Trabalho Tatiana

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CAMPUS LAGOA DO SINO


CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA
ENGENHARIA AMBIENTAL

RESGATE E MONITORAMENTO DA FAUNA TERRESTRE

Profa. Dra. Tatiana Machado de Souza


AD4 - Monitoramento ambiental

Cristian Oshiro, RA: 727169


José Matheus Segre Moneva Viveiros, RA: 756227
Mário Gabriel Vieira Paes, RA: 745790
Ricardo Manoel Romão, RA: 727197
Suelen Stefani Pereira RA: 760352

Buri
2022
1. Introdução

Uma usina hidrelétrica será implantada no rio Paraíba do Sul que corta os
estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O rio passa pela importante
região sócio-econômica do Vale do Paraíba, sendo o rio com mais importância para
o estado do Rio de Janeiro. Sua nascente se encontra localizada dentro do território
do município de Areias (AVELLAR, 2015).
A bacia hidrográfica tem uma área de cerca de 56.500 km², sendo que destes
de 13500 km² pertencem ao estado de São Paulo, 21000 km² ao Rio de Janeiro e
20900 km² à Minas Gerais, abrangendo 54 municípios, possui um comprimento de
1.137 km e seu fluxo de vazão é de aproximadamente 1.118 m³/s. Ele possui
nascente no Rio Paraitinga e foz no oceano atlântico, o programa de indicador de
coleta e tratabilidade de esgotos da população urbana de municípios, juntamente
com o programa de índice de qualidade das águas, classificam as águas da bacia
como regulares ou em boas condições na maioria de seus trechos (RUIZ; MORENO;
MENEGON JUNIOR, 2022) (AVELLAR, 2015).
As principais atividades econômicas da região são de caráter industrial e
agropecuário. O médio vale do Paraíba também é conhecido como uma das regiões
pioneiras no cultivo em larga escala de café (AVELLAR, 2015).
O bioma remanescente predominante na bacia é a mata atlântica. A região
possui vegetação arbórea com árvores de pequeno porte, juntamente com
trepadeira e epífitas que ocorrem nas zonas perto da foz (COHIDRO, 2022).
Algumas das principais espécies de animais presentes na bacia do rio são o
Cágado-de-hogei, Camarão-negro, Camarão-pedra, Pitu-verdadeiro, Gambá-de-
orelha-preta, Catita, Cuíca, Tatu-de-rabo-mole, Tatu-galinha, Tatu-peludo,
Tamanduá-mirim, diversas espécies de morsegos, Sagüi-de-tufos-brancos, Sagüi-
de-tufos-pretos, Cachorro-do-mato, Lobo-guará, Jaguatirica, Gato do mato, Furão,
Lontra, Irara, Jaratataca, Mão-pelada, Quati, Veado-catingueiro, Cateto, Preá,
Capivara, Paca, Cutia, Rato-da-taquara, Ouriço, Esquilo e variedades de especies
de ratos-do-mato. Dentre as espécies ameaçadas de extinção estão 9 mamíferos,
14 aves, 1 réptil, 4 anfíbios e 9 peixes (PEREIRA, 2022).
Tendo em vista essas características, a implantação de empreendimentos
hidrelétricos têm elevado impactos ambientais, sendo um dos mais críticos a perda
de biodiversidade, por causa da supressão e do alagamento de regiões naturais,
assim ocasionando em modificações nas características dos habitats originais das
espécies que estavam presentes na área.
Dessa maneira, a fauna terrestre é objeto de estudo de projetos que buscam
minimizar os impactos, procurando garantir a sobrevivência do máximo possível de
animais que serão afetados pela implantação hidrelétrica, juntamente com um
trabalho para manutenção da biodiversidade do território. Dessa forma, sendo
fundamental para a implementação desse tipo de empreendimento (AGEVAP, 2022).
Os resgates de fauna têm como diretiva geral a priorização de espécies com
baixa capacidade de locomoção devido a fatores biológicos, com ferimentos ou
doenças, juntamente com aqueles isolados em ilhas ou nas áreas isoladas pela
inundação Quando a supressão da vegetação é feita de maneira projetada, gradual e
acompanhada, existe a diminuição de risco de acidentes com a fauna, pois induz o
deslocamento dos indivíduos, assim permanecendo apenas os de menor porte que
procuram utilizar a vegetação como forma de abrigo (BIOCEV, 2022).
Assim o resgate precisa ocorrer juntamente com as atividades de supressão,
já que garante o salvamento de espécies que possivelmente terão suas capacidades
de deslocamento comprometidas. Na etapa de enchimento o mesmo resgate
precisa ocorrer, ainda priorizando aquelas com menor locomoção e outras que
possuem comportamento arborícola. Posteriormente, após as etapas de resgate, o
monitoramento das espécies permite um estudo aprofundado da estrutura das
comunidades na área e como as mesmas apresentam sua resposta à
implementação do empreendimento, sendo também intrinsecamente importantes
para quantificação e registro do impacto ambiental causado (BIOCEV, 2022).
A fauna terrestre é extremamente importante pois tem importância na
estabilidade biológica, na manutenção da biodiversidade, no controle biológico de
pragas, na manutenção dos valores estéticos da natureza e nos processos de
renovação da vegetação nas reservas naturais. Dessa forma, sua preservação e
monitoramento das espécies se torna fundamental para garantir a sustentabilidade
de qualquer empreendimento, já que impactos causados a esta também podem
refletir em problemas futuros, já que as mesmas, quando sem observação, podem
ser focos de problemáticas como transmissão de doenças, se tornarem invasoras
em outros ambientes ou prejudicar a dispersão de sementes de espécies frutíferas
nativas da área (COPEL, 2022).

