Atencao Saude Recem Nascido v4
Atencao Saude Recem Nascido v4
Atencao Saude Recem Nascido v4
Volume
Brasília – DF
2014
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção à Saúde
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas
CUIDADOS COM
O RECÉM-NASCIDO PRÉ-
TERMO
29
edição
atualizad
a
Volume
4
Brasília – DF
2014
2011 Ministério da Saúde.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial –
Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total
desta obra, desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do
Ministério da Saúde: <www. saude.gov.br/bvs>.
Tiragem: 24 edição atualizada – 2014 – 4.000 exemplares
Apresentação________________________________________________________7
32____________________________________________________Controle Térmico 11
32.1 Conceitos e importância do controle térmico 11
32.2 Peculiaridades da termorregulação no feto e no RN 12
32.3 Mecanismos de perda de calor no período neonatal 13
32.4 Monitorização da temperatura 14
32.5 Hipotermia 14
32.6 Hipertermia 24
Referências 26
33 Atenção Humanizada
ao Recém-Nascido de Baixo Peso: Método Canguru 29
33.1 Conceito 30
33.2 Vantagens 31
33.3 Bases científicas do Método Canguru 31
33.4 Aplicação 32
33.5 Redes familiares – A participação dos irmãos e dos avós 36
33.6 Implantação 37
Referências 39
34__________________________________________________Nutrição Parenteral 43
34.1 Necessidades nutricionais do RN 43
34.2 Quando iniciar a alimentação parenteral 45
34.3 Composição da alimentação parenteral 46
34.4 Complicações da nutrição parenteral 57
Referências 59
35_____________________________________________________Nutrição Enteral 63
35.1 Objetivos 63
35.2 Desafios 63
35.3 Desenvolvimento do trato gastrointestinal 64
35.4 Digestão e absorção 65
35.5 Necessidades nutricionais 67
35.6 Leite, fórmulas e práticas alimentares 67
Referências 74
36_____________________________________Alimentação Após a Alta Hospitalar77
36.1 Ritmo ideal de crescimento do RN pré-termo78
36.2 Curvas de crescimento79
36.3 Necessidades nutricionais do RN pré-termo após a alta hospitalar80
36.4 Leite humano82
36.5 Principais nutrientes83
36.6 Uso de fórmulas lácteas infantis com concentração maior que a padrão87
36.7 Introdução dos alimentos complementares88
Referências 89
37______________________________________________Enterocolite Necrosante93
37.1 Epidemiologia93
37.2 Etiopatogenia93
37.3 Fatores de risco94
37.4 Diagnóstico, classificação de gravidade e tratamento94
37.5 Complicações98
37.6 Prevenção98
Referências 100
39_________________________________________Retinopatia da Prematuridade111
39.1 Fisiopatologia111
39.2 Histórico e epidemiologia112
39.3 Classificação Internacional de ROP113
39.4 Evolução119
39.5 Diagnóstico120
39.6 Tratamento122
39.7 Manifestações oftalmológicas tardias124
39.8 Prevenção125
Referências 127
A redução da mortalidade neonatal foi assumida como uma das metas para a
redução das desigualdades regionais no País em 2009, sob a coordenação do
Ministério da Saúde. O objetivo traçado foi de reduzir em 5% as taxas de
mortalidade neonatal nas regiões da Amazônia Legal e do nordeste
brasileiro.
8
Atenção à Saúde do Recém-
Nascido Guia para os
Profissionais de Saúde
“Todo prematuro tem direito ao tratamento
estabelecido pela ciência, sem distinção de qualquer espécie,
seja de raça, cor, sexo, ou de outra natureza, origem nacional
ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
Sendo assim, todo prematuro
tem o direito de ser cuidado por uma equipe
multidisciplinar capacitada a compreendê-lo, interagir com
ele e a tomar decisões harmônicas em seu benefício e em
prol de seu desenvolvimento.”
Artigo IV – Declaração Universal dos Direitos do Bebê Prematuro
Dr. Luís Alberto Mussa Tavares
Controle
Térmico 3
32.1 Conceitos e importância do controle térmico
Por outro lado, a hipertermia, apesar de muito menos frequente, também pode
ocorrer, e suas consequências serão comentadas mais adiante.
11
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12
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Controle Térmico 32
intrauterino são condições que comprometem a termogênese
CAPÍTULO
neonatal e aumentam o risco de hipotermia. 4
13
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32.3.1 Evaporação
32.3.2 Radiação
Trata-se da perda de calor do RN para objetos ou superfícies mais frias que não
estão em contato com ele.
A principal causa dessa perda é a grande área da pele exposta a ambiente frio,
o que pode ocorrer no RN despido em incubadora, que perde calor para as
paredes da mesma.
32.3.3 Convecção
Forma pela qual ocorre perda de calor da pele do RN para o ar ao seu redor.
32.3.4 Condução
14
Atenção à Saúde do Recém-
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Controle Térmico 32
Geralmente essa perda é pequena, pois os RNs são colocados em superfícies
CAPÍTULO
aquecidas.
15
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32.5 Hipotermia
32.5.1 Definição
16
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Controle Térmico 32
CAPÍTULO
• Sucção débil.
• Hipotonia.
• Letargia.
• Taquipneia ou apneia.
• Taquicardia ou bradicardia.
• Tremores.
• Quedas na saturação de O2.
• Acidose.
• Vasoconstrição
• Pele com coloração vermelho brilhante (falha na
dissociação da oxihemoglobina).
• Edema ou esclerema (devido à alteração na permeabilidade capilar).
A hipotermia leva à diminuição da produção de surfactante e ao aumento do
consumo de oxigênio, e causa depleção das reservas calóricas, contribuindo
para o desenvolvimento ou agravamento de insuficiência respiratória. Na
hipotermia grave pode ocorrer hipotensão, bradicardia, respiração irregular,
diminuição de atividade, sucção débil, diminuição de refle- xos, náuseas e vômitos,
acidose metabólica, hipoglicemia, hipercalemia, azotemia, oligúria e, algumas
17
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vezes, sangramento generalizado, hemorragia pulmonar e óbito. No Quadro 2,
estão apresentadas as principais repercussões físicas da hipotermia. 2,7
18
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Controle Térmico 32
CAPÍTULO
Hipotermia logo após o nascimento ocorre em pelo menos 25% dos RNs
prematuros de baixo peso e atinge cerca de 50% dos RNs prematuros de muito
baixo peso e dos menores de 34 semanas de idade gestacional.3 No estudo
multicêntrico EPICure, temperatura infe- rior a 35°C na admissão em UTI
neonatal ocorreu, respectivamente, em 58%, 43% e 30% dos RNs prematuros
com 23, 24 e 25 semanas de idade gestacional. A baixa temperatura na
admissão é fator de risco para óbito.5,11,12 A importância da temperatura
corporal como indicador de prognóstico é evidenciada pela inclusão da
temperatura como um dos itens de avaliação nos escores de risco neonatal, seja o
CRIB – Clinical Risk Index for Babies, ou o SNAPPE – Score for Neonatal Acute
Physiology – Perinatal Extension.2
32.5.4 Tratamento
19
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aumento de temperatura na incubadora ou no berço de calor radiante.
20
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Controle Térmico 32
CAPÍTULO
32.5.5 Prevenção
32.5.5.1 Ao nascimento
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envolver o RN pre- maturo em filme plástico utilizado em RN pré-termo reduz a
perda evaporativa da pele e propicia temperatura mais elevada à admissão em
RN pré-termo com idade gestacional
22
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Controle Térmico 32
CAPÍTULO
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Tabela 1 – Faixas de ambiente termoneutro nas primeiras semanas de vida, conforme peso
de nascimento, idade gestacional e pós-natal
Peso ao nascer e idade gestacional
<1.500 g 1.500 – 2.499 ≥ 2.500 g
< 34 sem g ≥ 37 sem
34 – 36 sem
1o dia de vida 33,5 a ≥ 35o 32 a 34o 31 a 34o
2o dia de vida 33 a 35o
31,5 a 33,5 o
30,5 a 33,5o
3o dia de vida 33 a 34o
31,2 a 33,4 o
30,1 a 33,2o
24
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Controle Térmico 32
4o dia de vida 33 a 34o 31 a 33,2o CAPÍTULO 29,8 a 32,8o
5 – 14 dias de vida 33 a 34o 31 a 33o 29 a 32,5o
Fonte: PNI/MS.
25
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Incubadora
Mesmo com o uso de incubadora, pode ser difícil estabilizar a temperatura dos
RNs pre- maturos, especialmente os muito pequenos, para os quais alguns
tipos de incubadoras são mais adequados.
