AULA 3

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AULA 3 – ASPECTOS TEÓRICOS DA PSICOLOGIA SOCIAL 2

Mudança de paradigmas da Psicologia Social na década de 1970 não se limitou ao seu


próprio campo.
Três têm sido os aspectos fundamentais considerados nos debates sobre os caminhos da
profissão de psicólogo no Brasil: onde a atuação profissional está sendo realizada; o que
está sendo feito e com que objetivos; e para quem se dirige aquela intervenção, isto é,
qual é seu público-alvo.
Atuação tradicional é exercida nos espaços da clínica, da escola e do trabalho. Trabalho
a serviço das elites.
O que percebemos, então, é que novos temas começam a protagonizar as discussões em
Psicologia Social, já que sua pretensão era se desvencilhar de um pensamento
individualista e privilegiar temas de maior relevância social para a população brasileira
e latino-americana.
Surgiram propostas de intervenção atentas a três novos objetivos: deselitizar a
Psicologia, aproximar-se da realidade concreta da população e afastar-se dos lugares
tradicionais de trabalho (Andery, 1984; Bock, 1999)
No território norte-americano, o surgimento da Psicologia Comunitária ocorreu em
meados da década de 1960, relacionado aos movimentos sociais comunitários, em
especial os de saúde mental. [...]. As intervenções, antes limitadas aos indivíduos, foram
ampliadas para seu entorno – também chamado comunidade – concebido como fonte
dos problemas mentais e, ao mesmo tempo, como agente potencialmente terapêutico.
A PSC foi apresentada na América Latina como um dos produtos das problematizações
instituídas no campo da Psicologia Social e não da Psiquiatria, como no caso norte-
americano.
No Brasil, o surgimento da PSC foi atrelado aos movimentos sociais e às reformulações
na área de saúde mental. O processo de pauperização da população, as Reformas
Sanitária e Psiquiátrica e as políticas sociais pós-Constituição de 1988 (Yamamoto &
Oliveira, 2010) compõem o cenário em que aconteceram as primeiras experiências de
atuação da Psicologia em comunidades.
Dentre as experiências brasileiras, destacamos aquelas que tiveram curso em São Paulo,
Minas Gerais, Rio de Janeiro e Ceará por sua relevância histórica para a PSC.
As estratégias de constituir identidades aos campos não nos parecem ter qualquer
consequência positiva. O esforço em defender a especificidade só produz isolamentos,
especialismos e especialistas, que serão as autoridades que poderão falar em seu nome.

AULA SÍNCRONA
BASES CONCEITUAIS E HISTÓRICAS DA PSICOLOGIA SOCIAL
COMUNITÁRIA
Indicação de livros: Álvaro JL. E Garrido A. Desenvolvimento da Psicologia Social na
América Latina. Livro: Psicologia Social Perspectivas Psicológicas e Sociológicas.
Cruz LR, Freitas MFQ E Amoretti, J. Breve e Alguns Desafios da Psicologia
Comunitária. Livro: Psicologia Comunitária. Bases Teóricas e Metodológicas.
Autores e correntes de pensamento em Psicologia Social.
Utiliza-se psicologia social em diversos contextos.
PSICANÁLISE
 Inconsciente como força propulsora do ser humano.
 Se expressa também no comportamento social
Totem e Tabu.
Comportamento de grupos e hordas frente a grandes lideranças. Ser humano tende a
escolher grandes líderes para seguir cegamente, como se fossem pais simbólicos.
Parricídio, que é eleger um líder, transferir seus desejos para esse líder, cria-se uma
série de fantasias em relação a esses líderes, desumaniza-os e os derruba.
Futuro de uma ilusão.
Crítica dura às religiões, ao pensamento religioso, defende que a aderência a princípios
religiosos se relaciona com neuroses infantis, por seguir cegamente uma crença, sem
levar em conta a razão, o que pode ser manipulado por governantes. Freud sentencia que
a sociedade que a sociedade está fada a um comportamento perigoso e pouco saudável
ao se tornar cada vez mais religiosa.
Mal estar na cultura.
Crítica a forma que os grupos se comportam e organizam
Não é a razão que move o ser humano, mas as forças inconscientes.
No final das suas obras, Freud demonstrou maior preocupação pelo comportamento
social de grandes grupos.
A ênfase de Freud é no tratamento individual, mas existem discussões importantes para
a psicologia social.
JUNG
 Inconsciente coletivo
 Arquétipos
Imagens universais (Arquétipos) moldam a nossa personalidade.
Crítica ao Freud em relação a religião. Discussão forte sobre religiosidade.
Religiosidade e adesão religiosa tem a ver com inconsciente coletivo, no qual o ser
humano compartilha alguns signos que rondam nosso inconsciente, que são imagens
universais (arquétipos).
Usa mandalas como representação desses arquétipos.
O homem e seus Símbolos (livro)
Pichon-Rivière
 Psicanálise na dinâmica dos grupos
 Grupos operativos
Influência na Psicologia social na Argentina.
ESCOLA DE FRANKFURT
 Teoria Crítica
 Influência do marxismo
 Ideologia
 Cultura de massa
 Comunicação e comportamento de massa
INTERACIONISMO SIMBOLÍCO (George Mead)
 Ser humano só é compreendido na interação simbólica entre indivíduos e o
contexto através de símbolos sociais (ex. linguagem).
 Portanto, não existe indivíduo que não exista em contexto.
É impossível o ser humano expressar sua subjetividade que não seja na interação com o
outro, o que é feito através de símbolos sociais. (Ex. sotaque é um símbolo)

PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA (Vygotsky)


 Materialismo dialético
 Ser humano se constitui a partir de sua história e de sua ação objetiva no mundo.
O indivíduo começa a se situar fazendo troca constante entre o que ele tem e o que a
sociedade tem. Agi individualmente para intervir na sociedade, mas a sociedade
intervém nele também.
Estudo com crianças, psicologia escolar.
No EUA foi acrescentado empiria a seus estudos.
CONSTRUCIONISMO SOCIAL (Keneth Gergen)
 Influência da filosofia pós-estruturalista.
 Construção de realidades de forma dinâmica.
 Sem pré-definições.
 Ser humano é compreendido no entrelaçamento de subjetividades.
Não existe estrutura, grupos ou sociedade que atuem para moldar indivíduo. Tudo é
possível, o que vale é o momento, o indivíduo se constrói no momento que se está
observando.
TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS (Serge Moscovivi)
 RS – ponte entre o ser humano e a sociedade
 Resultado dessa interação.
 Dinâmico e de base cultural.
 Capacidade humana de representar (perceber) a realidade.
 Ideia geral comum a uma comunidade e grupo.
BEHAVIORISMO (Skinner)
 Ênfase no comportamento aprendido.
 Teoria das Contingências (uma das teorias mais amplas dentro da psicologia)
 O mito da liberdade (Livro).
O ser humano não é livre em sociedade porque a vida em sociedade limita o ser humano
em maior ou menor grau a alguns repertórios. As pessoas não escolhem suas profissões.
Liberdade radical é impossível.
Filmes: Laranja Mecânica e 1984.
Psicólogo social.
Adestramento de animais. Hoje se evita usar animais. Usa-se o animal para demonstrar
que o ser humano também é adestrável. Treinamento comportamental.
Utilizavam-se ratos com vista a adestra-los a partir de estímulos e punições.
PSICOLOGIA INSTITUCIONAL (José Bleger)
 Instituído x Instituinte.
Cria-se instituições como resultado da organização social, como família, igreja,
trabalho, escola, etc.
O modelo de educação não é algo natural que veio do vazio. Na escola se aprende e é
instruído para ter uma profissão. A instituição serve para nos controlar.
Regras prontas são forças instituídas, que servem para a instituição se manter como tal
ao longo do tempo.
As forças instituntes são um instinto humano de sempre quebrar as regras. É a força da
mudança, da quebra dessas instituições prontas.
O Estado é colocado como ente para se manter o equilíbrio, para a força instituída seja
mantida ao longo tempo.
DESENVOLVIMENTO DA PSI SOCIAL
 EUA e Europa.
 América Latina – diferentes enfoques heterogeneidades.
 Aspectos políticos e sociais emergentes.
 Crítica à psicologia norte-americana e europeia.
Psicologia serviu à ditadura no Brasil, como forma de averiguar métodos de tortura
eficazes, propaganda, meios de comunicação.
Mas, por outro lado, alguns psicólogos passaram a questionar essas atividades e a adotar
uma perspectiva mais crítica.
INTERESSES DE ESTUDO
 Condições sociais gerando interesses.
 Contexto e conhecimentos juntos.
 Compreensão de aspectos específicos.
PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
 Problemas sociais – teoria – transformação social. (Primeiro deve vim a
observação do mundo real).
 Psicologia Universal x Psicologia única.
Não existe uma teoria latino-americana pura.
 Psicologia da libertação – ator de transformações sociais.
Influência da teologia da libertação da Igreja Católica.
FASES DO DESENVOLVIMENTO DA PSICOLOGIA NA AMÉRICA LATINA
1. Protopsicoliga: desenvolvimento do pensamento psicossocial.
2. Constituição e afirmação: disciplina acadêmica (1950-60)
3. Consolidação: apropriação acrítica de outras áreas.
4. Crise da psicologia social.
5. Pós-colonial: psicologia social latino-americana.
O QUE É PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA
 Traços comuns:
 Compromisso com setores menos favorecidos.
 Mudança social
 Rejeição à concepção mecanicista.
 Reconhecimento da capacidade de mudança
 Métodos participativos
 Resposta à crise da psicologia social da década de 70.
 Crítica à concepção psicologizante e individualista.
 Relevância social e histórica
 Foco do indivíduo – comunidade.
O QUE É PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA ENCONTRO ENTRE
SABERES
 Saber popular é valorizado e junto com o acadêmico
 Incorpora membros da comunidade em toda a etapa do processo
 Desenvolve formas de investigação e intervenção próprias
 Conhecimento produzido relativizado: espaço e tempo.

