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LEGISLAÇÃO SOCIAL I

A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E OS
FUNDAMENTOS DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL DO BRASIL

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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:

1. Identificar os elementos que compõem o Estado;

2. compreender a importância da organização do Estado e suas normas;

3. conhecer os poderes do Estado e suas competências.

Para começar, deixemos uma indagação: O que é um Estado? Como se organiza?

Antes mesmo de responder à pergunta acima, vamos apresentar a clássica divisão dos ramos do direito.

Os ramos do direito dividem-se em Público e Privado.

1 Direito público e direito privado


Há duas maneiras complementares de fazer-se a distinção entre Direito Público e Privado, uma atendendo ao

conteúdo; a outra com base no elemento formal, mas sem cortes rígidos, de conformidade com o seguinte

esquema, que leva em conta as notas distintivas prevalecentes:

• Quanto ao conteúdo ou objeto da relação jurídica

a) Quando é visando imediata e prevalência do interesse geral, o Direito é público.

b) Quando imediato e prevalência do interesse particular, o Direito é privado.

• Quanto à forma de relação

a) Se a relação é de coordenação, trata-se, geralmente, de Direito Privado.

b) Se a relação é subordinação, trata-se, geralmente, de Direito Público.

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Fique ligado
Verifique no quadro (contido na apostila) a exposição da divisão do direito público e privado.

Elementos do Estado/País

Três são, pois, os elementos que constituem o Estado/País:

Território - o território ou solo é o pedaço de chão no qual o Estado ou País se organiza.

População - a população ou povo é o conteúdo humano do Estado, é o conjunto de pessoas que vive nele.

Governo soberano - diz-se que um governo é soberano quando possui personalidade internacional, quando

dispõe do poder máximo dentro de seu território.

Voltemos à nossa pergunta: o que é um Estado ou País?

Modernamente, podemos dizer que o Estado é a centralização de vários poderes de um povo, num determinado

território, prevalecendo a sua soberania devendo ser respeitado pelos demais povos.

Para simplificar ainda mais:

O Estado é uma associação de homens que vivem num território próprio, politicamente organizado e sob um

governo soberano.

Em regra, não haverá Estado se faltar algum destes elementos constitutivos.

Percebe-se que o Estado é uma criação do homem para melhor governar, administrar a vida em sociedade,

mantendo a ordem, paz, a segurança nas relações jurídicas.

Portanto, o único poder teoricamente ilimitado é aquele que advém do povo e foi revelado pelo chamado Poder

Constituinte.

O Poder Constituinte Originário ou Primário

O Poder Constituinte é a expressão da soberania e é o poder que precede à existência da Constituição para que a

institua, daí nascendo uma nova ordem constitucional.

O poder constituinte originário, ao elaborar a Constituição, não está subordinado a qualquer norma, regra ou

princípio do ordenamento jurídico preexistente e nem mesmo à Constituição ainda em vigor, acaso existente.

Isto porque seu poder não encontra limites jurídicos nem é fundado na Constituição, mas sim na soberania

popular.

O Poder Constituinte Derivado

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O Poder Constituinte Derivado tem sua existência justificada que exige, de tempos em tempos, sua adequação

normativa em face das mudanças experimentadas pela sociedade (fatos).

Consequentemente, o Poder Constituinte Derivado tem a função de atualizar através do processo legislativo o

texto constitucional, que se submete aos limites estabelecidos pelo Poder Constituinte Originário. É um poder

limitado, secundário e condicionado.

Em suma, seu poder deriva da Constituição em vigor.

Dissemos que o direito está dividido em dois ramos, público e privado. Agora vamos abordar o direito público,

até mesmo como forma de iniciarmos o nosso estudo sobre a Constituição, deixando o direito privado para as

próximas aulas.

É um ramo do direito que está inserido no direito público, e é o responsável pelo estudo da organização do

Estado.

Conceito de Constituição
• Constituição e emendas
• Leis complementares, leis ordinárias, delegadas e medidas provisórias
• Decretos
• Portarias e resoluções
Dicionário

A Constituição é a lei maior de um Estado, sendo superior a todas as outras leis. É como se nós tivéssemos uma

pirâmide e nela, lá no alto, estivesse a nossa Constituição e as demais leis dentro de sua esfera de competência

abaixo dela.

Qual a estrutura da atual Constituição do Brasil de 1988?

Na realidade, a Constituição Federal aborda a maneira como o Poder será exercido, por quem será exercido e em

que momento, ou seja, ela é quem organiza politicamente o Estado.

Finalidades da Constituição

As Constituições modernas costumam ter as seguintes finalidades:

a) organizar o Estado;

b) limitar os poderes do Estado em face das pessoas e dos grupos intermediários;

c) definir as diretrizes da vida econômica e social.