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Controle Térmico 32
umidificação elevadas, sem condensação CAPÍTULO
27
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28
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Controle Térmico 32
maior oferta hídrica nos primeiros dias de vida. O ganhoCde peso e o tempo
APÍTULO
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diferença foi a maior perda insensível de água no berço aquecido, 0,94 mL/kg/h, o
que deve ser considerado no balanço hídrico diário. Nessa revisão, não se obteve
evidência suficiente para recomendar a melhor prática.17
30
Atenção à Saúde do Recém-
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Controle Térmico 32
aparelhos de fototerapia modernos produzem pouco calor, mas, mesmo assim,
CAPÍTULO
pode ser necessário reduzir a temperatura da incubadora para evitar
aumento da temperatura corporal do RN pré-termo. O efeito da fototerapia na
perda transepidérmica de água é variável e controverso. Recomenda-se que o
balanço hídrico seja monitorado individualmente e ajustado, se necessário.
31
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• RN prematuros estáveis devem ser vestidos, exceto quando estiverem em contato pele
a pele.
32
Atenção à Saúde do Recém-
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Controle Térmico 32
Há uma série de procedimentos que podem ser adotados ao nascimento para
CAPÍTULO
prevenir a perda de calor. Referidos como corrente quente, envolvem dez
passos, listados a seguir: 8
33
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32.6 Hipertermia
34
Atenção à Saúde do Recém-
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Controle Térmico 32
especialmente nos RNs prematuros com quadro infeccioso,CAPÍTULO
em que é mais
comum a hipotermia.
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36
Atenção à Saúde do Recém-
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Controle Térmico 32
CAPÍTULO
Referências
2. LYON, A. Temperature control in the neonate, Pediatr. Child Health., [S. l.], v. 18, p. 155–160,
2008.
7. SOLL, R. F. Heat loss prevention in neonates, J. Perinatol., [S. l.], v. 28, p. 557–559, 2008.
8. ELLIS, J. Neonatal hypothermia, J. Neonatal Nursing, [S. l.], v. 11, p. 76-82, 2005.
37
Atenção à Saúde do Recém-
Nascido Guia para os
Profissionais de Saúde
M I N I S T É R I O DA S
AÚ D E
13. KATTWINKEL, J. Textbook of neonatal resuscitation. 5. ed.
Chicago: American Academy of Pediatrics/American Heart
Association, 2006.
38
Atenção à Saúde do Recém-
Nascido Guia para os
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Controle Térmico 32
CAPÍTULO
15. SCOPES, J. W.; AHMED, I. Range of critical temperatures in sick and
premature newborn babies. Arch. Dis. Child., [S. l.], v. 41, p. 417-419,
1966.
39
Atenção à Saúde do Recém-
Nascido Guia para os
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Atenção Humanizada ao Recém-Nascido
de Baixo Peso: Método Canguru 3
A Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso – Método Canguru é
uma política de saúde instituída pelo Ministério da Saúde no contexto da
humanização da assistência neonatal. É regulamentada por norma técnica
3
lançada em dezembro de 1999, publicada em 5 de julho de 2000 pela Portaria
Ministerial n° 693 e atualizada pela Portaria MS/GM nº 1.683, de 12 de julho de
2007.1
29
Atenção à Saúde do Recém-
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A implantação do Método Canguru também deve ser entendida no contexto da
humaniza- ção como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas
as instâncias do SUS.
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Atenção à Saúde do Recém-
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Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso: Método Canguru
33 CAPÍTULO
É por toda essa abrangência e complexidade que o Método Canguru não pode
ser confun- dido nem considerado como sinônimo de posição canguru.
31
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recomenda-se que a faixa seja de malha leve, que pode funcionar como blusa, se
a mãe se sentir à vontade. Em regiões
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Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso: Método Canguru
33 CAPÍTULO
mais frias, é necessário que seja utilizado agasalho ou cobertor sobre a faixa.
Lembrar que a temperatura da mãe se eleva buscando garantir o aquecimento
necessário para o bebê5 e que o objetivo é sempre proporcionar segurança e
conforto.
Como está claro no próprio conceito, não existe determinação quanto ao tempo
que o bebê deve permanecer em posição canguru. Essa é uma decisão
partilhada com os pais que, se desejarem, podem utilizá-la por tempo integral.
Recomenda-se, no entanto, que após ser colocado na posição, o bebê não seja
retirado em um tempo muito curto, deven- do permanecer pelo menos durante
uma hora, considerando que precisa de tempo para se organizar e depois
entrar em sono profundo, o que é muito importante para o desenvol- vimento
cerebral e sua recuperação.6
33.2 Vantagens
São muitas as vantagens que, ao longo dos anos, vêm sendo atribuídas ao
Método Cangu- ru. Segundo o manual técnico do Ministério da Saúde
destacam-se:3
32
Atenção à Saúde do Recém-
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Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso: Método Canguru
33 CAPÍTULO
33.4 Aplicação
33
Atenção à Saúde do Recém-
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•
AÚ D E
Estimular o acesso livre e precoce dos pais à UTI, sem restrições de
horário e tempo de permanência.
• Garantir que a primeira visita seja acompanhada por alguém da equipe de saúde.
34
Atenção à Saúde do Recém-
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Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso: Método Canguru
33 CAPÍTULO
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Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso: Método Canguru
33 CAPÍTULO
Para a segunda etapa, na unidade canguru, algumas recomendações são muito importantes:
• Não estipular tempo em posição canguru.
• Oferecer ajuda para que a mãe sinta-se segura tanto no posicionamento
do bebê quanto na possível identificação de sinais de alerta.
• Certificar-se que a posição canguru traz prazer e satisfação para a criança e para a mãe.
• Disponibilizar berço, com possibilidade de elevação da cabeceira, para
os momentos em que a mãe e a equipe de saúde entenderem necessário.
• Estimular a participação do pai.
• Não obrigar a permanência da mãe na unidade durante toda a
internação do bebê, per- mitindo que ela saia do hospital, com direito a
retornar quando possível.
• Permitir acesso dos irmãos e avós.
• Oferecer todo suporte necessário para o sucesso do AM.
• Desenvolver ações educativas que preparem a mãe para os
cuidados com o bebê no domicílio.
A decisão da alta deve ser sempre partilhada entre a equipe, a mãe, o pai e a rede
familiar e/ou social, e atender aos seguintes critérios:
• Mãe segura, psicologicamente motivada, bem orientada, e familiares conscientes quanto
ao cuidado domiciliar do bebê.
• Compromisso materno e familiar para a realização da posição canguru
pelo maior tempo possível.
• Peso mínimo de 1.600 g.
• Ganho de peso adequado nos três dias que antecederem a alta.
• Sucção exclusiva ao peito ou, em situações especiais, mãe e família
capacitadas para rea- lizar a complementação.
A terceira etapa do Método Canguru tem início com a alta hospitalar. Implica na
utilização da posição canguru e no acompanhamento do bebê pela equipe que o
assistiu durante a internação até que alcance o peso de 2.500 g.
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É importante reforçar que a posição canguru deve ser utilizada pelo maior tempo
possível. Caso os pais desejem, podem eleger outra pessoa da família para ajudar,
especialmente os irmãos mais velhos e os avós. Ressalta-se que muitas das
atividades cotidianas podem ser realizadas com o bebê em posição canguru.
É preciso que as inquietações da mãe e o cansaço por ter que estar disponível
para o bebê em um ambiente não familiar recebam a devida atenção por parte
da equipe, uma escuta atenta, compreensiva, em relação aos sentimentos que
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Atenção à Saúde do Recém-
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Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso: Método Canguru
brotam a partir 33
deste contato tão íntimo com o bebê do qual se separou
CAPÍTULO
precocemente. Essa atitude pode oferecer à mãe a experiência de ser
cuidada pela equipe.
39
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Para os irmãos mais velhos que participam dos programas das relações
fraternas em UTI neonatal, os benefícios são muitos. Eles percebem que existe
um espaço no ambiente hos- pitalar para que seus medos, ansiedade e temores
face à hospitalização do bebê possam ser acolhidos. Assim, podem, de forma mais
tranquila, sentirem-se apoiados na continuidade de sua rotina e mais preparados
para as novas solicitações que surgirão em casa após a alta do irmão.19
Já em relação aos avós, ao visitarem seus filhos, pais dos bebês, e seus netos,
constatando as necessidades dos RNs e partilhando destas experiências,
encontram maior estímulo e sentem-se mais aptos a constituir a rede de
suporte para seus descendentes.20 É importan- te lembrar ainda que são eles,
com seus filhos, que permitirão a este bebê experimentar um sentimento de
“pertencimento” familiar. Cuidado por esta rede de proteção, suporte e apoio, o RN
recebe, cotidianamente, ainda no hospital, informações sobre projetos familia- res e
desejos relacionados ao seu crescimento e desenvolvimento.
Em algumas situações, esta rede de suporte pode também surgir por meio de
pessoas ami- gas, vizinhos, compadres, grupos de associação de moradores. O fato
de não existirem laços consanguíneos traz uma nova forma de se darem as
relações afetivas e de suporte, e suas ações podem trazer como resultado os
mesmos benefícios.20 Cabe à equipe disponibilizar sua participação e avaliar
sua atuação.
