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LEI COMPLEMENTAR Nº 006/2008, DE 23 DE OUTUBRO DE 2008.

DISPÕE SOBRE O SISTEMA VIÁRIO


DE MERCEDES E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS.

A Câmara Municipal de Mercedes, Estado do Paraná, aprovou e eu, Prefeito,


sanciono a seguinte:
LEI
CAPÍTULO I

DA CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS
Art 1º. O ordenamento, dimensionamento e as prioridades de circulação do Sistema
Viário Básico do Município de Mercedes serão estabelecidos conforme as diretrizes
determinadas na Lei do Plano Diretor.
Art. 2º. Objetivos gerais para disciplinar o sistema viário:
I – assegurar a circulação e o transporte urbano que atenda a população;
II – priorizar o transporte coletivo ao individual;
III – estabelecer condições para que as vias de circulação possam desempenhar suas
funções e dar vazão adequada ao respectivo tráfego;
IV – estabelecer um sistema de vias de circulação adequado ao tráfego e a locomoção dos
usuários;
V – assegurar a continuidade do arruamento existente nos novos loteamentos no
Município;
VI - implantar um sistema de ciclovias, como alternativa de locomoção e lazer;
VII - proporcionar segurança e conforto ao tráfego de pedestres e ciclistas.
Art. 3º. Os arruamentos no Município devem seguir as diretrizes previstas na Lei de
Parcelamento do Solo Urbano e serem aprovados pela Administração Municipal.
Parágrafo único. A presente Lei complementa, sem alterar ou substituir, a Lei de Uso e
Ocupação do Solo do Município.
Lei Complementar nº 006/2008 – fl. II

CAPÍTULO II

DAS DEFINIÇÕES
Art. 4º. Para aplicabilidade, são adotadas as seguintes definições:
I - arruamento: é o conjunto de ruas públicas destinadas à circulação viária e acesso aos
lotes;
II - caixa da via: é a distância, definida em projeto, entre os dois alinhamentos prediais em
oposição;
III - código de trânsito: conjunto das normas que disciplinam a utilização das vias de
circulação;
IV - passeio: é o espaço destinado à circulação de pedestres, situado entre o alinhamento
predial e o início da pista de rolamento;
V - pista de rolamento: parte da via de circulação destinada ao desenvolvimento de uma
ou mais faixas para o tráfego e estacionamento de veículos;
VI - sistema viário básico: conjunto das vias principais de circulação do Município, com
hierarquia superior às de tráfego local;
VII - sinalização horizontal: constituída por elementos aplicados no pavimento das vias
públicas;
VIII - sinalização vertical: representada por painéis e placas implantados ao longo das vias
públicas;
IX - sinalização de trânsito: conjunto dos elementos de comunicação visual adotados nas
vias públicas para informação, orientação e advertência aos seus usuários;
X - tráfego: fluxo de veículos que percorre uma via em determinado período de tempo;
XI - tráfego leve: fluxo inferior a 50 (cinqüenta) veículos por dia em uma direção;
XII - tráfego médio: fluxo compreendido entre 50 e 400 (cinqüenta a quatrocentos) veículos
por dia em uma direção;
XIII - tráfego pesado: fluxo superior a 400 (quatrocentos) veículos por dia em uma direção;
XIV – via pública: área de terra, de propriedade pública e uso comum, destinada a vias de
circulação e espaços livres.
Lei Complementar nº 006/2008 – fl. III

CAPÍTULO III

DA CLASSIFICAÇÃO DAS VIAS


Art. 5º. As vias de circulação no Município, conforme suas funções e características físicas
classificam-se em:
I - Rodovia: BR - 163;
II - Via Estrutural;
III - Via Coletora;
IV - Via Perimetral;
V - Via de Penetração;
VI - Via Local;
VII - Estrada Vicinal;
VIII - Ciclovia.
Art. 6º. De acordo com sua classificação, as vias existentes e as vias projetadas para o
Município de Mercedes devem ter seguintes funções:
I - Rodovia: BR - 163 que constitui a principal ligação de Mercedes com outros municípios
do Estado do Paraná;
II - Via Estrutural: estrutura a organização funcional do sistema viário na sede urbana,
acumula os maiores fluxos de tráfego da cidade, integrando um eixo de atividades
comerciais e de serviços;
III - Via Coletora: promove a ligação das vias locais com a via estrutural e com as vias
perimetrais;
IV - Via Perimetral: utilizada nos deslocamentos urbanos de maior distância, desviando o
fluxo do centro urbano e promovendo um contorno viário do tráfego de veículos;
V - Via de Penetração: via que liga as áreas rurais à sede do Município, com penetração
na malha urbana;
VI - Via Local: têm a função básica de permitir o acesso às propriedades privadas, ou
áreas com atividades específicas, implicando em pequeno fluxo de tráfego;
VII - Estradas Vicinais: via de tráfego que ligam as áreas rurais do município;
VIII - Ciclovia: via especial destinada à circulação de bicicletas.
Lei Complementar nº 006/2008 – fl. IV

§ 1º. A classificação referida neste Artigo está representada nos mapas denominados
Hierarquia do Sistema Viário Urbano, que integram a presente lei na forma de Anexo I.
§ 2º. As vias constantes nos perímetros urbanos dos Distritos Administrativos de Mercedes
serão consideradas vias locais, excetuando-se as vias de acesso a tais Distritos,
consideradas Estradas Vicinais ou Rodovias.
CAPÍTULO IV