2) Da Organização do Estado/País:

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A organização e estrutura do Estado/País podem ser analisadas sob três aspectos:
• Forma de governo: República ou Monarquia;
• Sistema de governo: Presidencialismo ou Parlamentarismo;
• Forma de Estado: Federação ou Estado Unitário.
Diz-se que um Estado é unitário quando nele todo o poder de governo se concentra em uma esfera: a nacional.

São exemplos de Estados unitários: Portugal, França, Bélgica.

O Estado é federal quando, em seu território, coexistem duas órbitas de poder público: a federal e a local.

O Brasil adotou a forma republicana de governo, o sistema presidencialista de governo e a forma federativa de

Estado.

2 Características comuns a toda Federação


A característica principal do Estado federal é ser dividido em Estados-membros autônomos, tanto política

quanto administrativamente.

Outras características:
• Descentralização política – a própria constituição estabelece núcleos de poder político, estabelecendo
autonomia para os referidos entes;
• Soberania do Estado Federal – a partir do momento em que os estados ingressam na Federação
perdem soberania e passam a ser autônomos. Sendo a soberania, por seu turno, característica do País, do
Estado Federal, no caso do Brasil, a República Federativa do Brasil;
• Auto-organização dos estados-membros – através das elaborações das Constituições Estaduais (art.
25 da CRFB);
• Órgão representativo dos Estados-Membros - no Brasil, de acordo com o art. 46 da CF, a
representação se dá através do Senado Federal;
• Guardião da Constituição – no Brasil, o Supremo Tribunal Federal;
• Inexistência do direito de secessão – não se permite, uma vez criado o pacto federativo, o direito de
separação, de retirada (Ex.: se um Estado tentar se retirar, ensejará a intervenção federal conforme
disposto no art. 34, I, de nossa Carta Magna.
Depois dos conceitos básicos, vamos abordar agora a Constituição e seus artigos que fazem parte do tema dessa

aula.

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Para iniciarmos o estudo, é necessário que você acompanhe lendo a Constituição nos artigos indicados para

melhor compreensão

A Constituição, logo na introdução, declara, através dos membros da Assembleia Nacional Constituinte, o resumo

do pensamento que guiou todo o trabalho de elaboração, e afirmando que, reunidos para instituir um Estado

Democrático, a promulgam; os 245 artigos e centenas de incisos da Lei Magna.

3 Princípios Fundamentais – Título I da Constituição


Fundamentos da República Federativa do Brasil: ART. 1º DA CRFB/88

I - a soberania: não há poder algum acima do nacional;

II - a cidadania: Os direitos políticos, ou de cidadania, resumem o conjunto de direitos que regulam a forma de

intervenção popular no governo.

Em outras palavras, são aqueles formados pelo conjunto de preceitos constitucionais que proporcionam ao

cidadão sua participação na vida pública do país, realizando, em última análise, o disposto no parágrafo único do

art. 1.° da Constituição Federal, que prescreve que "todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de

representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição".

III - a dignidade da pessoa humana, o que independe da nacionalidade ou da cidadania.

O direito à dignidade vem expresso em diversos momentos na Constituição Federal, garantindo os direitos

mínimos inerentes à personalidade. A dignidade é um valor espiritual e moral intrínseco ao indivíduo, assim é

que, observado os lindes legais que definem os padrões morais de uma sociedade, a toda pessoa é garantido

direitos fundamentais capazes de possibilitar uma existência digna. E esta proteção refere-se aos demais

indivíduos da sociedade e ao próprio Estado. Os limites da atuação individual e estatal são traçados pela própria

Constituição, somente podendo haver limitações desses direitos em situações excepcionalíssimas, mas sempre

em observância aos valores mínimos que merecem todas as pessoas enquanto seres humanos.

IV — os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, que a Constituição focaliza quando se refere à ordem

econômica e financeira;

V - o pluralismo político, que proíbe o partido único.

Observação: Estado de direito - são as leis que definem a existência, a vida e o funcionamento do Brasil.

Diante disso, verifica-se que não há mais a possibilidade do homem fazer justiça pelas próprias mãos, pois elegeu

o Estado que centraliza a vontade do povo, afim de promover a paz social, distribuindo a justiça.

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Veja que o artigo 2º da CRFB/88 dispõe sobre os poderes que compõem a nossa federação, ou seja, os poderes

LEGISLATIVO, EXECUTIVO E JUDICIÁRIO.

Cabe aqui fazermos uma observação: na verdade, eles possuem funções que são próprias a cada esfera de poder,

mas também exercem outras funções, realizadas pelos outros poderes, dentro do âmbito de sua competência

para a prática de seus atos.

Composição do Legislativo

Composição do Executivo

Composição do Judiciário

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4 Divisão Orgânica do Poder – Tripartição dos Poderes
1) Noções:

As primeiras bases teóricas para a “tripartição dos poderes” foram lançadas na antiguidade grega por

Aristóteles, em sua obra A Política, através da qual o pensador vislumbrava a existência de três funções distintas

exercidas pelo poder soberano, quais sejam, a função de editar normas gerais a serem observadas por todos, a de

aplicar as referidas normas ao caso concreto (administrando) e a função de julgamento, dirimindo os conflitos

oriundos da execução das normas gerais nos casos concretos.