40
Atenção à Saúde do Recém-
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Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso: Método Canguru
33 CAPÍTULO
33.6 Implantação
É fundamental que esta questão seja compreendida para que bebês que
necessitam de internação neonatal não continuem sendo privados da
presença contínua de sua mãe, de seu calor por meio do contato pele a pele e
da garantia de AM durante a internação e após a alta.
A implantação pode acontecer de maneira gradual; as três etapas não precisam ser,
obriga- toriamente, implantadas ao mesmo tempo.
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UTI pediátrica, serviços de pronto atendimento
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Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso: Método Canguru
33 CAPÍTULO
As sociedades, de uma maneira geral, têm refletido sobre a prática assistencial nos
últimos anos. Cabe à equipe da unidade hospitalar permitir que os familiares
fiquem próximos do RN internado e que toda a família participe daquele momento
de hospital, de crise.25 O pro- fissional de saúde não pode, de maneira alguma,
negar o núcleo no qual o paciente vive. Todos precisam de atenção e de
cuidados para crescer e aprender com aquela experiência e para sair dela com
o mínimo possível de cicatrizes emocionais.
43
Atenção à Saúde do Recém-
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M INISTÉRIO DA S
AÚ D E
Referências
2. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Método madre canguro: guia práctica. Genebra, 2004.
10. TESSIER, R. et al. Kangaroo mother care and the bonding hypothesis. Pediatrics, [S.l.], v. 102, p. 17-23,
1998.
11. SOUSA FREIRE, N. B.; GARCIA, J. B.; LAMY, Z. C. Evaluation of analgesic effect of
skin-to-skin contact compared to oral glucose in preterm neonates. Pain., [S.l.], v.
139, p. 28-33, 2008.
12. JOHNSTON, C. C. et al. Kangaroo mother care diminishes pain from heel
lance in very preterm neonates: a crossover trial. BMC Pediatr., [S.l.], v. 24, p.
44
Atenção à Saúde do Recém-
Nascido Guia para os
Profissionais de Saúde
Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso: Método Canguru
8-13, 2008. 33 CAPÍTULO
13. AKCAN, E.; YIČIT, R.; ATICI, A. The effect of kangaroo care on pain in
premature infants during invasive procedures. Turk J. Pediatr., [S.l.], v. 51,
p. 14-18, 2009.
45
Atenção à Saúde do Recém-
Nascido Guia para os
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M INISTÉRIO DA S
AÚ D E
15. SWINTH, J. Y.; ANDERSON, G. C.; HADEED, A. J. Kangaroo (skin-to-skin) care with a
preterm infant before, during and after mechanical ventilation. Neonatal Netw., [S l.], v. 22,
n. 6, p. 33-38, 2003.
21. MEYER, K. B. A.; ANDERSON, G. C. Using kangaroo care in a clinical setting with fullterm
infants having breastfeeding difficulties. The American Journal of Maternal/Child Nursing, [S.l.], v. 24,
n. 4, p. 190-192, 1999.
23. PARKER, L.; ANDERSON, G. C. Kangaroo care for adoptive parents and their
critically ill preterm infant. The American Journal of Maternal/Child Nursing, [S.l.], v.
27, n. 4, p. 230-232, 2002.
46
Atenção à Saúde do Recém-
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Profissionais de Saúde
Nutrição
Parenteral 3
O nascimento de uma criança pré-termo representa uma urgência do ponto de
vista nutri- cional. Cálculos teóricos demonstram que essas crianças
apresentam reservas nutricionais para poucos dias, diretamente proporcional
4
ao seu tamanho. Crianças nascidas com 24 semanas de idade gestacional
chegam a possuir apenas um dia de reserva calórica.1
Horas, e não dias, é o tempo que se supõe que os RNs pré-termo podem
permanecer sem receber suporte nutricional.
43
Atenção à Saúde do Recém-
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As necessidades nutricionais dos RNs pré-termo possivelmente são iguais ou
mesmo supe- riores às de um feto com a mesma idade gestacional.
44
Atenção à Saúde do Recém-
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Nutrição Parenteral 34
CAPÍTULO
Tabela 2 – Necessidades energéticas e proteicas calculadas segundo a faixa de peso ao nascimento 1,7,8,9
Tabela 3 – Necessidades nutricionais de RN pré-termo com peso menor que 1.000 g 1,7,8,9
Nutrientes (unidade/dia) Enteral Parenteral
Água (mL/kg) 150 – 200 120 – 150
Caloria (cal/kg) 110 – 130 90 – 100
Proteína (g/kg) 3,0 – 3,8 2,5 – 3,5
Carboidrato (g/kg) 8 – 12 10 – 15
Gordura (g/kg) 3–4 2 – 3,5
Sódio (mEg/kg) 2–4 2 – 3,5
Cloro (mEq/kg) 2–4 2 – 3,5
Potássio (mEq/kg) 2–3 2–3
Cálcio (mg/kg) 120 – 230 60 – 90
Fósforo (mg/kg) 60 – 140 40 – 70
Magnésio (mg/kg) 8 – 15 5–7
Ferro (mg/kg) 2–4 0,1 – 0,2
Vitamina A (UI) 700 – 1.500 700 – 1.500
Vitamina D (UI) 400 40 – 160
45
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Vitamina E (UI) 6 – 12 2–4
(Continua)
46
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Nutrição Parenteral 34
CAPÍTULO
(Continuação)
Nutrientes (unidade/dia) Enteral Parenteral
Vitamina K (µg) 7–9 6 – 10
Vitamina C (mg) 20 – 60 35 – 50
Vitamina B1 (mg) 0,2 – 0,7 0,3 – 0,8
Vitamina B2 (mg) 0,3 – 0,8 0,4 – 0,9
Vitamina B6 (mg) 0,3 – 0,7 0,3 – 0,7
Vitamina B12 (mg) 0,3 – 0,7 0,3 – 0,7
Niacina (mg) 5 – 12 5 – 12
Ácido fólico (µg) 50 40 – 90
Biotina (µg) 6 – 20 6 – 13
Zinco (µg/kg) 800 – 1.000 400
Cobre (µg/kg) 13 – 30 15 – 20
Selênio (µg/kg) 1,3 – 3 1,5 – 2
Crômo (µg/kg) 0,7 – 7,5 0,2
Manganês (µg/kg) 10 – 20 1
Molibdênio (µg/kg) 0,3 0,25
Iodo (µg/kg) 30 – 60 1
Fonte: SAS/MS.
45
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Água destilada 34 mL
Fonte: (ZIEGLER; THUREEN; CARLSON, 2002).
46
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CAPÍTULO
34.3.1 Fluidos
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capazes de redu- zir a necessidade de aporte hídrico aos RNs. Utilização de
berços aquecidos sem proteção da criança com filme plástico e fototerapia
estão frequentemente associadas a maiores necessidades de oferta hídrica.
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Nutrição Parenteral 34
CAPÍTULO
Oferta de quantidades maiores que 7 mg/kg/min (10 g/kg/dia) está associada com
aumen- to da síntese de gordura, e valores acima de 20 mg/kg/min (30 g/kg/dia)
49
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com infiltração gordurosa no fígado.11
50
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CAPÍTULO
O ajuste da oferta de glicose deve ser frequente, pelo menos uma vez ao dia
(especialmente nos primeiros dias) visando à manutenção da concentração
plasmática entre 60 e 120 mg/dL. O objetivo é oferecer o máximo possível de
energia.
Deve-se ressaltar que, quando a solução é infundida por veia profunda, pode-
-se utilizar concentrações de glicose de no máximo 25%. Em veia
periférica, a concentração das soluções deve ser restrita a 12,5%.
52
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CAPÍTULO
34.3.3.1 Quantidade
A oferta proteica deve ser iniciada no primeiro dia de vida para evitar o estado catabólico.
34.3.3.2 Qualidade
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34.3.4 Lipídios
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energia. CAPÍTULO
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a ser detectada em 15% das crianças após três dias recebendo esse tipo de
alimentação. Em RN pré-termo, especialmente em situação de baixa oferta
calórica, quando as gordu- ras podem ser oxidadas para cobrir os custos
energéticos, a deficiência de ácidos graxos essenciais pode desenvolver-se em
72 horas se não houver aporte exógeno de gorduras.
