) fica então
ẍ + 2ρ ẋ + ω20 x = 0 . (6.4)
Para resolver esta equação precisamos de encontrar uma função x(t ) tal
que a função, a sua primeira derivada e a sua segunda derivada estão rela-
cionadas desta forma. A escolha natural recai sobre a função exponencial.
Todavia não pode ser uma função exponencial real porque com esta esco-
lha não poderíamos nunca descrever um movimento oscilatório como o
que é observado experimentalmente. Para que isso seja possível temos de
ter uma função exponencial complexa2 já que com esta escolha podemos
de imediato ter acesso a funções trigonométricas – e portanto periódicas
– através da escolha da parte real ou da parte imaginária da solução. A
nossa hipótese natural de solução da equação do movimento deveria pois
ser algo como
x(t ) = ae i Ωt
1 Caso o conceito de dimensão lhe seja estranho pode consultar o capítulo 12.
2 Caso o conceito de exponencial complexa não seja familiar para o leitor pode consultar
A única hipótese desta equação ser verdadeira para qualquer t é que Ω seja
solução da equação característica Î Equação
característica
Ω2 − 2i ρΩ − ω20 = 0 , (6.5)
isto é, q
Ω = iρ ± ω20 − ρ 2 . (6.6)
Existe portanto um valor de Ω (complexo, em geral) para o qual a nossa
proposta pode ser solução da equação (6.4).
Há assim duas soluções x + e x − possíveis da equação do
qmovimento
correspondentes aos sinais + e − associados ao valor de ω = ω20 − ρ 2
x ± (t ) = Ae i (i ρ±ω)t . (6.7)
A ± (t ) = a ± e −ρt ,
Φ± (t ) = e i (±ωt ) .
χ2
k> ;
4m
2π 2π
T= =q .
ω 2
ω0 − ρ 2
Para ρ ≪ ω20
à !2
2π ρ
T≈ + πω0 2 + . . . , (6.10)
ω0 ω0
A amplitude a(t ) mantém a sua forma tal como foi definida, mas a
parte Φ(t ) deixa de ser oscilatória e adiciona uma componente real
que transforma a solução em
µq ¶
x(t ) = 2ae i ϕe −ρt cosh ρ 2 − ω20 t .
x(t)
a
Φ (t) ae-ρ t
-a
t
(a)
x(t)
ae-ρ tΦ (t)
0
t
(b)
F = βe i ωt ,
m ẍ + k x − βe i ωt = 0 . (6.11)
Esta equação diz-nos que x e a sua segunda derivada têm de estar relaci-
onadas com a exponencial envolvendo ω. É portanto natural tentar uma
solução do tipo
x(t ) = C e i ωt .
Introduzindo esta proposta de solução em (6.11) obtemos
(k − mω2 )C = β ,
β
C= 2
(6.12)
m(ω0 − ω2 )
Há todavia um pequeno problema com esta solução. Na realidade,
com a determinação de C obedecemos à equação do movimento, mas não
às condições que definem o nosso sistema particular. Ora a equação do mo-
vimento é de segunda ordem, o que implica que têm de existir duas cons-
tantes a determinar em função dessas condições. O leitor não terá dificul-
dade em verificar, generalizando a discussão realizada na página 210, que
x(t ) = x 0 (t ) +C e i ωt (6.13)
x 0 (t ) = a + e +i ω0 t + a − e −i ω0 t
ção diferencial não homogénea encontramos primeiro uma solução particular; somando
a esta a solução geral da correspondente equação homogénea temos a solução geral da
equação não-homogénea.
6.2 O oscilador forçado 273
iβ h i
i ω0 t
x(t ) = sin(ω0 t ) − ω0 t e .
2mω20
274 Movimentos Oscilatórios
Comp. x(t)
Im x(t)
Re x(t)
β
Im (x(t )) = [sin(ω0 t ) − ω0 t cos(ω0 t )]
2mω20
e estão representadas na Figura 6.2. Repare-se que em ambas as compo-
nentes a amplitude de oscilação cresce linearmente sem limite.