2. Objetivo

Propor técnicas de resgate e monitoramento da fauna terrestre para


implantação de uma usina hidrelétrica na bacia do Rio Paraíba do Sul.

3. Ferramentas de Monitoramento

As etapas de monitoramento serão realizadas durante e após o término do


projeto, contando com a criação de uma área de amostragem que será segmentada
em duas regiões, a região de controle e a região de tratamento.
A separação da área de amostragem está associada com a necessidade de
estabelecer uma zona que possui as características naturais do local, chamada de
região de controle, e que não apresenta interferência dos impactos do
empreendimento. A outra parte da área de amostragem, chamada de região de
tratamento, representa uma região que sofreu os impactos do empreendimento e
que, portanto, deve ser recuperada.
O estabelecimento das duas regiões (controle e tratamento) é importante
para posterior análise dos resultados do monitoramento, onde as amostras
coletadas na região de tratamento serão confrontadas com a referência amostral
presente na região de controle.

4. Métodos

De maneira geral, os empreendimentos hidrelétricos são responsáveis por


trazer impactos para a fauna por conta da supressão de vegetação e do alagamento
de áreas que abrigam os animais. Dessa maneira, são utilizadas técnicas para
resgate de fauna e o seu monitoramento para minimizar os impactos negativos.
No intuito de assegurar a implantação da Usina Hidrelétrica com a
minimização de impactos ambientais ocasionados durante o processo de supressão
da vegetação, alagamento e funcionamento, a fauna será resgatada, atendida por
uma equipe de veterinários e solta.
Com o objetivo de promover o tratamento rápido das espécies afetadas pelo
empreendimento, serão utilizados os Centros de Atendimentos de Animais
Silvestres (CAAS), que serão construídos nas regiões próximas do empreendimento
contendo cada um destes ao menos um veterinário, que realizará o treinamento de
equipes de resgate.
Antes da supressão da vegetação, os animais serão afugentados por meio de
apitos ou buzinas e direcionados para áreas que tenham condições parecidas e com
a capacidade de suporte e aqueles que não tenham condições de se locomover
capturados e levados para atendimento veterinário.
Os animais que apresentarem melhoras serão soltos em locais que
apresentam as condições que são necessárias para a sua sobrevivência, e os que
necessitarem de maiores cuidados irão continuar sob o atendimento no CAA, sendo
soltos apenas quando for constatada uma recuperação.
Antes do enchimento do reservatório serão realizadas vistorias na busca
pelos animais que permanecerem nos locais após o resgate e caso algum animal
seja visto será capturado e solto caso esteja com boa condição ou atendido pelo
veterinário e solto após a total recuperação.
Durante a fase do enchimento de reservatório vistorias serão realizadas com
o objetivo de resgatar os animais que estiverem nas áreas alagadas sendo estes
levados para o atendimento veterinário e soltos nas áreas com condições parecidas.