As soluções com lipídios 20% são preferíveis às soluções a 10%. O uso das
soluções a 20% proporciona melhor padrão plasmático de lipídios, atribuído à
menor quantidade de fos- folipídios nessas soluções em relação às soluções a
10%. Os altos níveis de fosfolipídios nas soluções a 10% dificultam o
metabolismo dos triglicérides plasmáticos. Mas, exatamente por possuir menos
fosfolipídios, as soluções a 20% oferecem menos ácidos graxos de cadeia
longa. Por essa razão, recomenda-se que nos primeiros dias seja oferecida a
solução a 10% e, quando a quantidade de lipídios a ser oferecida chegar a 2
g/k/dia, a solução a 10% seja substituída pela solução a 20%.6
O uso de soluções com lipídios pode causar graves problemas, entre os quais
deslocamento da bilirrubina de sua ligação com a albumina pelos ácidos graxos
livres, piora da função pulmonar, aumento do risco de doença pulmonar crônica
e interferência com a função imune ou plaquetária.6 No entanto, o
desenvolvimento de novas soluções e a prática do uso levou ao
estabelecimento de normas que as tornaram muito mais seguras, destacando-
-se o ritmo de infusão.
O início da infusão com lipídio no primeiro dia de vida com dose de 1 g/kg/dia e
56
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aumento progressivo (1 g/kg/dia) até chegar a 3 g/kg/dia Cno quarto dia foi bem
APÍTULO
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34.3.5 Eletrólitos
34.3.5.1 Sódio
34.3.5.2 Potássio
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Essa quantidade deve ser adequada às condições clínicas das crianças. Por
exemplo, pode ser necessário aumentar a oferta quando o RN está recebendo
diuréticos, ou diminuí-la se a criança não estiver urinando adequadamente. É
importante lembrar que a solução de fosfato contém potássio, que deve ser
computado na quantidade total ofertada.
34.3.5.3 Cloro
34.3.5.4 Cálcio
60
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37,6 mg/kg/dia ou 1,88 mEq/kg/dia. CAPÍTULO
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34.3.5.5 Fósforo
34.3.5.6 Magnésio
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de magnésio não refletem adequadamente o conteúdo corporal.
CAPÍTULO
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34.3.6 Oligoelementos
Zinco, cromo e selênio são excretados pelo rim. Assim, pode ocorrer acúmulo
tóxico des- ses elementos em crianças com insuficiência renal. Não se deve
prescrevê-los enquanto perdurar essa condição clínica.
64
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CAPÍTULO
34.3.6.1 Cromo
34.3.6.2 Cobre
Deve-se lembrar que o cobre é excretado pela via biliar e não deve
ser prescrito em caso de icterícia colestática (bilirrubina direta > 2
mg/dL).
34.3.6.3 Selênio
34.3.6.4 Zinco
34.3.7 Vitaminas
65
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CAPÍTULO
Ácido fólico deve ser usado na dose de 3,0 mg/semana IM. Utiliza-se o ácido folínico.
67
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A alimentação enteral deve ser considerada em todos os RNs que possuem
intestino fun- cionante. Mesmo que em quantidade mínima, em associação com
a alimentação parente- ral, ajudará a minimizar a atrofia da mucosa intestinal e a
translocação bacteriana, além de diminuir o tempo de duração da alimentação
parenteral. A introdução precoce da alimen-
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CAPÍTULO
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Referências
1. ZIEGLER, E. E. et al. Body composition of the reference fetus. Growth, [S.l.], v. 40, p. 329-341, 1976.
70
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Nutrição Parenteral 34
CAPÍTULO
14. TUBMAN, T. R. J.; THOMPSON, S. W. Glutamine supplementation for
prevention of morbidity in preterm infant. Cochrane Library. Disponível em:
<http://www.nih. gov/cochraneneonatal/tubman/tubman.HTM>. Acesso
em: 19 Jan. 2010.
71
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16. GREENE, H. L. et al. Guidelines for the use of vitamins, trace elements, calcium,
magnesium, and phosphorus in infants and children receiving total parenteral nutrition:
report of the Subcommittee on Pediatric Parenteral Nutrient Requirements from the
Committee on Clinical Practice Issues
of the American Society for Clinical Nutrition. Am. J. Clin. Nutr., [S.l.], v. 48, p. 1324-1342, 1988.
72
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Nutrição
Enteral 3
Nutrir adequadamente, com o objetivo de proporcionar ao RN prematuro
crescimento se- melhante ao crescimento fetal, é um dos grandes desafios da
neonatologia. A importância da nutrição adequada para a sobrevida, o
5
crescimento e o desenvolvimento dos RNs é tão grande que tem sido
reconhecida como uma emergência neonatal.
35.1 Objetivos
35.2 Desafios
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Existem situações clínicas e peculiaridades dos RNs prematuros que dificultam a nutrição
adequada.
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Nutrição Enteral 35
CAPÍTULO
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das enzimas no pro- cesso de digestão. Estudos indicam que, apesar da
imaturidade de muitos mecanismos da
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CAPÍTULO
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metabolizada pelas peptidases pan- creáticas liberadas no duodeno. Essas
enzimas incluem tripsina, quimotripsina, carboxipep- tidases A e B e elastase, que
agem em sítios de clivagem seletivos, resultando em peptídeos de pequeno
tamanho, que serão posteriormente absorvidos como aminoácidos ou dipep-
tídeos e transportados ao fígado.
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CAPÍTULO
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35.6 Leite, fórmulas e práticas alimentares
70
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CAPÍTULO
O início precoce da dieta está associado a menor tempo para recuperar o peso de
nasci- mento, para atingir o volume enteral pleno e de hospitalização.
O momento para o início da nutrição enteral mínima deve ser avaliado caso
Fortes evidências também sugerem que o uso do leite materno pode diminuir a
incidência de enterocolite necrosante.
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RNs com peso menor que 1.500 g, em especial menor que 1.000 g, tem sido
associado a ganho
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CAPÍTULO
A necessidade de manuseio do leite materno para uso nos RNs prematuros com menos
de
1.500 g tem sido reconhecida há mais de 20 anos. Revisão sistemática realizada
pela Cochrane Library aponta que, em curto prazo, a adição de multicomponentes
ao leite materno melhora o ganho de peso e o crescimento do perímetro
cefálico nos RNs prematuros.15
Apesar de uma nova geração de aditivos estar disponível para uso, seus
resultados ainda não são satisfatórios. A maioria dos aditivos disponíveis difere
quanto a sua composição, e alguns contêm somente proteínas, cálcio e fósforo.
Outros acrescentam eletrólitos, vitami- nas e oligoelementos. Teoricamente, o
manuseio individualizado seria a melhor solução, ou seja, o leite da mãe seria
analisado e modificado segundo as necessidades de cada RN. Entretanto, a
implementação dessa prática é difícil e cara, impossibilitando seu uso rotineiro. Os
novos aditivos lançados no mercado acrescentaram em suas fórmulas gorduras
e car- boidratos, além de alterarem as formulações de cálcio e fósforo com o
objetivo de diminuir a perda de gordura, melhorando sua absorção.
Todo suporte familiar e da equipe de saúde pode ser necessário para que a
manutenção da produção de leite por longos períodos seja possível.
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comprimento do tubo preenchido e a coluna de gor- dura que se separa do
leite. O crematócrito é a porcentagem do comprimento da coluna de gordura
separada do leite. Utiliza-se a fórmula a seguir para a estimativa do conteúdo
calórico do leite (crematócrito de leites fresco e congelado). 16
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CAPÍTULO
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acoplado ao mamilo por meio de sonda) é útil se o bebê apresentar sucção
débil
• Disponibilizar número de telefone para que a mãe e a família do bebê tenham
acesso aos profissionais de saúde para sanar dúvidas em relação à
amamentação após a alta
• Agendar visitas precoces para monitorização do crescimento e desenvolvimento
do bebê e verificação de eventuais dificuldades com a amamentação
Fonte: SAS/MS.
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CAPÍTULO
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mL/kg/dia) não tem aumentado o risco de enterocolite.17,18
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CAPÍTULO
Quando o RN prematuro não for capaz de sugar, ele deve receber alimentação
por sonda. A administração pode ser feita por gavagem (bolo) ou por infusão
contínua. Revisão siste- mática realizada pela Cochrane Library não encontrou
diferença no crescimento somático, mas os estudos incluídos na revisão eram
muitas vezes inconsistentes, com amostras pe- quenas, o que não tornou
possível uma recomendação precisa.19 Atualmente, prefere-se a alimentação
por bolo (gavagem), reservando-se a infusão contínua para os bebês com
tempo de esvaziamento gástrico prolongado. Bombas de infusão peristálticas
não devem ser usadas para administração de leite porque a gordura
permanece nos equipos, aumen- tando significativamente a perda desse
nutriente. As bombas de seringa são melhores para essa finalidade, devendo ser
mantidas na posição horizontal para evitar perdas de gordura secundárias a sua
adsorção em equipos ou perfusores.
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CAPÍTULO
Referências
11. HAMOSH, M. Digestion in the newborn. Clin. Perinatol., [S.l.], v. 23, n. 2, p. 191-209, 1996.
81
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M I N I S T É R I O DA S
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preterm infant in the neonatal intensive care unit. Nutr Clin Pract., [S.l.], v. 24, n.