Vimos na secção anterior que a presença de atrito, pelo contrário, di-
minui a amplitude de oscilação. O atrito tem assim, potencialmente, a
possibilidade de controlar o efeito da força periódica externa e impedir o
crescimento sem limite da amplitude do movimento. Um sistema forçado
com atrito é, usando as definições que introduzimos para a força de atrito
e para a força periódica externa, descrito pela equação do movimento
β i ωt
ẍ + 2ρ ẋ + ω20 x − e =0 . (6.14)
m
Podemos mais uma vez tentar uma solução (particular) do tipo
x(t ) = C e i ωt
C = |C |e ϕ ,
Quanto à fase,
C e i ϕ −C e −i ϕ 2ρω
tanϕ = −i =− .
C e i ϕ +C e −i ϕ ω20 − ω2
O máximo da amplitude |C | ocorre no mínimo do denominador, ou seja,
d £ 2 ¤
(ω0 − ω2 )2 + 4ρ 2 ω2 = 0
dω
a que corresponde o valor ωR dado por
ξ1 = x 1 − l 1 ,
(6.17)
ξ2 = (x 2 − x 1 ) − l 2 ,
F 1(1) (ξ1 ) = −k 1 ξ1 ,
F 2(1) (ξ1 ) = −k 2 ξ1 ,
F 1(2) (ξ1 ) = +k 2 ξ1 ,
F 2(2) (ξ2 ) = −k 2 ξ2 .
veis.
6.3 Osciladores acoplados 277
· r ¸
1 ¡ 2 ¢ ¡ 2 ¢
2 2 4 m2
ω2± = 2
ω22 + ω11 ± ω22 + ω11 − 4ω22 , (6.20)
2 m1
com v
à ! uà !2
1 ω212 m2 u ω2
m2 m2
a± = 1− − ± t 1 + 12 + −4 .
2 ω222 m1 2
ω22 m 1 m1
Figura 6.5: Sistema de duas massas ligadas por três molas. O sistema tem
ainda dois graus de liberdade já que o comprimento da terceira mola está
fixado unicamente por x 2 devido ao tamanho fixo l do sistema.
m 1 ξ̈1 = −k 1 ξ1 + k 2 (ξ2 − ξ1 ) ,
(6.21)
m 2 ξ̈2 = −k 2 (ξ2 − ξ1 ) − k 3 ξ2 .
Vemos assim que o sistema pode ser descrito por duas variáveis
ξ± = ξ1 ± ξ2
280 Movimentos Oscilatórios
1h i
ξ1 (t ) = a + e i (ω+ t +ϕ+ ) + a + e i (ω− t +ϕ− ) ,
2 (6.23)
1h i
ξ2 (t ) = a + e i (ω+ t +ϕ+ ) − a + e i (ω− t +ϕ− ) .
2
Para perceber a relação com os modos próprios de oscilação voltemos
ao sistema (6.21) nas mesmas condições que anteriormente e procuremos
soluções em que as duas molas vibram com a mesma frequência
· ¸ · ¸
ξ1 (t ) α1
~
ξ(t ) = = e i (ωt +ϕ) = ~
αe i (ωt +ϕ) . (6.24)
ξ2 (t ) α2
oscilam em direcções opostas. Como as equações do movimento são line-
ares, qualquer combinação linear de modos próprios é ainda uma solução,
o que não quer dizer automaticamente que qualquer solução é uma com-
binação linear de modos próprios. É no entanto possível demonstrar que
isso também é verdade, como o leitor poderá verificar na secção 6.5. Este
facto confere um papel especial aos modos próprios que representam as-
sim a base para a construção de qualquer solução do sistema.
Para descrever na totalidade o movimento é necessário ainda fixar as
condições iniciais o que fixa os valores de a ± e ϕ± . Suponhamos que a
massa m 1 é deslocada (sempre em relação à posição de equilíbrio) para a
posição a na direcção positiva, sendo largada a partir do repouso. A massa
m 2 está inicialmente sua posição de equilíbrio. Esta situação corresponde
às condições iniciais
ξ1 (0) = a ,
ξ2 (0) = 0 ,
ξ̇1 (0) = ξ̇2 (0) = 0 .
Vamos assumir mais uma vez que m 1 = m 2 = m e que k 1 = k 3 = k. Para
estas condições as coordenadas próprias têm inicialmente o valor
ξ± (0) = a ,
(6.26)
ξ̇± = 0 .
Tomemos, por exemplo, a parte real da solução geral (6.22)
ξ+ (t ) = a + cos(ω+ t + ϕ+ ) ,
ξ− (t ) = a − cos(ω− t + ϕ− ) .