Participação
 Indicador de transformação social
 Sentimento de pertença ao processo
 Modifica e é modificado pela participação
O QUE É PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA: MOBILIZAÇÃO E
CONSCIÊNCIA
 Consciência: captação do nível e responsabilidade de vivência individual e
grupal. Requer ações contínua e sistemática.
 Mobilização: consciência, percepção e ação para determinados modos de vida
em grupo.
O QUE É PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA
 Problemas dos grupos não tem origem nos indivíduos e sim na estrutura social
em que se situam
 Preocupação pela desigualdade social
 Influência do Paulo Freire
 Fals-Borda – compromisso político
O QUE É PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
 Função do Psi comunitário
 Catalisador de mudança
 Observar e entender o contexto
 Proporcionar instrumentos e ferramentas de gestão da comunidade.
 Conceitualizar as experiências
 Melhorar a comunicação
 Apresentar perguntas sobre a realidade, etc.
INVESTIGAÇÃO E PESQUISA
 Pesquisa-Ação.
 Familiarização com a comunidade.
 Identificação de necessidade e recurso
 Reunião com setores
 Trabalho coletivo e estabelecimento de metas
 Ruptura com os métodos tradicionais de pesquisa em psicologia social
 Utiliza-se também de métodos quantitativos.
PSICOLOGIA COMUNITÁRIA É PSICOLOGIA SOCIAL?
 Caráter eminentemente aplicado.
 Desenvolvimento empírico maior do que o teórico.
 Utiliza-se de diversas teorias e psicologia social
 Pragmatismo
 Utiliza-se de outros conhecimentos: antropologia, sociologia, neurociências,
serviço social.
1° O que diferencia o psicólogo do assistente social?
2° Para que estamos estudando psicologia social, se o assistente social faz coisas
semelhantes?
3° Para que serve a psicologia social dentro do direito? Por que eu estou fazendo essa
disciplina?
Psicologia Social Crítica – somente se é crítico com ação. Se você somente reproduz um
discurso crítico, você não está sendo crítico.
Psicologia comunitária utiliza os pressupostos da psicologia social, mas a sua realização
se dá em território, no lugar, no contato direto com a comunidade.
Criminologia Crítica mantém dialogo com psicologia social.
Na psicologia social o objeto de estudo são os grupos e a sociedade.
Psicologia comunitária pode trabalhar numa escola, em um hospital, uma favela, uma
comunidade lgbt, cooperativas.
Comunidade é uma interação constante de indivíduos que compartilham um fim
comum.
Psicologia social visa a transformação social, logo não costuma prestar serviços a
empresas, pois o objetivo não é adaptar.

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