3, p. 363-376, 2009.
82
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Nutrição Enteral 35
CAPÍTULO
16. WANG, C. D. et al. Creamatocrit and the nutrient
composition of human milk. J. Perinatol., [S.l.], v. 19. n. 5, p.
343-346, 1999.
17. HAY, W. Strategies for feeding the preterm infant. Neonatology, [S.l.], v. 94, p. 245-254, 2008.
20. FENTON, T. A new growth chart for preterm babies: Babson and Benda’s chart
updated with recent data and a new format. BMC Pediatrics, [S.l.], v. 3, p. 13-22, 2003.
Disponível em: <http://members. shaw.ca/growthchart/Fenton%20WHO%20 growth
%20chart%2008.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2012.
83
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Alimentação Após a
Alta Hospitalar 3
O objetivo da alimentação do RN pré-termo após o nascimento é supri-lo de
6
nutrientes de forma a proporcionar-lhe crescimento e composição corporal iguais ao
de um feto normal da mesma idade pós-menstrual (ou concepcional) sem
causar-lhe sobrecarga metabólica.1 Após a alta hospitalar, espera-se alcançar
crescimento e composição corporal similares aos de lacten- tes eutróficos nascidos
a termo e alimentados ao seio, da mesma idade pós-concepcional, sem provocar
sobrecargas indesejáveis digestivas, metabólicas ou de excreção a seu
organismo.
77
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do percentil 10 para peso da curva de crescimento do NCHS, 24% abaixo
desse percentil para o comprimento e 21% para o perímetro cefálico. Aos 14
anos, comparando o crescimento de adolescentes nascidos pré-termo com o de
nascidos com peso acima de 2.499 g, os nascidos com baixo peso extremo
ainda eram significativamente menores em peso, estatura e perímetro cefálico.
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Alimentação Após a Alta Hospitalar 36
CAPÍTULO
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curto, médio e longo prazos.13 É sabido que os RNs pré-termo de extremo baixo
peso e os nascidos pequenos para a idade gestacional têm risco aumentado
para síndrome metabó- lica. Foram descritos níveis de pressão arterial diastólica
mais elevados que seus pares ade-
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Alimentação Após a Alta Hospitalar 36
CAPÍTULO
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geograficamente distintas, representando os diversos continentes:
Brasil, Estados Unidos, Cuba, Inglaterra, Itália, China, Índia e
Quênia.
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Alimentação Após a Alta Hospitalar 36
CAPÍTULO
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Alimentação Após a Alta Hospitalar 36
CAPÍTULO
As mães dos RNs pré-termo devem ser estimuladas a manter contato com
seus filhos desde as primeiras horas após o parto. Devem ser orientadas a iniciar,
já no primeiro dia, a orde- nha sistemática das mamas para oferecer seu próprio
leite tão logo se inicie a alimentação enteral da criança.
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inclusive os de muito baixo peso e de extremo baixo peso.
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Alimentação Após a Alta Hospitalar 36
CAPÍTULO
Para garantir aporte suficiente de leite materno, semanas antes da alta, se não
estiverem em alojamento conjunto ou em enfermaria canguru, as mães devem
ser convidadas a perma- necerem junto a seus filhos o maior tempo possível,
amamentando-os em livre demanda. Quando a criança mama por pouco tempo
e não recebe aporte suficiente para manter o ganho de peso satisfatório,
podem-se complementar as mamadas com leite cru de sua própria mãe,
recém ordenhado.
Como pode ser verificado na Tabela 7, tanto o leite humano como as fórmulas
infantis de início não suprem integralmente as necessidades nutricionais
teóricas das crianças prematuras no 1º ano de vida, podendo haver carências
nutricionais diversas e indesejá- veis. Essas potenciais deficiências precisam ser
rastreadas e, se necessário, a dieta desses lactentes deve ser suplementada.
Para tal, é necessário acompanhamento ambulatorial rigoroso do crescimento e
do estado nutricional dessas crianças, inclusive com exames laboratoriais
periódicos.
36.5.1 Proteínas
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36.5.2 Lipídios
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Alimentação Após a Alta Hospitalar 36
CAPÍTULO
O leite humano possui ácidos graxos de cadeia longa w–6 (araquidônico) e w–3
(docosae- xaenóico). Esses ácidos graxos são componentes importantes dos
neurônios e retina, além de possuírem outras ações biológicas.
Estes minerais constituintes dos ossos e cartilagens são transferidos para o feto em
grande quantidade e de forma facilitada pela placenta no 3º trimestre da gestação.
As necessidades diárias de cálcio do RN pré-termo são estimadas em 150 a 175
mg/kg e as de fósforo em 90 a 105 mg/kg. Devido ao baixo teor desses
minerais tanto no leite humano como nas fórmulas de início, pode ocorrer
desmineralização óssea dessas crianças pela tentativa de manter adequados os
níveis séricos de cálcio e fósforo.
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séricos dosados mensalmente após a alta. As dosagens urinárias, apesar de
muito úteis, são mais difíceis de serem reali- zadas. Os marcadores
bioquímicos plasmáticos da osteopenia são: nível sérico de fósforo abaixo de
4,5 mg/dL e fosfatase alcalina maior que quatro vezes o limite superior para
adultos. Nessa situação, deve-se iniciar a suplementação de fósforo e cálcio.
88
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Alimentação Após a Alta Hospitalar 36
CAPÍTULO
36.5.4 Ferro
Os RNs pré-termo nascem com baixas reservas de ferro, localizadas quase que
exclusiva- mente em seus eritrócitos. Como a volemia (e a massa de
eritrócitos) é proporcional ao peso, nos RNs pré-termo ela é muito menor que
nos nascidos a termo. O baixo depósito pode ainda ser agravado pelo
clampeamento precoce do cordão umbilical e pela espolia- ção que essas
crianças sofrem em decorrência da necessidade de realização de numero- sos
exames laboratoriais durante sua internação, principalmente nos RNs de menor
idade gestacional e peso ao nascer. Também contribui para o aumento das
necessidades de fer- ro o intenso processo dilucional dessas crianças
decorrente de seu crescimento. Os RNs pré-termo podem ter seus pesos de
nascimento e, paralelamente, suas volemias multipli- cadas de seis a nove
vezes ao final do 1º ano de vida, enquanto crianças nascidas a termo só
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triplicam de peso e volemia nesse período.
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CAPÍTULO
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As soluções de sulfato ferroso são padronizadas – 1 mL, que
corresponde a 20 gotas, contém 25 mg de ferro elementar, ou
seja, 1,25 mg de ferro por gota (na prática, 1 gota = 1mg de ferro).
92
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Alimentação Após a Alta Hospitalar 36
CAPÍTULO
36.5.5 Zinco
36.5.6 Vitaminas
Como pode ser constatado na Tabela 7, seja qual for a dieta láctea do RN pré-
termo, é insufi- ciente a ingestão de vitaminas, tanto lipossolúveis quanto
hidrossolúveis. Como o depósito das vitaminas lipossolúveis ocorre nos tecidos
fetais no 3º trimestre da gestação, semelhan- te a outros nutrientes, as
necessidades de vitaminas dos RNs prematuros são maiores do que as de
nascidos a termo, devido a seu ritmo de crescimento e carência de depósitos.
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de fórmula especial bem balanceada e com maior teor de nutrientes aguarda
por mais estudos.
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CAPÍTULO
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Referências
5. LEMONS, J. A. et al. Very low birth weight outcomes of the National Institute of
Child health and human development neonatal research network: January
1995 through December 1996: NICHD Neonatal Research Network. Pediatrics,
[S.l.], v. 107, p. E1, 2001.
7. FORD, G. W. et al. Very low birth weight and growth into adolescence.
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Alimentação Após a Alta Hospitalar 36
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100
Atenção à Saúde do Recém-
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Profissionais de Saúde
Alimentação Após a Alta Hospitalar 36
CAPÍTULO
101
Atenção à Saúde do Recém-
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Enterocolite
Necrosante 3
Mesmo com os avanços mais recentes no atendimento ao RN criticamente
doente, a enterocolite neonatal (ECN) continua sendo um desafio à equipe
cuidadora e aos familiares das crianças acometidas. É uma das mais graves,
7
devastadoras e desafiadoras doenças que comprometem RNs internados
em UTI neonatal.
37.1 Epidemiologia
37.2 Etiopatogenia
94
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Enterocolite Necrosante 37
CAPÍTULO
95
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AÚ D E
• Resíduo gástrico bilioso.
• Muco e/ou sangue nas fezes.
• Piora clínica com letargia, apneia e acidose.
96
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Enterocolite Necrosante 37
CAPÍTULO
Esses achados podem estar associados a quadros tão graves como sepse
neonatal ou en- terocolite necrosante, mas podem também ser decorrentes de
condições menos graves, como intolerância alimentar.