As condições iniciais (6.26) permitem determinar as constantes a ± e ϕ± ,
obtendo-se
a± = a ,
ϕ± = 0 .
Com este resultado as soluções do sistema ficam então, em termos das va-
riáveis originais ξ1 e ξ2 ,
a
ξ1 (t ) = [cos(ω+ t ) + cos(ω− t )] ,
2 (6.27)
a
ξ2 (t ) = [cos(ω+ t ) − cos(ω− t )] .
2
282 Movimentos Oscilatórios
k2
ǫ= ≪1
2k
e podemos aproximar a raiz quadrada pelos dois primeiros termos da sua
expansão em série de Taylor
ω− ≈ ω+ (1 + 2ǫ) .
ω+ (1 + ǫ) 1 2k
Rω = = 1+ = 1+
ω+ ǫ ǫ k2
e tende para infinito quando k 2 tende para zero. Este resultado é perfeita-
mente natural: quando k 2 tende para zero as duas massas deixam de estar
acopladas pela mola central e passamos a ter dois osciladores harmónicos
independentes idênticos.
x n = nl + φn (t ) n = 1, 2, . . ., N , (6.30)
com s
K
ω0 = .
m
Como as molas e as massas são todas iguais, uma equação idêntica a (6.32)
descreve o movimento de cada das massas, excepto das que se encontram
nas extremidades da cadeia. Para essas tem de se estabelecer quais as con-
dições a que estão sujeitas e que se resumem a especificar o que acontece
em x 0 = 0 e x N +1 = (N + 1)l . Por exemplo, se uma das extremidades da
cadeia estiver fixa teremos
φi (t ) = 0 i = 0 ou i = N + 1 ; (6.33)
φ0 = φ1 ,
φN +1 = 0 .
ou seja,
l
. µ=
2
A segunda condição diz-nos então que
· µ ¶¸
1
cos kl N − =0,
2
isto é, µ ¶
π 2j −1
k= j = 1, 2, . . . (6.37)
l 2N − 1
A imposição das condições de fronteira limita portanto os valores de k a
um conjunto discreto,7 de valores. Como o sistema tem N graus de liber-
dade só pode haver no máximo N soluções independentes, o que implica
que j só pode tomar valores inteiros entre 1 e N .
7 O termo discreto indica que os valores são indexados por números inteiros.
286 Movimentos Oscilatórios
kl n = 2π .
j=1 j=2
1 1
0.5 0.5
φ
φ
0 0
−0.5 −0.5
−1 −1
800 800
700 700
600 600
500 200 500 200
400 160 180 400 160 180
t 300 120 140 t 300 120 140
200
100 60 80 100 200
100 60 80 100
20 40 n 20 40 n
0 0
j=3 j=10
1 1
0.5 0.5
φ
φ
0 0
−0.5 −0.5
−1 −1
800 800
700 700
600 600
500 200 500 200
400 160 180 400 160 180
t 300 120 140 t 300 120 140
200
100 60 80 100 200
100 60 80 100
20 40 n 20 40 n
0 0
2π
k= , (6.41)
λ
ou seja, que k é inversamente proporcional a uma grandeza λ que se de-
signa por comprimento de onda. A grandeza k designa-se também normal-
mente por número de ondas.
Para valores de kl ∼ π, ou seja j ∼ N , o modo apresenta grandes va-
riações de oscilação de massa para massa e frequências de oscilação que
dependem de forma não linear com k. Pelo contrário, quando kl ≪ 1 a
relação de dispersão (6.38) assume a forma simplificada
ω = kω0 l . (6.42)
p
A grandeza c = ω0 l = l K /m tem dimensões de velocidade e representa
a velocidade de propagação da oscilação no sistema. Os dois regimes são Î Velocidade de
identificáveis na Figura 6.9. propagação
Figura 6.9: Gáfico da relação de dispersão (6.40) para o caso de 200 massas.
A recta corresponde ao comportamento esperado para kl ≪ 1.
pelo que, à partida, poderiam ser ser usadas como base para o espaço vec-
torial L 2 [0, T ]. Pelo menos é possível, para já, projectar qualquer função
6.5 A análise de Fourier 289
X
+∞
φ(t ) = < φ|e n > e n (t ) (6.46)
n=−∞
com ZT
ω
cn = φ(t )e −i nωt d t . (6.48)
2π 0
A equação (6.47) é a forma complexa da série de Fourier. Quer o lado
direito, quer o esquerdo desta equação têm período T , como facilmente se
verifica. Os coeficientes c n são chamados de coeficientes de Fourier e são
em geral complexos; todavia, se a função φ for real, c n∗ = c −n para qualquer
n e nesse caso os coeficientes podem ser expressos como
an − i bn
cn = n = 0, 1, 2, . . .
