A Parábola Do Fermento

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A Parábola do Fermento

A Parábola do Fermento pode ser encontrada no Evangelho de Mateus (13:33) e no Evangelho de Lucas
(13:20,21). Essa mesma parábola também é chamada de Parábola da Levedura.

Contexto da Parábola do Fermento

Jesus contou essa parábola para uma grande multidão. O versículo 1 do mesmo capítulo 13 nos informa
que Jesus havia saído de casa e estava assentado à beira-mar. Logo, uma grande multidão começou a se
reunir em seu redor, então, para melhor falar ao povo, Jesus entrou em um dos barcos que estavam
ancorados, enquanto a multidão ficou na praia atenta para escutar-lhe.

Nesse capítulo Jesus contou uma série de sete parábolas sobre o Reino, sendo elas: O Semeador, O
Joio, A Semente de Mostarda, O Fermento, O Tesouro Escondido, A Pérola de Grande Preço e A
Rede. As quatro primeiras parábolas foram pronunciadas à multidão (Mt 13:1,2,36), e as três últimas
foram acrescentadas particularmente aos discípulos após Jesus já ter se despedido da multidão (Mt
13:36).

Explicação da Parábola do Fermento

Jesus utilizou uma mensagem simples e objetiva nessa parábola, algo que facilmente pode ser
compreendido. Ele descreveu uma situação corriqueira na vida de qualquer dona de casa da época: o
processo de se fazer pão. Nesse processo, a mulher pegou uma pequena quantidade de fermento, misturou
em uma grande quantidade de farinha. Embora a parábola não descreva, juntamente à farinha e ao
fermento, também era utilizada a água e o sal na típica receita de pão daquela época. Estes outros
ingredientes não aparecem na narrativa, pois não são importantes para o ensino que estava sendo
transmitido. Após fazer toda essa mistura, restava à mulher apenas deixar a massa descansar, esperando
com que o fermento fizesse a massa crescer.

Tanto Mateus quanto Lucas deixam claro que a mulher utilizou três medidas de farinha. Essa medida (sata)
equivale a, mais ou menos, 13 litros. Logo, três medidas representam algo em torno de 39 litros de farinha
de trigo. Alguns estudiosos contestam essa grande quantidade de farinha, argumentando que nenhuma
dona de casa faria uma massa tão grande. Realmente parece uma quantidade exagerada, porém não
podemos afirmar ser algo tão incomum, pois Sara, esposa de Abraão, fez uma quantidade semelhante em
Gênesis 18:6.

Lições da Parábola do Fermento

Podemos citar pelo menos três importantes lições dessa parábola:

O invisível demonstra resultados visíveis: o fermento fica invisível na massa, mas todos podem ver o seu
efeito. Da mesma forma o reino de Deus, reconhecido no coração e vida dos cidadãos desse reino, ainda
que pareça invisível no mundo de hoje, ele está presente, agindo ativamente, e, em resultados visíveis,
podemos perceber seu poder e sua presença.

O fermento atinge cada parte da massa: enquanto a massa está descansando em seu processo de
levedura, cada partícula dela está sendo atingida, afim de que ela cresça. Nós, como seguidores de Cristo,
devemos fazer com que o reino do céu atinja cada segmento das nossas vidas. Os cidadãos do reino
devem combater as condições de miséria no mundo, devem ficar atentos às necessidades dos pobres,
prezar pela melhoria na educação, devem ser solidários à causas sociais legitimas, precisam defender a
justiça frente às injustiças praticadas, devem exigir honestidade dos que foram eleitos para governar,
precisam promover a moralidade e a decência, etc. Resumindo, devemos agir com integridade em todas as
áreas, afim de que os ensinamentos das Escrituras sejam relevantes em todos os lugares. Os cristãos
devem fazer com que a obediência à Cristo reflita em todas as esferas da vida.

Essa lição integra a missão da Igreja: a conduta que é esperada de nós, seguidores de Cristo, em cada
segmento das nossas vidas, não é algo à parte da evangelização do mundo, ao contrário, nossa conduta
diante da sociedade está diretamente conectada ao “evangelizar”, de modo que é parte integrante da nossa
missão.

III. APLICAÇÃO DA PARÁBOLA

A. NÃO PERCA O CORAÇÃO…


1. Não meça o crescimento ou o sucesso do reino apenas por padrões visíveis

2. Como Jesus disse aos fariseus…

“O reino de Deus não vem com observação; nem eles dirão ‘Veja aqui!’ ou ‘Veja lá!'” – Lucas 17:20-21a

“Pois, de fato, o reino de Deus está dentro de vocês.” – Lucas 17:21b

3. A propagação do reino (o governo de Deus) está ocorrendo onde quer que a “palavra do reino” esteja
sendo semeada, e os frutos serão produzidos à medida que caem em “corações bons e nobres”

4. Permaneça confiante:

Que o que começou como um grão de mostarda se tornará uma grande árvore

Que o que começou em uma pequena porção do pão acabará se espalhando por todo o pão

B. FAÇA A SUA PARTE PARA SER UMA INFLUÊNCIA DE LEVEDURA…

1. Permita que o “fermento do reino” permeie seu próprio coração e sua vida

Leve a Palavra de Deus em seu próprio coração

Estude e medite sobre isso, e então procure aplicá-lo!

2. Permita que essa Palavra produza frutos em sua vida, para que você se torne uma influência
fermentadora para o reino de Deus!