• Utilizar sonda mais calibrosa possível para o tamanho da criança, para garantir
sua perme- abilidade e contínuo esvaziamento gástrico.
95
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M INISTÉRIO DA S
AÚ D E
• Iniciar imediatamente antibioticoterapia de largo espectro. Sugere-se a
associação de ampicilina e gentamicina para crianças que não receberam
antibioticoterapia prévia. A antibioticoterapia poderá ser suspensa três a
cinco dias após os sinais clínicos e labo-
96
Atenção à Saúde do Recém-
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Enterocolite Necrosante 37
CAPÍTULO
97
Atenção à Saúde do Recém-
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AÚ D E
98
Atenção à Saúde do Recém-
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Enterocolite Necrosante 37
e enfermo, estágio IIIA estágio IIIA pneumoperitôn
CAPÍTULO intervençã
com io o cirúrgica
perfuração
intestinal
Fonte: SAS/MS.
Em negrito os eventos que diferenciam os diversos estágios.
99
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M INISTÉRIO DA S
AÚ D E
37.5 Complicações
Até 40% das crianças acometidas pela ECN podem apresentar estenoses
intestinais que podem surgir até duas semanas após ocorrência da doença. A
maioria das estenoses ocorre no cólon.
37.6 Prevenção
100
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Enterocolite Necrosante 37
Diante da evolução catastrófica que pode ocorrer nas crianças vítimas de
CAPÍTULO
enterocolite, gran- des esforços vêm sendo desenvolvidos no sentido de melhor
conhecer sua etiopatogenia, com o objetivo de tentar preveni-la.
101
Atenção à Saúde do Recém-
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M INISTÉRIO DA S
AÚ D E
Rigorosa higienização das mãos da equipe e de todo pessoal que adentra a UTI
neonatal, tenham ou não contato com os pacientes, bem como limpeza
criteriosa do material de intervenção e dos equipamentos usados nos cuidados
dos RNs são itens importantíssimos na prevenção da propagação de infecções. A
infraestrutura física e de pessoal deve ser ade- quada ao número de leitos das
unidades neonatais. Não se deve permitir superpopulação de pacientes. Esses
são exemplos de medidas de prevenção de infecções hospitalares, que, muito
provavelmente, poderão contribuir para diminuir o risco de ECN.
A utilização do leite da própria mãe e/ou leite de banco de leite humano na nutrição
enteral de RN, em particular dos nascidos pré-termo, é altamente
recomendável, pois contribui para a diminuição da incidência e/ou gravidade da
enterocolite neonatal, além de ser a dieta recomendada para o reinício da
alimentação enteral de crianças acometidas pela doença. O aumento diário de
cerca de 20 mL/kg/dia (até 30 mL/kg/dia) não está associado ao aumento do
risco de ECN.11
102
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Enterocolite Necrosante 37
CAPÍTULO
Referências
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Persistência do
Canal Arterial 3
O canal arterial é um vaso que conecta a artéria pulmonar à aorta, sendo
responsável, na vida fetal, pelo desvio de cerca de 60% a 70% do fluxo
sanguíneo fetal da artéria pulmonar para a aorta descendente.
8
• Em praticamente todos os RNs a termo o canal arterial
apresenta fechamento espontâneo até o 3º dia de vida.
•Em 50% a 70% dos RNs pré-termo com idade gestacional
menor que 30 semanas o canal arterial persiste aberto.1
Apesar dos inúmeros estudos realizados ao longo dos últimos 35 anos, ainda
existem dú- vidas quanto ao real efeito da PCA sobre a hemodinâmica do RN
pré-termo. Há dúvidas quanto ao seu papel na etiologia das complicações
citadas anteriormente. No entanto, a maioria dos autores acredita que o canal
arterial de grande calibre em RN pré-termo pode ser muito deletério para a sua
103
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Profissionais de Saúde
evolução.
104
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Persistência do Canal Arterial 38
CAPÍTULO
38.1 Diagnóstico
Nos primeiros dias de vida, mesmo na presença de grande canal arterial com
fluxo esquer- da-direita, a pressão pulmonar geralmente está muito elevada,
não havendo gradiente de pressão entre a aorta e a artéria pulmonar suficiente
para ocasionar turbulência ou sopro cardíaco. Por isso, pode haver retardo no
aparecimento do sopro na PCA.
38.1.2 Ecocardiograma
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importante, pois apresenta ótima correlação com a repercussão
hemodinâmica da PCA.3,9 Como o canal
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Persistência do Canal Arterial 38
CAPÍTULO
Não é importante para o diagnóstico da PCA, embora possa ser útil para avaliar
o grau de hipervolemia e edema pulmonar.
38.1.4 Eletrocardiograma
38.2 Tratamento
105
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AÚ D E
direita), mesmo na ausência de sinais clínicos.
106
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Persistência do Canal Arterial 38
CAPÍTULO
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AÚ D E
• Drogas vasoativas. Dopamina e dobutamina podem ser utilizadas caso o
RN apresente sinais de insuficiência cardíaca acentuada ou hipotensão.
108
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Persistência do Canal Arterial 38
CAPÍTULO
No que se refere aos efeitos colaterais, a única diferença observada entre as duas
drogas é a de que, com o uso da indometacina, pode haver um aumento
discreto e transitório da creatinina sérica e um período de oligúria, que também
é transitório.13 Diante do elevado custo do ibuprofeno endovenoso, sugere-se
que a indometacina endovenosa seja a pri- meira opção de tratamento.
Via de administração
Dose
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Contraindicações
Número de ciclos
Em geral, pode-se realizar até dois ciclos de tratamento. A chance de sucesso com
o segun- do tratamento é menor.
Em cerca de 10% a 30% dos RNs pré-termo com idade gestacional menor que
28 semanas ocorre a reabertura do canal arterial após fechamento inicial. A
presença de pequeno fluxo residual no canal detectado no ecocardiograma após
o primeiro tratamento é indicativo de menor sucesso no segundo tratamento. 14
Nessa situação, devem-se levar em conside- ração o tamanho do canal arterial
e a repercussão hemodinâmica para a opção de novo tratamento, que
habitualmente é cirúrgico.
110
Atenção à Saúde do Recém-
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Persistência do Canal Arterial 38
CAPÍTULO
Referências
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Atenção à Saúde do Recém-
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Profissionais de Saúde
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112
Atenção à Saúde do Recém-
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Persistência do Canal Arterial 38
CAPÍTULO
113
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Retinopatia
da Prematuridade 3
A retinopatia da prematuridade (ROP) é uma enfermidade vasoproliferativa
9
secundária à vascularização inadequada da retina imatura dos RNs prematuros
e permanece como uma das principais causas de cegueira e baixa visão
infantil nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. A realização da
crioterapia e fotocoagulação a laser da retina periférica como formas de
tratamento representou grande avanço na prevenção da ce- gueira. Contudo,
os resultados visuais ainda são insatisfatórios. A proporção de cegueira
causada é muito influenciada pelo nível de cuidado neonatal (disponibilidade,
acesso e qualidade de atendimento), assim como pela existência de programas
eficazes de tria- gem e tratamento. Por conseguinte, existe grande
variabilidade de ocorrência em países desenvolvidos e em desenvolvimento.1
39.1 Fisiopatologia
111
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normal da vasculatura retiniana. Logo após o nascimento prematuro, as fontes
de IGF1, tais como placenta e líquido amniótico, são perdidas. Se o IGF1 se
eleva rapidamente após o nasci- mento, permitindo o crescimento vascular, a
ROP não se desenvolve. Porém, se os valores
112
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Retinopatia da Prematuridade 39
CAPÍTULO
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AÚ D E
Prematurity Cooperative Group indicaram que o tratamento está associado à
redução de 41% da ocorrência de pregas tracionais retinianas ou
descolamentos e redução de 19 – 24% na incidência de cegueira quando
avaliada nos cinco anos subsequentes ao nascimento. 11,12 A aplicação de laser
tem se tornado uma opção de tratamento mais aceita por apresentar índice de
regressão mais
114
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Retinopatia da Prematuridade 39
CAPÍTULO
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consequências.
114
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Retinopatia da Prematuridade 39
CAPÍTULO
39.3.1 Gravidade
• Estágio 5: descolamento total da retina, que pode ser em funil aberto ou fechado.
115
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AÚ D E
5. Proliferação fibrovascular
moderada caracterizando o estágio 3.
Tortuosidade vascular insuficiente
para caracterizar doença plus
6. Descolamento de retina
116
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Retinopatia da Prematuridade 39
extrafoveal parcial CAPÍTULO
característico do estágio 4A
117
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AÚ D E
7. Descolamento de retina
parcial envolvendo a mácula 8. Estágio 5 – Descolamento
Estágio 4B de retina total em funil aberto
Fonte: (CRYOTHERAPY FOR RETINOPATHY..., 1990).