2
an + i bn
c −n = n = 1, 2, . . .
2
em que a n e b n são reais. Substituindo esta definição em (6.47) obtemos a
forma real da série de Fourier
a0 X∞
φ(t ) = + [a n cos(nωt ) + b n sin(nωt )] (6.49)
2 n=1
com
ZT
ω
an = φ(t ) cos(nωt )d t ,
π 0
ZT (6.50)
ω
bn = φ(t ) sin(nωt )d t .
π 0
X
+∞
< φ|φ >= |c n |2 .
n=−∞
Espaço de Ï espaço pode ter dimensão infinita. Para reforçar o conceito de espaço vec-
dimensão torial de funções o físico inglês Paul Dirac inventou a notação de bra e ket
infinita para indicar os vectores “linha” e “coluna” no espaço de funções. Segundo
essa notação a função é representada como o ket |φ > enquanto que no
espaço dual ela é representada9 como < φ| (esta é a razão para a notação
do produto escalar introduzida em (6.43)).
Notação bra e Ï Por exemplo, podemos escrever (6.46) como
ket
X
+∞
|φ >= < φ|e n > |e n > .
n=−∞
Definamos
φ(t ± 0) = lim φ(t ± h) .
h>0;h→0
com φ(t +T ) = φ(t ) para qualquer valor de t . Esta função está representada
na Figura 6.10. A função não é contínua em t = nT n = 1, 2, . . .. Sendo a
função real podemos calcular os coeficientes a n e b n , o que dá
Z µ ¶
ω T 2t
an = − 1 cos(nωt )d t = 0 ,
π 0 T
ZT µ ¶ (6.54)
ω 2t 2a
bn = − 1 sin(nωt )d t = − .
π 0 T nπ
9 Para detalhes sobre o espaço dual consultar o apêndice A.
6.5 A análise de Fourier 291
ou ainda
X
+∞ c −n −i nδωt X c n i nδωt
+∞
φ(t ) = c 0 + e δω + e δω .
n=1 δω n=1 δω
292 Movimentos Oscilatórios
Figura 6.11: Resultado obtido truncando a série de Fourier para vários va-
lores de n. Repare-se como nos pontos de descontinuidade da derivada a
série ultrapassa significativamente o valor real.
com
Z+∞
1
c(ω) = φ(t )e −i ωt d t , (6.57)
2π −∞
Esta função tem o máximo em t = 0 e uma largura 2σ tal como está repre-
sentada graficamente na Figura 6.12. Sendo a gaussiana uma função real
podemos utilizar a transformada em termos de senos e cosenos
Z+∞ Z+∞
φ(t ) = a(ω) cos(ωt )d ω + b(ω) sin(ωt )d ω (6.59)
−∞ −∞
6.5 A análise de Fourier 293
1
(t)
0.8
0.6
0.4
0.2
0
0 t
onde
Z
1 +∞
a(ω) = φ(t ) cos(ωt )d t ,
2π −∞
Z (6.60)
1 +∞
b(ω) = φ(t ) sin(ωt )d t .
2π −∞
onde
1
σω = .
σ
A função a(ω) é portanto uma gaussiana no espaço dos ω com largura σω =
σ−1 . A função gaussiana é a única função cuja transformada de Fourier
é ela própria. Repare-se que se σ for muito pequeno σω é muito grande
e vice-versa, ou seja, se o sinal estiver muito localizado no tempo, a sua
transformada estará muito deslocalizada no espaço das frequências e reci-
procamente.
Muita atenção tem sido dedicada à série e à transformada de Fourier,
sobretudo desde que as telecomunicações e os computadores começaram
a ser moeda corrente na vida da humanidade. A razão de tal atenção é
simples: a análise de Fourier permite-nos descrever qualquer sinal através
de um conjunto de coeficientes e de frequências. Isso significa que temos
uma forma muito eficaz de descodificar e de comprimir a informação con-
tida num sinal, sobretudo se apenas um número reduzido de coeficientes
de Fourier for necessário para reconstruir o sinal de forma suficientemente
precisa. As aplicações vão desde a Medicina (exemplo: a construção de
294 Movimentos Oscilatórios
• Análise de Fourier.