DAS DIMENSÕES DAS VIAS


Art. 7º. O sistema viário obedecerá aos padrões de urbanização e aos requisitos
estabelecidos pelo Município quanto à:
I - Definição das dimensões das caixas das vias;
II - Definição das dimensões das pistas de rolamento;
III - Definição das dimensões dos passeios.
Art. 8º. Todas as vias abertas à circulação de veículos, com o pavimento e passeios
definitivos já implantados permanecem com as dimensões existentes, exceto quando
definido em projeto de urbanização específico para uma nova configuração geométrica. As
vias a serem implantadas ou pavimentadas devem obedecer às seguintes dimensões:
I - Rodovias: a critério dos órgãos estaduais e federais competentes;
II - Via Estrutural:
a) Caixa da Via: 20m (vinte metros);
b) Pista de Rolamento: 12m (doze metros);
c) Passeio: 2m e 5m (dois metros e cinco metros).
III - Vias Coletoras:
a) Caixa da Via: 20m (vinte metros);
b) Pista de Rolamento: 10m (dez metros);
c) Passeio: 5m (cinco metros).
IV - Vias Perimetrais:
a) Caixa da Via: 20m (vinte metros);
b) Pista de Rolamento: 11,20m (onze metros e vinte centímetros);
c) Passeio: 3m (três metros) e 3,5m (três e meio metros); conforme anexo.
d) Ciclovia: 1,5m (um metro e meio).
Lei Complementar nº 006/2008 – fl. V

V - Vias de Penetração:
a) Caixa da Via: 20m (vinte metros);
b) Pista de Rolamento: 11,20m (onze metros e vinte centímetros);
c) Passeio: 3m e 3,5m (três e três metros e meio);
d) Ciclovia: 1,5m (um metro e meio).
VI - Vias Locais:
a) Caixa da Via: 20 m (vinte metros);
b) Pista de Rolamento: 10m (dez metros);
c) Passeio: 5m (cinco metros).
§ 1º. As estradas vicinais de acesso às parcelas deverão ter pistas de rolamento com
larguras de 10,00m (dez metros), 12,00m (doze metros) ou 20,00m (vinte metros),
conforme o carregamento da via.
§ 2º. Deverão ser previstas rampas de acesso a pessoas portadoras de necessidades
especiais nos passeios dos logradouros urbanos, conforme a Norma Brasileira - NBR 9050
da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.
CAPÍTULO V

DO VOLUME DE TRÁFEGO
Art. 9º. Os projetos de pavimentação das vias de circulação no Município, conforme o
estabelecido no Art.8º desta Lei classifica-se quanto ao volume de tráfego em:
I - Classe 1 - Tráfego pesado, compreendendo:
a) Rodovias;
b) Vias perimetrais;
c) Vias de penetração;
d) Via estrutural.
II - Classe 2 - Tráfego médio, compreendendo:
a) Vias coletoras;
III - Classe 3 - Tráfego leve, compreendendo:
a) Vias locais;
b) Estradas vicinais.
Lei Complementar nº 006/2008 – fl. VI

CAPÍTULO VI

DA SINALIZAÇÃO
Art. 10. A sinalização das vias públicas é de responsabilidade do Município, como
estabelece o Código de Trânsito Brasileiro, aprovado pela Lei Federal n° 9.503/97.
§ 1º. Toda e qualquer via pavimentada no Município deverá receber sinalização de
trânsito, segundo as exigências da legislação pertinente em vigor.
§ 2º. A sinalização horizontal das vias pavimentadas nos novos parcelamentos do solo
será executada às expensas dos respectivos parceladores, a partir de projeto previamente
aprovado pelo órgão municipal responsável.
§ 3º. O sentido de tráfego das vias será definido individualmente, dependendo do volume
de tráfego.
Art. 11. São diretrizes para intervenções no Sistema Viário:
I – executar obras de paisagismo e revitalização urbana, principalmente nas vias centrais e
estruturais;
II – observar a hierarquia viária para instalar iluminação adequada;
III – incentivar a melhoria dos passeios;
IV – implantar o sistema municipal de ciclovias.
CAPÍTULO VII

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS


Art. 12. A implantação de todas as vias em novos parcelamentos, inclusive as do sistema
viário principal, deverão obedecer às diretrizes básicas de arruamento e são de inteira
responsabilidade do loteador, sem custos para o Município.
Parágrafo único. O loteador deverá solicitar previamente as diretrizes básicas de
arruamento onde constará a orientação para o traçado das vias de acordo com esta Lei.
Art. 13. São partes integrantes e complementares desta Lei os seguintes anexos:
I- Anexo I – Mapa de Hierarquia do Sistema Viário Municipal;
II - Anexo II – Mapa de Hierarquia do Sistema Viário Urbano;
Art. 14. Esta lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias a partir de sua publicação oficial.
Lei Complementar nº 006/2008 – fl. VII

Art. 15. Fica revogada a Lei nº 120/95 de 11/07/1995 e as demais disposições em


contrário.
Gabinete do Prefeito do Município de Mercedes, Estado do Paraná, em 23 de outubro de
2008.

Vilson Schwantes
PREFEITO
ANEXO I – LEI COMPLEMENTAR Nº 006/2008.
Mapa de Hierarquia do Sistema Viário Municipal
ANEXO II – LEI COMPLEMENTAR Nº 006/2008.
Mapa de Hierarquia do Sistema Viário Urbano

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