39.3.2 Localização
• Zona 1 é delimitada por um círculo que tem como centro o nervo óptico
e que se es- tende a uma distância equivalente a duas vezes a distância do
nervo óptico até a fóvea.
• Zona 2 vai desde o limite externo da zona 1 até a ora serrata nasal,
respeitando a mesma distância temporalmente.
118
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Retinopatia da Prematuridade 39
CAPÍTULO
Zona Zona
Zona II
III II
Zona Zona
9 I 3 I
Mácul 3
a 9
Nervo
Óptico
“ORA SERRATA”
OD OE
6 6
Fonte: SAS/MS.
39.3.3 Extensão
119
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AÚ D E Fonte: (SCHAFFER, 1993).
120
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Retinopatia da Prematuridade 39
CAPÍTULO
Definição de ROP agressiva posterior (AP-ROP): forma incomum, mas muito grave
da doença, localizada em zona 1 ou 2, de evolução rápida e sem estágio definido
(Figura 5). O tratamento deve ser instituído o mais precocemente possível.
121
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AÚ D E
Fonte: (COMMITTEE FOR CLASSIFICATION..., 2005). Fonte: (CRYOTHERAPY FOR RETINOPATHY..., 1990).
122
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Retinopatia da Prematuridade 39
CAPÍTULO
39.4 Evolução
A ROP afeta apenas vasos sanguíneos da retina imatura e, dessa forma, não
ocorre depois que a vascularização está completa.
Quanto mais prematuro for o RN, mais posterior está localizada a ROP
e maior o potencial de progressão.
123
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39.4.5 Cicatrização/regressão
39.5 Diagnóstico
124
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Retinopatia da Prematuridade 39
O desenvolvimento de programas de triagem paraCAPÍTULO
identificação dos RNs de
risco que ne- cessitam de tratamento é imprescindível para a redução da
cegueira por ROP. Os critérios
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AÚ D E
disponíveis para países com alto IDH podem não ser os mais adequados para
países com IDH médio.23,24 O Grupo ROP-Brasil, apoiado pela Sociedade Brasileira de
Pediatria, pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica e pelo Conselho
Brasileiro de Oftalmologia, recomenda as seguintes diretrizes a serem adotadas
em todas as unidades neonatais do Brasil:25
• ROP pré-limiar 1 (zona 1, qualquer estágio com plus; zona 1, estágio 3; zona
2, estágio 2 ou 3 plus) e limiar: tratamento em até 72 horas.
Os pais das crianças que apresentam ROP devem ser informados da natureza
126
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Retinopatia da Prematuridade 39
do problema e suas possíveis consequências, além da necessidade de
CAPÍTULO
acompanhamento constante.
127
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39.6 Tratamento
De acordo com o ensaio clínico CRYO-ROP, RNs que apresentam doença limiar
devem ser tratados, pois 50% dos casos podem evoluir para desfecho
desfavorável.11 Os resultados desse ensaio demonstraram redução de 50% da
incidência de descolamento de retina na idade de 1 ano (de 33% para 18%),
e redução do desenvolvimento de acuidade visual desfavorável com 1 ano
de idade (de 56% para 35%) com o tratamento.11 Apesar da dispo- nibilidade de
tratamento e dos seus benefícios no longo prazo, cerca de 45% das crianças
tratadas apresentaram acuidade visual de 20/200 ou pior quando testadas aos
15 anos.27 Esses achados significam que, apesar dos esforços, quase 50% das
crianças tratadas apre- sentavam deficiência visual.
128
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Retinopatia da Prematuridade 39
tratamento estaria indicado caso o tipo 1 se desenvolvesse.
CAPÍTULO O tipo 2 seria
acompanhado mais frequentemente e o tratamento instituído apenas caso a
doença pré-limiar tipo 1 ou limiar se desenvolvesse.
129
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130
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Retinopatia da Prematuridade 39
CAPÍTULO
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satisfatoriamente.
132
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Retinopatia da Prematuridade 39
CAPÍTULO
39.8 Prevenção
39.8.1 Primária
39.8.2 Secundária
133
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tratamento ser benéfico, cerca de 40% dos olhos tratados ainda
apresentavam acuidade visual igual ou menor que 20/200 na idade de 10
anos.18
134
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Retinopatia da Prematuridade 39
CAPÍTULO
135
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M INISTÉRIO DA S
AÚ D E
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Atenção à Saúde do Recém-
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Retinopatia da Prematuridade 39
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Atenção à Saúde do Recém-
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Atenção à Saúde do Recém-
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Retinopatia da Prematuridade 39
883, Sep./Oct., 2007. CAPÍTULO
139
Atenção à Saúde do Recém-
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M INISTÉRIO DA S
AÚ D E
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37. GOOD, W. V. The Early Treatment for Retinopathy of Prematurity Study (ETROP):
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1382, Nov. 2006.
140
Atenção à Saúde do Recém-
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Retinopatia da Prematuridade 39
CAPÍTULO
141
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Acompanhamento
Após a Alta Hospitalar 4
Os progressos com os cuidados intensivos oferecidos aos RNs, com maiores
recursos téc- nicos, formação de pessoal médico e não médico, melhor 0
qualidade da reanimação em sala de parto e da assistência na UTI, são fatores
determinantes da maior sobrevida de RNs prematuros extremos, o que não
necessariamente são acompanhados de redução da prevalência de
morbidades.1,2
131
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Profissionais de Saúde
a possibilidade de falta de conexão entre os resultados imediatos e tardios de
algumas terapias.1,2 A administração de oxigênio, de corticoides pós-natal e
outras medicações ototóxica por mais de cinco dias são exemplos
132
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Acompanhamento Após a Alta Hospitalar 40
CAPÍTULO
de intervenções que apresentam efeitos imediatos positivos, mas que no longo
prazo foram associadas a crescimento cerebral deficiente, maior risco de perda de
visão e de audição e atraso do neurodesenvolvimento.8,9
133
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ambulatorial do RN pré-termo.
134
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Acompanhamento Após a Alta Hospitalar 40
CAPÍTULO
40.1 Preparação para a alta hospitalar
Sempre que possível, deve-se organizar grupo de pais de RNs prematuros que
se reúna semanalmente, sob coordenação de equipe composta por médico
neonatologista ou pe- diatra, enfermeiro, psicólogo, nutricionista, fonoaudiólogo e
assistente social. É necessário responder com clareza e segurança às perguntas
da família, minimizando a ansiedade na- tural decorrente do nascimento
prematuro e longa permanência no hospital. O grupo visa ainda orientar os
familiares sobre os cuidados gerais tais como medidas de higiene, banho, preparo
da alimentação quando o AM exclusivo não é praticado, imunizações e orienta-
ções de retorno. Essas reuniões têm também o importante papel de auxiliar no
processo de interação mãe-bebê. Quando existe falha importante na interação
afetiva da mãe ou cuidador substituto com o bebê, e a responsividade
ambiental não é suficiente para que o apego se desenvolva, conexões cerebrais
poderão não se desenvolver adequadamente no RN prematuro, podendo levar a
deficiências nas habilidades cognitivas e afetivas da criança.
133
Atenção à Saúde do Recém-
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muito útil fazer listas de verificação, como a apresentada no Quadro 9.
134
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Acompanhamento Após a Alta Hospitalar 40
CAPÍTULO
Quadro 9 – Lista de verificação a ser feita por ocasião da alta do RN pré-termo*
• Fazer o teste do pezinho entre o 3º e 7º dia de vida da criança. Se o bebê recebeu
concentrado de hemácias, o teste deve ser repetido três meses após, no
acompanhamento ambulatorial. Verificar resultado no ambulatório.
• Realizar a Triagem Auditiva Neonatal (TAN) na maternidade, preferencialmente
antes da alta hospitalar e, no máximo, no primeiro mês de vida, a não ser em
casos quando a saúde da criança não permita a realização dos exames. O exame
recomendado no teste e no reteste dos neonatos e lactentes com risco para
deficiência auditiva é o potencial evocado auditivo de tronco encefálico (Peate),
devido à maior prevalência de perdas auditivas retrococleares e cocleares não
identificáveis com o exame de emissões otoacústicas evocadas por estímulo
transiente (EOA-t). Todos os neonatos e lactentes, com ou sem risco para
deficiência auditiva que não apresentarem resposta adequada na etapa de
teste, devem realizar o teste com Peate, em até 30 dias após o teste. Verificar
resultados e os encaminhamentos necessários ao ambulatório.
• Iniciar vacinação na idade cronológica pós-natal prevista no calendário. Observar
adequações necessárias no esquema vacinal: BCG quando a criança atingir o
peso de 2.000 g; vacina pertússis acelular para a primeira dose feita em RN
prematuros extremos; 4 doses de vacina para hepatite B quando esquema
vacinal iniciado ao nascer; uso de vacina inativada para poliomielite (Salk) se o
RN prematuro ainda estiver hospitalizado (ver detalhes no texto).