Por palavra, ao compartilhar o evangelho do reino com outros

Pelas obras, praticando boas obras que glorificam a Deus

Pois, como fermento, somos também “o sal da terra” e “a luz do mundo” – Mateus 5:13-16

Projetado para glorificar a Deus por nossas boas obras

E assim influenciar nosso mundo para o bem também!

CONCLUSÃO

1. Com a compreensão dessas duas parábolas (“O grão de mostarda” e “O fermento”), podemos nos animar
ao saber que a obra de Cristo em relação ao Seu Reino não será em vão.

2. Ao encerrar esta lição, deixe-me perguntar: “Que tipo de fermento você é?”

Esta parábola tem descrito o “fermento” como uma força positiva

INTRODUÇÃO

No contexto do Novo Testamento, a nação judaica não era homogênea. Ao contrário disso, ela estava
dividida em vários grupos e partidos com doutrinas, ideologias e tradições distintas, movidos ora por
motivações políticas, ora religiosas. Nesse sentido, saduceus, fariseus, essênios, zelotes e herodianos
formavam os principais partidos políticos e seitas religiosas daquela época. Nesta liçao, veremos as
características desses grupos, e como Jesus, com sua sabedoria e coragem, conviveu e reagiu a eles, nos
deixando o exemplo de como viver dentro de um ambiente de pluralismo religioso como o presenciado nos
dias atuais, com respeito e defesa da verdade.

I. SADUCEUS , FARISEUS E HERODIANOS

1. Saduceus. Apesar da pequena quantidade, os saduceus representavam a aristocracia dominante do


judaísmo nos tempos do Novo Testamento. O nome desse grupo, segundo Merrill Tenney, originou-se
provavelmente de Zadoque, o pai da linhagem de sumo sacerdotes durante o reinado de Salomão (1Rs
1.32,34,38,45). Eles formavam o escalão superior dos sacerdotes e parte do Sinédrio, exercendo, por isso,
grande influência política. Ao contrário dos fariseus, que reconheciam a importância da tradição oral, os
saduceus aceitavam somente a Lei escrita (Torá). Por influência do helenismo e da cultura pagã, era uma
religião materialista e secularizada, que negava a existência do mundo espiritual (At 23.8) e não cria na
ressurreição dos mortos (Mc 12.18) nem na vida futura. A vida para eles, portanto, se resumia ao aqui e
agora, sobre a qual Deus não tinha nenhuma interferência. Quanto a esse grupo, Jesus disse aos seus
discípulos para tomarem cuidado com o seu “fermento” (Mt 16.6), símbolo do mal e da corrupção.

2. Fariseus. Em maior número que os saduceus, os fariseus (hb. parash: “separar”) representavam o
núcleo mais rígido do judaísmo, formado basicamente por pessoas da classe média e com grande influência
entre o povo (Jo 12.42,43). Eram meticulosos quanto ao cumprimento da Lei mosaica e, por isso, a maioria
dos escribas (Mt 15.1; 23.2) pertencia a esse grupo. Enfatizavam mais a tradição oral do que a literalidade
da lei. Além de dar grande valor às tradições religiosas, como a lavagem das mãos antes das refeições (Mc
7.3) e ao recolhimento do dízimo (Mt 23.23), os fariseus jejuavam regularmente (Mt 9.14) e enfatizavam a
observância do sábado (Mt 12.1-8). Entretanto, eram avarentos (Lc 16.14) e, em suas orações, gostavam
de se vangloriar de seus atributos morais (Lc 18.11,12).

Em razão do seu legalismo, Jesus os repreendeu de forma corajosa (cf. Mt 23), chamando-os de amantes
dos primeiros lugares, hipócritas e condutores cegos, pois a religiosidade deles estava baseada no exterior,
nos rituais e na justiça própria, em desprezo à parte mais importante da Lei: o juízo, a misericórdia e a fé
(v.23). Um dos exemplos era a invocação da tradição de Corbã (Mc 7.11) como subterfúgio para não cuidar
de seus pais na velhice, dizendo que seus bens haviam sido consagrados como oferta a Deus e ao Templo
e, por isso, não poderiam ser utilizados. Jesus disse que eles haviam invalidado a lei pela tradição (Mc
7.13). Eis o motivo pelo qual Jesus declarou aos seus discípulos: “[...] se a vossa justiça não exceder a dos
escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus” (Mt 5.20).

A conduta dos fariseus nos faz lembrar que a verdadeira santidade não se alcança através do legalismo e
do esforço pessoal, mas pela fé em Cristo (Gl 2.16) e através da sua maravilhosa graça (Hb 4.16).

Pense!

Hipócrita religioso é aquele que vive de forma diversa daquilo que prega.

Ponto Importante

Apesar de adversários, fariseus e saduceus, e até mesmo os sacerdotes, queriam conjuntamente a morte
de Jesus (Mc 14.53; 15.1; Jo 11.48-50).

3. Herodianos. Os evangelhos também mencionam os chamados herodianos (Mc 3.6; 12.13; Mt 22.16).
Tinham características de agremiação partidária, apoiando a dinastia dos Herodes, que deviam seu poder
às forças romanas de ocupação. Os herodianos se opunham a Jesus por receio que Ele pudesse promover
perturbações públicas por meio de seus ensinamentos morais. Eram movidos mais por interesses políticos
do que religiosos, tanto que não tinham uma ortodoxia clara. Ainda hoje, alguns grupos religiosos são mais
movidos por interesses políticos do que pelas convicções bíblicas. Os ensinos e o exemplo de vida de Jesus
evidenciam que Ele não pertencia a nenhum grupo político-religioso de Israel.

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