Ocorre que Aristóteles, em decorrência do momento histórico de sua teorização, descrevia a concentração do

exercício de tais funções na figura de uma única pessoa, o soberano.

Montesquieu inovou essa teoria, dizendo que tais funções estariam intimamente conectadas a três órgãos

distintos, autônomos e independentes entre si. Cada função corresponderia a um órgão, não mais concentrado

nas mãos únicas do soberano.

Através de tal teoria, cada poder exercia uma função típica, inerente à sua natureza, atuando independentemente

e autonomamente.

Assim, cada órgão exercia somente a função que fosse típica, não mais sendo permitido a um único órgão

legislar, aplicar a lei e julgar, de modo unilateral, como se percebia no absolutismo. Tais atividades passam a ser

realizadas, independentemente, por cada órgão.

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A teoria exposta por Montesquieu foi adotada por grande parte dos Estados modernos, só que de maneira

abrandada. Isto porque, diante das realidades sociais e históricas, se passou a permitir uma maior

interpenetração entre os poderes, atenuando a teoria que pregava uma separação pura e absoluta dos mesmos.

Desta forma, além do exercício de funções típicas (predominantes), inerentes à sua natureza, cada órgão exerce,

também, outras duas funções atípicas (de natureza típica dos outros órgãos). Assim, o Legislativo, por exemplo,

além de exercer uma função típica, inerente à sua natureza, exerce também uma função atípica de natureza

executiva e outra função atípica de natureza jurisdicional, como poderemos ver no quadro seguinte.

5 Objetivos Fundamentais da República Federativa do


Brasil art. 3º, CF
• Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
• Garantir o desenvolvimento nacional;
• Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
• Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação.
O artigo acima não deixa dúvidas do espírito que é apregoado, no sentido de que a sociedade possa

efetivamente ser livre sem interferências e sem censuras, privilegiando o crescimento, reduzindo as

desigualdades e sem preconceitos.

OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL (art. 3º, CF):

I- Construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II- Garantir o desenvolvimento nacional;

III- Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV- Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de

discriminação.

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6 Funções dos poderes

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7 Princípios das Relações Internacionais (art. 4º, CF)
• Independência nacional
• Prevalência dos direitos humanos
• Autodeterminação dos povos
• Não intervenção
• Igualdade entre os Estados
• Defesa da paz
Aqui houve a preocupação do legislador com as relações do Brasil com outros países e demais organismos

internacionais.

Vejam que o legislador deixa bastante claro de que forma se dará esse relacionamento.

Por exemplo:
• O inciso primeiro dispõe sobre a independência que nos leva à ideia de autonomia do Brasil.
• O inciso segundo dispõe sobre os direitos humanos, são os direitos e liberdades básicos de todos os
seres humanos.
• Já inciso terceiro, aborda a autodeterminação dos povos, quer dizer que os povos são livres e são
governados como melhor lhes convier.
• O inciso quarto ressalta a não intervenção, nenhum país poderá intervir em outro.
• O inciso quinto dispõe sobre a igualdade entre os Estados, ou seja, um tratamento igual entre os países.
• O inciso sexto aborda a defesa da paz, quer dizer, única e exclusivamente manter a paz.
• O inciso sétimo, que dispõe sobre a solução pacífica dos conflitos, nos remete à ideia de diplomacia na
solução de eventuais conflitos. O Ministério das Relações Exteriores, também conhecido como Itamaraty,
é o órgão do poder executivo responsável pelo assessoramento do Presidente da República na
formulação, desempenho e acompanhamento das relações do Brasil com outros países e organismos
internacionais. As prioridades da política externa são estabelecidas pelo Presidente da República.
• O inciso oitavo aborda o repúdio ao terrorismo e ao racismo, não há dúvidas de que é atentatório e
contrário a tudo que se deseja: a liberdade, a paz e os direitos individuais.
• O inciso nono dispõe sobre cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, ajuda mútua
para o desenvolvimento de todos.
• O inciso dez dispõe sobre a concessão de asilo político, ou seja, a hipótese do Brasil abrigar pessoas
oriundas de outros países, perseguidas pelos mais variados motivos, sejam eles políticos, religiosos etc...
Logo depois, no parágrafo único, já deixava clara a intenção de uma maior integração na América do Sul, vindo

posteriormente a ser criado o Mercosul.

O que vem na próxima aula


•Direitos e garantias fundamentais e os remédios constitucionais;

• Formas de composição de conflitos.

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CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• conheceu os elementos que compõem o Estado, sua organização, importância e as normas;
• conheceu os poderes do Estado e suas competências.

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