5. Resultados Esperados

Dentre os impactos ambientais negativos previstos devido à implantação do


empreendimento hidrelétrico, um dos mais críticos para a fauna é a perda potencial
de biodiversidade, devido à supressão e ao alagamento de áreas naturais, com a
consequente modificação das características dos habitats originais.
Neste contexto, a fauna terrestre tem sido objeto de procedimentos
específicos que permitem a minimização dos impactos sofridos, de forma a garantir
a sobrevivência dos animais ocorrentes nas áreas a serem diretamente afetadas
pelo empreendimento, bem como a manutenção da biodiversidade local.
Sempre que possível, o manejo dos animais foi evitado, priorizando apenas o
afugentamento dos mesmos para os remanescentes florestais que não seriam alvo
do desmatamento. Entretanto, é importante a realização do resgate da fauna
durante essa atividade, a fim de permitir o salvamento de animais que porventura
não tenham condições de se deslocar para outras áreas
Caso os animais resgatados necessitem desses cuidados, os mesmos serão
encaminhados para o Centro de Atendimento de Animais Silvestres (CAAS) ou
equivalente. Se estiver apto a soltura, o animal será solto imediatamente, em área
próxima com habitat semelhante ao de onde o animal foi resgatado. Caso o animal
não tenha condições de ser devolvido à natureza ou simplesmente precise de
cuidados veterinários por um período mais prolongado, este deve ser transferido
para uma instituição parceira que tenha condições de recebê-lo.
Conforme as ações de captura, afugentamento e monitoramento serão
estabelecidas as especificações técnicas a serem seguidas e, também, o empenho
estimado em termos de mão de obra e equipamentos. Estima-se, no entanto, que
para o acompanhamento do programa será necessário, minimamente, os seguintes
recursos: Equipe técnica composta por veterinário e biólogos especialistas para
cada grupo faunístico, auxiliares de campo/barqueiros. também será necessário o
uso de equipamentos como: EPI, GPS, Máquina fotográfica, Veículo com tração
4x4, Barco, Computador e Equipamentos para coletas.
O relatório final de resgate de fauna durante a supressão de vegetação e
enchimento do reservatório será encaminhado após o término das atividades. Já o
monitoramento deverá ser realizado durante toda a fase de implantação do
empreendimento e durante os dois primeiros anos após o enchimento do
reservatório.

6. Conclusão

A instalação de uma usina hidrelétrica afetará diretamente a fauna e flora


local, podendo promover impacto ambiental em grande escala, dependendo da
dimensão do projeto. Esses impactos podem ocasionar na extinção de espécies ali
presentes.
Com isso pode-se dizer que o monitoramento da fauna terrestre apresentará
uma diminuição para com os impactos nas espécies nativas, evitando assim o
desaparecimento de espécies únicas da região.

7. Referências Bibliográficas
AVELLAR, Roberto Gomes de. Rio Paraíba do Sul: sua importância como recurso
hídrico e os impactos de sua exploração em relação aos usos múltiplos. 2015. 81 f.
Tese (Doutorado) - Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, Cefet, Rio de Janeiro,
2015. Disponível em: https://www.ceivap.org.br/downloads/TCC-Roberto-Gomes-
Avellar.pdf. Acesso em: 26 fev. 2022.

RUIZ, Beatriz Durazzo; MORENO, Fábio Netto; MENEGON JUNIOR, Nelson.


EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA NO RIO PARAIBA DO SUL. Disponível em:
https://cetesb.sp.gov.br/escolasuperior/wp-content/uploads/sites/30/2016/06/
apresentacao-B-Durazzo.pdf. Acesso em: 26 fev. 2022.

COHIDRO. PLANO INTEGRADO DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA


DO RIO PARAÍBA DO SUL. Disponível em:
https://www.ceivap.org.br/arqforum/Cohidro/Ativ401-UsoAtualSolorev2out13.pdf.
Acesso em: 26 fev. 2022.

PEREIRA, Sérgio Nogueira. MAMÍFEROS DE UM FRAGMENTO FLORESTAL EM


VOLTA REDONDA. Disponível em: http://r1.ufrrj.br/labmasto/publicacoes/92.pdf.
Acesso em: 26 fev. 2022.

AGEVAP. Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul. Disponível


em: https://www.ceivap.org.br/downloads/PSR-RE-009-R1.pdf. Acesso em: 26 fev.
2022.

BIOCEV. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA. Disponível em:


https://www.uheitaocara.com.br/wp-content/uploads/2020/03/Diagn%C3%B3stico-
Ambiental-Meio-socioecon%C3%B4mico.pdf. Acesso em: 26 fev. 2022.

COPEL. PROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONSERVAÇÃO DA FAUNA


TERRESTRE - UHE COLÍDER ESTADO DO MATO GROSSO. Disponível em:
https://www.copel.com/uhecolider/sitearquivos2.nsf/verdocatual/852443D78858F
8EA832584420062E36E/$FILE/2%C2%BA%20Campanha%20da%202%C2%BA
%20Etapa%20do%20Monitoramento%20de%20Fauna%20Terrestre.pdf. Acesso em:
26 fev. 2022.

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