• Não vacinar contra rotavírus crianças com malformações intestinais ou que
tiveram enterocolite.
• Programar vacinação contra influenza e profilaxia para o vírus sincicial respiratório.
• Realizar avaliação oftalmológica em todo RN pré-termo com peso de
nascimento menor que 1.500 g e/ou IG ≤ 32 que não foi avaliado com 4 a 6
semanas de vida, antes da alta. Considerar o exame em RN com presença de
fatores de risco como síndrome de desconforto respiratório, sepse, transfusões
sanguíneas, gestação múltipla e hemorragia intraventricular. Verificar o resultado
do exame oftalmológico.
• Medir comprimento, perímetro cefálico, braquial e torácico e anotar com o peso no
sumário de alta.
• Verificar se o RN foi avaliado pela neuropediatria (marcar retorno ambulatorial).
• Verificar se o RN realizou ultrassom cerebral, com o último controle realizado na
semana da alta (anotar resultado no sumário de alta).
• Garantir os agendamentos de retornos para o ambulatório de acompanhamento.
• Providenciar as orientações, prescrições e sumário de alta, com histórico
completo da internação.
Fonte: SAS/MS.
* Lembrar a mãe ou cuidador que o sumário de alta deverá ser levado na consulta de revisão após a alta.
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Outro aspecto que precisa ser avaliado CAPÍTULO no acompanhamento é o
desenvolvimento da lin- guagem. Sabe-se que esses RNs têm maior
probabilidade de apresentar atraso no desen- volvimento da linguagem, como,
por exemplo, o reconhecimento de objetos e figuras, a obediência . Podem vir
a apresentar menor vocabulário e capacidade de formar frases
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Aos 6 meses de vida e nos retornos seguintes, deve-se aplicar em todos os RNs
em acom- panhamento ambulatorial o teste de triagem de desenvolvimento de
Denver, versão 2 (Denver II). Esse teste pode ser aplicado por qualquer
profissional de saúde treinado. Já a aplicação das escalas Bayleys só deve ser
feita por profissional habilitado e capacitado para realizar o teste. As escalas de
Bayley devem ser aplicadas se houve risco dectado, mas podem também ser
utilizadas rotineiramente a cada 6 ou 12 meses.
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Realizar, entre 7 e 12 meses de vida, avaliação audiológica (audiometria de reforço
CAPÍTULO
visual / VRA com fones de inserção e medidas de imitância acústica). As crianças
que apresentarem limiares piores que 20 dB no VRA devem realizar também a
pesquisa dos limiares por via
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CAPÍTULO
Ressalta-se a importância de encaminhamento sempre que houver suspeita de
perda audi- tiva pelos pais/responsáveis e profissionais da Saúde, e nova
avaliação otorrinolaringológica e audiológica dessas crianças antes do ingresso
na escola, com audiometria de reforço visual ou audiometria tonal limiar, e
medidas de imitância acústica.
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40.3 Vacinação
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CAPÍTULO
Todas as vacinas podem ser aplicadas na unidade neonatal se o RN prematuro
atingir a idade cronológica apropriada para a vacinação.
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cardíaco e/ou respiratório, devem receber Catenção
APÍTULO especial para prevenção
dessas condições. Após a inclusão da vacina pneumocócica conjugada ao
calendário nacional de imunizações, dois são os imunobiológicos especiais
necessários para esse grupo de crianças.
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As vacinas inativadas contra influenza contêm três cepas virais e são produzidas
anualmente de acordo com a previsão de cepas que irão circular durante o
inverno. Essas vacinas são imunogênicas e seguras. Todos as crianças pré-
termo e de baixo peso ao nascer benefi- ciam-se por receber a vacina a partir
de 6 meses de idade, tão cedo quanto possível antes do início ou durante a
estação de maior incidência da influenza (abril a agosto). Crianças prematuras
recebendo a vacina da influenza pela primeira vez devem receber duas doses
de vacina administradas com intervalo de um mês. No ano seguinte, uma dose
é suficiente.
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de 1 ano de idade pós-natal, após alta hospitalar.
CAPÍTULO
• Crianças menores de 2 anos de idade, portadoras de cardiopatia congênita com
repercus- são hemodinâmica importante ou com doença pulmonar crônica da
prematuridade, que necessitaram tratamento nos seis meses anteriores ao
período de sazonalidade do VSR.
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40.4 Crescimento
Exemplificando:
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prematuramente atingir 40 semanas de idade corrigida.
CAPÍTULO
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e obesidade. As necessidades nutricionais
CAPÍTULOdos RNs prematuros após a alta
ainda não estão completamente definidas na literatura, mas se acredita que
sejam maiores que as de crianças nascidas a termo, em função do objetivo de
recuperação de um deficit prévio (catch up) (ver Capítulo 36 – volume 4 desta
obra).
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40.5 Alimentação
40.6 Desenvolvimento
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CAPÍTULO
40.6.1.1 Peso de nascimento e idade gestacional
Dados americanos do final da década de 90 indicam que cerca de 10% dos RNs
com peso de nascimento inferior a 1.500 g desenvolvem paralisia cerebral, e
em torno de 50% apre- sentam deficits cognitivo e comportamental. Nos RNs
prematuros extremos, a prevalência de paralisia cerebral aos 2 anos pode ser
ainda mais elevada.12 Sequelas neurossensoriais graves, como cegueira e
surdez, ocorrem em 6% a 20% dos RNs prematuros de muito baixo peso. A
maioria é capaz de se alimentar ou caminhar de forma independente no final
do segundo ano de vida.20
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40.6.1.3 Leucomalácia periventricular (LPV)
A LPV ou lesão da substância branca está muito associada com alta prevalência de
paralisia cerebral e significativos deficits motor e cognitivo. A LPV consiste em
infarto isquêmico na
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CAPÍTULO
área da substância branca cerebral adjacente aos ventrículos laterais, ocorrendo
comumen- te em RNs prematuros com sepse, especialmente a LPV cística, em que
a forma diplégica de paralisia cerebral é a mais comum, clinicamente
acometendo membros inferiores porque as fibras neuronais que transitam junto
aos ventrículos laterais são as responsáveis pela inervação dos membros
inferiores. O componente difuso da LPV está mais relacionado com deficits
cognitivo e comportamental.
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entre amostras brasileiras. CAPÍTULO
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O teste de Denver, em sua versão 2 (Denver II) é usado para triagem de eventuais
atrasos no desenvolvimento, e não para diagnóstico de anormalidade. Sua
aplicação, quando compa- rada com a de outras escalas, é rápida e é
recomendada na consulta de rotina até os 6 anos de idade. O teste permite a
avaliação de quatro áreas: motricidades ampla e fina, adaptativa, pessoal-social
e linguagem.
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persistência de reflexos primitivos no lactente maior.16
CAPÍTULO
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padronizada para a população brasileira.CAPÍTULO
A mais recente é a WISC-IV. Os RNs
prematuros de muito baixo peso na idade escolar apresentam diferença média
de 10 pontos no cociente intelectual (QI). A dificuldade para matemática é a mais
frequente, se- guida pela compreensão da leitura e linguagem. As deficiências
cognitivas são maiores nos
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40.6.4 Intervenção
Dessa forma, toda energia e expectativas dos pais ou cuidadores será canalizada
para refor- çar o crescimento e desenvolvimento potenciais da criança.
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CAPÍTULO
Referências
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growth reference: implications for child health programmes. Pub. Health Nut., [S.l.], v.
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Acompanhamento Após a Alta Hospitalar 40
CAPÍTULO
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%20chart%2008.pdf>. Acesso em: 25 Jul. 2012.
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Ficha Técnica dos Autores
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Paulo de Jesus Hartman Nader
Pediatra
Universidade Luterana do Brasil
Regina Maria França Fernandes
Neurologista
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP
Rejane Silva Cavalcante
Pediatra
Universidade do Estado do Pará
Renato Soibelmann Procianoy
Pediatra
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Rita de Cássia Silveira
Pediatra
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Rosa Vieira Marques
Pediatra
Professora de Pediatria da Universidade do Estado do Pará
Rosana Richtmann
Médica Infectologista
Instituto de Infectologia Emilio Ribas/SP
Ruth Guinsburg
Pediatra
Universidade Federal de São Paulo
Salim Moysés Jorge
Pediatra
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Sérgio Marba
Pediatra
Faculdade de Ciências Medicas da Universidade Estadual de Campinas
Sonia Lansky
Pediatra
Comissão Perinatal – Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte
Zeni Carvalho Lamy
Pediatra
Universidade Federal do Maranhão
Walusa Assad Gonçalves
Pediatra
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
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MINISTÉRIO DA SAÚDE
ISBN 978-85-334-1984-1
9 788533 415841