Problemas
Exercício 6.1: O pêndulo de um relógio realiza pequenas oscilações. Des-
preze o atrito e a massa da haste de sustentação da massa suspensa. Qual
o comprimento da haste para que o pêndulo oscile com um período de 2
segundos?
Exercício 6.2: Um carrinho de 200 g está preso a uma mola com uma cons-
tante de restituição k = 0.5 N.m−1 . Todo o sistema está na horizontal e
move-se apenas segundo uma direcção. Despreze o atrito.
A massa é posta a oscilar puxando-a de 3 cm relativamente à posição de
equilíbrio e imprimindo-lhe uma velocidade de 0.5 m/s na direcção oposta
à da extensão da mola.
Exercício 6.3: Mostre que a definição de produto interno (6.43) satisfaz to-
das as propriedades do produto escalar desde que o integral exista e seja
finito. Calcule, em particular, qual o valor do produto interno para funções
seno e coseno.
F x = −k x x , (6.61)
F y = −k y y . (6.62)
Figura 6.13
Exercício 6.9: Um pêndulo constituído por uma haste rígida e sem massa
de comprimento l = 35 cm e por uma massa m = 50 g encontra-se sus-
penso num carrinho que se move com aceleração constante a = 4 m.s−2
(ver Figura 6.13). O pêndulo oscila segundo o plano que contém a direcção
do deslocamento e num regime de pequenas oscilações.
Figura 6.14
Figura 6.15
Figura 6.16
Figura 6.17
Figura 6.18
Figura 6.19
Figura 6.20
Figura 6.21
Figura 6.22
Exercício 6.27: ⋆⋆⋆ Um bloco de massa 200 g está assente sobre um car-
rinho de massa 1 kg que está preso por uma mola de constante de res-
tituição k = 0.5 N/m a um motor que pode, quando ligado, impor uma
força periódica sinusoidal de amplitude 2 N e frequência ω ajustável (ver o
esquema representado na Figura 6.23). Assuma que o movimento do car-
rinho é executado sem atrito, mas que existe atrito estático entre o bloco e
o carrinho, sendo o coeficiente de atrito µ = 0.1.
a)Com o motor parado, qual a amplitude para a qual o bloco vai desli-
zar sobre o carrinho quando o conjunto é posto a oscilar?
b)Com o motor ligado, para que condições o bloco vai deslizar sobre o
carrinho?
Figura 6.23
E
Q f = 2π ,
∆E
em que E é a energia armazenada no oscilador no instante inicial e
δE é a variação de energia durante um período de oscilação. Com o
motor parado a massa é puxada de uma distância a relativamente à
posição de equilíbrio e é largada a partir do repouso. Determine Q f
nessas condições.
b)O oscilador é parado e fica de novo na posição de equilíbrio. Liga-
se o motor que impõe ao êmbolo o movimento acima mencionado.
Estabeleça a relação entre a amplitude do movimento para ω = ω0 e
o valor de Q f encontrado na alínea anterior.
c) Mostre que para ω muito próxima de ω0
· µ ¶ ¸
1 δω 2
C (ω) ≈ Q f β 1 − .
2 ρ
em que δω = ω0 − ω.
d)Determine a largura do pico de ressonância definido como sendo
aquele que se situa entre os valores de frequência para os quais a
p
amplitude se reduz a 1/ 2 da amplitude máxima. Usando este re-
sultado mostre que a área sob o pico de ressonância (ver Figura 6.3)
é aproximadamente constante.
e)Calcule a potência instantânea absorvida pela força periódica e a po-
tência média absorvida durante um ciclo de oscilação. Mostre ainda
que a potência máxima absorvida ocorre no máximo do pico de res-
sonância.
Figura 6.24
Figura 6.25
Figura 6.26
Exercício 6.35: ⋆⋆⋆ Imagine que uma massa m está ligada a uma mola
com uma constante de restituição k. Todo o sistema se encontra na hori-
zontal e move-se segundo uma única direcção. A massa está sujeita, para
além da força imposta pela mola a uma força de atrito estático do tipo cou-
lombiano, (ver secção 4.4), que não depende do valor da velocidade v mas
depende do seu sinal.
Problemas 309
Figura 6.29